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NotíciasTranscrição
00:00Deixa eu dar boa noite para o Pedro Cerise, que é sócio fundador da Scopus Investimentos e gestor
00:06de ações que atua no mercado financeiro. Boa noite, Cerise, bem-vindo ao Papo Antagonista.
00:12Boa noite, um prazer estar aqui. Muito bem, prazer é todo meu. Eu queria já começar com o seguinte,
00:18até para tornar o assunto, que é um assunto árido, mas que impacta na vida, impacta a vida
00:24de todos. Eu acho que está todo mundo começando a se interessar mais pela política econômica,
00:29por tudo que acontece na sua vida, vendo aí a inflação explodindo, o desemprego também aumentando
00:35cada vez mais, a fome se expandindo. Eu acho que a gente agora está vivendo uma onda.
00:39Toda crise é uma oportunidade, né, Pedro? Você sabe disso muito bem. A gente, alguns anos,
00:45ninguém conhecia os ministros do Supremo. Hoje, né, sabem nominalmente quem é cada um aí.
00:50Pessoal nem sabe mais quem é a seleção brasileira, quem são os integrantes da seleção, mas do STF
00:56sabem e participam do debate. Eu acho que a gente tem a chance de fazer isso com a economia.
01:01Trazendo para essa realidade, eu estou vendo muita especulação aí, Banco Central vai ter
01:06reunião do Copom, aumenta quanto? Um ponto, um ponto e meio. Tem gente achando que o Roberto
01:14Campos Neto está querendo usar os juros para tentar resolver um problema, quer dizer, o resultado
01:21de um problema que está lá no Ministério da Economia, né, com o Auxílio Brasil, toda essa crise fiscal
01:27que se instalou aí, instalou o pânico no mercado, né? Explica um pouquinho para a gente.
01:33Estou achando que é uma cloroquina, uma ivermectina, para tentar resolver um problema que não se resolve
01:40com o aumento de juros, é isso?
01:43Eu acho que...
01:44Eu queria fazer uma visão um pouco diferente de que as pessoas acham que o mercado entra em pânico, né?
01:54E o mercado, ele está longe de estar em pânico. O mercado está, como você disse no começo,
02:00enxergando a oportunidade, né? Ele vê o que aconteceu, a fala do Guedes, principalmente dizer
02:10o waiver, né, uma palavra em inglês que é perdão e tal, para gastar 30 bi a mais, como a oportunidade
02:18de extorquir o Banco Central e pedir 3% a mais de juros do ano que vem, né?
02:26E não existe nenhum pânico nessa atitude do mercado em relação à política econômica
02:37de Brasília, né? Não tem nenhuma surpresa no que aconteceu. Assim, se alguém ia dizer
02:42que estava esperando 300 reais, o mercado há muito tempo já trabalhava com 400 reais,
02:47só não se esperava que o Paulo Guedes dissesse, vou furar o teto, porque ele dizia que furar
02:52o teto era o fim do mundo. Então, vou furar o teto, opa, é o fim do mundo, então é assim
02:59que as coisas vão acontecer. Mas o ponto principal, eu acho que ficou muito claro, né, no áudio
03:07que vocês gravaram ontem, é essa relação umbilical entre o Banco Central e o mercado, né?
03:13Eles se falam muito, então, por isso que não existe pânico.
03:16Eles sabem o que está acontecendo, né? O que que explica a movimentação na semana passada,
03:27essa queda da Bovespa, o aumento ainda maior do dólar, diante daquelas notícias todas de demissão
03:36de secretários, da coletiva do Guedes confirmando que vai furar o teto.
03:43Quando a gente vê esse cenário, a gente acha que está acontecendo aí um, está o pânico, né?
03:52Está o pânico instalado, que o mercado está reagindo com essa, diante desse cenário, né?
03:59Essa é a narrativa, né? O que eu acho que precisa ser esclarecido é que esse ente, o mercado,
04:09o mercado, ele não é uma coisa isolada, né? Todo mundo se conhece, esses grupos se conhecem.
04:16E em várias instâncias, o mercado, ele interage, não só em Brasília, mas principalmente com o Banco Central,
04:24porque seria a fronte de contato do governo, né, do tesouro, do câmbio, da venda de título público,
04:33das regulações bancárias passam, é necessário esse contato, né? O Banco Central exerce esse papel.
