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  • 17/06/2025
Em entrevista à ABC News, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que assassinar o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, seria uma forma de “acabar com o conflito” entre os dois países. A declaração surge após revelações de que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, teria vetado esse plano por temer uma escalada no confronto. Para falar sobre o assunto, o Morning Show entrevista a cientista política Barbara Lopes.
Apresentador: André Marinho
Comentaristas: David de Tarso, Jess Peixoto e Mano Ferreira
Entrevistada: Barbara Lopes

Assista ao Morning Show completo: https://youtube.com/live/T_5CEy_9uiI

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Transcrição
00:00Agora, como o próprio Fabio Zinares, que já mencionou, o primeiro ministro israelense Benjamin Netanyahu
00:03diz ainda que não é fora de cogitação, eventualmente, tirar ou neutralizar o próprio líder supremo do Irã, o Ali Khamenei.
00:13Claro que se isso acontecer, o impacto e as consequências podem ser globais
00:17e pode haver, pelo menos, ensejar ali uma mudança profunda na sociedade iraniana, principalmente.
00:23Mas agora, para integrar a nossa discussão toda aqui, trazer um panorama também do que está acontecendo nesse conflito,
00:28eu proponho que a gente receba a cientista política, a doutora Bárbara Lopes, que se junta a nós agora.
00:34Tudo bem, doutora Bárbara? Obrigado pela presença aqui.
00:38Imagino que você estava ouvindo aqui as últimas, enfim, visões aqui da bancada e os ângulos aqui que foram explorados.
00:43Fica à vontade para trazer aqui o seu Abre Alas e a gente segue debatendo. Bom dia.
00:49Bom dia, André. Obrigada pelo convite. Agradeço. É sempre um prazer participar da Jovem Pan.
00:53Bom, como nós estávamos falando, você da bancada e eu agora,
00:58assassinar um líder político e religioso, que é o Ali Khamenei,
01:04vai ter consequências geopolíticas gravíssimas.
01:07Vamos lembrar que ele é um líder que tem uma saúde debilitada,
01:11tem mais ou menos 86 anos, se fala sobre câncer de próstata.
01:15E o Ali Khamenei, ele não é só um líder político, já foi presidente do país,
01:18mas ele é um líder religioso para 200 milhões de xiitas na região.
01:21Então, isso é muito importante, é preciso ter cautela sobre o destino da vida desse grande líder.
01:29Já se fala em um sucessor que provavelmente faz parte da junta militar,
01:36faz parte das forças revolucionárias.
01:38O Irã, ele tem o Aitola, que é um cargo vitalício ali, Khamenei,
01:42assim como o Papa representa para os católicos.
01:46Então, você tem o Aitola e você tem um poder paralelo,
01:50que são essas forças revolucionárias.
01:52Já há um sucessor, não se fala o nome desse sucessor justamente por conta dos assassinatos
01:57que estão ocorrendo próximos ao Aitola,
01:59mas é possível que, em caso de saída do Aitola, seja assassinato ou renúncia,
02:06como o Papa aconteceu com o Papa Bento 16,
02:09haverá um novo governo que tem força organizacional e tem força institucional
02:15para liderar o regime iraniano que vai seguir na ditadura que é atualmente.
02:23Vamos aqui com o David Itaça.
02:25Quer fazer a próxima pergunta, David?
02:26Fica à vontade aqui com a professora. Vamos lá.
02:28Pois é, a gente não vê nenhuma questão envolvendo a resolução
02:33de uma possibilidade de todo esse conflito.
02:35Então, assim, o que você acredita que vai acontecer daqui para frente?
02:41Olá, David. Pois bem, essa é a pergunta de bilhão de dólares, né?
02:44O que vai acontecer daqui para frente?
02:46O que nós sabemos é que o conflito está em curso,
02:49qualquer análise é sempre momentânea.
02:51O que nós temos, como vocês bem exploraram antes da minha entrada?
02:55Você tem um conflito que começa em 2023,
02:57o Israel visa fragilizar o Estado iraniano e aí fragiliza o arco de apoio ao regime iraniano,
03:07com a fragilidade do Hamas, do Hezbollah, que é do regime sírio.
