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"Maior taxa de juros do mundo no Brasil não é erro do Banco Central", diz Paulo Rabello de Castro
O Antagonista
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há 4 meses
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Muito bem, bem-vindos a mais um Papo Antagonista. Hoje é segunda-feira, dia 13 de fevereiro.
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Temas aí candentes, né? Parece que nas últimas semanas alguns temas insistem em prevalecer na
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pauta. A gente vai falar sobre esses ataques à autonomia do Banco Central, a gente vai falar
00:16
sobre inflação, vamos falar também sobre as articulações que estão em curso para a reforma
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tributária. Bom, esses temas e também sobre a visita do Lula aos Estados Unidos e as besteiras
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que ele falou lá. Para os temas econômicos, eu convido o Paulo Roberto, perdão, Paulo Rabelo
00:35
de Castro, Paulo Roberto é o nosso colunista. Paulo Rabelo de Castro, que é economista,
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ex-presidente do BNDES e também do IBGE. Paulo Rabelo, bem-vindo ao Papo Antagonista. Muito
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obrigado pela presença aqui. Prazer é meu, Cláudio. Prazer estar com os internautas que
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acompanham um papo tão inteligente. Maravilha. Bom, de cara, a gente já entra pela inflação,
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né? Que a inflação é talvez o motivo de outras brigas que nós estamos vivenciando aí,
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estamos testemunhando brigas políticas, mas que tem um impacto também econômico, alguns
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efeitos bumerangue. Inflação, hoje o Boletim Focus veio com a, mais uma vez, com a perspectiva
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de alta da inflação. Eu queria a sua avaliação. Cláudio, de um modo muito simples, acho que a mídia,
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neste caso, está pegando um pouco pesado. A variação foi mínima. Se eu não me engano,
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5,78 para 5,79 seria a marca do ajuste, um centésimo de ponto percentual aí. Mas acima do limite
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superior da meta. Esse sim é o problema. E para estar acima do limite da meta, que seria este ano na
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faixa de 4,75% ao ano, o limite superior, nós estaríamos ainda mais de um ponto percentual,
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estimadamente, acima da meta este ano. Não chega a ser uma catástrofe, mas o ruim é que já é o
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terceiro ano em que o Banco Central, apesar de todos os seus esforços, vem furando a meta
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almejada. E aí começa a discussão toda, o debate, inclusive os ataques ao desempenho do Banco Central,
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tendo em vista que nós estamos praticando a taxa de juros básica mais elevada do mundo,
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e temos também a estrutura de juros, talvez a mais distorcida em termos daquele que paga o custo de um
02:50
crédito no Brasil, e nem por isso temos o resultado inflacionário adequado ou pelo menos compatível com a
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meta. Daí eu acho que é razoável se perguntar, é a nossa maneira de fazer a inflação cair que é pouco
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eficiente, é a meta que é muito rigorosa para um país que ainda tem severos traços ainda de
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indexação, ou seja, de acompanhamento muito de perto da taxa de inflação do passado, o próprio
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governo com muitos preços administrados. O que é que está errado nesse processo? E entra o fator
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político para agravar tudo, na medida em que se identificam campos políticos dentro de um
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cenário onde deveria prevalecer o bom senso econômico para que a gente pudesse tocar o país.
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Quer dizer, é uma discussão que deveria ser eminentemente técnica, mas está sendo oportunizada
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pelo próprio presidente da República. Esses ataques, esse cerco à figura do Roberto Campos Neto,
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ele ajuda ou atrapalha o debate e também a própria inflação? Porque eu, na semana passada,
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ouvi diversos especialistas que me disseram, olha, quanto mais ele ataca, pior, mais os juros a longo
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prazo. O prazo aumenta.
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Está me ouvindo?
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Não, eu cortou um pouquinho, mas até o ponto em que você imaginava, junto com o mercado, que atacar a figura
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do Roberto Campos Neto também não vai ajudar a recompor as expectativas, ou falando no jargão do mercado,
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reancorar as expectativas.
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Acaba tendo um efeito inverso, pelo que eu tenho ouvido. Não sei se o senhor concorda com essa avaliação.
