Pular para o playerIr para o conteúdo principal
  • há 4 meses
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) conversa com Felipe Moura Brasil, de O Antagonista, sobre os benefícios aos brasileiros durante a pandemia do coronavírus, as fontes de recursos, o fundo eleitoral, as emendas de relator e o comportamento do presidente Jair Bolsonaro.
--
Cadastre-se para receber nossa newsletter:
https://bit.ly/2Gl9AdL

Confira mais notícias em nosso site:
https://www.oantagonista.com

Acompanhe nossas redes sociais:
https://www.fb.com/oantagonista
https://www.twitter.com/o_antagonista
https://www.instagram.com/o_antagonista

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Salve, salve, leitores e espectadores de O Antagonista.
00:03Eu sou Felipe Moura Brasil e recebo hoje um convidado especial para uma entrevista
00:06ao senador Alessandro Vieira, do Partido Cidadania do Sergipe.
00:10Boa tarde, senador.
00:11Boa tarde, boa tarde aos amigos aí do Antagonista.
00:15Senador, conta primeiro pra gente, a gente vai falar aí sobre as questões
00:19que estão sendo decididas no Senado em relação à pandemia do coronavírus,
00:22mas como é que está sendo feita a sessão remotamente com os parlamentares
00:26nos seus escritórios, nos seus gabinetes? Está ocorrendo tudo bem assim?
00:31A gente está adaptando as pessoas a esse formato digital.
00:35A maioria dos senadores não tinha esse costume de fazer reuniões virtuais,
00:40mas estão avançando bem, a gente já está conseguindo votar mais projetos por sessão.
00:45Hoje serão votados quatro projetos, provavelmente, mas ainda tem muita demora.
00:50E é uma sessão diferente. Ao contrário do plenário, você caminha e conversa com as pessoas,
00:54aqui você fica plugado seis horas, sete horas direto numa tela.
00:58Não é tão simples assim, mas é necessário para o momento.
01:03Senador, a questão do Corona Voucher, como está sendo chamado aí,
01:06o benefício para os trabalhadores informais em meio a essa pandemia do coronavírus.
01:12A gente sabe que o Brasil, por meio do Ministério da Saúde principalmente,
01:16está aderindo ao isolamento, quem pode fica em casa, mas mantendo o abastecimento
01:23para que os alimentos e os remédios cheguem também para os brasileiros.
01:27Mas, obviamente, isso acaba prejudicando o trabalho de muita gente.
01:31Então, o Congresso está tomando aí essas medidas em acordos e desacordos com o Poder Executivo.
01:37Eu tenho visto nas redes sociais muita gente querendo ser o pai da criança,
01:42posando de quem está defendendo esse benefício para os trabalhadores informais,
01:48para ficar bem na fita com eles.
01:50E aí houve uma proposta inicial de R$ 200,00.
01:52Aí o outro diz que foi ele que aumentou para R$ 600,00.
01:56Tem gente dizendo que já aumentaram para R$ 1.200,00.
01:58Aí é demais.
01:59Qual é o panorama que o senhor tem da situação atualizada agora?
02:03Bom, primeiro, assim, a dose importante de realidade.
02:08O governo não mandou nenhuma proposta nesse sentido.
02:11Ele poderia, eu digo mais, ele deveria ter editado uma medida provisória a cuidar disso.
02:16Porque é gente que está passando necessidade já há duas semanas, pelo menos.
02:20Ele não fez.
02:21O que o Congresso fez?
02:23Na Câmara dos Deputados foi puxado um projeto de 2017,
02:27do deputado Eduardo Barbosa,
02:28e em cima dele feito um substitutivo, o deputado federal Marcelo Aro.
02:33Neste momento, já de tramitação deste projeto na Câmara,
02:36que o governo chega e começa uma negociação de valores.
02:39Ele começa mesmo falando de R$ 200,00,
02:42que é o valor aproximado com o teto do Bolsa Família.
02:45É alertado, e vários parlamentares alertaram, eu mesmo fiz esse alerta,
02:50de que esse valor era muito baixo para a demanda do momento.