04:43Mas, na concepção, né, das metas de inflação, né, foi lá em 89, quando, em 99,
04:54quando o Armínio teve que criar as prestas depois da desvalorização, né?
04:57Eles criaram o que seria a expectativa de inflação, e o Banco Central usava a expectativa de inflação
05:05para guiar as decisões, ou seja, na academia existe defesa de que uma das coisas que impactam
05:17a inflação futura é a própria expectativa de inflação futura.
05:21Então, é importante que as expectativas estejam ancoradas.
05:24Isso não tem problema nenhum.
05:27A questão é que, depois de tanto tempo, tanto tempo funcionando, né,
05:30o mercado entendeu é que ele pode usar as próprias expectativas que ele cria
05:35para interferir nas decisões do Banco Central.
05:39E isso começou a ficar complicado.
05:41E, mais recentemente, eu sei, né, não estou...
05:45Existem grupos de analistas econômicos que contribuem para o FOCUS,
05:57que é uma fonte oficial de dados que o Banco Central utiliza na sua formulação de política monetária,
06:03e onde esses analistas combinam quais as projeções vão ser feitas
06:11e combinam o que eles acham que o Banco Central vai fazer.
06:16Então, é mais ou menos o seguinte.
06:18Olha, até a semana passada, todo mundo dizia que ia subir 1%.
06:21Aí ele dizia assim, gente, vamos gritar que vai subir 1,5, 1,5, 1,5, 1,5.
06:26E todo mundo começa a gritar 1,5, 1,5, 1,5, 1,5, 1,5, 1,5, 1,5, 1,5.
06:30De repente, o Banco Central, se ele não fizer isso, ele perdeu a credibilidade.
06:37Isso é absolutamente o rabo balançando o cachorro, né,
06:41porque o Banco Central tem que fazer o que é certo.
06:44O mercado é que tem que seguir o que o Banco Central vai fazer,
06:47adivinhar o que o Banco Central vai fazer, antecipar o que o Banco Central vai fazer.
06:51Não o mercado tem que gritar, tem que fazer isso para o Banco Central fazer.
06:56E isso acontece nos dois sentidos.
07:00E o mercado, esses grupos, eles querem que o Banco Central faça o que eles querem.
07:07Então, isso foi muito assim, em alguns momentos isso se tornou muito claro.
07:14Acho que tanto no momento de redução de juros do ano passado,
07:19quando a inflação parecia muito baixa,
07:22mas pelos mesmos motivos que ela está alta agora,
07:26esses mesmos analistas diziam que o juro dizia que ia a zero.
07:32Agora, esses mesmos analistas querem que o juro vá a 12, 12,5%.
07:37que seria uma coisa assim, se a gente sair do juro negativo para o maior juro do mundo
07:45num prazo de 12 meses.
07:48Então, isso é realmente muito atípico e não deveria estar acontecendo.
07:53Vamos por parte aqui para o pessoal, os nossos espectadores entenderem,
07:57porque a gente tem vários aspectos aí do que você está falando que são fundamentais.
08:07Essa relação, vamos voltar um pouquinho no que você falou ainda há pouco.
08:11Essa relação do Banco Central com o mercado, você citou até o boletim Fox,
08:15hoje saiu mais uma prévia de PIB, de IPCA, a gente colocou no site, inclusive.
08:22E, claro, isso é feito com base nessa análise que você mencionou,
08:27em contatos frequentes do próprio Banco Central com as instituições aí que operam no mercado.
08:34Nós tivemos ontem o vazamento de um áudio, de uma conversa do André Esteves, do BTG,
08:41com investidores, em que ele disse que o Roberto Campos Neto pegou o telefone e ligou para ele
08:48para perguntar o que ele achava justamente da queda dos juros,
08:55se isso estava já no patamar limite.
08:59Eu te pergunto, você como alguém que conhece bem, como que opera também dentro do mercado,
09:06que sabe das práticas que são republicanas e não republicanas,
09:10é normal esse tipo de contato?
09:12É normal o presidente do Banco Central ligar para perguntar esse tipo de coisa para um banqueiro?
09:21É normal?