03:13Então, você tem um país hoje, o iraniano, isolado, fragilizado,
03:19e nós percebemos a facilidade de Israel para dominar o espaço aéreo iraniano.
03:25O Irã, que tem uma grande força, uma grande força militar.
03:29O Irã, ele tem um programa de mísseis extremamente avançado.
03:34Mas o espaço aéreo foi dominado por Israel e Israel diz que dominou,
03:39que domina atualmente um terço desse espaço aéreo.
03:42Então, você tem uma escalada, uma guerra direta,
03:46que os países do G7, agora em reunião, tentam não entrar diretamente.
03:51Que o conflito seja solucionado entre as partes,
03:54lógico, com a presença de um mediador,
03:56que provavelmente pode ser Vladimir Putin, da Rússia.
04:00É, falando também na configuração geográfica por ali,
04:04deve estar sendo realmente noites difíceis ali para os moradores do norte da Jordânia
04:09e de todo o Iraque, que estão tendo que ver mísseis de dois lados ciscando os seus céus.
04:15Afinal de contas, Jordânia e Iraque separam, claro, Irã e Israel.
04:18Mas, de qualquer forma, estamos de volta também para quem está nos ouvindo
04:21pela rede Jovem Pan de Rádio.
04:22Seguimos aqui adiante no Morning Show,
04:24uma entrevista importante aqui para seguirmos repercutindo,
04:26entendendo no detalhe com conhecimento de causa
04:28e, realmente, muita propriedade aqui à nossa convidada.
04:31A gente vai com o Mano Ferreira para a próxima pergunta.
04:33Professora, eu queria explorar um pouco qual a visão da senhora
04:37a respeito do papel da liderança dos Estados Unidos na geopolítica, né?
04:41Porque a gente está vendo os grandes acontecimentos dos conflitos no mundo
04:49acontecerem à revelia da liderança americana, né?
04:55Mano, você tinha comentado, inclusive, antes da minha entrada,
04:58sobre a moção contra o Netanyahu, Netanyahu, a liderança israelense,
05:04que vem sofrendo forte pressão interna.
05:06E eu queria lembrar quem nos assiste ou quem nos ouve
05:09que toda política externa é também um recado à política interna.
05:15Você passa para fora do país, mas passa um recado para dentro do país.
05:19Então, por exemplo, o Donald Trump, ele, numa política isolacionista,
05:23que é o perfil dele, os Estados Unidos, não vai se envolver,
05:27a não ser que isso vá atingir os interesses norte-americanos.
05:31Então, Trump, a imprensa americana divulgou que o Trump,
05:35ele pediu ou ele negou um plano para assassinar o Aitola,
05:40o líder iraniano, como nós estávamos falando,
05:43mas, mesmo assim, Israel segue com o seu plano de atacar o entorno do Aitola.
05:49Os Estados Unidos, ele, o Donald Trump, a figura do presidente norte-americano,
05:55tem essa posição de não intervenção, de não intervenção aos assuntos externos.
06:03E o Trump, ele não está cobrando que Israel consiga acabar com o regime iraniano
06:11e transformar numa democracia liberal.
06:12O Donald Trump, ele quer justamente que Israel consiga reduzir o programa de armamento nuclear do Irã.
06:22E o Donald Trump quer uma negociação rápida.
06:25Geralmente, quando se fala em negociação nuclear,
06:29o Irã faz parte do tratado de não proliferação,
06:32que é justamente usar a energia nuclear para fins pacíficos.
06:36Israel não faz parte do TNP, desse tratado.
06:39Então, o Donald Trump quer que o Irã, ele utilize bem o seu armamento nuclear para fins civis
06:47e quer que a negociação seja rápida.
06:50Para isso, pressiona Israel e pressiona Irã ao mesmo tempo.
06:54O Donald Trump diz, não vão me envolver,
06:57mas os Estados Unidos não podem ter os seus interesses atingidos.
07:01E ele diz para o Irã, olha,
07:04é melhor você sentar na mesa e negociar,
07:06porque Israel tem grande força.
