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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vive uma corrida no Congresso para aprovar projetos que arrecadem R$25 bilhões e cumpram a meta fiscal de 2026. As propostas incluem um corte linear de 10% nos benefícios fiscais (cerca de R$19,8 bi) e a taxação de bets, bancos e bilionários, que somaria mais R$5 bi. Confira o debate do tema com os comentaristas do programa 3 em 1.

Assista à íntegra em:
https://youtube.com/live/4o5_p_83ft0?feature=share

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Transcrição
00:00E o ministro Fernando Haddad ainda aposta na aprovação de duas propostas para tentar aumentar a arrecadação em 25 bilhões de reais e garantir o cumprimento da meta fiscal de 2026.
00:10Vamos falar um pouco dessa peregrinação, porque já se tornou uma peregrinação para conseguir essa grana, né?
00:14O Matheus Dias é quem vai trazer as informações para a gente agora.
00:18Quais são essas propostas, Matheus? Bem-vindo.
00:23Pois é, Evandro, é quase como uma mineração ali para tentar achar recurso para cumprir essa meta fiscal, né?
00:28Boa tarde para você, boa tarde a quem nos acompanha.
00:31Então, o ministro Fernando Haddad tenta conseguir a aprovação de mais duas propostas no Congresso.
00:37Ele continua tentando para cumprir a meta fiscal, segundo as contas do Ministério da Fazenda, se essas duas pautas forem aprovadas, como você disse, 25 bilhões a mais no Caixa do Governo.
00:48A primeira proposta, então, seria uma proposta para tentar diminuir um pouco os benefícios fiscais, né?
00:54Em cerca de 10%, seria um corte linear, segundo o Ministério da Fazenda.
00:58E aí, segundo as contas, também teria uma arrecadação de mais 19,8 bilhões de reais.
01:05A outra pauta é, claro, a taxação BBB, ainda de maneira insistente por Fernando Haddad, a taxação dos bancos, bets e bilionários,
01:14que o Ministério da Fazenda tenta fazer para conseguir mais 5 bilhões, cerca ali de 5 bilhões em receitas.
01:20Ambos os projetos, então, teriam essa renda extra de 25 bilhões ao governo, e aí sim, a meta fiscal seria cumprida.
01:28Na primeira pauta, a pauta, então, dos benefícios fiscais, né?
01:32Dos incentivos fiscais, ela interfere nos benefícios que as empresas, elas produzem.
01:37Então, e são vários esses benefícios, inclusive, Evandro, como imposto de renda por pessoa jurídica,
01:41Programa de Integração Social, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
01:49Essa proposta, então, tramita ainda na Comissão de Finanças e Tributação,
01:54só que não tem prazo para ser votada ainda, por mais que o governo federal já tenha mostrado a extrema vontade
01:59de votar antes do fim do ano eleitoral.
02:02Agora, segundo a pauta da taxação BBB, sobre Betis, bancos e bilionários,
02:07essa já está um pouquinho mais emboscada, né, Evandro?
02:09Já que nessa terça-feira o Senado adiou a votação,
02:13depois de perceber que a Câmara dos Deputados ainda não entrou num consenso,
02:16e segundo ali o que o Gumota teria dito, o Senado, então, interpretou que se fosse a votação, seria reprovada.
02:25Então, por enquanto, ainda segue adiado.
02:27Haddad mantém ali a vontade de colocar essa pauta em votação,
02:31mas ainda não tem um plano, ainda não tem um prazo.
02:35O que pode ser uma alternativa, segundo pessoas ali ligadas ao Ministério da Fazenda,
02:40é que essa medida seja alterada para um novo tipo ali, uma nova MP,
02:45para taxação, então, das instituições financeiras e dos sites de apostas esportivas,
02:51só que essa nova proposta seria apresentada só depois do fim do ano legislativo.
02:55Haddad tem pressa e a cobrança para atingir a meta fiscal é grande, né, Evandro?
03:00Exatamente. Obrigado pelas informações, Matheus Dias.
03:03Agora, 5 horas e 49 minutos, aquele último intervalo para quem nos acompanha pela rádio,
03:07nas outras plataformas seguimos.
03:09Alan Gani, uma das ideias do ministro é mexer com benefícios fiscais,
03:14com alguns dos subsídios.
03:16Perfeito.
03:17Em ano pré-eleitoral, dá para mexer com essa história?
03:21Ah, bem difícil, né, porque você vai perder apoio de setores bastante importantes, né?