09:22Eu diria que no Brasil isso sempre aconteceu.
09:26Eu acho que não nesse...
09:31Porque essa pergunta é quase uma informação, não é uma pergunta, é uma informação.
09:39Digo assim, até quando eu posso derrubar?
09:41Estou dizendo o seguinte, eu vou derrubar, certo?
09:43Estou te dando uma informação.
09:45Aí o André foi muito esperto.
09:47Ele disse assim, olha, eu não sei.
09:50Ótimo, desliga o telefone, mas ele já sabe o que o Banco Central vai fazer.
09:53E provavelmente o Banco Central vai perguntar hoje, quanto que eu devo subir?
09:59É uma loucura, porque quanto eu devo subir?
10:03O cara fala, deixa eu pensar, daqui a pouco eu falo com você.
10:05Ele vai lá e faz a posição dele apostando numa alta, entendeu?
10:08É uma coisa que esse contato não pode acontecer dessa forma.
10:12Dessa forma.
10:13Se esses grupos se organizam e fazem, e fazem não o que eles acham, mas o que eles gostariam
10:23que acontecesse, todo mundo fala junto, aí você está tendo uma coisa que é, aí sim,
10:30não republicana.
10:31Eu acho que o boletim Focus não poderia contar com informações de pessoas que participam
10:39no mercado, porque senão a sua informação, você entendeu que é um efeito circular, onde
10:45o que você gera, o que você acha que vai acontecer, quando você coloca, gera um efeito
10:50no que vai acontecer.
10:51Então, é um círculo que se vai repetindo.
10:53E ao fazer isso, ele acelera os movimentos tanto para um lado quanto para o outro.
10:58Então, assim, e eu gostaria de ressaltar alguns pontos.
11:04Primeiro, as pessoas que defenderam essa agora, todos, foi assim, eu acho que eu nunca
11:16tinha visto nessa magnitude, num prazo tão curto, antes da reunião do Copom, uma mudança
11:21tão dramática, né?
11:23Eu tenho aqui os números do boletim Focus, né?
11:26Os números mais importantes é o seguinte, o PIB do ano que vem caiu de uma previsão
11:33de mais 0,5% para uma queda de 0,5%.
11:36Ou seja, em qualquer país do mundo, quando você tem uma previsão de queda de PIB, isso
11:40implica em queda de taxa de juros, não em alta em taxa de juros.
11:45A inflação projetada pelos modelos saiu de 4,2 para 4,3, que para mim é...
11:55Você nem sabe o preço da gasolina, você não sabe quanto vai chover, então isso aqui
11:58é irrelevante.
11:59Em compensação, a expectativa de Selic para o ano que vem saiu de 9 para 11,25.
12:09A gente está falando de 2,25%.
12:12Os mercados futuros já estão se prevendo a 12,5%.
12:163% sob 7 trilhões são 210 bilhões de reais a mais por ano por causa de 30 bi a mais
12:28no furo do teto.
12:30E aí, abstrair isso, até que o Esteves falou super bem, o Mansueto falou super bem, a situação
12:36fiscal do Brasil, não por mérito, mas por causa da inflação, ela está muito melhor
12:41do que qualquer um antecipava.
12:44Esses mesmos analistas achavam que o PIB, a relação dívida-PIB chegaria ao final desse
12:49ano em torno de 95%, a gente vai chegar a 80%.
12:53Mas muito melhor do que qualquer um deles espera.
12:57E agora, essa mudança de gasto do governo é tipo 0,30% do PIB.
13:03Então, isso é irrelevante do ponto de vista fiscal.
13:10Então, tudo isso é narrativa e tudo isso é uma história para justificar a pressão
13:16no Banco Central para que ele acelere a taxa de juros de 100 para 150.
13:26E, Cláudio, é irrelevante.
13:29Não muda nada se você subir 100, 100, 100, 100, 100, enquanto a inflação não subir.
13:35Você não precisa acelerar nada.
13:37Fazer isso, você só quebra a credibilidade do Banco Central, porque o Campos Neto disse
13:42que ia subir 100 num evento dado, onde?
13:48No BTG.
13:49Ninguém perguntou para ele.
13:50Ninguém obrigou ele a dizer.
