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  • há 4 meses
A reportagem de capa da nova edição da Crusoé mostra por que a PEC da Gastança e o discurso raivoso de Lula prenunciam tempos difíceis na economia. Leia um trecho:

"Durante as eleições, tanto Lula quanto Jair Bolsonaro prometeram manter em 600 reais o benefício pago pelo principal programa de transferência de renda existente no país – aquele que hoje atende por dois nomes, Bolsa Família e Auxílio Brasil. Esse é o tipo de compromisso de campanha a cujo cumprimento nem mesmo Scrooge, o personagem mesquinho criado por Charles Dickens, ousaria se opor. E de fato, depois da vitória de Lula em 30 de outubro, não se ouviu uma voz sequer, na política ou na economia, sugerindo que os recursos não previstos no orçamento de 2023, mas necessários à satisfação da promessa, deveriam ser negados ao futuro governo."

"Na verdade, havia até mesmo boa vontade com a proposta – essa exclusiva de Lula – de conceder um benefício extra a famílias carentes com crianças pequenas. O que se esperava, em contrapartida, eram sinais concretos de que o governo petista estará comprometido com o equilíbrio das contas públicas nos próximos quatro anos."

"[...] Em vez disso, Lula decidiu tratar qualquer apelo ao controle de gastos como parte de uma conspiração contra os pobres. 'Por que as pessoas são obrigadas a sofrer para garantir a tal responsabilidade fiscal? Por que toda hora falam que é preciso cortar gastos, é preciso fazer superávit, é preciso cumprir teto?', perguntou ele em um evento no último dia 10. A fala azedou o ambiente para o recebimento da PEC da Transição, por meio da qual a equipe de Lula pretende reorganizar o orçamento do ano que vem."

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Transcrição
00:00E agora, vamos chamar a vinheta para começar a falar das notícias de hoje.
00:11Cruzoé, uma ilha no jornalismo.
00:19Ajeitando o microfone, porque hoje é dia de Cruzoé, sexta-feira.
00:23Temos uma nova edição da revista Noir.
00:26Vamos ver a capa.
00:27A capa é de um assunto importante dessa semana e que vai continuar sendo comentado ainda por um bom tempo.
00:35A PEC da gastança, a transição e todos os esforços do PT para ter recursos no começo do ano que vem.
00:49Dinheiro para gastar nos seus programas, para cumprir promessas de campanha e tudo mais.
00:55O problema dessa negociação do PT com o Congresso atual...
01:04Né, Duda? Oi, o Duda está aqui do lado.
01:06Está tomando uma cerveja sem álcool em homenagem à Copa do Catar.
01:10Mas, então, o problema dessa negociação que o PT está fazendo para obter recursos para o ano que vem,
01:23vem da, como é que eu posso chamar, da arrogância do Lula,
01:31que resolveu, nessa semana, comprar uma briga desnecessária com o mercado,
01:41tratando a responsabilidade fiscal,
01:45o cuidado com as contas públicas,
01:49o cuidado para não deixar que a dívida pública brasileira saia completamente do controle.
01:54Ele resolveu tratar essa responsabilidade como sendo antagônica
02:00daquilo que ele tem chamado de responsabilidade social,
02:03ou seja, a necessidade de atender aos pobres,
02:07aos vulneráveis brasileiros, que são milhões.
02:1330 milhões de pessoas, segundo as estatísticas, estão passando fome no país hoje em dia.
02:17Sim, tem pouco dinheiro para atender essas pessoas
02:23e para ainda fazer investimentos em infraestrutura,
02:26movimentar a economia, tentar fazer o PIB crescer,
02:29tem pouco dinheiro.
02:31Mas essa ideia de contrapor responsabilidade fiscal
02:35e responsabilidade social não é boa.
02:40Não é boa.
