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Felipe Moura Brasil e Mario Sabino comentam a repercussão da reportagem de capa da revista Crusoé da última sexta-feira, que detalhou a relação entre Dias Toffoli e as empreiteiras Odebrecht e OAS.
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NotíciasTranscrição
00:00Antes de chamar aqui o Mário Sabino, vamos relembrar aqui, levemente, rapidamente, o conteúdo da matéria explosiva da Cruzoé.
00:07Na última sexta-feira, uma reportagem da revista detalhou a relação do ministro do STF, Dias Toffoli, com as empreiteiras Odebrecht e OAS,
00:16a partir de trechos de um depoimento de Marcelo Odebrecht e de trocas de e-mails com executivos da empreiteira.
00:21Procuradores que apuraram o caso indicaram que executivos da Odebrecht negociavam com intermediários de Toffoli
00:27o apoio do então advogado-geral da União, a AGU, às duas principais demandas da Odebrecht,
00:34uma referente ao leilão das usinas de Santo Antônio e Giral e outra à discussão sobre a extinção do crédito-prêmio do IPI.
00:40De acordo com Marcelo Odebrecht, as negociações eram encabeçadas por Adriano Maia, diretor jurídico da empreiteira,
00:47que tinha uma relação próxima com Sérgio Renaud, tido como principal intermediário de Toffoli.
00:52Tem um e-mail do Marcelo Odebrecht a executivos em que ele escreveu assim,
00:55AM, a produção soltou aí para vocês que estão assistindo, Adriano Maia, evidentemente,
01:01precisa falar com o amigo, que era o Dias Toffoli.
01:04Ele, que era o Toffoli, não quer o dele?
01:08Fecho aspas aí, foi isso que escreveu o Marcelo Odebrecht, que confirmou no depoimento
01:11ter se referido a dinheiro ilícito nessa mensagem.
01:15A gente tem aquele trechinho do depoimento aí, produção, pode soltar.
01:18Aí eu mando um e-mail para Maurício e Cláudio, com o copo Adriano Maia,
01:22você, Adriano Maia, você precisa falar com o amigo, com o Toffoli.
01:26Ele não quer o dele porque o Adriano Maia dizia que tinha esses acertos.
01:30O dele é dinheiro ilícito, né?
01:32É, mas é que eu estou indo na linha do que Cláudio, do que Maia dizia para a gente, entendeu?
01:39Pois é, e teve outro e-mail em que o Marcelo Odebrecht se dirigiu ao Adriano Maia,
01:46que era o diretor jurídico da empreiteira, repito, e escreveu o seguinte,
01:49abro aspas,
01:49Essa moça seria Dilma Rousseff, que se opunha aos interesses da empreiteira a respeito das hidrelétricas.
02:09E em documento obtido pela Cruzoé, os procuradores concluem,
02:13havia um acerto em curso dos executivos da Odebrecht com Toffoli,
02:16a Odebrecht enxergava o então advogado-geral da União como um personagem capital
02:20para resolver os problemas relacionados ao tema,
02:23e o apoio de Toffoli é dado em troca de um alto preço a ser pago pela Odebrecht.
02:29Nesse depoimento, o Marcelo Odebrecht confirmou que o preço bem alto fez referência ao valor pelo suposto,
02:34perdão, eu que perdi aqui, pelo suposto intermediário de Toffoli, Sérgio Renaud.
02:39Agora sim, eu quero conversar com o Mário Sabino.
02:42Primeiro, tem mais uma sonora, perdão, a produção está me alertando,
02:46que dessa última mensagem tem o comentário do Marcelo Odebrecht.
02:49Pode soltar, perdão.
02:50Aí eu mando um e-mail para Maurício e Cláudio, com o copo Adriano Maia,
02:54você, Adriano Maia, você precisa falar com o amigo, com o Toffoli.
02:59Ele não quer o dele porque o Adriano Maia dizia que tinha esses acertos.
03:03O dele é de orilisto, né?
03:05É, mas é que eu estou indo na linha do que Cláudio, do que Maia dizia para a gente, entendeu?
03:11Diria que pelo desgaste que possamos estar tendo pelo envenenamento da moça,
03:16o apoio dele vale uma parceria preço bem alto.
03:18Pronto, aí está claro.
03:19Aí está claro.
03:20Aí está claro.
03:21Entendi.
03:22O envenenamento da moça, quem seria esse envenenamento?
03:24É, Dilma.
03:24De Dilma.
03:25Porque Dilma, nesse ponto, ele estava contrário ao interesse da Odebrecht.
