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  • há 6 meses
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As eleições costumam fazer com que surjam alianças “improváveis”. No Papo Antagonista desta segunda-feira, Felipe Moura Brasil e Mario Sabino analisaram o espectro político brasileiro e a falta de representatividade ideológica entre os partidos.
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Transcrição
00:00Vamos voltar aqui para a eleição municipal. É o seguinte, João Campos, do PSB, foi eleito prefeito de Recife, derrotando a candidata do PT, Marília Arraes.
00:10Campos conquistou 56,27% dos votos válidos contra 43,73% de Arraes.
00:18A derrota do PT em Recife fez com que o partido ficasse pela primeira vez na história sem capitais.
00:24No segundo turno, o PT disputou 15 prefeituras, perdeu 11 e venceu apenas 4.
00:30São elas Mauá e Diadema, na Grande São Paulo, e Contagem e Juiz de Fora, em Minas Gerais.
00:36No Twitter, a presidente do PT, Glaise Hoffman, afirmou o seguinte, abre o aspas,
00:39O segundo turno mostrou que a esquerda sabe lutar.
00:43Nosso desempenho nas grandes cidades e a unidade que construímos em tantas delas confirma que temos uma alternativa para o Brasil.
00:50Parabéns à militância pela garra num cenário tão difícil.
00:53O líder do PDT no Senado, Weberton Rocha, afirmou que as eleições municipais consolidaram a aliança do partido com o PSB
01:01como a nova frente progressista brasileira.
01:04Além de Recife, a aliança PDT-PSB conquistou as prefeituras de Fortaleza, Aracaju e Maceió.
01:10Em Porto Alegre, Sebastião Melo, do MDB, foi eleito prefeito derrotando a candidata do PCdoB, comunista Manuela Dávila.
01:17Ele obteve 54,63% dos votos válidos contra 43,37% de Manuela.
01:26Algo chamou a sua atenção, Mário, nessas duas eleições que também foram muito comentadas.
01:31Recife e Porto Alegre, candidata do PT perdendo lá em Recife.
01:35E a Manuela Dávila, que sempre foi ali uma linha auxiliar do PT, eu até ironizava porque ela era a vice do Haddad,
01:45a vice do poste do Lula, do presidiário, e fez campanha ali junto com eles.
01:52Botou uma banca aí nessa eleição, evidentemente teve o erro do Ibope apostando que ela tinha aí chance de vitória,
02:01mas acabou ficando para trás mais uma vez.
02:04É, o que me chamou a atenção foi o erro em ambas as capitais, né, o erro das pesquisas.
02:09Numa mostrava a Manuela à frente do seu oponente, e no outro uma eleição muito apertada,
02:17que seria a voto que não se revelou, não se mostrou verdadeiro.
02:23No caso de Recife, é importante a gente lembrar que ficou tudo em família, né,
02:29porque o rapaz lá, o filho do Eduardo Campos, é primo da Raiz, né, da senhora Raiz.
02:37O que é, isso não tem nada a ver com partido, não tem nada a ver com ideologia, tem a ver com oligarquia.
02:43São as oligarquias nordestinas, no caso de Pernambuco, agora, com esse, uma oligarquia à esquerda, né,
02:53que é formada por essa família Campos com os Arrais, dominando o espetáculo.
03:00A idade desse rapaz, né, é João Campos, né, o banca dele?
03:04Isso.
03:04É, a idade desse rapaz é 27 anos, ele é o prefeito mais jovem, né, já eleito por uma capital.
03:14Isso é uma insanidade, né, é uma insanidade, olha, eu não tô aqui subestimando a inteligência de ninguém,
03:21mas me parece meio óbvio que um menino de 27 anos não pode governar,
03:26não teria condição pra governar uma cidade como o Recife, que apresenta problemas seríssimos, né,
03:34inclusive muita disparidade social, uma grande massa de gente miserável, né.