02:42Não é boa porque, por motivos prosaicos,
02:46o mercado reage imediatamente como fez,
02:50a bolsa caiu, o dólar subiu,
02:54e não é boa, principalmente porque ela manifesta uma visão errada,
03:01perigosa, daquilo que é a gestão das contas públicas.
03:06Quando dívida sai de controle num país,
03:10um dos primeiros efeitos é a inflação.
03:12Você começa a produzir inflação.
03:17Inflação é o imposto mais terrível que você pode cobrar de uma sociedade.
03:22É o imposto mais terrível que você pode cobrar dos pobres.
03:25São eles que mais sofrem com isso.
03:26Eu fiz duas entrevistas bem interessantes para essa reportagem,
03:34e elas vão ser postas no ar nesse fim de semana,
03:37com dois economistas que estão sempre participando do nosso debate público,
03:42e que são craques,
03:43são especialistas no tema das finanças.
03:46E um deles é o Fábio Jambiagi,
03:51e o outro é o Samuel Pessoa.
03:53O Samuel Pessoa teve uma frase muito...
03:56Aquilo que ele chamou de mantra dele sobre a inflação.
03:59Ele disse que pior do que a inflação
04:01para gerir os problemas de distribuição de dinheiro numa sociedade,
04:06só uma guerra civil.
04:08Ou seja, não tem quase nada pior do que a inflação
04:12como destruidor de riqueza,
04:14como destruidor da vida das pessoas.
04:16O risco dessa visão meio irresponsável do Lula
04:20é justamente produzir inflação.
04:23Mesmo que a inflação não vire uma hiperinflação,
04:25como aconteceu na Argentina, por exemplo,
04:28nos últimos anos,
04:30uma inflação fora de controle,
04:34você vai ser obrigado a tomar medidas muito duras de ajuste
04:36que acabam produzindo recessão.
04:38Foi o que aconteceu no Brasil aqui em 2015 e 2016.
04:42A Dilma, no primeiro mandato,
04:44foi gastadora,
04:48foi responsável, fez as pedaladas.
04:51No começo do segundo mandato,
04:52ela tentou consertar as coisas.
04:54E o que aconteceu?
04:56Crise econômica,
04:57crise de confiança,
04:59desempregados,
05:01e tudo que a gente se lembra,
05:03porque é recente e foi bem ruim.
05:05Então, a reportagem,
05:07o núcleo,
05:09a ideia central da reportagem é mostrar
05:11que essa contraposição
05:12entre responsabilidade fiscal
05:14e responsabilidade social
05:16não faz sentido.
05:18E aí,
05:18a gente tem,
05:19enfim,
05:21entrevistas e muitos outros dados.
05:24Quer falar alguma coisa?
05:27Desculpa,
05:27me empolguei.
05:28dá um tempo para você tomar uma água aí,
05:30mas a matéria é bem interessante,
05:32porque o Lula está jogando
05:35isso nas costas do Congresso,
05:37como você coloca ali.
05:40Mas, enfim,
05:41uma administração mais madura
05:45das contas no próximo governo
05:47envolveria outras decisões.
05:49e acho que
05:51a sua matéria
05:52aponta essas soluções
05:54de uma mudança ali
05:56nos tributos
05:57e como são cobrados
05:58e tudo mais,
06:00em vez de ir lá
06:00e pedir dinheiro mais,
06:02me indigar dinheiro
06:03para o Congresso.
06:05E o que eu acho que
06:07deve ser claro
06:10para todo mundo,
06:11os políticos falam em nome
06:12de quem eles quiserem.
06:14Eles chegam lá e falam
06:15não,
06:15eu estou fazendo isso
06:16por causa dos pobres,
06:17ou por causa das mulheres,
06:19mas nós aqui,
06:22como sociedade,
06:24a gente deve escutar isso
06:25e desconfiar sempre,
06:27e ver realmente
06:29que resultados
06:30essas políticas
06:31já tiveram,
06:33porque a economia
06:34é uma coisa muito
06:34já estudada,
06:36a gente sabe
06:37que decisões
06:38acabam tendo
06:40quais resultados,
06:41e muitas vezes
06:42essas decisões
06:44acabam revertendo
06:46contra os grupos
06:47que eles dizem defender
06:48no caso
06:50os pobres brasileiros.