02:54E aí o Congresso, a Câmara dos Deputados, caminha no sentido dos R$ 500,00.
02:58Quando está chegando nesse consenso, o presidente da República anuncia que vai dar R$ 600,00.
03:02Ficou parecendo uma disputa, realmente, como você falou,
03:05de quem quer ser o pai da criança.
03:07Mas, se o governo diz que pode pagar os R$ 600,00, melhor ainda.
03:11Esse projeto sobe para o Senado.
03:13Ele faz o relatório e só corrige problemas de redação, de interpretação.
03:18Por exemplo, a interpretação que excluía os trabalhadores intermitentes.
03:21E é óbvio que o projeto tem a intenção de atender os intermitentes,
03:24porque eles estão parados.
03:25É o garçom, é o servente pedreiro,
03:27essa turma está sem renda e eles não têm poupança, eles não têm nada que tirar.
03:29Esse projeto foi aprovado, foi para a sanção do presidente da República.
03:33Ontem, por volta das 18h30, 18h40, estava na mesa de Jair Bolsonaro.
03:38Ele escolheu não sancionar.
03:41Não assinou a sanção do projeto até agora.
03:44E isso está recadando...
03:44Valor de R$ 600,00.
03:45Só para deixar claro.
03:46Valor de R$ 600,00.
03:47O valor não foi modificado.
03:49R$ 1.200,00 é para aquela hipótese de você ter dois adultos na mesma família,
03:52elegíveis para poder receber esse valor.
03:55A gente está falando de famílias com renda máxima de três salários mínimos.
03:58Então, não é nada fora do normal, nem são valores absurdos.
04:02O impacto estimado é de algo como R$ 60 bilhões nesses três meses,
04:08atingindo potencialmente até R$ 117 milhões de brasileiros.
04:11É muita gente e muita gente está precisando agora.
04:13O presidente escolheu não sancionar até o momento.
04:17Postergou isso.
04:18E quando ele postergou, ele impediu o Congresso de fazer um novo projeto,
04:22de editar um novo projeto, de preparar, votar um novo projeto,
04:25que seria de ajustes, para você poder tirar pequenos erros e omissões
04:30que estavam no projeto anterior e que a gente não pôde mexer porque não queria demorar.
04:35Ontem, nós não fizemos alterações de mérito para não demorar,
04:38porque a urgência é grande.
04:40O presidente está em outra página.
04:41Ele está reunido com a equipe técnica da economia,
04:45ainda não sancionou.
04:46Enquanto ele não sanciona, não chega dinheiro na ponta
04:49e nem nós podemos avançar em outras propostas.
04:52Essa é a realidade.
04:52Mas é importante, Felipe, você falou essa briga por protagonismo.
04:57Eu não tenho a menor preocupação com o protagonismo.
04:59Eu vou ficar muito feliz se Jair Bolsonaro for para a TV hoje
05:02e anunciar que ele é o pai da criança, ele é o avô da criança,
05:05mas desde que ele garanta que o dinheiro chega onde tem que chegar.
05:08Não é uma brincadeira.
05:10Porque do jeito que está, você está estimulando um caos social,
05:13um caos fabricado.
05:14Você tem as ferramentas para intervir e ajudar o cidadão
05:17e você escolhe não intervir para gerar essa sensação de frustração,
05:21essa raiva e lá na frente tentar manipular isso.
05:25Certo.
05:25E tem uma questão que é técnica.
05:27O antagonista acabou de abordar isso.
05:29O repórter Diego Amorim está lá em Brasília,
05:31cobrindo os bastidores,
05:33que é justamente sobre a distribuição.
05:36Então, há uma preocupação,
05:38pelo menos declarada da liderança do governo,
05:40do senador Eduardo Gomes, do MDB,
05:42porque a distribuição de vouchers não é brincadeira, diz ele.
05:48É momento de todo mundo entender
05:50que não estamos em um campeonato de protagonismo,
05:52numa gincana de apresentação de projetos.
05:54É preciso que prevaleça o bom senso.