03:29Então, está claro aqui que a gente está falando de que vale uma parceria preço bem alta,
03:34não resta a menor dúvida aqui, que é basicamente a conta que o Sérgio estava apresentando para a gente.
03:41Muito bem, a gente acabou repetindo aí o primeiro depoimento, mas em seguida colocou o outro.
03:46Então, tem esses dois trechos a respeito das mensagens que o Marcelo Odebrecht estava avaliando ali durante o depoimento.
03:52E a gente viu a repercussão ou a gente não viu a repercussão dessa notícia tão importante?
03:58Mário Sabino, boa noite. Obrigado pela participação.
04:01Boa noite, Felipe. Boa noite a todos. Muito obrigado pelo convite.
04:04O que você achou da repercussão dessa matéria da Cruzoé?
04:09A gente sabe da importância que é uma notícia sobre a relação de um ministro do Supremo Tribunal Federal com empreiteiras.
04:16O que você esperava? O que aconteceu? Qual é a sua análise, Mário?
04:20Olha, Felipe, repercussão foi zero, né? Não houve repercussão.
04:27Não que eu esperasse uma repercussão muito grande, porque é quase atávico o medo da imprensa em relação ao Supremo Tribunal Federal.
04:38Porque, qual é o pensamento? Um dia eles vão ter que nos julgar em alguma causa.
04:43Não contribui também para diminuir esse medo as atitudes que o STF tem tomado em relação às liberdades de expressão e de imprensa.
04:56A própria Cruzoé foi censurada em função da matéria original, que é sobre o e-mail do mesmo Marcelo Odebrecht,
05:05que ele chama o ministro Toffoli de amigo do amigo do amigo de meu pai.
05:09Essa segunda matéria é uma continuação daquilo.
05:13Por quê? Porque o Odebrecht foi chamado à PGR justamente para dirimir dúvidas de e-mails que os procuradores encontraram,
05:25relacionados a este primeiro e-mail que foi revelado sobre o amigo do amigo do meu pai.
05:31A imprensa se calou, o resto da imprensa, só nós aqui ficamos para variar com a tocha na mão.
05:40Mas é importante lembrar que mesmo no caso do amigo do amigo do meu pai,
05:44a imprensa só entrou depois que nós fomos censurados.
05:49Até então, não havia entrado.
05:52Ou seja, é um padrão.
05:53O fato de o STF estar com esse inquérito aberto também, esse inquérito do fim do mundo,
06:03e ter colado a história de que o Supremo Tribunal Federal se encontra sob ameaça,
06:10uma ameaça terrível, dos movimentos antidemocráticos,
06:15também fez com que a imprensa resolvesse se calar.
06:19É a minha análise.
06:21Não sei se isso vai mudar, se esse quadro muda ou não.
06:24Um outro fator é que a agenda da imprensa contra o Bolsonaro,
06:29e nós falamos de uma posição muito tranquila,
06:31porque nós somos grandes críticos da presidência do Jair Bolsonaro,
06:35mas essa agenda da imprensa contra o Bolsonaro também ajuda.
06:40Porque eles estabeleceram na cabeça deles que existe uma dicotomia,
06:45uma oposição entre Bolsonaro e Supremo.
06:48Não perceberam que, na verdade, estão juntos.
06:52Cada vez mais.
06:52Cada vez mais juntos.
06:54Então, assim, não há o que possa mudar esse quadro.
07:00E, em relação a nós, a gente só tem a dizer que a gente vai continuar fazendo o nosso trabalho
07:05na Cruzoé, a brava equipe do Rodrigo Rangel,
07:10que assina a matéria junto com o Luiz Vassalo.
07:12Que participou aqui, sexta-feira, do Papo Antagonista.
07:14Então, assim, a gente vai continuar fazendo o nosso trabalho,
07:16que é o jornalismo investigativo, porque a Cruzoé nasceu para isso.
07:20E vamos aguentar as consequências.
07:24Eu espero que o STF, agora, sob nova presidência,
07:27do Luiz Fux, que, aliás, nós demos no Antagonista também,
07:30em primeira mão, que está com Covid-19, infelizmente.
07:32Eu espero que ele se restabeleça, sem maiores sequelas.
07:36A gente espera que o STF, com essa nova presidência,
07:40realmente volte a ter uma atitude em relação à imprensa,
07:44compatível com a sua função, que é defender a Constituição.
07:49Exatamente.
07:50E aí, veículos de comunicação não precisam esperar que uma matéria seja censurada
07:54para defender o trabalho da imprensa contra a censura.
