- há 6 meses
No Papo Antagonista festa sexta-feira (7), Diego Amorim comentou as tratativas entre Sergio Moro e a União Brasil sobre a possível aliança para 2022. O Podemos terá que abrir mão de muita coisa nos estados se quiser contar com o apoio do 'maior partido do país'.
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NotíciasTranscrição
00:00Vamos em frente, vamos falar um pouquinho de um ponto bastante delicado que poderá ser determinante aí na candidatura, no projeto presidencial do ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro.
00:15Quem acompanha o site, quem acompanha o noticiário, sabe que Sérgio Moro se filiou ao partido Podemos, que é um partido pequeno, e está aí diante da possibilidade de fazer coligações, de fazer alianças com partidos com uma maior estrutura, que possa garantir tempo de TV e dinheiro do fundo partidário, basicamente.
00:39Nós mostramos ontem, com detalhes, como essa festa de aniversário que vai acontecer logo mais à noite em João Pessoa, do deputado federal Julián Lemos, virou um evento de campanha pró-Moro, que passou os dias de ontem e hoje dando entrevistas, se reunindo com empresários, com líderes evangélicos, que antes eram apoiadores de Bolsonaro e que agora podem pular para o barco da campanha de Moro.
01:05E mostramos que, por exemplo, o Luciano Bivar, deputado federal, presidente do PSL, que vai ser o presidente da União Brasil, aquele partido que será resultante da fusão do PSL com o DEM, quando o Tribunal Superior Eleitoral bateu o martelo sobre isso, com previsão agora no início de fevereiro.
01:21E essa festa vai virar também um momento de encontro político, o Luciano Bivar e o Sérgio Moro. Tem até um detalhezinho bacana, de bastidor dessa história toda, nas notas de sexta-feira da nova edição da revista Cruzoé.
01:35Você vê lá, eu não vou falar aqui para não dar spoiler.
01:38Pois bem, do lado do Podemos, do lado da União Brasil, eles querem se juntar com o Moro. O sonho deles é até que o Moro deixe o Podemos e se filie à União Brasil.
01:46Isso pode acontecer até março, pela lei eleitoral. Há quem, dentro da União Brasil, acredite nisso ainda.
01:54Do lado do Podemos, acredita-se que Sérgio Moro tem força para avançar nas pesquisas sem a necessidade, sem a obrigatoriedade de fazer esse tipo de aliança.
02:11Até então, a gente vinha noticiando isso nos bastidores, em reservado.
02:17O senador Eduardo Girão, como eu disse aqui ontem, vem dando declarações públicas, vem dando declarações públicas, perdão, no sentido de que é preciso tomar cuidado com alianças.
02:28Mas ele nunca fez uma observação direta, nominal, em relação a essa aliança com a União Brasil.
02:34Hoje, pela primeira vez, nós tivemos um senador do Podemos, de Sérgio Moro, que soltou o verbo em relação a esse assunto.
02:42Vou pedir para o pessoal colocar na tela, por favor.
02:44É o senador Stevenson Valentim, do Rio Grande do Norte, com quem eu conversei mais cedo.
02:51Eu liguei para ele, bastidores, vocês gostam de bastidores.
02:54Eu liguei para ele porque o Julián Lemos me disse ontem que ele vai estar lá hoje, à noite.
02:58Aí eu peguei o telefone e liguei para o Stevenson, o Stevenson, por que você está indo para o aniversário do deputado Julián, como é que vai ser isso?
03:05Ele, não, Diego, estou gripado, estava com a voz ruim, está gripado, ainda não sabe se é influência, se é gripe, se é covid, vai saber, está todo mundo meio assim.
03:15Mas ele está gripado, disse que a gripe derrubou ele, que ele não vai mais, infelizmente estava se programando para ir, mas não vai mais para a festa do Julián Lemos, hoje à noite, lá em João Pessoa.
03:25E aí, obviamente, aproveitei para perguntar a ele qual era a opinião dele sobre essa possível aliança do Podemos, de Sérgio Moro, com a União Brasil.
03:36E ele me disse que, na avaliação dele, o Moro não precisa disso, e que essa aliança com a União Brasil iria de encontro a tudo que o Podemos prega.
03:47Abro aspas para o Stevenson Valentim.
03:49Acho que Moro não precisa disso, dessa fortuna do fundo partidário.