05:57A economia e a Casa Civil estão trabalhando nos últimos ajustes
06:00para o presidente sancionar esse projeto do Corona Voucher.
06:04Se pegar esse cheque e sair distribuindo sem critério,
06:07será uma confusão.
06:09O Eduardo Gomes, essa foi a declaração dele,
06:11ele citou também, por exemplo,
06:12que muitos motoristas de aplicativos de celular
06:14ganham até R$ 3 mil mensais
06:17e, portanto, estão sendo contemplados
06:19pelo projeto do Corona Voucher já aprovado,
06:22não precisando de uma nova proposta para incluí-los,
06:24porque tem esse problema também
06:26da mesma pessoa ser beneficiada em projetos diferentes.
06:31Então, tudo isso está em discussão no Congresso nesse momento?
06:34É, no nosso entendimento,
06:35no entendimento da consultoria do Senado,
06:37o projeto que a gente votou e aprovou
06:39já cobre a situação do motorista autônomo,
06:42motorista de aplicativo, moto-taxista,
06:46já estariam ali abrigados.
06:48Mas alguns senadores, até por demandas da base,
06:51querem ter isso expresso no texto,
06:53mais claro ainda.
06:54Então, nesse novo projeto,
06:55que está na relatoria do senador Escridiano Amin,
06:58vai estar textualmente,
06:59ou deve estar textualmente citado,
07:01citadas determinadas carreiras.
07:04É um cuidado a mais no momento que as pessoas não estão lá
07:08no seu melhor momento de interpretação,
07:10vamos dizer o seguinte,
07:11para evitar que você tenha uma interpretação restritiva do governo.
07:13Mas está contemplado na nossa visão.
07:16Senador, uma pergunta mais genérica,
07:18até para os ouvintes, os espectadores leigos
07:22que não entendem tanto de política.
07:23Nesse momento,
07:26existe essa necessidade de contemplar
07:28as pessoas que não estão conseguindo
07:30ganhar o seu dinheiro diariamente.
07:33O Estado brasileiro tem condições
07:35de sustentar essas pessoas?
07:38Por quanto tempo?
07:39Quer dizer, esse dinheiro existe,
07:41ele está sendo tirado de onde?
07:42Qual é a nossa capacidade?
07:44Lá nos Estados Unidos,
07:45teve um programa de estímulo aprovado,
07:47de dois trilhões de dólares.
07:48Aqui está se falando
07:49num valor muito menor, de bilhões.
07:52mas até que ponto o Estado brasileiro
07:55é capaz de conseguir aguentar isso?
07:58Essa é uma pergunta, Felipe, interessante
08:00e, principalmente,
08:01ela tem uma resposta objetiva
08:03e não tão comum.
08:04O Estado brasileiro tem que aguentar
08:06o tempo necessário.
08:08A hora é de fazer aquilo que é necessário.
08:11Os recursos terão que ser obtidos
08:12diretamente agora,
08:14remanejando fundos,
08:16como o principal exemplo,
08:17que mais chama a atenção,
08:18fundo partidário, fundo eleitoral,
08:20num momento desse,
08:21as famosas emendas do relator.
08:24Tem muito recurso perdido
08:25que pode ser canalizado já agora.
08:28Mas, passado o momento mais agudo,
08:30é natural que você tenha expectativa,
08:31e todos os economistas vão nessa linha,
08:33que o Brasil vai ter um aumento
08:34na sua dívida pública.
08:36Esse aumento vai acontecer
08:37por conta de uma crise
08:38absolutamente imprevista.
08:40E aí você vai ter que buscar fontes
08:41para poder equacionar
08:42essa dívida que surgiu.
08:44Existem possibilidades.
08:46Eu venho trabalhando e estudando
08:48na linha do empréstimo compulsório,
08:51que já está na Constituição
08:53para esta finalidade exata.
08:55Em caso de alguma catástrofe,
08:58emergência,
08:59você pode ter instituição
09:00desse tipo de tributo.
09:02Ele é provisório.
09:03Ele pode ser aplicado
09:04dentro do mesmo ano.
09:05Ele atenderia
09:06esse tipo de demanda.