03:42Então, assim, as oligarquias já foram mais responsáveis, ou menos irresponsáveis, ou menos assintosas, né,
03:50acho eu, porque realmente colocar lá um menino de 27 anos pra dirigir uma cidade como o Recife
03:56é uma insanidade, é uma brincadeira, né, dessa gente aí, desses oligarcas.
04:03No caso, no caso do Rio Grande do Sul, a Manuela Dávila é uma grande perdedora, né,
04:11essa que é a verdade, uma perdedora, uma perdedora nata, eu diria.
04:15Ela não... é mais uma dessas figuras que você não sabe muito bem porquê se fizeram, né,
04:22porque, enfim, ela era uma lidera estudantil, né, tem boa presença,
04:28andou aí metida com aqueles hackers, né, que andaram espionando o telegram do...
04:36roubando mensagem do Deltan Dallagnol, do Sérgio Moro,
04:41mas conseguiu se safar, né, dessa história feia, né.
04:46É da turma simpática a Cuba, a Venezuela, assim como Guilherme Boulos.
04:52É, não... assim, vai ter sempre espaço pra esse tipo de político no Brasil, né,
04:58mas, assim, não vejo como ela pode agregar alguma coisa, seja o país, né,
05:07seja mesmo a esquerda, não acho que seja um grande asset da esquerda brasileira, não.
05:17E o governador socialista do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB,
05:21o partido da Manuela Dávila, reconheceu que a esquerda, assim como o bolsonarismo, perdeu.
05:26Abre o aspas, se olharmos nacionalmente, não há dúvida de que a direita venceu a esquerda, fecha o aspas.
05:32Ele tá se referindo a uma direita que não é o bolsonarismo.
05:35E isso até eu coloco em questão, Mário, embora a gente já tenha falado muitas vezes dessa salada ideológica no Brasil,
05:42que a ideologia... onde a ideologia, muitas vezes, é utilizada simplesmente pra cativar um nicho de eleitorado
05:48e acobertar aquilo que muitos políticos têm em comum, seja qual for o ponto do espectro em que se encontram.
05:54Mas a gente tem visto na imprensa, muita gente tratar essa turma aí do Centrão, do DEM, do MDB, do PSDB,
06:02e até PP, PSD, como partidos de centro-direita ou até direita, como tá vendo aí no Flávio Dino.
06:10Quanto mais a esquerda a pessoa tá, parece que ela vai mais empurrando a centro-esquerda, o centro, pra direita.
06:17E a centro-direita, talvez, lá pra extrema-direita.
06:20Geralmente é assim, né, Mário?
06:21Eu, olha, eu não sou muito original, viu, Felipe, nesse aspecto.
06:28Acho que não tem ideologia no Brasil.
06:32É mais fisiologismo, né?
06:33É fisiologia, é roubar, né?
06:36Não é muito...
06:40Sinceramente, já se esboçou uma esquerda no Brasil, né?
06:46Na época da criação do PT, né?
06:50Na época da criação do PSDB, o PSDB nasceu como partido de centro-esquerda.
06:56É o Partido da Social Democracia Brasileira.
06:59O nome tá lá, né?
07:00Agora, aí você tinha o PCdoB, que tem uma história antiga, como Partido Comunista, né?
07:06Mas, no decorrer do período, eles foram se igualando ao restante dessa massa sem ideologia, né?
07:20Da política brasileira.
07:22E direita mesmo, você...
07:25Havia uma...
07:27Quando surgiu o Bolsonaro, parecia que ia ter uma direita, né?
07:31Uma direita meio bronca, mas direita.
07:36O Partido Novo, né?
07:38Seria um partido de direita, um partido que levaria adiante as ideias do liberalismo.
07:43O Partido Novo não decolou.
07:45Até o momento, pelo menos.
07:47O Bolsonaro...
07:48A direita porcaria nenhuma, né?
07:50É um enganador, né, o Bolsonaro.
07:55Inclusive, porque o Bolsonaro e os filhos dele apoiavam o PT, né?
08:00A gente pode esquecer isso.
08:02Não faz tanto tempo assim.
08:04Esses outros partidos, eles são, ideologicamente, da conveniência do momento.
