- há 5 meses
Confira mais notícias em nosso site:
https://www.oantagonista.com
Curta O Antagonista no Facebook:
https://www.fb.com/oantagonista
Siga O Antagonista no Twitter:
https://www.twitter.com/o_antagonista
Siga O Antagonista no Instagram:
https://www.instagram.com/o_antagonista
Assine nossa newsletter:
https://goo.gl/mTpzyB
___
***
https://www.oantagonista.com
Curta O Antagonista no Facebook:
https://www.fb.com/oantagonista
Siga O Antagonista no Twitter:
https://www.twitter.com/o_antagonista
Siga O Antagonista no Instagram:
https://www.instagram.com/o_antagonista
Assine nossa newsletter:
https://goo.gl/mTpzyB
___
***
Categoria
🗞
NotíciasTranscrição
00:00O que é o Brasil?
00:29O que é o Brasil?
00:59O que é o Brasil?
01:01Bem, estamos aqui reunidos para tomar o depoimento do senhor colaborador Lúcio Coronel Funaro.
01:07É o depoimento que diz respeito ao anexo intitulado como monitoramento para evitar colaboração premiada.
01:17Inicialmente, queria registrar que, por duas vezes, a tentativa de gravar apresentou problemas técnicos.
01:26Então, essa é uma terceira tentativa de gravação.
01:28No entanto, o termo de depoimento já foi reduzido a termo que está por escrito.
01:36Então, nós estamos abrindo essa nova tentativa de gravação para que seja cumprido as determinações da Lei nº 12.850
01:47e que possa constar o registro do depoimento em áudio e vídeo do colaborador.
01:55Então, Sr. Lúcio, eu queria que o senhor já...
01:59Já vai ser a terceira vez que o senhor vai falar desse assunto, porque a gente está tentando gravar.
02:03Mas, como tem o termo já reduzido por escrito, eu queria que o senhor pegasse,
02:10lê esse termo por escrito e, se o senhor quiser fazer algum acréscimo ou algum reparo,
02:15o senhor já deu, já revisou, mas fica à vontade para fazer algum reparo.
02:19Mas eu queria que o senhor se ativesse ao...
02:22Bom, está escrito, podendo acrescentar ou suprimir, mas seguindo ele como roteiro aí,
02:27e os advogados também, e todos os presentes, fiquem à vontade para fazer qualquer pergunta adicional.
02:34Pois não.
02:36Quem, indagado sobre sua relação com Joesley Batista, afirmou que o conheceu em 2011,
02:41que no ano de 2015, a partir do mês de maio do mesmo ano,
02:46começou a haver uma preocupação por parte do depoente de Joesley Batista
02:51a respeito do bloqueio das contas de Eduardo Cunha na Suíça.
02:55Que esse fato poderia fazer com que o deputado Eduardo Cunha
02:59viesse a ser caçado ou investigado ou a ter problemas no seu âmbito de influência política,
03:06fazendo com que o projeto, tanto do depoente quanto de Joesley,
03:10pudesse ficar comprometido.
03:13Pois, a partir de então, as nomeações de cargos no governo federal
03:17e as definições de pauta para a Câmara dos deputados
03:21deixariam de estar sob o comando de Cunha.
03:25Que a preocupação era tão visível no depoente quanto em Joesley.
03:29Que, por ocasião do acompanhamento do processo junto às autoridades suíças,
03:34o depoente esteve reunido em Genebra com o advogado de Eduardo Cunha.
03:39Que esse advogado foi indicado a Cunha pelo próprio depoente.
03:44Que o nome do advogado é Didier.
03:47Que esse advogado prestou depoimento no Conselho de Ética a pedido de Cunha.
03:52Que o depoente pagou parte dos honorários desse advogado,
03:56não sabendo quem pagou a outra parte.
03:58Deixando claro o depoente que os pagamentos não foram efetuados
04:03de conta de sua titularidade.
04:05Que Cunha autorgou a procuração a esse advogado na cidade de Cascais, Portugal.
04:11Que o depoente também se reuniu com esse advogado
04:14na cidade de Cascais, junto com Cunha.
04:18Que também se reuniu com esse advogado na Suíça
04:22para se inteirar da situação.
04:24Que a situação não era boa porque os documentos apresentados
04:29pelos advogados eram muito ruins.
04:32Especialmente porque o procurador Stefan Lenz
04:36detinha vários documentos que indicavam
04:38que iriam transferir o processo de Cunha para o Brasil.