09:07A gente está estudando
09:08as várias possibilidades.
09:09Porque algumas mudanças,
09:10se eu fizer agora,
09:11a gente sabe que mudança no tributário,
09:13isso é aplicado no ano seguinte.
09:14Então, já não resolveria
09:16meu problema mais emergente.
09:17A gente vai ter um gasto
09:18muito grande, maciço,
09:19agora, nos próximos
09:20três, quatro meses, no máximo.
09:23Mas, repito,
09:24a hora é de fazer a despesa.
09:27E depois, o Estado brasileiro
09:28vai ter que fazer ajustes,
09:29ajustes duros
09:30para poder pagar a conta.
09:32Agora, senador,
09:32o senhor citou
09:33dois casos polêmicos.
09:34O fundo eleitoral
09:35de dois bilhões de reais
09:36foi aprovado no Congresso
09:37e sancionado
09:38pelo presidente Jair Bolsonaro.
09:41E também as emendas
09:42de relator,
09:42aqueles 20 bilhões de reais,
09:44que tinham ficado
09:45para o relator do orçamento
09:47distribuir,
09:48depois de toda aquela confusão
09:50que até gerou manifestação
09:51contra o Congresso,
09:53apoiada pelo presidente
09:54Jair Bolsonaro.
09:55Como é que está agora
09:56a discussão
09:57a respeito desse dinheiro?
09:59Existe ainda
10:00uma hesitação
10:03muito grande
10:03por parte dos parlamentares
10:05e dos políticos,
10:06de modo geral,
10:06em mexer nesse dinheiro?
10:09Você tem
10:10uma diversidade
10:12de pensamentos
10:12no Congresso Nacional.
10:13tem gente
10:14que faz parte
10:15de partidos
10:16que viraram
10:17uma espécie
10:18de empresa familiar
10:20ao longo de décadas,
10:21tem outros
10:22que têm
10:22um pensamento
10:22um pouco mais,
10:24digamos,
10:24moderno.
10:25Isso tem divisão,
10:26tem muita divisão,
10:27mas a pressão
10:27de fora para dentro
10:28do Congresso
10:29é cada vez maior,
10:30porque claramente
10:31é um recurso
10:32que neste momento
10:32pode ter um emprego
10:33mais positivo.
10:34Quem acompanhou
10:35lá na CMO
10:36a votação
10:37dos PLNs
10:38para manutenção
10:38dessa aberração
10:40que é a emenda
10:40do relator,
10:42eu estava lá
10:42me esguelando
10:43dizendo justamente isso.
10:45Olha,
10:45a Itália está começando
10:46a entrar numa crise
10:47que o Brasil vai entrar
10:48e a gente vai precisar
10:49desse dinheiro
10:49e vocês estão
10:50continuando
10:51no engessamento
10:52do orçamento federal,
10:53vocês estão continuando
10:54tirando o poder
10:55de fogo
10:56para quem tem
10:56que atender,
10:57que é o Executivo.
10:58Não fui ouvido
10:59naquele momento,
10:59fui derrotado
11:00junto com vários
11:01outros colegas,
11:02não teve oportunidade
11:03dessa briga em plenário,
11:04que também
11:04a gente tem
11:05toda a intenção
11:06de fazer,
11:07é preciso combater
11:08esse tipo de projeto
11:09para ganhar lá no plenário
11:10e para esclarecer
11:11para o cidadão
11:12que está na rua,
11:12mas tem muita divisão,
11:14certo?
11:14Tem muita divisão,
11:16tanto no tocante
11:17a você abrir mão
11:17agora desses fundos,
11:18partidário eleitoral,
11:19somado os dois,
11:20ele vai estar falando
11:21de 3 bilhões de reais
11:22e também
11:23com questão
11:24das chamadas
11:26emendas de relatores.
11:28Me parece que
11:28o próprio governo
11:29está engasgado com isso
11:30e por um motivo
11:31muito simples.