07:09Israel é a maior potência militar do Oriente Médio
07:11e o Irã é uma grande potência que segue fragilizada.
07:15Mas Donald Trump, numa política isolacionista,
07:18ele não vai agir diretamente,
07:21mas, ao mesmo tempo, tem grandes interesses no programa nuclear
07:24para fins civis do Irã
07:26e vai tentar fazer com que isso aconteça.
07:30Mas eu quero chamar a atenção,
07:31e aqui eu finalizo para o que o Manu tinha falado antes da minha entrada,
07:34que é de interesse de Israel
07:37que os Estados Unidos não falem diretamente com o Irã.
07:42É interessante a Israel, ao Benjamin Netanyahu,
07:46que Israel seja e mantenha o status de grande chefe,
07:51porta-voz dos interesses do Oriente Médio para o Ocidente.
07:55Isso tem que ser levado em consideração.
07:56Respeitosamente, professora Bárbara Lopes,
08:00eu imagino até que, enfim, uma leitura superficial
08:03geralmente tenta colocar o Trump realmente nesse ponto de America First,
08:06como se isso significasse um isolacionismo,
08:09como nos moldes ali da Primeira Guerra Mundial,
08:11do Woodrow Wilson,
08:12uma coisa como se os Estados Unidos se divorciasse completamente do tabuleiro.
08:15Mas eu acho que há uma certa nuance aqui,
08:18até porque se você olhar friamente o retrospecto
08:20do presidente Trump no primeiro mandato,
08:23foi ele, sim, que encomendou ali a morte e o ataque cirúrgico,
08:27que eliminou o Qassem Soleimani,
08:29líder da Guarda Revolucionária Militar do Irã.
08:32Então, ao invés de se divorciar do tabuleiro geopolítico,
08:35é muito mais voltado a intervenções cirúrgicas e pontuais
08:38do que propriamente se manter indefinidamente,
08:41tentando conquistar um país como foi o Iraque e o Afeganistão,
08:44tentando achar que eles têm o DNA propício
08:46para a democracia liberal americana,
08:48sendo que jamais seriam capazes de promover essa mudança.
08:51E isso ele rechaça.
08:52Mas se abdicar completamente do poderio bélico militar americano
08:57com intervenções cirúrgicas e pontuais,
08:59ele já deu provas suficientes que não é bem assim.
09:01Até porque foi durante o governo dele que,
09:03lembremos, o Estado Islâmico foi absolutamente dizimado
09:06ali na região do Iraque, da Síria e do Levante.
09:08Então, há de se considerar esse contorno também
09:10para entender qual é a estratégia dele.
09:12Se há alguma coisa previsível sobre Donald Trump,
09:14é sua imprevisibilidade.
09:16Isso eu acho que está todo mundo na mesma página.
09:18De qualquer modo, são muitos contornos, muitos fatores.
09:20Claro, vou querer te ouvir também a partir dessa minha ponderação.
09:23E a gente vai seguir repercutindo aqui com a bancada também.
09:29Quando se fala em uma política isolacionista,
09:32as pessoas, e foi um bom ponto esse, André,
09:34porque quando se fala,
09:35o Donald Trump tem uma política isolacionista.
09:38Parece que os Estados Unidos não vão interferir
09:41ou não vão se preocupar com o que acontece no resto do mundo.
09:44Quando nós falamos de política isolacionista,
09:46é justamente os Estados Unidos terem uma posição
09:49de defender os seus próprios interesses
09:51sem a otimização de organismos multilaterais.
09:55Por exemplo, os Estados Unidos pedirem à ONU para intervir,
09:59os Estados Unidos pedirem a órgãos multilaterais,
10:01os Estados Unidos agirem mediante esses instrumentos,
10:04essas organizações.
10:05Uma política isolacionista aqui é justamente
10:09defender os próprios interesses com essas intervenções
10:11cirúrgicas, específicas, ad hoc,
10:15mas é sempre estar atento aos movimentos internacionais.
10:18É não utilizar, e aqui, comparando com o seu intercessor,
10:23o Joe Biden, que sempre buscava utilizar
10:27as organizações multilaterais,
10:29a OMC, Organização Mundial do Comércio,
10:31a ONU, a OTAN,
10:32para passar os seus aceitados.