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É claro que eu concordo, mas isso também, essa concordância não vai nos levar a lugar algum,
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porque, como eu disse, os fatos objetivos são que nós praticamos a taxa de juros real, ou seja,
05:03
já descontada a taxa de inflação mais elevada do mundo, e não temos, e reconhecidamente não temos,
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a situação de país mais arriscado do mundo. Pelo contrário, do ponto de vista de risco de pagamento,
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que é o chamado risco de crédito do Brasil, não é nenhum triplo A, mas é um risco mediano.
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E, portanto, não se justificaria do ponto de vista de política econômica,
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mas isso não é erro ou equívoco do Banco Central hoje, muito menos dessa administração.
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É um erro cavalar, estrutural, que vem sendo perpetrado no Brasil desde muitos anos.
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O presidente da República, ele é um operador político por excelência.
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Então, ele está personalizando na figura do Roberto Campos Neto, que virou o Cristo da vez.
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Mas eu acho que não é nada pessoal, não. O que ele quer obter é uma rediscussão desse processo,
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e, obviamente, com interesse político numa eventual reestruturação dos nomes dentro dessa diretoria.
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Essa politização é que está muito mal parada, porque, como há uma independência,
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a figura do presidente do Banco Central deveria ser respeitada até o fim do seu mandato.
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Essa coisa dos juros altos me lembrou que o Banco Central, na gestão do Campos Neto,
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ele conseguiu reduzir, até alguns alertaram que reduziu muito,
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demorou muito para reagir, para subir, quando a inflação começou a ameaçar.
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Mas eu me lembro que, naquele momento em que a Selic estava lá embaixo,
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havia uma cobrança em relação à expectativa sobre os bancos,
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os juros cobrados pelos bancos, para o consumidor final.
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É esse efeito cascata que se espera.
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Se o custo do dinheiro está mais baixo, tem que ser mais baixo também para o consumidor final,
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para o cliente do banco.
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Mas isso não aconteceu.
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Por que, doutor Abel?
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Veja bem, quando eu disse que temos a taxa de juros real mais elevada do mundo,
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eu fiz um aposto e uma estrutura também de crédito a mais distorcida do mundo,
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se a gente quiser olhar para os níveis praticados junto ao consumidor do crédito.
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E isso para não falar nas pornográficas, taxas de cartão de crédito, cheque especial e tudo mais.
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A autoridade monetária, tradicionalmente, tem feito vista grossa para esse tipo de abuso.
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É um país que não tem boa ética em relação à sua prática financeira.
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Temos até uma boa tecnologia implantada, e aliás, o Banco Central está de parabéns por esse PIX, por exemplo.
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Mas não temos a mesma agilidade, vamos dizer assim, para introduzir também uma relativa austeridade na prática dos juros.
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E isso é tão verdade que nós temos também um sistema, por exemplo, de crédito consignado,
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que é uma agressão àqueles que, de fato, estão na base da pirâmide econômica
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e não teriam condição, em tese, de ficar pegando cheque, um cheque consignado para atrapalhar a sua vida no futuro próximo.
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Aliás, diga-se de passagem, uma prática começou numa antiga gestão do presidente Lula.
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Portanto, nós somos muito rápidos para introduzir maneiras da população se endividar
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e, neste momento, a população está num limite estatístico de endividamento
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sem ter o padrão mínimo necessário para que não haja um estresse muito grande por parte da sociedade.
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Eu me alonguei um pouco apenas para dizer que, nessa briga, todos falam alto, mas ninguém realmente tem toda a razão.
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E o Banco Central, na sua independência, ele não tem uma agenda de proteção da moeda
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e dos consumidores dessa moeda, que são aqueles que utilizam o padrão monetário brasileiro.
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Nós precisamos avançar muito e avançar com seriedade.
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Isso, até agora, não aconteceu.
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Vários candidatos, por exemplo, falaram em revisar o alto, o superendividamento brasileiro,
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mas, até agora, passado mês e tal, quase dois meses de administração Lula,
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nós ainda não vimos, por exemplo, medidas práticas em relação a essa situação.
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E, digo mais, no caso do BNDES, por exemplo, não vimos ainda medidas práticas em relação a ampliar
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a faixa das chamadas pequenas e médias empresas que demandam crédito para investimento,
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e isso poderia ser muito útil para a arrancada do crescimento.
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Já que o governo fala tanto em crescer e crescer,
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há medidas práticas que podem ser tomadas através de instrumentos que ele tem à sua disposição,
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e não apenas ficar olhando sobre os instrumentos que os outros estão tocando,
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que, no caso, é o Banco Central.
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