07:58e possam atingir ministros do Supremo, com base nos fatos,
08:03quando isso é necessário.
08:05Porque, senão, se reage contra a censura,
08:08mas não se tem a coragem de enfrentar o risco de uma censura indevida.
08:12E pode ser isso que tem acontecido aqui.
08:16Uma pergunta que eu acho muito ilustrativa disso é o seguinte.
08:21Se o Marcelo Odebrecht tivesse falado em Bolsonaro,
08:27será que a imprensa estaria calada?
08:32Eu duvido.
08:33Eu duvido muito também.
08:34Quer dizer, não é excludente criticar o Bolsonaro ou ministros do Supremo Tribunal Federal.
08:40É preciso criticar os dois quando eles fazem coisas erradas.
08:44Mas, antes da crítica, há notícia.
08:46A notícia que é incômoda.
08:48A notícia que é inconveniente e que ela precisa vir à tona,
08:51seja a respeito do Bolsonaro, seja a respeito de qualquer ministro do Supremo.
08:54Foi qualquer delator que falou em Toffoli.
08:59Foi o príncipe da propina.
09:01O senhor Marcelo Odebrecht.
09:03Atenção, o senhor Marcelo Odebrecht que colocou o ex-presidente Lula na cadeia.
09:08Foi o Marcelo Odebrecht que colocou o ex-presidente Lula na cadeia.
09:11Obviamente.
09:13Você sabe que na época das apurações da Lava Jato,
09:16acho que estou falando de 2016, 2017.
09:19Eu não lembro mais quando é que o Odebrecht foi preso.
09:23Eu acho que foi 2017.
09:27Eu ouvi de um senador.
09:28E ele disse, nós só percebemos que a coisa era para valer com a prisão do Odebrecht.
09:36Do Marcelo Odebrecht.
09:37Você entende?
09:38Porque ele é uma figura mais inalcançável do que qualquer político.
09:43Inclusive no filme Polícia Federal, a lei é para todos,
09:46tem uma cena que acabou ficando famosa,
09:48que é o doleiro Alberto Youssef na cadeia,
09:50absolutamente impressionado, estupefato com a chegada do Marcelo Odebrecht.
09:56Porque ele não esperava que a Lava Jato chegasse tão longe.
10:00E no entanto chegou graças ao trabalho da Força-Tarefa em Curitiba
10:04e das prisões preventivas decretadas pelo então juiz Sérgio Moro.
10:08E o Odebrecht, nessa série de depoimentos e e-mails que o Atros já teve acesso,
10:16ele não cita apenas o Toffoli.
10:18Ele cita também outros personagens que seriam intermediários do Toffoli.
10:22Então, houvesse investigação a ser feita,
10:27porque obviamente aquilo, a PGR, não se tem notícia do que a PGR vai fazer com aquilo,
10:32com o pedido dos procuradores para investigar o Dias Toffoli.
10:36Esses outros personagens também teriam que estar sendo investigados.
10:41Porque, afinal de contas, é preciso entender se é verdade ou não
10:44que eles fizeram uma intermediação ilegal com o então advogado-geral da União, o Dias Toffoli.
10:54Quer dizer, na sua análise, essas informações são indícios suficientes
10:58para que uma investigação avance.
11:00Não é na minha análise, é na análise dos próprios procuradores da PGR.
11:04Então, assim, o Augusto Aras, o procurador-geral da República,
11:10eu quero entender o que...
11:11Quer dizer, todo mundo quer entender o que ele vai fazer com isso.
11:14Você vai engavetar, né?
11:16Ou você vai dar prosseguimento.
11:17As procuradorias passadas também engavetaram?
11:20Vou lembrar o seguinte,
11:21o tabu em relação ao ministro supremo é tão grande
11:25que quando a revista Veja deu aquela capa dizendo que o Léo Pinheiro
11:29havia pagado uma reforma para o Dias Toffoli,
11:35o Rodrigo Janot engavetou.
11:40Sustou a investigação.
11:42E nós criticamos muito naquela ocasião.
11:44Exato.
11:44Depois, a Raquel Dodi, que sucedeu o Rodrigo Janot, também parou.
11:51Não continuou com a coisa.
11:53Neste momento, os procuradores voltam à carga com e-mails novos,
11:59interrogam o Marcelo, o Marcelo confirma que o amigo do amigo do meu pai era o Toffoli,
12:04que todas as referências eram relativas ao então advogado-geral da União,
12:09hoje ministro do Supremo.
12:11E se isso não é suficiente para abrir uma investigação,
12:16eu não sei o que é suficiente mais.
12:39E aí
12:48e aí
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