10:34Donald Trump faz isso por si mesmo,
10:38sem esses instrumentos.
10:39Então, essa política isolacionista
10:41também tem esse aspecto.
10:43Muito bem lembrado.
10:45É isso aí, professora Bárbara Lopes.
10:47Agradecendo demais sua presença aqui.
10:48Claro, portas sempre abertas no Morning Show.
10:50Obrigada, eu que agradeço.
10:54A gente segue a gente aqui, já sonando Fabrício Netsk.
10:56Fabrício Netsk aqui com a gente,
10:57apresentador do Jovem Pan Internacional,
10:59em cima do lance aqui de todas as atualizações.
11:01Pelo visto, fechamento de embaixadas,
11:03corpos diplomáticos fugindo como podem,
11:06o quanto antes ali do território iraniano.
11:08Qual foi o último?
11:09Traz aqui pra gente.
11:11A embaixada de Portugal, no Irã,
11:13vai ser fechada temporariamente.
11:14Acabou de anunciar isso o ministro das Relações Exteriores,
11:17Paulo Rangel, afirmou que essa decisão foi tomada
11:20por conta da gravidade da situação entre Irã e Israel.
11:25Afirmou que esse fechamento,
11:27reafirmou, melhor dizendo,
11:28que o fechamento é temporário,
11:30que vai haver uma mudança temporária pra outro país,
11:33onde seja possível manter uma embaixada,
11:36e que assim que possível,
11:37a embaixada no Teherã vai reabrir,
11:39afirmou o ministro Paulo Rangel,
11:41pra jornalistas lá em Lisboa, Portugal.
11:44Essa é uma das primeiras embaixadas
11:46que fecha lá em Teherã nesse momento,
11:48mas a gente já lembra que esses anúncios
11:51feitos a corpos diplomáticos
11:52já vinham acontecendo desde a semana passada.
11:55O governo americano já havia alertado,
11:57por exemplo, a sua embaixada em Jerusalém,
12:00de que a situação era perigosa,
12:01era uma escalada perigosa
12:03que vinha acontecendo nas tensões,
12:05e que isso podia acabar acontecendo.
12:08E te surpreende, Jess Peixoto?
12:10Não, eu acho que agora,
12:12principalmente a saída abrupta
12:14do presidente Donald Trump ali do G7,
12:17com a assessoria de imprensa da Casa Branca
12:19falando que ele está resolvendo
12:20uma questão muito importante,
12:22deixando ali subentendido
12:23que é o conflito em relação a Israel e ao Irã,
12:27a situação toda é lida à luz
12:29de uma iminência, ou de uma ameaça,
12:31ou de alguma coisa que pode chegar até o Irã
12:34com uma certa rapidez.
12:36Então, por isso, eu acho que as embaixadas
12:37também estão tendo esse cuidado.
12:39No final das contas,
12:40ontem nós falamos sobre a tensão aumentar ou diminuir,
12:43a tensão está em crescimento.
12:46Então, com isso, obviamente,
12:47os corpos diplomáticos,
12:49muitas vezes, vão tentar sair dali.
12:51Também aconteceu no Irã em 1979,
12:53quando foi a Revolução Iraniana.
12:55Então, assim, a realidade é o risco.
12:57E até com o ataque ontem
12:59à rede de TVs iranianas ali,
13:01diretamente da cidade,
13:03eu acho que tudo isso se agrava nesse conflito.
13:06E, obviamente, os corpos diplomáticos
13:08vão buscar se proteger
13:09e, às vezes, levar essas embaixadas
13:11para regiões ali próximas,
13:12como é o caso que está acontecendo
13:13com a Embaixada de Portugal.
13:16É, meus amigos.
13:17Muitos outros...
13:18Eu quero te ouvir aqui, Mano Ferreira,
13:19também, até porque,
13:20na parte anterior,
13:23a entrada da professora Bárbara,
13:24que agregou muito aqui,
13:26ficou um ponto senal
13:26que eu queria só explorar aqui
13:27com os meus pares,
13:28porque parece que
13:29há uma certa memória seletiva aqui,
13:32pelo menos esquecendo
13:32que havia um Joseph Robinette Biden Jr.