11:32Bolsonaro fez um acordo
11:34com a turma
11:35do lado centrão,
11:35da Câmara principalmente,
11:36e do Senado,
11:38ele nega de público,
11:39mas fez o acordo,
11:41assinou o documento
11:42do acordo
11:42e agora fica
11:43essa confusão
11:43e nós todos
11:45brasileiros pagando a conta.
11:47E, senador,
11:47quais são as outras medidas
11:48nesse momento
11:49que o senhor acha
11:50importante
11:50para fazer com que
11:53a situação dos brasileiros
11:54não fique tão ruim
11:55com essa estagnação
11:57econômica mundial?
11:58Além do Corona Voucher,
11:59tem outras medidas
12:00que estão sendo tomadas?
12:02Sim,
12:03tem muita gente
12:03fora dessa proteção,
12:05nós temos que ampliar
12:05a rede de proteção,
12:06são três linhas de ação,
12:08não tem nada
12:08para inventar a roda,
12:09é seguir aquilo
12:10que o mundo está fazendo
12:11onde funciona.
12:12Eu tenho que melhorar
12:13a estrutura hospitalar,
12:14a rede hospitalar,
12:15isso vem acontecendo
12:17com dificuldades,
12:18não tem fornecedor,
12:19a parte do recurso
12:20me parece que já está
12:21bem equacionada,
12:22mas não está conseguindo
12:23colocar em prática
12:24a execução.
12:25Você tem que ampliar
12:26a rede de proteção social,
12:28ou seja,
12:28tem o Corona Voucher,
12:29agora como denominaram
12:30no Congresso,
12:32mas tem ainda setores
12:32que não estão recebendo,
12:33por exemplo,
12:34o microempresário brasileiro
12:35está totalmente desprotegido,
12:37ele não tem a menor ideia
12:38do que ele vai fazer
12:39para pagar as contas do mês,
12:40pagar o seu funcionário,
12:41para tocar a vida,
12:42tem que cobrir essas pessoas,
12:44você vai ter que ter medidas
12:45de estímulo para a economia
12:46para resgatar,
12:47para manter uma certa atividade
12:49durante a crise
12:49e depois impulsionar
12:50a retomada econômica,
12:52são três eixos,
12:53e está falhando muito,
12:54o Brasil está lento nisso,
12:56não está pior
12:56do que alguns países,
12:58a gente tem que reconhecer isso,
12:59eu tenho sempre feito
13:00essa ressalva,
13:01nós temos a pessoa física,
13:02o CPF,
13:03Jair Bolsonaro,
13:04se portando de uma forma
13:06absolutamente irresponsável,
13:08os seus posicionamentos pessoais
13:10são absolutamente irresponsáveis,
13:12mas o governo Bolsonaro
13:14vem tomando medidas conscientes
13:16e razoáveis,
13:16saúde indo bem,
13:18economia patinando,
13:19mas começando a entender
13:21a necessidade
13:21da transferência de renda,
13:23e a gente entende
13:24que a equipe de Paulo Guedes
13:26não tem esse perfil,
13:27é um perfil mais para o mercado,
13:29eles não estavam preparados
13:31para enfrentar
13:31uma crise desse tipo
13:32e para implementar
13:33programas de transferência
13:35de renda,
13:35alguns deles não tem ideia
13:36de como fazer,
13:37então isso gera demora,
13:39mas está começando a andar,
13:41a infraestrutura está andando
13:42para manter logística,
13:44precisa ter mais esclarecimento
13:45e, enfim,
13:46fazer o Brasil rodar,
13:47a gente vai ter uma crise,
13:48tem começo, meio e fim,
13:49muito dura,
13:50não vai ser rápida,
13:51mas tem começo, meio e fim,
13:52a gente tem que chegar inteiro
13:53no final disso
13:54para poder tocar esse país.
13:55E, senador,
13:56já que o senhor falou,
13:57chamou de responsável
13:58a conduta do presidente
13:59Jair Bolsonaro,
14:00teve uma medida
14:00do seu partido
14:02de cidadania
14:02contra as atitudes
14:03do presidente,
14:04foi isso?
