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O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou o retorno à prisão de Antônio Cláudio Alves Ferreira, condenado a 17 anos pelos atos de 8 de Janeiro. Ele ficou conhecido por derrubar um relógio histórico durante a invasão das sedes dos Três Poderes.
Apresentador: André Marinho
Reportagem: Rodrigo Costa
Comentaristas: Henrique Krigner e Luciana Nepomuceno

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Transcrição
00:00Eu quero trazer o próximo caso aqui pra vocês
00:01a partir de uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal,
00:05Alexandre de Moraes Pessoal, que mandou prender novamente
00:08o homem que ficou conhecido por quebrar
00:11aquele relógio de Dom João VI no ato ali do 8 de janeiro,
00:15após um juiz de Minas Gerais autorizar a sua soltura.
00:19Ninguém melhor que Rodrigo Costa, diretamente da Jovem Pan,
00:22Poços de Caldas, de Terras Mineiras, pra trazer mais informações
00:25e qual foi a justificativa utilizada por esse juiz.
00:28Rodrigo Costa, por favor.
00:32Bom dia, Marinho, a todos que estão e acompanham também aqui o Morning Show.
00:36O Antônio Cláudio Alves Ferreira deve voltar à prisão.
00:41Pra entender um pouco melhor a história completa,
00:43ele foi solto na terça-feira, sem tornozeleira eletrônica,
00:47por decisão de um juiz da cidade de Uberlândia.
00:50O mecânico foi condenado a 17 anos de prisão
00:53por participação nos atos do dia 8 de janeiro de 2023,
00:57quando ele foi filmado destruindo um relógio histórico
01:00presente da corte francesa a Dom João VI
01:03e uma peça do acervo da presidência da República.
01:06A decisão do Alexandre de Moraes revoga essa soltura
01:10que foi autorizada pelo juiz Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro,
01:14da vara de execuções penais da cidade de Uberlândia,
01:18localizada aqui no Triângulo Mineiro.
01:20O magistrado havia concedido a progressão para o regime semiaberto domiciliar,
01:25citando a boa conduta carcerária e também a ausência de faltas graves
01:29por parte do Antônio Cláudio.
01:32Para Moraes, o juiz mineiro não tinha autorização para tomar a decisão
01:36porque o processo tramita no STF e determinou a abertura de investigação,
01:41inclusive, sobre a conduta do juiz que autorizou a soltura.
01:44O Ferreira deixou o presídio o professor Jacir de Assis,
01:48que também fica em Uberlândia,
01:50após quase um ano e meio detido.
01:53O Tribunal de Justiça de Minas Gerais se posicionou
01:56dizendo que o condenado foi colocado em regime semiaberto
01:58e sem a tornozeleira eletrônica
02:00porque o Estado, de acordo com o TJ,
02:03não dispõe atualmente do equipamento.
02:05No entanto, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais
02:10informou que tem, sim, 4 mil tornozeleiras eletrônicas disponíveis
02:15para serem utilizadas.
02:17Outro argumento que o Alexandre de Moraes utilizou
02:20para rebater a soltura do juiz
02:23é de que a fração necessária da pena para progredir o regime
02:28não havia sido cumprida.
02:30Como o juiz informou,
02:31o ministro ressaltou que ele foi condenado por crimes praticados
02:35com violência e grave ameaça,
02:37que exige o cumprimento mínimo de 25%.
02:40E, de acordo com o Alexandre de Moraes,
02:42ele só cumpriu 16% da pena.
02:45Então, é esse o contexto todo que nós temos
02:48a respeito dessa situação de uma soltura na terça
02:51e, novamente, uma prisão na quinta-feira.
02:54Marinho.
02:55É uma história esquisitíssima,
02:57acho que revela um pouco da esquizofrenia jurídica
03:00em torno da responsabilização, da individualização
03:03e da imputação das penas
03:05e a partir das condutas específicas individuais
03:08de todos os envolvidos, né?
03:09A gente vai estar aqui repercutindo com a bancada,
03:11não sei antes, agradecer ao Rodrigo Costa
03:13e partir para um rápido break
03:14para todo mundo que está nos ouvindo aqui
03:15pela rede Jovem Pan de Rádio Morning Show.
03:18Volta já já.
03:19Já vou acionando aqui, Henrique Kriegner.
03:21Vem comigo aqui.
03:22Até porque, como eu disse,
03:24é beiro impossível você olhar e ficar se perguntando, né?
03:28Que justiça pode ser essa
03:30na medida que o sujeito que vai lá dilapidar,
03:33destruir um relógio do Baltazar Martinor,
03:37que foi dado de presente pelo rei Francisco I
03:39para, realmente, o Dom João VI,
03:42como uma obra única, irrecuperável,
03:44ali do século XVII.