13:35no meio do caminho.
13:36Quatro anos de Joe Biden,
13:37de tentativas frustradas,
13:39de tentar irrigar os cofres ali de Teherã
13:41e, de alguma maneira,
13:43enfim, só recebendo,
13:44enfim, o fortalecimento do Irã.
13:47Há de se lembrar que Donald Trump,
13:48com a sua estratégia máxima pressão
13:50ali em 2018,
13:51entregou um Irã completamente dizimado
13:53com a moeda fraquíssima.
13:55A capacidade de realmente financiar
13:57as suas milícias paralelas ali no Iraque,
14:00no Iêmen e no entorno
14:02foi completamente, enfim, reduzida.
14:04E eis que Teherã teve, basicamente,
14:07quatro anos para poder se reerguer,
14:09aos poucos,
14:09e culminou nessa situação.
14:12Então, enfim, cada...
14:13Se a gente for analisar
14:15esse Banzee que está armado no momento,
14:17a gente tem que analisar, claro,
14:18a sucessão de fatos,
14:19não apenas desde o acordo nuclear
14:22de 2015 do Obama,
14:23o encerramento desse mesmo acordo
14:25por Donald Trump em 2018,
14:27mas também, claro,
14:27os quatro anos de diplomacia frustradas
14:29e tímida e fraca
14:30que se sucedeu depois.
14:32Tanto que estamos aqui agora
14:33no auge das tensões.
14:35E o meu ponto principal, Marinho,
14:36é que eu acho que é importante situar
14:38que a política internacional
14:40tem, basicamente,
14:41um tripé de moedas
14:43de exercício da política.
14:46A economia,
14:48a força
14:48e a credibilidade.
14:50E o meu ponto é que
14:51a democracia americana,
14:53muito mais do que
14:54o Biden
14:56ou o Trump,
14:57tem perdido
14:58credibilidade
14:59ao longo
15:00das últimas décadas.
15:02E isso
15:02é muito ruim
15:03para o papel
15:04que os Estados Unidos
15:06costumavam exercer
15:08como líder
15:09da geopolítica,
15:11como líder
15:11do sistema
15:12internacional.
15:14Isso vem
15:14desde
15:15a invasão
15:16do Iraque,
15:17que foi baseada
15:18supostamente
15:18em armas
15:20de destruição
15:21e massa
15:21que nunca
15:22vieram
15:23a público
15:24depois.
15:24Na verdade,
15:25o que o mundo
15:27descobriu
15:27é que a desculpa
15:29usada pelos Estados Unidos
15:30não se sustentava.
15:32Esse tipo
15:32de situação
15:33vai erodindo
15:35a credibilidade
15:36dos Estados Unidos.
15:37E o meu ponto
15:38de preocupação
15:39é que
15:40uma postura
15:41como o Trump
15:42tem adotado
15:43de jogar
15:45o caos
15:46e a incerteza
15:47acaba
15:47diminuindo
15:48ainda mais
15:49essa credibilidade.
15:50E isso é muito ruim
15:51para o sistema
15:52internacional.
15:54Isso aumenta
15:55a instabilidade
15:56do mundo.
15:57E o que nós
15:57precisamos
15:58como
15:59civilização,
16:01na minha leitura,
16:02é paz
16:03e estabilidade
16:04para que assim
16:05possamos
16:06avançar
16:07com prosperidade.
16:08Então,
16:09eu lamento
16:10quando os Estados Unidos
16:11que por muito tempo
16:12foi fiador
16:14da ordem
16:15liberal global
16:16acaba tendo
16:17a sua credibilidade
16:18erodida
16:19ao longo das décadas.
16:21Isso aí é difícil
16:22de discordar realmente
16:23para uma grande
16:23desmoralização histórica.
16:25Agora, Fabrício,
16:25você lembra
16:26que houve uma espécie
16:27de acordo indireto
16:28que foi mediado
16:29por Qatar e Oman
16:30entre, claro,
16:31Irã e Estados Unidos
16:32em agosto de 2023?
