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O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou que o país tem dúvidas sobre confiar nos Estados Unidos nas negociações de paz. Ele sugeriu que os esforços do presidente Donald Trump seriam apenas um disfarce para encobrir os ataques israelenses ao território iraniano.
Reportagem: Luca Bassani

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Transcrição
00:00O ministro das Relações Exteriores do Irã afirmou que o país não sabe se pode ter confiança nos Estados Unidos após os ataques de Israel.
00:09Luca Bassani chega ao vivo com mais informações pra gente sobre essa fala.
00:14Luca, muito bom dia a você.
00:17Bom dia a você, David Tarso, Paula Nobre, a todo mundo que nos acompanha neste sábado.
00:21O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Aghakti, disse que não pode confiar nos Estados Unidos para poder terminar com esta guerra,
00:30exatamente porque ele considera uma traição o fato de toda essa ofensiva militar, principalmente nas bases nucleares iranianas,
00:42durante um período de negociação entre Estados Unidos e Irã sobre um novo programa nuclear.
00:47Lembrando que toda a guerra começou há cerca de 10 dias, mas 2, 3 dias depois estava marcada uma reunião para acontecer em Oman,
00:58onde discutiriam novos termos dos critérios exatamente estabelecidos por Donald Trump para o novo acordo nuclear.
01:05Neste momento de desconfiança, nós vemos que todos os esforços diplomáticos têm, de certa forma, mandado uma mensagem positiva,
01:14ainda mais sido em vão, já que ontem o próprio ministro Abbas Aghakti também esteve em Genebra, na Europa,
01:21se encontrou com os ministros das Relações Exteriores da França, do Reino Unido, da Alemanha,
01:25mas a reunião, após algumas horas, não surtiu efeito, não teve nenhum tipo de resposta positiva,
01:31já que o Irã diz que não vai negociar nada de maneira oficial enquanto estiver sob ataque.
01:37Da mesma maneira, Donald Trump diz que não tem como convencer Israel a parar com os ataques,
01:43porque eles estão muito determinados a eliminar qualquer possibilidade de uma arma nuclear iraniana,
01:48o que envolve novas ofensivas em outras instalações nucleares,
01:53sobretudo aquela em Ford, o que nós falamos aqui extensivamente,
01:57aquela que está a cerca de 90 metros de profundidade.
02:00Em todo esse cenário, a diplomacia não tem conseguido fazer com que os ataques cessem
02:05e que as pessoas inocentes, muitas delas que têm sido vítimas dos ataques em ambos os lados,
02:11percam suas vidas.
02:12Obviamente que a gente vai ficar de olho em novas declarações
02:15e como os países irão se portar durante este final de semana,
02:19enquanto se espera a resposta de Donald Trump sobre a possibilidade de entrada dos Estados Unidos
02:25de maneira total nesta guerra.
02:27Com certeza, Luca Bassani, é o que todo mundo quer saber.
02:30Essas duas semanas em que Donald Trump deve se manifestar, se entra ou não no conflito.
02:35Agora, nas últimas horas, Luca Bassani, algum ataque mais recente,
02:39alguma nova atualização em relação a algum bombardeio?
02:43Pois é, Paulo, nós vemos que durante as últimas horas,
02:47essa madrugada, a cidade de Haifa, em Israel, foi bastante atingida
02:51e outras localidades na capital Teherã, principalmente alguns estoques de mísseis.
02:57Segundo a IDF, inclusive, 50% dos lançadores de mísseis balísticos iranianos
03:02foram completamente destruídos, mas a gente vê que tem sido uma guerra com baixas de ambos os lados.
03:09Há exemplos de mais de 25 israelenses que perderam sua vida e 200 iranianos,
03:14muita estrutura civil na cidade de Tel Aviv.
03:17Em comparação com outras noites, essa foi um pouco mais tranquila,
03:22se é que assim podemos colocar com o eufemismo,
03:25mas a gente percebe que essa guerra poderá ser longa.
03:28Os países também têm medido o quanto tem ainda nos seus estoques,
03:32tanto de defesa quanto de ataque.
03:35Há vários rumores de que o Irã estaria com estoques baixos de mísseis balísticos
03:39e também que Israel estaria com dificuldade de manter o seu sistema de defesa antiaérea
03:44como o próprio Iron Dome, com todos os suprimentos necessários para fazer as interceptações.
03:50Nenhuma dessas versões foi ainda confirmada, mas a gente sabe que uma guerra longa é desgastante,
03:56ela acaba também exaurindo os sistemas de defesa e também acabando com os estoques do ataque.
04:02Por isso mesmo que a gente vai ficar de olho nessa situação de perto
04:06e também observando as movimentações diplomáticas,
04:10porque essas poderão, esperamos nós, colocar fim a essa guerra de maneira mais cedo.