04:43Que nessa reunião na Suíça com Didier
04:45também participou o sobrinho de João Augusto Henriques.
04:50operador de Cunha e do ex-deputado Fernando Diniz,
04:55dentre outros, na Petrobras.
04:59Que a conta de Cunha foi contaminada
05:02por conta de transferências feitas por Henriques
05:05e por essa razão o sobrinho dele estava na reunião.
05:09Que o depoente passava todas essas informações para a Joesley.
05:14Que Francisco de Assis, advogado do grupo JBS,
05:17certa vez indagou ao depoente
05:20se não queria conhecer um advogado suíço
05:23que prestava serviços na Suíça
05:25para o grupo que poderia ajudar na situação de Cunha.
05:30Que o nome desse advogado era Lúcio Velo.
05:33Que houve um almoço com o intuito de Francisco
05:35apresentar o depoente ao advogado Lúcio Velo.
05:39Que nesse almoço também estava presente
05:41o advogado tributarista do grupo JBS,
05:45de nome Bichara.
05:47Que esse almoço foi realizado no restaurante Varanda,
05:50no shopping Jutsselino Kubitschek, em São Paulo.
05:53Que no mês de outubro de 2015,
05:55o depoente começou a perceber
05:57que poderia ser alvo de investigações
06:00ou medidas judiciais.
06:03Que nessa época a Receita Federal
06:05começou a intimar o depoente
06:07para que esse voltasse a prestar esclarecimentos
06:11sobre uma série de cheques que tinha emitido
06:15para a compra de carros
06:18de propriedade do deputado Eduardo Cunha.
06:21Que no dia 11 de dezembro de 2015,
06:25Joesley Batista compareceu à casa do depoente,
06:28acompanhado da esposa,
06:30ocasião em que trataram do crédito
06:32da compra da Alpargatas.
06:34Que nessa mesma data,
06:37Joesley já tinha procurado o depoente
06:41desde o período da manhã.
06:43Que nessa ocasião,
06:45em razão das preocupações acima relatadas,
06:48o depoente combinou com Joesley
06:50que a começão devida ao depoente
06:52em razão da operação da Alpargatas
06:55e outros valores pendentes referentes
06:59a ser vistos prestados
07:02como a solução do conflito
07:05entre o grupo JBS e Bertin,
07:08ficaria com o próprio Joesley,
07:10a fim de que o crédito fosse utilizado
07:13para amparar a família do depoente
07:15na eventualidade de ocorrer
07:17a prisão do depoente.
07:20Que no dia 15 de dezembro de 2015,
07:24o depoente foi alvo de busca e apreensão
07:26na Operação Catilinárias.
07:28Que ao procurar um advogado,
07:30foi-lhe indicado o advogado
07:32Antônio Cláudio Maris de Oliveira.
07:34Que Joesley chamou o depoente
07:36no dia 18 de dezembro de 2015,
07:39para ir à sua casa no horário do almoço.
07:41Ocasião em que foi-lhe indagado
07:43se havia sido apreendido
07:45alguma coisa comprometedora
07:46em seu local de trabalho.
07:50Fato esse que o depoente negou.
07:52Que nessa ocasião,
07:53Joesley já estava de posse
07:55de cópia da ação cautelar 4044,
07:59Operação Catilinárias.
08:01Que Joesley falou que quem lhe passou
08:04cópia dessa ação
08:05foi o advogado José Gerardo Grossi
08:08e que o conhecia em razão
08:10de uma venda de uma fazenda do mesmo
08:12para a família Batista.
08:15Que Joesley falou nessa ocasião
08:17vamos tocando juntos,
08:22vamos amarrar as pontas.
08:24Ou seja, estava combinando
08:26que as versões ficassem iguais.
08:31Que nesta mesma reunião,
08:33no dia 18 de dezembro de 2015,
08:36Joesley e seu advogado,
08:37Francisco de Assis,
08:39propuseram ao depoente
08:41fazer um contrato guarda-chuva
08:43a fim de dar aparência de legalidade
08:45aos negócios já efetuados
08:48entre o depoente e Joesley
08:49e ao saldo credor
08:51que o depoente possuía
08:53junto às empresas do grupo JBS.
08:57Que esse contrato tinha função
08:59de dar dupla tranquilidade
09:01ao grupo JIF
09:03a origem para os pagamentos
09:05efetuados às empresas
09:07do declarante
09:08ou de sua responsabilidade.