16:34Sim, claro.
16:34E isso acabou, claro,
16:36havendo uma flexibilização
16:37das sanções
16:37que estavam pesando
16:38e estrangulando Teherã.
16:40E vamos lembrar
16:41o que aconteceu
16:41em outubro,
16:427 de outubro de 2023.
16:44O maior massacre
16:45aí da história recente,
16:47o 11 de setembro israelense.
16:49Então, claro que
16:50talvez esse movimento
16:51de talvez...
16:52É aquela história
16:53que o Churchill avisava, né?
16:54De alimentar o crocodilo
16:55esperando o seu último
16:56a ser devorado.
16:57Não é possível
16:58ter compacto
16:59com um regime
17:00que advoga abertamente
17:01na figura
17:02de seu líder supremo
17:03pela sua morte.
17:04É aquilo, né?
17:04Aquelas fábulas do lobo, né?
17:06As pessoas acham
17:07que é só o lobo,
17:07o bravateiro,
17:08gritando,
17:09o ivando,
17:09até um dia que o lobo
17:10vai lá e leva
17:11as vias de fato.
17:11Então, tem que ter
17:12essa cautela,
17:14coisa que o governo
17:15Biden não teve
17:16e acabou desaguando
17:16no 7 de outubro,
17:17que foi o início
17:18dessa loucura toda
17:19que a gente está vendo.
17:19Esse novo round.
17:20Não dá para apoiar
17:21o que o governo iraniano faz,
17:23André,
17:23mas a gente precisa ter
17:24um pouco de cautela
17:26em algumas situações,
17:27porque quando a gente
17:28para para analisar,
17:30a lógica da guerra
17:31por si só,
17:32ela já é errada.
17:33Então, você tem aqui agora
17:34Israel atacando o Irã,
17:36começou com um ataque preventivo
17:38e agora as pessoas
17:39estão morrendo dentro
17:39de Israel também,
17:41que não estavam morrendo
17:42antes, né?
17:43É uma coisa que,
17:45assim,
17:45a lógica da guerra,
17:47ela é deturpada
17:48por si só.
17:49A gente sabe
17:50da participação do Irã
17:52envolvendo o 7 de outubro,
17:54agora,
17:55as questões aqui
17:56vão um pouquinho
17:57além disso.
17:58Você conseguir negociar
18:00um acordo nuclear
18:01como vinha sendo negociado
18:02me parecia uma saída
18:03muito mais segura
18:04para essa situação
18:05do que a gente
18:06está vendo agora.
18:07Nesse momento,
18:08claro,
18:09o Irã não dispõe
18:10de uma bomba atômica,
18:11não dispõe de uma arma nuclear
18:12que possa representar
18:14um grande risco
18:15para Israel
18:16ou para qualquer outro
18:17lugar do mundo,
18:18incluindo os Estados Unidos.
18:20Mas, certamente,
18:21você conseguir
18:21uma saída negociada
18:23como vinha acontecendo
18:25nesse governo Trump
18:26agora com o Irã,
18:28era uma solução
18:29muito melhor
18:30para o mundo todo,
18:31economicamente,
18:32militarmente,
18:33em todos os aspectos
18:35na realidade.
18:36E isso agora
18:36acabou indo
18:37por água abaixo.
18:38A gente acreditar
18:39que só através
18:40da força
18:41que a gente vai conseguir
18:42resolver esse tipo
18:43de conflito
18:44não me parece
18:45muito factível.
18:48Imagino o seguinte,
18:50é uma lógica
18:51que envolve,
18:51por exemplo,
18:52a questão do terrorismo.
18:53Vamos lembrar
18:53como é que surge
18:54a Al-Qaeda
18:55que é a responsável
18:56pelo 11 de setembro.
18:57A Al-Qaeda surge
18:58porque na década
18:59de 80
19:00os Estados Unidos
19:00patrocinam
19:01uma milícia
19:01no Afeganistão
19:02para conter
19:03a invasão soviética.