04:15Com certeza.
04:16Luca Bassani falando de Moscou para a gente aqui no Jornal da Manhã.
04:19Eu quero chamar agora o professor Marcos Vinícius.
04:21Professor, bom dia para você.
04:22Bem-vindo novamente, professor.
04:24A gente viu aí o Luca falando que o Irã diz que não sabe se pode confiar nos Estados Unidos.
04:30Quais são as implicações dessa falta de confiança para os acordos bilaterais,
04:34para as negociações do acordo nuclear?
04:36Bom dia, Paula. Bom dia, David. Um prazer conversar com vocês sempre.
04:41Acontece o seguinte, né, Paula?
04:43Os iranianos, e esta alegação deles, estavam em negociação com os Estados Unidos
04:49para esta questão da utilização dos equipamentos e também do refino
04:56e da utilização do urânio nesse processo todo, justamente com o objetivo de estabelecer
05:02com a Agência Internacional de Energia Atômica, de que o objetivo do programa iraniano era de paz,
05:12era pacífico.
05:13E o Donald Trump, naquelas bravatas de sempre, de estabelecer um prazo,
05:18disse que em 60 dias eles deveriam chegar a uma conclusão.
05:20E obviamente que nós sabemos que este assunto se arrasta há muitos anos,
05:25justamente porque quando se chegou a uma conclusão,
05:28o próprio Donald Trump cancelou a conversa e cancelou o acordo que havia sido feito anteriormente.
05:34Então, e no 61º dia, o Estado de Israel veio e iniciou a ação com o apoio dos Estados Unidos.
05:43O que dá a impressão, e isto não é comentário só dos iranianos,
05:47é como o mundo tem observado, inclusive o próprio presidente da Turquia,
05:52agora na reunião que está tendo da Organização de Cooperação Islâmica, disse isso,
05:58o que nós vemos é que dá a impressão de que os Estados Unidos estavam basicamente
06:02cozinhando o Irã nesta conversa e num processo de preparação final
06:08para a atuação do Estado de Israel.
06:09Então, o que se tem aí é que os Estados Unidos, como são o principal parceiro neste processo todo,
06:16o financiador, o facilitador também na questão das armas,
06:21e também você observa até mesmo na possibilidade de cessão de uma arma
06:26para atingir a usina nuclear de Ford,
06:29o que nós vemos aí é que os Estados Unidos perderam, nesse processo todo,
06:34qualquer credibilidade para assumirem a função de mediadores nesse processo.
06:39É claro que os iranianos estão dizendo o seguinte, e a mensagem é muito clara,
06:44em primeiro lugar, não existe aí um processo de rendição incondicional.
06:50Trump não pode tratar, e é isso que eles têm falado,
06:53um país que tem uma longa história desta forma como pretende tratar
06:58um sistema de suzerania e vassalagem global.
07:01Em segundo lugar, não se faz negociação com bombas atingindo,
07:05e bombas sendo implodidas, sendo explodidas nesse processo todo.
07:11Não se pode negociar um acordo sob ameaça,
07:16porque isso retiraria também qualquer legitimidade daquilo que for assinado.
07:23Então, esta é a alegação de que o Irã só pretende voltar à mesa de negociação,
07:28mesmo com os Estados Unidos, depois que houver aí um cessar-fogo,
07:33para que haja a possibilidade de se conversar sem esta pressão adicional.
07:39Mas é engraçado também, né, Diogo da Luz, como que as tratativas não avançam,
07:43porque na reunião, o premier iraniano, na conversa com os europeus,
07:49os europeus praticamente lavaram as mãos, dizendo,
07:51olha, conversem diretamente com os Estados Unidos.
07:55Agora, por que de conversar diretamente,
07:58sendo que o objetivo da reunião era chegar uma tentativa de resolução entre eles ali,
08:03para que os europeus levassem a proposta aos Estados Unidos,
08:06sabendo que o Irã tem pouco diálogo com o presidente Donald Trump?
08:10Dentro dos europeus, tem um que foi muito claro,
08:14que é o primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Maas.
08:17Ele disse que Israel está fazendo o trabalho chamado de sujo,
08:20mas aquele que é fundamental para todo o Ocidente.
08:23Essa é a realidade.
08:25E eu concordo que o Irã não deva mesmo depositar a esperança
08:29que os Estados Unidos viessem a acabar com a guerra,
08:31porque tem um único país no mundo que tem todas as ferramentas possíveis
08:36para encerrar essa guerra imediatamente.
08:39É o próprio Irã.
08:40Basta ele se comprometer a não atacar mais nenhum israelense,
08:45nem outros povos,
08:46e também abrir suas fronteiras e permitir que investiguem e vejam detalhadamente
08:52se tem a bomba ou não tem a bomba, ou se caminha para fazê-lo ou não.