09:10E de dar tranquilidade
09:12ao declarante
09:13de ter seus créditos
09:14reconhecidos pela JIF,
09:16ou seja,
09:17um instrumento
09:18de crédito executivo.
09:20que essas conversas
09:24reforçam o pacto
09:25que o depoente e Joesley
09:26haviam fechado
09:27no dia 11 de dezembro de 2015.
09:30Que Joesley e Francisco
09:32chamaram Natalino Bertin
09:34para também aliar
09:36os contratos e discurso,
09:38visto que o escopo
09:41dos contratos
09:43era a fusão
09:44e aquisição
09:46do grupo Bertin
09:48pelo grupo JBS
09:50e as disputas judiciais
09:52criadas a partir
09:53dessa fusão.
09:56E que
09:57a função do depoente
09:59seria
09:59resolver os conflitos
10:01sem a utilização
10:03do judiciário.
10:05Que no caso de êxito
10:06o depoente
10:08seria remunerado
10:09por ambas as partes.
10:11Que no mês de fevereiro
10:12ou março de 2016
10:14o depoente compareceu
10:15ao escritório
10:16de seu advogado
10:17Antônio Maris
10:18acompanhado
10:20de Francisco de Assis
10:21advogado de Joesley.
10:24Que o objetivo
10:24dessa reunião
10:25era deixar Francisco de Assis
10:27a par da estratégia
10:29de defesa.
10:30Demonstrando assim
10:31que as partes
10:31estavam alinhadas.
10:33Que em caso
10:34de alguma discordância
10:35por parte de Francisco
10:36ou Joesley
10:37com relação
10:38a condução
10:39da defesa
10:39do depoente
10:40Francisco e Joesley
10:42teriam a chance
10:43de explicitar
10:44ao depoente
10:44de imediato
10:45qual seria
10:46o problema
10:47e qual seria
10:48a melhor forma
10:49de condução
10:50para ambas as partes.
10:52Que melhor explicando
10:53Joesley
10:54queria acompanhar
10:55de perto
10:56minuciosamente
10:57qual seria
10:57a linha de defesa
10:58técnica do depoente
10:59podendo inclusive
11:01sugerir estratégias.
11:03Que em outra ocasião
11:04entre fevereiro
11:05e junho
11:06de 2016
11:07antes do depoente
11:08ser preso
11:09Joesley
11:10chamou o depoente
11:11novamente
11:11em sua casa
11:12durante uma noite
11:14para conversar
11:15sobre a situação
11:16de Eduardo Cunha.
11:18Que o depoente
11:19disse a Joesley
11:20que Cunha
11:20estava se segurando.
11:22Que nessa reunião
11:23Joesley
11:24disse
11:25que caso
11:25acontecesse
11:26algo com Cunha
11:28o depoente
11:29deveria sair na frente.
11:31Que sair na frente
11:32significava
11:33buscar fazer
11:34uma colaboração
11:35premiada
11:36resguardando
11:37Joesley
11:38e seus familiares
11:39e empresas.
11:41Que Joesley
11:41tinha muita preocupação
11:43no sentido
11:43de que o depoente
11:44pudesse se juntar
11:46a Cunha
11:46e ambos
11:47delatassem
11:48Joesley
11:49e seus parceiros
11:50políticos.
11:52Por isso
11:52queria garantir
11:53que o depoente
11:54permanecesse
11:56fiel.
11:57Que Joesley
11:58tinha medo
11:59da delação
11:59do depoente
12:00e da de Cunha.
12:01Que no primeiro
12:02semestre de 2016
12:04o advogado
12:04Francisco de Assis
12:06foi por várias
12:07vezes à casa
12:07do depoente
12:08e ao seu escritório
12:09para saber
12:10como andava
12:11a situação
12:11processual
12:12do depoente.
12:13Que em uma
12:14dessas ocasiões
12:15encontrou
12:15com o irmão
12:16do depoente
12:17de nome Dante.