03:46O brasileiro já falha e muito
03:48em reverenciar o seu passado
03:49e, eventualmente, as suas referências.
03:52E esse sujeito sai livre, leve e soldo,
03:54serelepe e pimpão, sem tornozeleira,
03:55enquanto a já famosa Débora Cabeleireira,
03:59ali, trancafiada por 14 anos,
04:01pena draconiana,
04:02por ter, essencialmente, pintado uma estátua com batom
04:05e, claro, enfim, algo que foi resolvido com água e sabão.
04:08Mostra que o negócio está bem bagunçado,
04:11não só no judiciário como um todo,
04:12mas no contexto do 8 de janeiro,
04:15mais especialmente ainda, né?
04:17A gente vê...
04:18Primeiro que, assim, não tem justificativa
04:20que você possa querer aplicar
04:21para o que esse cara fez.
04:23O que ele fez, se não tem ideologia,
04:25não tem postulado,
04:26não tem, enfim, voto, partido,
04:29não tem o que explica uma coisa dessa,
04:31a não ser o ato criminoso que ele cometeu.
04:34Também equivocado está o juiz,
04:37que vai liberar com que isso aconteça,
04:39mas também equivocado vai estar a pena
04:41que coloca esse cara na cadeia por décadas, né?
04:44Assim, esse tipo de...
04:46A dosimetria das penas do 8 de janeiro,
04:48a bagunça que tem na interpretação
04:51do que é que foi cometido ali,
04:53de verdade ou não,
04:54isso sim, e como você trouxe aqui,
04:56o caso da Débora, por exemplo,
04:58a pichação que ela fez lá,
04:59que também está errado e que precisa,
05:01tem uma punição prevista em lei para isso,
05:04aquilo ali no dia seguinte,
05:06com uma VAP,
05:06eles tiraram rapidinho,
05:08esse relógio aí,
05:09muito mais,
05:10o valor conseguiu ser restaurado,
05:13nunca fica 100% igual,
05:15mas se você for ver pelo valor da perda,
05:18então,
05:18parece que tem um outro fator nessas penas
05:21que estão sendo aplicadas aí,
05:23que é o fator da vingança,
05:25ou talvez o fator da publicidade, né?
05:26Sim.
05:28Bom, mas eu queria só, enfim,
05:29trazer a doutora Luciana Nepomucena aqui,
05:30até porque, enfim,
05:32já que a gente tem esse defeito,
05:34eu diria,
05:35de forma geral brasileira,
05:36de não reverenciar minimamente o nosso passado,
05:40claro,
05:40esse relógio aí,
05:41que era um monumento ali ao legado do Dom João VI,
05:44foi o responsável,
05:45basicamente,
05:45criar a cultura de vacinação no Brasil,
05:48a primeira biblioteca,
05:49portos,
05:50abrir infraestruturas críticas,
05:52foi fundamental ali em 1808,
05:54abrindo portos,
05:54enfim,
05:55e fazendo a transição ali da coroa portuguesa.
05:57Então, sinceramente,
05:59tem um gesto muito simbólico aqui,
06:02ver que esse sujeito
06:02foi liberado por bom comportamento
06:05e solto por aí.
06:07Então, mostra que virou um grande labirinto jurídico,
06:09uma grande esquizofrenia jurídica,
06:10o que a gente está adiante nesse momento.
06:13Marinho,
06:13a análise que eu fiz desse caso,
06:15ela não focou,
06:16não está focada no réu
06:18e nem no relógio em si,
06:21embora todas as ponderações e colocações
06:24sobre a obra patrimônio público do Brasil
06:27estejam envolvidos nesse caso.
06:30O ponto aqui
06:31é a descentralização da execução da pena,
06:35porque nós temos uma legislação penal.
06:37E essa legislação penal tem uma regra,
06:40que o órgão que condena não é o órgão que executa.
06:45Você descentraliza,
06:47você delega a competência para os juízes locais.
06:50Essa é a regra no Brasil.
06:51Só que, com os atos envolvendo o 8 de janeiro,
06:56nós tivemos uma interpretação dada pelo Supremo
06:59e também pelo STJ,
07:01de que, como são crimes de competência originária
07:04desses tribunais,
07:05a execução tem que ser controlada por eles.
07:08Então, o Alexandre de Moraes
07:10e também, de modo geral, o Supremo
07:12entende que todos os atos decisórios
07:14da execução têm que passar por eles.
07:17E por isso que nós estamos tendo,
07:19nesses casos do 8 de janeiro,
07:20uma inversão da regra.
07:21O que tem que ser descentralizado
07:25passa a ser centralizado.
07:28E aí que tem um problema de crise,
07:30da crise da avaliação política,
07:32da pública,
07:33em relação ao Supremo Tribunal Federal.
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