03:53Ele já tem um nome, só precisa de as pessoas se lembrarem de quem ele mandou prender junto com toda a equipe da Lava Jato.
03:59Disse também o senador.
04:00É incoerente a gente ter um discurso de combate à corrupção, de enxugar gastos públicos, de ser contra o fundão,
04:06e ficar no meio desse fuzuê, desse furacão, desse turbilhão, que seria essa ligação com esse partido, ele está se referindo à União Brasil.
04:14O senador Stevenson Valentim é um senador de primeiro mandato, ele está ainda nos planos dele e do Podemos,
04:23ele se lançar a candidato a governo, neste ano, no meio do mandato.
04:28A gente até publicou uma nota pela manhã hoje, o repórter Wilson Lima, uma belíssima nota,
04:33fazendo um levantamento prévio de que pelo menos 14 senadores devem disputar o governo de seus estados neste ano de 2022.
04:40Como eu comentei lá no Twitter, é o tal do sistema que favorece quem está no poder.
04:47O senador tem oito anos de mandato e isso não é de hoje, é desde sempre.
04:52Para ele se lançar ao governo no meio do mandato, sai, se lança e volta, ele não tem nada a perder.
04:58Pelo contrário, mesmo que perca, a avaliação que esse pessoal faz é de que vai ter visibilidade,
05:03vai ficar um nome cada vez mais conhecido, até para tentar a reeleição para mais oito anos de Senado daqui a quatro anos.
05:07Mas é essa conta que se faz geralmente.
05:11O Stevenson seria o candidato e daria palanque para o Moro.
05:15Mas aí, minha gente, começa toda aquela questão de alianças, de palanques regionais,
05:22aquela lenga-lenga toda, que no final das contas é de suma importância e define a eleição.
05:28Os palanques dos presidentes nos seus estados.
05:31Por exemplo, o Stevenson Valentim, se ele fosse candidato a governo pelo Podemos.
05:38Lá tem a União Brasil também, na Paraíba, que vai ser a fusão do DEM com o PSL.
05:44O ex-senador José Agrippino Maia, você deve se recordar do Agrippino, no DEM, que vai para a União Brasil,
05:50é um rival político lá do Stevenson Valentim.
05:53Ou seja, há toda uma disputa de espaço político.
05:57Se há essa junção do Podemos com a União Brasil, vai ter muita coisa para se resolver nos estados.
06:04E todo mundo sabe disso, está todo mundo fazendo essa conta.
06:06Por outro lado, em reservado, há gente dentro do Podemos que consegue compreender e captar esse discurso do Stevenson Valentim,
06:18que fala com muita transparência, aqui nessa entrevista, para mim, o que ele pensa sobre tudo isso, com muita clareza.
06:28Mas, por outro lado, há gente no Podemos também que concorda com a União Brasil,
06:33que está dizendo o seguinte, olha, Moro, se você não vier para cá, você não vai conseguir decolar.
06:38A eleição de 2022 não vai ser igual à eleição de 2018,
06:41que alguém sem tempo de TV e sem fundo partidário vai conseguir ganhar, como foi o caso do Bolsonaro.
06:47Então é que o Bolsonaro sabe disso e se filiou ao PL de Valdemar Costa Neto,
06:51que vai precisar de tempo de TV e de grana para fazer campanha esse ano.
06:55Então, vem para cá que a gente dá o jeito.
06:57E aí começa, minha gente, um grande jogo de, você pode entender como você quiser,
07:04acordo, chantagem, é jogo político e o jogo é bruto.
07:10E o sistema é bruto, não é essa frase famosa? O sistema é bruto.
07:14Então estão dizendo, ó, se o Moro não vier, já estão assoprando isso para a imprensa.
07:19O Dória vai crescer.
07:20Já é a União Brasil, basicamente, dizendo o seguinte,
07:24olha, Moro, se você não quisesse unir a gente, nós vamos nos unir ao Dória.
07:31É um jogo bruto, insisto, e que está somente começando,
07:38e a gente vai acompanhar isso de muito perto.
07:41Todos os passos dessas conversas, desses acordos, dessas chantagem,
07:46das brigas, das rivalidades, tudo isso você vai acompanhar aqui no Antagonista ao longo desse ano.
07:53Por isso que é importante você assinar o Antagonista Mais também.