12:18Que o depoente
12:19nessa ocasião
12:20afirmou na frente
12:21dos dois
12:22que qualquer necessidade
12:23de dinheiro
12:24caso acontecesse
12:26algo com o depoente
12:27deveria ser
12:28suprida
12:29pelo grupo
12:29JF
12:30através de
12:31contato
12:32com Francisco
12:33ou Joesley
12:34que com relação
12:35ao contrato
12:36guarda-chuva
12:36acima referido
12:38o depoente
12:39deseja informar
12:40que quando assinar
12:41o contrato
12:41o assinaram
12:42com data
12:43retroativa
12:44a 2012
12:45por orientação
12:48de Francisco
12:48de Assis
12:49e Joesley
12:50e que assinaram
12:51o contrato
12:52em duas vias
12:53tiraram
12:54cópias
12:54e destruíram
12:55o original
12:56que esse contrato
12:57foi assinado
12:58em dezembro
12:59de 2015
13:00ou janeiro
13:00de 2016
13:02que a intenção
13:04era que não houvesse
13:04originais
13:05para não dar
13:07perícia
13:08que após
13:10a prisão
13:10do depoente
13:11conforme estabelecido
13:12anteriormente
13:13Dante procurou
13:14Francisco
13:15para receber
13:15parte do dinheiro
13:17devido ao depoente
13:18que Francisco
13:19afirmou
13:20que precisaria
13:20de alguns dias
13:21para que pudesse
13:22conseguir o dinheiro
13:23em espécie
13:24que era a forma
13:26que ele gostaria
13:27de pagar
13:27que foram feitos
13:29dois pagamentos
13:30a Dante
13:30no valor
13:31de 600 mil reais
13:32cada um
13:33nos meses
13:34de julho
13:34e agosto
13:35e para Roberto
13:37irmã do depoente
13:38foram feitos
13:38os seguintes pagamentos
13:39um pagamento
13:40no valor
13:41de 600 mil
13:42no mês de setembro
13:43e mais sete pagamentos
13:44de 400 mil
13:46nos meses
13:46de outubro
13:47de trezembro
13:48janeiro
13:48fevereiro
13:49março
13:50abril
13:50e maio
13:51este último
13:53antecipado
13:53para o final
13:54de abril
13:54que em virtude
13:56desses pagamentos
13:57o depoente
13:57estava tranquilo
13:58no sentido
13:59de que o
13:59Joesley
14:00estava cumprindo
14:01o pacto
14:02feito entre os dois
14:03que a certeza
14:04de que Joesley
14:05iria honrar
14:06esses compromissos
14:07e manter
14:07a família
14:07do depoente
14:08segura
14:09financeiramente
14:10e a defesa
14:12do depoente
14:13também
14:14sempre com os
14:15honorários
14:16em dias
14:16trazia tranquilidade
14:18ao depoente
14:19que por outro lado
14:20Joesley
14:21também se sentia
14:22seguro
14:22no sentido
14:23que o depoente
14:24não iria tomar
14:25nenhuma medida
14:26contra os interesses
14:27dele e seu grupo
14:28empresarial
14:29que o depoente
14:30sabia que Joesley
14:32está faltando uma página
14:39acho que não tem acesso
14:42a página
14:45se você está
14:45não está comigo
14:46não é muito
14:47só que o depoente
14:48não vai dar
14:49nenhum
14:49seja
14:51que o depoente
14:52é
14:53não é
14:55não é
14:56nem
14:58não é
14:58a
14:58não é
15:00não é
15:03não é
15:04que nem
15:04não é
15:06não é
15:07a
15:07porque
15:08não é
15:09não é
15:10que nem
15:11e
15:11não é
15:12que nem
15:13não é
15:14Obrigado.
15:44Obrigado.
16:14Obrigado.
16:44Que prova de que Joesley estava cumprindo com o seu acordo é um documento que o depoente que eu vou deixar em poder da Procuradoria anexar aos anexos, que é uma sessão de crédito no valor de 600 mil reais do grupo JF para o escritório Daniel Gebre.
17:09Que esse documento só não foi efetuado essa transferência de crédito, porque depois o compliance da JBS chegou à conclusão que isso poderia ser muito ruim para eles no futuro, pois vincularia ainda mais o grupo JBS com a minha pessoa e com as minhas empresas.
17:28Fato que era o que eles menos queriam que ocorresse naquele momento.
17:32Ele acrescentou isso agora.
17:34Que por outro lado, Joesley também se sentia seguro no sentido que o depoente não iria tomar nenhuma medida contra os interesses dele e de seu grupo, como eu já disse.
17:43Que o depoente sabia que Joesley monitorava o ânimo do depoente em cumprir o pacto de silêncio e fidelidade através de contatos com a esposa do depoente, que é amiga da esposa de Joesley e de seus familiares, que também eram amigos da esposa do depoente.