06:52Eu queria só
06:53chamar a atenção
06:54para uma reportagem
06:55que saiu hoje
06:56no Antagonista.
06:58Eu menciono
06:59na matéria
07:01da Cruzoé
07:01um estudo
07:02do Instituto Fiscal
07:04Independente,
07:05que é uma entidade
07:06ligada ao Senado,
07:08que fica ali vigiando
07:09as contas públicas
07:10o tempo todo.
07:11até o momento
07:14em que eu fiz
07:15a reportagem,
07:16o estudo mais recente
07:20do IFE,
07:21falava
07:23que a dívida
07:26bruta brasileira
07:28em relação
07:29ao nosso PIB,
07:29a tudo que a gente
07:30produz,
07:31vai chegar ali,
07:33vai ser da ordem
07:34de 77,2%.
07:36Hoje saiu
07:38um novo
07:39estudo do IFE
07:41mostrando
07:42que com a PEC
07:44da gastança,
07:46com a PEC
07:47que o governo
07:48está apresentando
07:49para
07:50tirando os gastos
07:52do Bolsa Família
07:53do teto de gastos,
07:54tentando transformar
07:55isso
07:55numa coisa
07:57à parte
07:58de qualquer esforço
07:59de responsabilidade fiscal,
08:01a gente pode chegar
08:02a 2031
08:04com 95,3%
08:09do PIB
08:11com uma equivalência
08:13da dívida
08:15em relação ao PIB
08:16de 95,3%.
08:18O que significa isso?
08:20Quando um credor brasileiro
08:22ou quando alguém
08:22que está pensando
08:23em investir no Brasil,
08:25em comprar títulos
08:26do governo brasileiro,
08:27olha para o país
08:28e fala
08:29opa,
08:29governo deve
08:3295%
08:34de tudo
08:35que o país
08:35produz.
08:38E imediatamente
08:39para para pensar.
08:42Será que
08:43se eu emprestar
08:43dinheiro para esses caras,
08:45eles vão conseguir
08:45me devolver?
08:46Com essa dívida
08:47brutal?
08:49Na Argentina
08:50chegou um...
08:51A gente nunca sabe
08:52qual é o momento
08:53em que
08:53a coisa vira.
08:55Mas na Argentina,
08:56né, Duda,
08:56nesses últimos
08:5710 anos,
08:58a gente viu
08:59exatamente isso
09:00acontecer.
09:01Chegou um ponto
09:02em que ninguém
09:03mais confiava
09:03no país,
09:04a Argentina
09:05não conseguia
09:06mais emprestar
09:06dinheiro,
09:07financiar
09:08as suas necessidades
09:09no mercado
09:10internacional.
09:12E o que
09:12que fez?
09:13Teve que chamar
09:13socorro,
09:14pedir socorro
09:15para o FMI.
09:16É.
09:17E o dólar
09:18acaba subindo
09:19por causa disso
09:19também, né?
09:20Os investidores
09:21acabam...
09:22A população
09:24para se proteger,
09:25se resguardar
09:26na Argentina
09:28compra dólares
09:29e os investidores
09:30tiram o dinheiro
09:31daqui, né?
09:32É.
09:32Então,
09:33é por isso
09:33que o dólar
09:34sobe,
09:35é uma consequência
09:35disso daí,
09:36essa perda
09:37de confiança
09:38na capacidade
09:39que o país
09:40vai ter,
09:40tem de pagar
09:41no futuro, né?
09:42Exatamente.
09:42Exatamente.
09:42Exatamente.
09:42Exatamente.
09:56Exatamente.
09:57Obrigado.
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