07:56E a revista Cruzoé, por acaso, se você ainda não é assinante.
07:59Porque tudo isso a gente vai trazer com detalhes aqui,
08:02do jeitinho que você conhece, que você gosta do nosso jornalismo.
08:07Vamos lá.
08:08O Sérgio Moro, por enquanto fazendo esse voo solo no Podemos,
08:12você sabe, desde que ele saiu do governo Bolsonaro,
08:17foi para a consultoria nos Estados Unidos,
08:20saiu da consultoria e topou entrar para a vida político-partidária,
08:24aí ele mergulhou e está avançando dentro das possibilidades que o Podemos tem,
08:30dentro das condições que ele tem ao seu alcance neste momento.
08:36Ele está rebatendo tudo.
08:39Isso ninguém pode negar.
08:40O Moro está rebatendo tudo.
08:42Se antes como juiz, se antes como ministro,
08:46se antes lá na consultoria ele tinha o jeito discreto dele que você conhece bem,
08:51agora a gente tem um Moro que está colocando não só a cara tapa,
08:57como também está dando tapa.
08:59É isso.
09:01Então, o Eduardo Cunha, veja só você,
09:04o Eduardo Cunha, condenado por Moro,
09:05que foi mandado para prisão pelo Moro, na Lava Jato,
09:09que dispensa comentários, deputado cassado,
09:13e que está voltando para a política,
09:16inclusive em negociações com a União Brasil.
09:21É.
09:22Olha como a vida é doida.
09:24Olha como a terra plana do Osmar Terra capota.
09:26Inclusive a filha do Eduardo Cunha também pode se candidatar este ano,
09:30a gente já noticiou também, pela União Brasil.
09:34O Cunha em São Paulo e a Daniele Cunha no Rio de Janeiro.
09:38Esse povo todo quer voltar.
09:42Não é só a tropa lulista que quer voltar, não.
09:44É a tropa da velha guarda toda.
09:46É a tropa de investigados toda que quer voltar.
09:49Está todo mundo soltinho e feliz da vida.
09:50Por quê?
09:51Porque o sistema de combate à corrupção foi desmantelado,
09:54foi destruído nesse governo Bolsonaro.
09:56Porque para proteger os seus filhos,
09:59para proteger Flávio Bolsonaro sobretudo,
10:02Bolsonaro abriu mão,
10:04abriu mão da bandeira do combate à corrupção.
10:07Começou lá atrás,
10:09com a liberação da prisão na segunda instância,
10:11com a revogação da prisão na segunda instância pelo STF,
10:15que soltou o Diceu,
10:16que agora está curtindo as férias no litoral da Paraíba.
10:20Depois veio, vocês acompanharam.
10:22Começa tirando o COAF da mão do Moro,
10:24do Centrão de Madrugada, Artulira,
10:26não é que nem era presidente da Câmara ainda,
10:28mas negociou tudo na casa do Rodrigo Maia,
10:30que na época eles eram amiguinhos ainda,
10:31depois brigaram.
10:34E aí veio,
10:36sufoca a Lava Jato,
10:39mata a Lava Jato,
10:42vira o jogo,
10:43reverte tudo,
10:45o sistema reagindo,
10:47o mecanismo reagindo,
10:48como você sabe muito bem,
10:49não precisa ficar repetindo isso aqui.
10:52E aí o Eduardo Cunha hoje
10:53foi zombar no Twitter
10:55o fato de Sérgio Moro
10:56ter sido vaiado
10:59por meia dúzia de gato pingado
11:01quando ele desembarcou em João Pessoa.
11:02Foi ovacionado por um monte de gente
11:04e foi vaiado por um bocadinho de gente.
11:08Ó,
11:09para ganhar a eleição da presidente,
11:10tem que ser vaiado e aplaudido.
11:12Ninguém ganha eleição para presidente
11:13sendo só aplaudido, não.
11:16Se o Moro quer ser presidente do Brasil,
11:18ele tinha que ficar feliz também com essas vaias.
11:20É um bom sinal estar sendo vaiado.
11:23Para ganhar a eleição,
11:25tem que ser aplaudido e tem que ser vaiado.
11:28E aí o Eduardo Cunha.
11:29O Eduardo Cunha foi zoar o Sérgio Moro.