18:04Que esse monitoramento do ânimo do depoente também era feito por Francisco de Assis junto à irmã do depoente quando essa ia à sede da JBS receber os pagamentos mensais.
18:22Que o declarante também enviava mensagens a Joesley no sentido de que esse ficasse seguro de que o depoente não delataria o grupo e que em nenhuma dessas situações o depoente explicitou de qualquer forma a intenção de fazer delação ou qualquer denúncia em relação ao grupo JBS ou familiares de Joesley.
18:52Que uma vez o depoente mandou, através de sua irmã, uma mensagem para Francisco de Assis, dizendo que, abre aspas,
19:03Gente frouxa é uma merda, pois essa era uma expressão comum entre diálogos feitos pelo depoente e Francisco de Assis em programas de troca de mensagem.
19:18E que, ao falar essa frase a Francisco de Assis, o mesmo entendeu que era para mudar de Dante para Roberta a pessoa que tinha que receber os valores mensais por parte da JBS.
19:37Que foi informado por sua advogada que sua irmã Roberta confirmou que levou a Francisco de Assis outro recado dentro de uma caneta BIC no intuito de tranquilizar Joesley e Francisco quanto ao compromisso firmado entre o depoente e Joesley.
19:58Que, caso os pagamentos fossem suspensos, o depoente iria estourar Joesley, ou seja, iria executar os títulos de crédito que tinha contra ele.
20:12Que, certamente, o ânimo depoente em delatar Joesley também aumentaria significativamente.
20:20Que, contudo, a opção da delação incriminaria não só Joesley, mas também uma série de pessoas, dentre elas,
20:28Gedel Vieira Lima, Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves, Gabriel Chalita, Henrique Constantino, Michel Temer,
20:35de forma tangencial, dentre outros que fizeram negócios com o depoente.
20:43Que, com certeza, do rompimento do pacto por parte do Joesley, o depoente decidiu procurar o Ministério Público para fazer a colaboração premiada.
20:58Que, no final de junho de 2016, o depoente estava em tratativas com o escritório Figueiredo Bastos
21:05e, sem querer, acabou enviando a proposta de honorários para seu advogado à época, Dr. Antônio Cláudio Maris de Oliveira.
21:13Que, logo após o envio do arquivo por e-mail, seu telefone deu sinal de recebimento de mensagem por meio do aplicativo Viker,
21:22o qual era usado pelo depoente e várias pessoas para tratar de coisas sigilosas.
21:26Que, nessa ocasião, tratava-se de uma mensagem de Gedel Vieira Lima, que perguntou se o depoente estava fazendo delação.
21:35Que o depoente negou a informação e perguntou a razão da indagação.
21:40Que Gedel afirmou que a notícia havia chegado no Palácio do Planalto.
21:45Que, diante disso, o depoente percebeu que havia mandado a mensagem contando a proposta de honorários
21:51do escritório Figueiredo Bastos ao escritório de Antônio Cláudio Maris de Oliveira,
21:59o qual sabia que o escritório Figueiredo Bastos era especializado em colaboração premiada.
22:06Que o depoente percebeu que a informação havia sido passada por Maris a Michel Temer ou a José Yunis,
22:16visto que Maris não falava diretamente com Gedel e que um desses dois devem ter repassado a mensagem a Gedel.
22:28Que o depoente ficou com muita raiva e ligou para Maris xingando o advogado de vagabundo por ter quebrado o sigilo profissional.
22:39Que essa informação só poderia ter chegado a Temer de duas maneiras.
22:46Uma diretamente por contato entre o advogado Maris e Michel Temer, também seu cliente,
22:53e posteriormente passada a Gedel, ou por intermédio de José Yunis e Maris de Oliveira,
22:59cuja prima é casada com Yunis, como já dito pelo depoente.
23:03Que nessa época José Yunis também trabalhava no Palácio do Planalto como assessor especial de Temer.
23:10Que o depoente não conversava com Yunis ou Temer diretamente.
23:14Daí a necessidade de acionar Gedel para confirmar a informação ou não.
23:19Que após a desconstituição de Maris de sua defesa,
23:24o depoente continuou sendo monitorado quanto à possibilidade de fazer colaboração.
23:28Que esclarecendo essa afirmação, explica que em razão do conflito com Maris,
23:34procurou o advogado Eduardo Ferrão, que já advogava para o declarante em outras situações,
23:42contudo como esse não poderia atuar na Lava Jato,
23:47que esse o indicou ao advogado Daniel Geber.