03:28É claro que o ajuste fiscal aqui no Brasil, Evandro, passa também por uma revisão de subsídios,
03:34mas não é só isso, né?
03:37A gente também tem, por exemplo, a fórmula do reajuste do salário mínimo,
03:43que é sempre um aumento real acima da inflação,
03:46isso impacta severamente as contas públicas.
03:50O salário de mercado, ele é uma resultante de oferta de trabalho, demanda de mercado,
03:56e demanda das empresas e a produtividade.
03:59Então, quando você aumenta o salário mínimo acima do que a economia consegue absorver,
04:05você tem um impacto brutal nas contas públicas.
04:07Você tem muita indexação, a gente tem que passar por uma revisão dessas indexações.
04:11Você tem gastos atrelados à receita.
04:15Então, você tem questões estruturais.
04:17E ninguém quer mexer, evidentemente, nesse vespeiro.
04:20Empurra o problema para frente para 2027, quem assumir tem que mexer nessa bomba.
04:26Ô, Bruno Musso, o que eu quero perguntar para você é,
04:29é natural que o ministro tenha que se esforçar tanto,
04:32tenha que viver uma peregrinação para conseguir uma arrecadação
04:36que garanta o cumprimento da meta?
04:40Ou o problema está justamente aí?
04:44O problema está na ordem das coisas.
04:46Eles precisam aceitar a obviedade da matemática.
04:50Me parece que nós vivemos tempos tão sombrios,
04:52onde a matemática precisa ser questionada.
04:54Mas tem um ponto, não se discute.
04:58A verdade aparece.
04:592 mais 2, por mais que você bata na tecla ou escreva numa parede que é 5,
05:03quando você precisar comprar alguma coisa, 2 mais 2 será 4.
05:06Não tem jeito.
05:07A verdade, ela bate na sua porta, dá tapas na sua cara e ela aparece.
05:11E a questão é que o Brasil vem aumentando a sua arrecadação
05:14de maneira impressionante.
05:17E isso significa que nós arrecadamos mais de 3 trilhões de reais até o momento,
05:21quase 3 trilhões e meio já até agora, nesse ano.
05:25E mesmo assim, todos os meses batendo o recorde de arrecadação,
05:28a despesa continua crescendo mais do que arrecadação.
05:31Você estrangula aqueles que geram impostos, aqueles que geram empregos.
05:38Por quê?
05:38Porque o governo precisa cada vez gastar mais
05:41para manter uma máquina pública inchada e ineficiente, por definição.
05:46Tente, na sua casa, continuar aumentando os seus gastos.
05:49Chega o momento que a tua hora é limitada, como de todo mundo.
05:53O dia tem 24 horas para todos nós.
05:55Seja rico, pobre ou não.
05:58Então, significa que a capacidade de arrecadação, ela tem um teto.
06:04E isso é muito bem demonstrado.
06:06Tem um momento em que, quanto mais você vai subindo as alíquotas de impostos,
06:10a tua arrecadação passa a cair.
06:12Isso é explicado em economia.
06:14Por quê?
06:15Porque você estrangula a capacidade daqueles que geram riqueza
06:19e eles vão, obviamente, para o mercado informal.
06:22Não dá.
06:22Você não aguenta mais pagar as suas contas e ter que sustentar
06:25uma máquina pública gigantesca desse jeito.
06:28Então, em algum momento, a verdade nos jogará de cara para o abismo.
06:34E aí nós teremos dois pontos.
06:36Aceleramos e tentamos encarar a lei da física, da gravidade.
06:41Assim como eles questionam que 2 mais 2 é 4,
06:43vamos tentar questionar a lei da gravidade também para ver se a gente flutua.
06:47Ou então, teremos que apertar o cinto.
06:49Já vai doer.
06:50A partir de 2027, não há mais espaço dentro do orçamento com os gastos discricionários.
06:55Já vai doer.
06:56A questão é, se a gente pular do abismo, vai doer mais.
06:59A questão é escolhermos quando.
07:01Zé Maria Trindade, você avalia da mesma maneira?
07:05Pois é.
07:06O Bruno me fez lembrar um personagem,
07:08o homem que calculava.
07:11É um livro do professor de matemática.
07:13O professor chamava Júlio César, né?
07:14E ele escreveu com o pseudônimo de Malbatã.
07:17E endoidava a minha cabeça com aquela história lá de enganar os números,
07:21e o dinheiro sumia, o dinheiro aparecia, e ninguém entendia.