11:33Aí perguntaram para o Sérgio Moro hoje,
11:35numa entrevista lá em João Pessoa,
11:37a, salvo engano,
11:39Rádio Jornal,
11:40Rádio Jornal,
11:41Rádio Jornal,
11:42da Paraíba.
11:44E o Moro disse,
11:45uma ou duas pessoas que provavelmente foram pagas.
11:47Nesses tempos de internet,
11:48pega duas pessoas que provavelmente foram pagas
11:51e faz uma gritaria.
11:52Foi um episódio pequeniníssimo.
11:54Segundo o Moro,
11:55as pessoas têm o direito de ter a sua opinião
11:57e havia uma multidão favorável a ele no aeroporto.
12:04Ainda em entrevista lá à imprensa da Paraíba,
12:09o Sérgio Moro falou com a rádio Arapuã FM
12:12e ele disse o seguinte,
12:15enfrentei bandidos perigosos
12:17e a família Bolsonaro é irrelevante.
12:19Vamos ouvir esse trecho da entrevista de Sérgio Moro
12:21à rádio Arapuã FM da Paraíba
12:24nesta sexta-feira.
12:27O senhor conviveu com o filho de Bolsonaro, né?
12:30O senhor não teme eles durante a campanha?
12:33Porque agora mesmo o Carlos Bolsonaro
12:34chamou o senhor de fofoqueiro,
12:37que era de um grupinho,
12:38briga muito com o Juliano Leme.
12:40O senhor não teme eles durante a campanha, não?
12:43Olha, eu fui juiz por 22 anos, tá?
12:47Eu lidei com um crime organizado.
12:50Eu tive processo contra o Fernandinho Beramar
12:53e a quadrilha dele.
12:54Teve até um líder do cartel de Juárez,
12:56que é a maior organização criminosa do México,
12:59que esteve lá em Curitiba.
13:00O pessoal foi processado.
13:02Então, assim, eu tenho uma vida
13:04em que ali me envolvi em situações de risco frequentemente
13:10e cumpri o meu dever.
13:12Como ministro, não houve Ministério da Justiça
13:15que combateu mais rigorosamente o crime organizado.
13:18Aquele pessoal do PCC, aquelas lideranças,
13:21que cometeram aqueles atos terroristas em 2006,
13:24que não aconteceu nada com eles.
13:29Eles não queriam ser transferidos para presídios federais.
13:32Cometeram aqueles atos e acabaram ficando lá em São Paulo.
13:35A primeira coisa que a gente fez,
13:37quando assumiu o Ministério da Justiça,
13:39foi transferir eles para presídios federais.
13:41isolar aquilo que acontecia no passado,
13:45dessas organizações criminosas saírem por aí,
13:48aterrorizando as pessoas,
13:50queimando ônibus,
13:51cometendo atentado terrorista.
13:53Isso acabou.
13:54A última vez que isso aconteceu foi em janeiro de 2019,
13:58no Ceará,
13:58e a gente combateu isso.
14:00Claro que o crime organizado ainda é perigoso,
14:02claro que ele é um problema,
14:04mas a gente enfrentou com muito rigor.
14:07Se eu fiz tudo isso,
14:07vou ter medo de família,
14:09de Bolsonaro.
14:12Olha, para mim,
14:14essas pessoas são irrelevantes.
14:16Totalmente irrelevantes.
14:17Está aí Sérgio Moro,
14:24pré-candidato à presidência da República pelo Podemos,
14:26ex-juiz da Lava Jato,
14:28e hoje também a informação
14:29de que o ministro do STF,
14:32Alexandre de Moraes,
14:34prorrogou por mais 90 dias
14:36aquele inquérito
14:37que apura a interferência
14:40de Jair Bolsonaro na Polícia Federal,
14:43fruto de uma denúncia
14:44do próprio Sérgio Moro,
14:45que deixou o Ministério da Justiça
14:48e da Segurança Pública
14:49em razão disso,
14:51ali no início da pandemia,
14:52ainda em 2020.
14:55Alexandre de Moraes vai jogando para frente,
14:57ganha mais tempo aí,
14:58são mais 90 dias de inquérito
15:00em relação a esse assunto.
15:03Diogo Mainardi perguntou no Twitter
15:05o que mais Alexandre de Moraes
15:07está esperando.
15:15e aí
15:21o que mais Alexandre de Moraes
15:21e aí
15:26o que mais Alexandre de Moraes
15:26está esperando.
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