23:51Que Geber também passava informações para Joesley e Francisco
23:56sobre a estratégia de defesa do depoente.
23:59Que Daniel Geber dizia que conseguiria a soltura do depoente na audiência de custódia
24:05e que por isso não haveria necessidade de fazer colaboração premiada.
24:10Que como o depoente não foi solto, ficou nervoso
24:14e falou com Geber no dia da audiência de custódia.
24:17Fala para o teu chefe, entre aspas, Ferrão, e para o Padilha,
24:23Eliseu Padilha, que eu vou arrebentar com todo mundo.
24:27Que nesse dia Geber já não era mais advogado depoente,
24:31porém compareceu ao ato processual.
24:33Que Geber afirmou que ouviu do advogado Ferrão
24:37que o depoente não foi solto porque o depoente contratou outro escritório de advocacia
24:43para acompanhá-lo na audiência de custódia.
24:49Que questionado qual a relação de Eliseu Padilha com o fato,
24:53explicou que Eliseu Padilha é cliente e amigo íntimo de Eduardo Ferrão.
24:57Que por ocasião do vazamento do boato de que o depoente faria colaboração...
25:02Que por ocasião de outra vez em que vazou o boato de que o depoente faria colaboração premiada,
25:10Eliseu Padilha também foi correndo falar com Geber ou Ferrão
25:15para saber se o depoente estava fazendo de fato delação.
25:20Que em razão do contato de Padilha,
25:23Geber foi ao encontro do depoente na Papuda indagar sobre o tema.
25:27Que esse evento ocorreu antes da audiência de custódia
25:31e que o depoente negou a Geber estar fazendo colaboração.
25:38Quem é indagado se tem algo mais a acrescentar sobre os temas tratados,
25:43no presente depoimento, não tem mais nada a falar.
25:47Eu pergunto se os advogados querem complementar alguma pergunta.
25:52Não.
25:53Sem pergunta.
25:54Eu estou cagado.
25:58Podemos encerrar esse termo.
25:59Então, a gente encerra esse termo referente ao...
26:05Só mais uma pergunta.
26:06Algumas perguntas aqui.
26:08Quem fala aqui é o Marcelo Lopes.
26:09Sr. Lúcio, o senhor também, que eu anexo, menciona...
26:17Possível monitoramento por parte de um advogado chamado Marco Joaquim.
26:28Isso confere de fato?
26:30Isso confere de fato, mas era um monitoramento de forma mais...
26:36mais suave.
26:40O Marco Joaquim era advogado do Eduardo Cunha
26:42e ele pedia para a mulher dele ligar para a minha esposa
26:49para saber como é que estava o meu ânimo,
26:51se eu tinha intenção de fazer delação,
26:52se eu não tinha intenção de fazer delação.
26:54Só para falar devagar, porque eu tenho que digitar aqui, então,
26:57a respeito do advogado...
27:00Marco Joaquim Gonçalves.
27:04Marco Joaquim Gonçalves.
27:07Que o mesmo...
27:09Que o mesmo...
27:10Fazia...
27:12Fazia...
27:13Pode falar, mano.
27:14O mesmo trabalho...
27:14O mesmo trabalho de...
27:18Como é que chama?
27:21Monitoramento?
27:21Só que de maneira mais suave,
27:26até por ser mais próximo do depoente e da família dele.
27:33Até por ser mais próximo do depoente e da família dele.
27:38Mas que o intuito era sempre deixar informada a defesa de Eduardo Cunha
27:48do ânimo do...
27:53Entendi, então, o intuito era sempre deixar informada a defesa de Eduardo Cunha
28:00do ânimo do depoente.
28:04Ele fazia ou ele ligando ou a mulher dele ligando, entendeu?
28:28Certo.
28:29A respeito das ligações de Geddel Vieira-Linho para a sua esposa,
28:37você tem alguma coisa na carta mesmo, no serviço?
28:44Desde que eu fui preso,
28:46o Geddel liga semanalmente,
28:51ou mais de uma vez por semana,
28:53para a minha mulher,
28:54para a minha esposa,
28:55para saber como é que ela está,
28:59como é que ela estava,
29:01como é que...
29:02Porque ele não liga mais.
29:04Como é que ela estava,
29:05como é que minha filha estava,
29:08e como é que eu estava.
29:11Sim.
29:11Em algumas dessas ligações,
29:18ele dizia que estava tentando ajudar.
29:21Ele ligava sob o pretexto de saber como ele estava.