19:0520 anos depois,
19:06essa milícia
19:07vira e fala assim,
19:07opa,
19:08meu inimigo não é mais soviético,
19:09eles nem existem mais,
19:10agora meu inimigo
19:10é os Estados Unidos.
19:11E eles vão lá
19:12e massacram
19:13Nova York.
19:14Então, assim,
19:15a coisa não se sustenta
19:16muito bem dessa forma,
19:18como agora
19:18Israel está fazendo
19:19na faixa de Gaza
19:20patrocinando milícias
19:21ligadas ao Estado Islâmico.
19:23Pode até acabar
19:24com o Hamas.
19:24Mas e o próximo grupo?
19:26O que vai fazer?
19:26Vai entrar em guerra
19:27de novo?
19:28Então, essa coisa
19:29não funciona muito bem
19:30desse jeito.
19:30Eu tendo a desconfiar
19:31de um regime teocrático
19:32que financia terroristas,
19:34células terroristas
19:35em três continentes diferentes.
19:36Como é que vai ter
19:37alguma chance
19:38de confiabilidade
19:39ou confiança
19:39para poder realmente
19:41ter a capacidade
19:42de ter essa capacidade
19:43de inspeção
19:44e averiguar
19:45a capacidade nuclear do Irã?
19:47Coisa que, claro,
19:47eles estavam enriquecendo
19:48em ritmo acelerado,
19:49prometendo essa moderação,
19:50veja bem,
19:51pode ver tudo aqui,
19:52mas no fundo
19:52os centrífugos
19:54estavam ali
19:54girando, girando, girando,
19:56aceleradamente.
19:57Então, é muita ilusão
19:59e muita ingenuidade.
20:01Porque quando o bomba
20:02cai no quintal,
20:03você cria gerações
20:05ainda mais radicalizadas.
20:07Então, vamos lá.
20:08Eu preciso seguir adiante
20:09que me perdoe.
20:09Pode fazer um comentário
20:10super rápido?
20:11Pode sim,
20:12Jess Peixoto.
20:12No final das contas,
20:14o enriquecimento
20:14é um grande problema
20:15e estava muito alto mesmo.
20:17Então, apresenta um risco
20:18para o mundo,
20:19sem dúvidas nenhuma.
20:20Mas a busca pelo acordo
20:21é um acordo
20:22que foi assinado em 2015.
20:23Então, hoje,
20:24o mundo busca
20:25uma resolução
20:25que estava ali
20:26em 2015
20:27e que o Trump
20:28saiu,
20:28que já existia.
20:29Então, existe também
20:30um olhar retroativo
20:31de olhar para o primeiro governo
20:32Trump e falar
20:33então, aquele acordo
20:34era bom,
20:35só era de um governo
20:36que talvez tivesse
20:36uma discordância,
20:37que é um grande problema.
20:39Mas o Irã também
20:39não é um país
20:41que tem uma confiabilidade alta
20:43porque em muitos momentos
20:44já teve vários erros
20:46ali na cadeia de comando.
20:47Mas naquele acordo
20:48tinha um detalhe, André,
20:49a verificação.
20:51Hoje o Irã
20:51não permite essa verificação
20:53e por isso
20:54o enriquecimento
20:54foi subindo,
20:55subindo, subindo
20:56até atingir esses níveis
20:58e levar a toda essa situação.
21:01É difícil acreditar
21:02em qualquer capacidade
21:03de verificação.
21:04Tem os inspetores
21:05oficiais da
21:05AIIA
21:08que traduz
21:09Agência Internacional
21:10Agência Internacional
21:13de Energia Atômica.
21:14Exatamente.
21:15Eles mal tinham acesso
21:16ao negócio
21:16onde realmente
21:17a parte nuclear
21:18mais relevante
21:19era completamente ali,
21:21enfim,
21:21era que nem você
21:22entrar na casa
21:22de um assassino
21:23e realmente os corpos
21:24estavam ali
21:24debaixo, escondidos
21:25no armário.
21:26É verdade essa?
21:27Então a gente segue
21:27adiante.
21:27a gente tem que verificação
21:32e aí
21:33a gente tem que verificação

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