13:51Mas ele disse, eu vou dar 100, 100, 100, o necessário.
13:53E agora ele vai voltar atrás?
13:55Então, qual é a credibilidade no que o Banco Central fala, se ele disse isso um mês
14:00atrás e agora muda de opinião?
14:02Não tinha que falar nada.
14:04Tem uma outra questão para o pessoal entender.
14:08A gente está falando, normalmente a imprensa, no geral, tradicional comércio, ela trata
14:15essa questão de aumento dos juros da taxa Selic para segurar a inflação.
14:22Então, aí, obviamente, isso tem um impacto na atividade produtiva, você aumenta o custo
14:26de crédito, isso tende a reduzir a atividade produtiva.
14:31No momento que você tem uma expansão do desemprego, é ruim.
14:35Agora, a gente tem ouvido, justamente, como justificativa, você ter uma situação fiscal
14:46de rompimento do teto, etc., uma situação complicada, uma situação de você ter, você falou
14:58em credibilidade, tem uma questão aí também de credibilidade da própria política fiscal
15:05do governo, do que pode acontecer mais para frente, não só em relação a esse auxílio
15:12Brasil, mas de todo o resto que você pode cometer para propiciar a reeleição do Bolsonaro.
15:21E aí, obviamente, isso impacta no risco que você tem de crédito, uma situação fiscal
15:29mais complicada. Agora, tudo que a gente está tratando hoje e desde a semana passada,
15:36especialmente, dentro dessa discussão de furar o teto, aquilo que você está me colocando aqui
15:43é uma coisa muito mais a futuro do que da realidade concreta da política fiscal.
15:48É isso?
15:48Exatamente. Porque quando o juro era 4,5%, o furo do teto foi 660 bilhões e o juro
16:01foi cortado para 2. O déficit fiscal foi de 12, acho que não tem um número completo,
16:07porque o deflator do PIB não saiu, em torno de 14% do PIB. Agora, o déficit fiscal sai
16:14de 0,7% do PIB para 1% do PIB e eles querem que o juro saia de 9 para 12. Ou seja, o 4 para
16:242 estava errado, com furo de 600. Ah, mas o precedente para a reeleição... Se você está pensando
16:33em precedente e em reeleição, o candidato favorito à reeleição hoje, pelas pesquisas,
16:41o Lula, ele disse que não vai ter teto. Então, a única coisa que a gente está tratando
16:48aqui, de fato, é o 0,30% do ano que vem. E não o que vai acontecer no futuro. O que
16:54vai acontecer no futuro, vocês têm que perguntar para o próximo presidente. Então, se você
16:59está dizendo que o Banco Central vai subir o juro para 12, isso aumenta ou diminui a
17:05chance de eleger um presidente que vai respeitar o teto? No meu ponto de vista, eu acho que no
17:09mínimo aumenta a chance de um cara que diz que vai derrubar o teto, porque é contra a
17:14política dele. E eu acho que ele não vai mentir e não tem razão para mentir isso.
17:20O Brasil sempre olhou os dados de política como se fosse o superávit primário. Sempre
17:28foi assim. Foi brilhante a situação de fazer o teto, porque você forçava o governo a gastar
17:35uma certa quantidade. E como tinha despesas que estavam crescendo ao longo do tempo, você
17:40obrigava o governo a fazer reformas. Tudo bem, não aconteceu, mas, de fato, o governo vai
17:47pela primeira vez, pela primeira vez, desde 94. A gente vai ter um governo que vai gastar
17:52menos em relação ao PIB no último ano do que no primeiro ano. Isso é mérito desse
17:58governo? Não, é mérito do Temer. Não é mérito desse governo, é mérito do Temer. Ah, mas
18:03vamos fazer uma maracutaia lá para mudar de junho para dezembro. Ótimo, não tem problema.
18:11Tinham seis meses de folga, acabou o ano. Não tem 18 meses para ele aproveitar a outra folga.