29:27Como minha família estava, como é que eu estava.
29:30Sobre o pretexto de saber como é que estava a minha família,
29:32se estava precisando de alguma coisa.
29:33E também, em alguma dessas ligações,
29:38ele afirmava que estava se esforçando ao máximo
29:44para tentar ajudar
29:48a que eu fosse
29:51solto
29:55o mais breve possível.
29:57Se tivesse uma solução,
29:59para o meu caso,
29:59o mais breve possível.
30:00Para ajudar ao máximo
30:01para que o depoente fosse solto.
30:04É, o mais breve possível.
30:09O mais breve possível, certo.
30:13Raquel, ela tinha alguma unidade anterior com o Geddel?
30:18Não, eu tinha visto o Geddel.
30:20Eu não tinha amizade anterior.
30:23Não, eu tinha visto ele algumas vezes,
30:25porque uma vez ele foi na minha casa,
30:27outras vezes em voos que eu fiz pouso em Salvador.
30:31Mas não tinha nenhuma amizade com ele.
30:34Nunca tinha falado com ele no telefone anteriormente.
30:36Nunca tinha falado com ele anteriormente?
30:38Não.
30:44Olha o telefone.
30:46O Geddel.
30:47Nessas ligações,
30:48era o Geddel que ligava.
30:50De fato, Raquel.
30:50Era ele.
30:51Era sempre ele que ligava.
30:54Se ela ligou alguma vez para ele,
30:56foi para responder alguma ligação dele
30:59que ela não tinha atendido,
31:02ou estar com a minha filha,
31:03ou cuidando de alguma coisa que...
31:05Ela está...
31:06Ou cuidando de alguma coisa
31:07que impossibilitou ela
31:09naquele momento de atender o telefone.
31:11quando a Raquel retornava a ligação.
31:18Por uma impossibilidade de atender ele no momento que ele ligou.
31:21A Raquel chegou a reclamar com você sobre essas ligações?
31:32Ela tinha medo de estar ela sendo monitorada ou ele sendo monitorado.
31:38Poderia configurar isso aí em obstrução de justiça.
31:41E ela queria...
31:43Falou, acho que eu vou parar de atender ele.
31:46E aí eu falei, não para de atender,
31:48porque senão ele vai achar que com certeza eu estou fazendo delação.
31:53Mas eu queria parar de atender os telefonemas.
31:56E eu instruí para não parar,
31:58que era para continuar atendendo normalmente.
32:01Isso aí não imputaria em obstrução de justiça,
32:03porque eles não tinham nenhum tipo de assunto,
32:06nenhuma conversa
32:07que ela pudesse ser implicada nesse tipo de assunto.
32:14Mas, para mim, era como se ele estivesse querendo saber
32:17o que você está fazendo, não sei o quê.
32:20Porque eu tinha noção...
32:21Eu tinha um contexto amplo.
32:23Ela tinha um contexto...
32:25Então, só para entender...
32:26Local, entendeu?
32:28O ideal é que ela não parasse de atender as ligações
32:31para que ele não entendesse, achasse que você estaria...
32:34Fazendo delação.
32:35Tá.
32:36Porque, ao primeiro momento que eu deixasse de atender,
32:39telefonei uma dele,
32:40ele ia entrar em desespero.
32:41Eu ia falar,
32:41por que você vai contar a minha tendência
32:42se você me atendeu até agora?
32:47Entendi.
32:53E, tá, mas qual era o seu receio?
32:56Se, de fato,
32:58se eu estivesse fazendo colaboração premiada...
33:00Se eu estivesse fazendo colaboração premiada...
33:02Se eu soubesse qual seria o impacto disso, qual seria...
33:05Primeiro, naquela época, ele ainda era ministro.
33:08Então, podia haver alguma retaliação por parte do governo.
33:15Segundo,
33:17se eu estivesse fazendo a delação premiada,
33:19eu não queria que vazasse.
33:20Porque poderia pôr a segurança da minha família em risco.
33:26Tá.
33:26E, terceiro,
33:27porque eu não estava fazendo a delação premiada
33:29e não fazia sentido nenhum
33:31usar um alvoroço
33:32numa situação que já era uma situação complexa
33:34para administrar
33:35sem precisar.
33:37poderiam colocar em risco
33:45sua família, né?
33:47É.
33:49E, finalmente,
33:50que não era verdade, né?
33:52E que...
33:53que também não era verdade
33:55que naquele momento...