08:11Então, não há ideologia no Brasil, né?
08:14Você tem ali o PSOL, que é uma esquerda, uma esquerda um pouco...
08:20Às vezes, um pouco aloprada, né?
08:24Mas, assim, não há muito como definir, do ponto de vista ideológico, de uma maneira segura e clara, né?
08:37O que acontece hoje no cenário político.
08:39Eu acho, por exemplo, que o Rodrigo Maia é de esquerda hoje.
08:42O Rodrigo Maia, olha, se ele se vender como esquerdista, pode ser até que ele tenha mais uns 10 mil votos, assim.
08:51Então, assim, cara, não tentem definir, ideologicamente, ninguém no Brasil, né?
08:59Com a mesma régua, né?
09:02Que se costuma usar em outros países.
09:04O próprio PSDB, o João Dória, não é uma figura de centro-esquerda, né?
09:10Ele hoje é o dono da social-democracia brasileira.
09:14Ele se vende como centro, mas nas eleições passadas, eu digo em 2018,
09:20ele estava se vendendo como um direitista furibundo, né?
09:25Porque pegou carona no bolsonarismo.
09:28Agora ele é de centro, né?
09:30Vai saber se, em 2022, ele não vai se vender como de centro-esquerda, né?
09:37Por exemplo.
09:38Isso aí é...
09:40Não há ciência no Brasil para combater a Covid-19 e também não há ideologia para definir os atores políticos brasileiros.
09:47Tem uma charge que é ótima, eu nem me lembro quem fez, mas eu publiquei no Instagram uma vez.
09:52E aqui vai meus parabéns para quem tiver feito.
09:54Muitas vezes circula nas redes sociais, que é o sujeito apontando assim para longe.
09:58Olha o fascismo!
10:00Aí o cara olha e esse sujeito que gritou, olha o fascismo, está batendo a carteira dele.
10:04Aí depois tem para o outro lado, olha o comunismo!
10:06Aí o cara olha e o sujeito está batendo a carteira dele.
10:09Então é tudo grito para ter aquelas mesmas velhas práticas por trás, enquanto uma faixa do eleitorado mais ingênua acaba acreditando.
10:17Você falou do PSDB, outro dia eu dei uma entrevista e eu citei um artigo meu antigo,
10:21que eu fiz uma coletânea das declarações dos velhos caciques do PSDB, que se dizem de esquerda.
10:27E se dizem até hoje, se perguntar para eles.
10:29Então, o José Serra, por exemplo, em 2015, se disse mais à esquerda que o PT.
10:34E aspas para ele, mais à esquerda que o PT, que ele tinha classificado naquela ocasião de partido das corporações.
10:41O Geraldo Alckmin, em 2006, sou mais à esquerda do que Lula.
10:45Era ele que ele estava se referindo.
10:47Aécio Neves, em 2014, para a direita não adianta me empurrar que eu não vou.
10:51O FHC, em 2014, sou de esquerda, mas ninguém acredita.
10:56O Aloysio Nunes foi questionado pelo Danilo Gentili, em 2014, quem é mais esquerda, PT ou PSDB?
11:01E ele respondeu, PSDB.
11:03Então, vocês vejam que os velhos caciques tucanos, eles sempre se consideraram de esquerda.
11:09O PT colocava tudo que estivesse mais ou menos à direita dele, em algum tema, como um direitismo, revivendo a ditadura militar, sempre associando.
11:22Aí depois chegou o Bolsonaro, que associava mais ainda, mas aquela alegação já tinha perdido um pouco do sentido de tanto que os petistas gastavam.
11:30Que nem esse pessoal da esquerda que usa fascista como vírgula, né?
11:33E aí depois a palavra acaba sendo banalizada.
11:37Então, foi isso que aconteceu no Brasil, essa grande salada, né?
11:40E aí cada um, dependendo de onde está no espectro, também se refere de acordo com a sua própria visão.
12:00E aí...
12:01E aí...
12:03E aí...
12:05E aí...
12:08E aí...
12:10E aí...
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