18:16O próximo presidente para derrubar, ele vai derrubar, é na Constituição. Acabou. Então,
18:21essa história toda é besteira. Só para colocar em números, o déficit americano era 20% o ano passado,
18:31caiu para 16% esse ano. O Brasil é 1%. Então, não é o número em si que é um problema. É toda
18:37essa polêmica que foi criada pela péssima comunicação, pela péssima, pela forma como foi
18:48feito. É como se o banco, é como se o tesouro, que é representado pelo Paulo Guedes, apunhalasse
18:55o Banco Central há uma semana do Copom. E agora o Banco Central, para revidar a classe
19:02política, vai penalizar toda a sociedade, aumentando os juros para 12,5%. Só que aí tem
19:10uma outra coisa que a gente tem que lembrar. Foi aprovado a independência do Banco Central.
19:17Antes de ser independente, o Banco Central brasileiro tinha um mandato, que era estabilidade
19:22de preço. Agora, com a independência, nós copiamos o resto do mundo. Então, agora o Banco Central é
19:29independente, mas ele tem algumas coisas. Eu vou até ler aqui. No artigo da independência do Banco
19:35Central, o Banco Central do Brasil tem para o objetivo fundamental assegurar a estabilidade de
19:38preços. Parágrafo único. Sem prejuízo do objetivo fundamental, o Banco Central também tem para o
19:44objetivo. Zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro, suavizar as flutuações da
19:51atividade econômica e fomentar o pleno emprego. Então, se ele fizer isso e aumentar o desemprego,
19:59ele dá um motivo factual para o Congresso derrubar o prejuízo do Banco Central, se quiser.
20:05O remédio está virando veneno. Deixa eu ir um pouquinho numa questão que você mencionou, porque a gente
20:19precisa trazer isso justamente para o nosso espectador. Você está traçando um cenário, então, que eu estou
20:29concluindo aqui, que é um cenário criado artificialmente para forçar o Banco Central a
20:36aumentar os juros. Para além de uma resposta política, você tem gente se beneficiando com isso, gente que já
20:45está posicionada, gente que vai lucrar com esse aumento. Operadores que já conhecem, já sabem que vai
20:53aumentar e que até pressionam para que não haja um recuo por parte do Banco Central, porque já estão
21:02posicionados. Que maneira esses operadores lucram com essa manutenção dessa tendência de aumento? Por favor, explica
21:12para os nossos espectadores. Existe um mercado de taxas futuras de juros. Eles fizeram pesadíssimas apostas
21:23em aumento da taxa de juros. Então, se subir, eles ganham muito dinheiro. E a outra forma é que quando você
21:33tem aumento da taxa de juros, aumenta o diferencial da taxa de juros entre o real e o dólar e fica mais difícil
21:41para quem estava comprado em dólar manter a posição, porque ele tem que pagar o dólar mais o CDI
21:48para poder ganhar. Ou seja, para poder empatar, o dólar agora tem que subir 12%. Então, se você
21:55comprou o dólar a 6, você precisa que ele vá pelo menos a 6,70 lá para poder empatar. Então, a tendência
22:02é que você tenha uma apreciação do real, pelo menos no curto prazo, em reação ao dólar. Então, se você
22:11tivesse um cenário de crise política e de risco fiscal, você tinha um cenário de elevação das
22:20taxas longas de juros. E o que aconteceu nos últimos dias foi, as taxas de juros curtas subiram mais do
22:27que as longas, o que é paradoxal para quem acha que tem problema fiscal no longo prazo. E o dólar
22:33caiu 2% hoje. O dólar está mais baixo hoje do que no dia que o Paulo Guedes falou que ia furar o teto.
22:42Então, esses operadores, eles estão se beneficiando. E no passado, eles diziam para derrubar o juros que
22:46eles apostavam na queda dos juros e estavam comprados em dólar. Então, agora eles estão apostando na alta
22:53dos juros e estão vendidos em dólar. Então, todo esse papo de credibilidade, isso aí é para a imprensa,
22:59é para a história. Eles querem ganhar dinheiro quinta-feira, quando abrir o mercado, depois da
23:06Renão do Cocô.
23:08Eu vou querer que você volte mais vezes aqui, para a gente descortinar esse mercado financeiro e essas
23:14narrativas.
23:17Vai ser um pouco, a minha segurança, a integridade física vai ser ameaçada, porque tem muito interesse
23:22por trás desse negócio.
23:23Bom, o programa permanece aberto aqui para tuas futuras colaborações, tá bom?
23:30Muito obrigado.
Recomendado
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