08:57Se o Irã declarar paz, não é rendição.
09:00É simplesmente dizer, não vou atacar mais ninguém,
09:03não vou distribuir recursos para Hamas, nem Hezbollah, nem Routis,
09:08que ataque indiretamente.
09:10Ele pode, sim, terminar com essa guerra, sem depender de mais ninguém.
09:13Agora, professor Marcos Vinícius, em relação também às falas do premier iraniano,
09:20ele destacou que Israel cometeu crimes de guerra.
09:23E ao longo dessa semana, a gente viu um ataque iraniano também
09:26a um hospital em Tel Aviv, onde mais de 200 pessoas ficaram feridas.
09:31Então, essas trocas de acusações também sobre crimes de guerra
09:34ganham cada vez mais força nas narrativas que estão sendo geradas em meio a esse conflito.
09:38É, mas depois de Gaza, o Estado de Israel perdeu completamente qualquer possibilidade
09:45de alegar ações contrárias nesse processo todo.
09:49O que você notou, justamente, se você pensar,
09:52que a quantidade de hospitais que foram destruídos,
09:54sempre sob a alegação de que eram utilizados pelo Hamas,
09:58e o que se diz ali, os iranianos disseram e deixaram isso também claro na sua ação,
10:02e ninguém aqui está defendendo nada nesse processo todo.
10:05Afinal, a guerra é uma... como diria o próprio Roosevelt, né?
10:09Nós odiamos a guerra, mas o que você observa é que também o hospital
10:13foi consequência de uma ação de alguma área em que havia um interesse e um alvo militar.
10:19Então, a gente tem que tomar muito cuidado com essas narrativas,
10:22como elas vão sendo feitas, até porque se nós considerarmos a questão de um país
10:27atacar as instalações nucleares de outro país,
10:30sendo este país o mais supervisionado do mundo na história da Agência Internacional de Energia Atômica.
10:39Dizer que o Irã não foi supervisionado e não tem sido objeto de investigação internacional,
10:46isso não corresponde à realidade, até porque todo mundo sabe que há muitos anos
10:51que o Irã passa sob essa supervisão.
10:54Então, e você querer atacar uma instalação nuclear é considerado um crime de guerra, não é?
11:01Se aquela instalação nuclear não tiver o fim militar que se está dizendo.
11:07Então, nós temos aí uma situação complexa,
11:09tanto é que os países da região estão muito preocupados com isso,
11:13porque, não podemos esquecer, muitos deles usam a água do mar,
11:18desalinizam e qualquer tipo de radiação poderá ser extremamente prejudicial
11:23aos habitantes daquela região.
11:25Então, a ação, e isso nós temos muito claro,
11:29e não somos nós que estamos falando,
11:31a comunidade internacional reconhece que existe aí uma ação
11:35que não vai nos termos do direito internacional.
11:39E, claro, sempre haverá dos europeus
11:41que vivem ali num sistema de vassalagem aos Estados Unidos,
11:46porque terceirizaram a sua segurança há muito tempo
11:49e também até mesmo alguns aspectos da sua atividade econômica,
11:53os europeus sempre têm esta postura equivocada,
11:58até porque, quando nós olhamos para o Oriente Médio e para a África,
12:01muitos dos problemas existentes foram criados pelos próprios europeus.
12:06Diogo da Luz, a gente sabe que os olhares todos estão voltados
12:10à decisão de Donald Trump, se entra ou não nesse conflito.
12:13A gente sabe também que a relação dos Estados Unidos com o Irã e Israel
12:17é uma relação complexa, bem multifacetada também.
12:21Tem relações econômicas com os dois países,
12:24utilizam dos dois países para benefício do seu próprio país,
12:28dos Estados Unidos.
12:29Então, Donald Trump está, literalmente,
12:33numa sinuca de bico no que vai fazer.
12:34Sem dúvida, está numa sinuca de bico
12:37e, possivelmente, a entrada dos Estados Unidos na guerra
12:40não resolva totalmente o problema,
12:42porque essa tal bomba que dizem muito
12:44que pode se enterrar por 60 metros
12:47para explodir as instalações que
12:49pretendem fazer a bomba iraniana,
12:52talvez não chegue, de fato,
12:54nas instalações que, segundo alguns,
12:56está a mais de 60 metros de profundidade.
12:57O que me parece mais importante
13:00é toda a comunidade ocidental se manifestar claramente,
13:05exigir do Irã transparência
13:07e que permita a entrada de pessoas
13:10para olharem detalhadamente aquilo tudo
13:13e, principalmente, que se comprometa a não atacar mais.
13:17Aí, sim, existe a possibilidade de uma solução.
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