07:24E ele fazia as contas, somava, dava tudo certo.
07:27E faltava um pedaço.
07:29Então, o que está acontecendo?
07:30É a mesma coisa.
07:31Qual é o grande problema?
07:32O Brasil está gastando mais do que a RECADA.
07:37São 5 trilhões e 400 bilhões de orçamento,
07:41que rapidamente, 2 trilhões e 400 bilhões para o pagamento da dívida,
07:48dos juros da dívida, chamado eufemicamente de serviço da dívida.
07:53E depois vem a folha de pagamento e previdência e acabou o dinheiro.
07:57Esta é a realidade.
07:59E essa é a realidade prática.
08:01Por que eu estou dizendo isso?
08:02Porque isso é estrutural.
08:04Tem que fazer uma reforma estruturante para o país.
08:07Isso não tem a menor possibilidade de acontecer.
08:10Aí ficam os ministros, e o Haddad é especialista nisso,
08:13querendo aumentar.
08:14Qual é a maldade política?
08:16É a seguinte, eu assisti um debate lá no Congresso Nacional,
08:20uma conversa entre líderes informais,
08:24dizendo o seguinte, num determinado momento,
08:26eu vou citar o nome dele,
08:28o deputado Arnaldo Jardim disse assim,
08:30peraí, nós vamos dar essa bolada para esse pessoal no ano que vem?
08:36Qual o lance?
08:36É o seguinte, mais dinheiro agora no orçamento significa o ano que vem o governo com dinheiro
08:41para jogar nas áreas sociais e fazer política.
08:44Então não tem a menor chance de aprovar isso.
08:47Eu acho muito difícil politicamente aprovar.
08:50No mais, é chamar o professor Júlio César, o mau batalhão,
08:53para fazer essa contabilidade do governo.
08:56Muito bom, Zé.
08:57Piperno, você entende também que a questão política vai...
09:01Vamos dizer assim, existe a questão política de ambos os lados.
09:04A questão política que impediria que o governo tivesse mais dinheiro à disposição,
09:08exatamente porque ele poderia usar isso a seu favor com a máquina na mão numa campanha eleitoral.
09:12E, por outro lado também, uma dificuldade ou uma necessidade do governo precisar desse dinheiro
09:21para chegar a essas contas.
09:24Dos dois lados, há algo que impede que isso de fato vá para frente?
09:29Isso é verdade, sim.
09:31O fator político é muito importante nessa equação,
09:35principalmente porque o calendário aponta para uma eleição daqui a dez meses e meio.
09:39Então, é claro que isso é uma variável que está no cálculo de todo mundo,
09:45de todos os atores políticos.
09:47Agora, a essa altura, a gente tem que entender uma coisa.
09:51Primeiro, é muito difícil sempre e é historicamente complicado combater os lobbies organizados,
09:59o que eu chamo do pacto das elites.
10:02E aí, eu estou me referindo não só às elites financeiras, às elites empresariais,
10:10mas também às servidores públicos e militares.
10:13Todos esses grupos, eles têm privilégios.
10:17Por exemplo, o judiciário tem, as forças armadas têm nas suas aposentadorias.
10:22Então, é muito difícil alguém atacar isso tudo.
10:25Qual é o caminho mais fácil que, por exemplo, os defensores dessa ortodoxia fiscal apontam?
10:35O mais cômodo para eles, inclusive.
10:36Ah, vamos cortar benefício.
10:38Ah, vamos cortar, por exemplo, a valorização do salário mínimo.
10:42Mas o salário mínimo é um negócio brutal.
10:45Mas é mais fácil atacar lá porque esses não têm os seus lobbies organizados.
10:50Esses não têm.
10:51E aí, quando o Brasil taxava no imposto de renda, o sujeito que recebia 1,6 salário mínimo por mês,
11:01algo absolutamente imoral, um confisco, bico fechado.
11:06A partir do momento que se começa a valorizar o salário mínimo, porque veja,
11:09o salário mínimo vai ter que, vai chegar um dia que é óbvio que ele não vai poder continuar tendo aumentos reais, ok?
11:15Só que antes de mexer nisso, tem que mexer com o Bolsa Elite.
11:19Quem é que vai mexer nisso?
11:21Nós não conseguimos nem taxar, por exemplo, os títulos, o LCA e a LCI.
11:27Imagina, então, cortar subsídios e incentivos fiscais.
11:31Não vai conseguir nunca.
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