33:57Durante boa parte do tempo, não é isso?
34:01É.
34:02Na verdade, naquele momento,
34:03eu não estava fazendo mesmo
34:04e eu...
34:05Pensava...
34:07Não tinha tomado posição em fazer.
34:11Por achar que minha defesa técnica
34:13tinha boas condições.
34:14Aquele momento inicial,
34:15antes que você decidir fazer.
34:16Antes que eu decidi fazer.
34:18Tá.
34:18E existe mais algum elemento
34:31que o senhor queira trazer
34:33sobre esse anexo específico?
34:35Você vê que a preocupação dele
34:37era tão grande
34:38quando ele...
34:40Do Geddel,
34:40no caso específico do Geddel,
34:42que quando ele viu
34:43que o Wesley tinha feito delação
34:46e que Mirman tinha sido presa,
34:49é...
34:50Ele me conhecia bem, né?
34:55Ah.
34:57Então,
34:58ele...
34:59teve...
35:00Naquela...
35:01Naquela hora,
35:02ele teve a certeza
35:03de que eu não iria mais
35:06aguentar
35:08que já tinha dado o meu limite.
35:10Quando ele teve isso?
35:11No dia que a Mirman foi presa.
35:13Então,
35:13que nesse dia,
35:15ele ligou
35:16num período de
35:1715 dias,
35:1919 vezes
35:20pra Raquel.
35:21E no dia que a Roberta
35:23foi solta,
35:24ele foi o primeiro
35:25a ligar pra Raquel
35:26pra já falar
35:26Ah, foi solta, foi solta.
35:28Graças a Deus foi solta.
35:29Como se aquilo
35:29fosse
35:31esvaziar
35:32a minha intenção
35:33de fazer a colaboração.
35:34Mas aí já era um processo
35:35irreversível
35:37porque eu já tinha
35:37começado.
35:47Após essa prisão,
35:50o Cetel ligou,
35:53foi o primeiro a ligar, né?
35:55Foi o primeiro a ligar
35:55pra prisão, né?
35:56Quando ele viu
35:57a delação da JBS,
36:00ele já viu
36:00que aquilo ia dar
36:01problema pra mim,
36:02ligou pra Raquel.
36:03E quando ele
36:05viu
36:07que a Roberta
36:08foi presa,
36:08também ligou.
36:10E quando ele...
36:12Ele ligou
36:12com certo desespero,
36:14foi isso?
36:15Pô, é!
36:16Que cara!
36:18Cafajeste!
36:19Não podia ter feito isso!
36:20Parará, parará!
36:21E aí,
36:22o que aconteceu?
36:23Ele...
36:24Ele sabia
36:25que...
36:26Naquele momento,
36:28deu o meu limite.
36:28ele foi um dos primeiros
36:29a ligar.
36:30Foi o único a ligar.
36:32Tá.
36:38E ele também ligou.
36:41Quando a Roberta
36:42foi solta,
36:42ele foi o primeiro a ligar.
36:43vai falar,
36:50graças a Deus
36:51foi solta.
36:53Quando o Roberto
36:54foi solto, né?
36:55É,
36:55como se com isso
36:56ele conseguisse...
36:58Fala, ó.
36:58Fala pra ele
36:59não se apavorar
37:01que as coisas
37:01não estão tão ruins.
37:02Você vê,
37:03Roberto foi solto,
37:04daqui a pouco
37:04a gente pode conseguir
37:04que ele seja solto.
37:06Ele não falou isso
37:07explicitamente,
37:08mas é o que eu penso
37:10na minha cabeça
37:10que ele quis transmitir
37:11pelo que eu conheço dele.
37:13Entendeu?
37:13Entendi.
37:22Tá.
37:26Entendi.
37:27Existe mais outro elemento?
37:28Alguém mais
37:29que quer fazer
37:29alguma pergunta?
37:31Então vamos encerrar
37:32o termo
37:33de depoimento
37:35do colaborador
37:36do Silvio Bono e Afonado.
37:38Pode ir.
37:38Tchau.
37:40Não.
37:41Tchau.
37:41Tchau!
37:42Tá.
37:52Tchau.
37:52E aí
Recomendado
1:12:44
|
A Seguir
1:15:13
1:51:34
3:07:58
27:04
1:46:03
30:09
1:33:54
13:26
1:37
36:04
58:40
6:52
28:19
24:57
10:25
31:14
29:40
Seja a primeira pessoa a comentar