14:05Sim,
14:06o cidadania apresentou
14:07uma espécie
14:08de notícia criminis,
14:09uma informação
14:09de um fato
14:10supostamente criminoso
14:11ao procurador-geral
14:12da República,
14:13mas como uma providência
14:14para que o procurador-geral
14:15saia da inércia
14:16que ele estava demonstrando.
14:18Augusto Aras
14:19estava se portando
14:20de certa forma
14:20como se não estivesse
14:21neste planeta
14:22e neste país
14:23sem apresentar
14:24nenhum tipo
14:25de manifestação
14:25mais firme,
14:26mais objetiva
14:27em defesa do cidadão,
14:28que é a obrigação
14:28do Ministério Público.
14:30Então, a gente fez
14:31a provocação
14:31para que ele possa
14:32começar a se movimentar.
14:33Vários outros partidos
14:35e pessoas
14:35estão fazendo iniciativas
14:36nessa mesma natureza,
14:39acionar os organismos
14:40de controle.
14:41É preciso garantir
14:42que a República funcione.
14:43A República Brasileira
14:44tem objetivos claros,
14:45tem fundamentos claros.
14:46A proteção à vida
14:47está lá enraizada,
14:48está na Constituição
14:49no seu começo.
14:49é direito fundamental,
14:52é princípio fundador
14:53dessa República,
14:54a gente tem que tomar
14:54conta da vida
14:55das pessoas.
14:56E você não pode ter
14:57uma opinião individual
14:58do presidente,
14:59que presidência
15:00não é patrimônio
15:00pessoal dele,
15:02a gente não está
15:02na monarquia,
15:03ele está ocupando
15:04um cargo,
15:05democraticamente eleito,
15:06legitimamente eleito,
15:07com o meu voto
15:08no segundo turno,
15:09eleito,
15:10mas ele tem limites
15:11no que ele pode
15:11e não pode fazer.
15:12E quem diz os limites
15:13é a Constituição.
15:14A Constituição brasileira
15:15exige que qualquer gestor,
15:17inclusive o presidente,
15:18se porte com razoabilidade
15:19e eficiência.
15:21Não é razoável
15:21contrariar todas
15:23as indicações de saúde
15:24dos profissionais
15:24de saúde do mundo.
15:26Não é razoável.
15:27É cruzar uma linha
15:29de desrespeito
15:30com a sociedade
15:31e de desrespeito
15:32com as suas obrigações
15:33como presidente
15:34do nosso país.
15:35O que o senhor acha,
15:36só para concluir,
15:37eu sei que o senhor está
15:37aí no intervalo
15:38de uma sessão
15:39com tantas decisões
15:40importantes,
15:41que o presidente
15:41deveria falar
15:42na televisão hoje,
15:43já que ele anunciou
15:44um pronunciamento.
15:45O ideal seria
15:47que ele novamente
15:48copiasse Donald Trump,
15:49e dissesse que era
15:51só brincadeira
15:51o que ele estava fazendo,
15:52tentando distrair
15:53os brasileiros,
15:54não deixar ninguém nervoso,
15:56mas que, na verdade,
15:57ele já entendeu
15:57que a crise é séria,
15:59que é preciso
15:59colocar o pé no chão,
16:01seguir as orientações
16:02do Ministério da Saúde,
16:04fazer o isolamento social
16:06no limite
16:06em que ele é necessário
16:07e quem decide
16:08esse limite
16:08é o profissional de saúde,
16:10não é o economista,
16:12não é o cara
16:12no WhatsApp,
16:13é o profissional
16:14que estudou para isso
16:14e fazer o nosso país rodar.
16:16É uma esperança
16:17que a gente sempre tem.
16:18Se não acontecer,
16:19o que nós vamos ouvir
16:19vão ser novamente as panelas.
16:22Muito obrigado,
16:22senador Alessandro Vieira
16:23do Cidadania de Sergipe,
16:25por essa entrevista aí,
16:26bom trabalho para o senhor,
16:27seja sempre bem-vindo
16:28aqui ao Antagonista.
16:30Um abraço para todos.
16:31Um abraço, tchau.
16:46Tchau.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado