A brasileira moradora de Tel Aviv, Michelle Goldenfeld, relata em depoimento os momentos de tensão vividos durante os recentes ataques a Israel. Ela descreve o impacto das explosões, afirmando que seu "prédio chegou a tremer", o que ilustra a intensidade da ofensiva do Irã.
Assista à íntegra em: https://youtube.com/live/Im8aGCXkmG0
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal: https://www.youtube.com/c/jovempannews
Siga o canal Jovem Pan News no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
00:00A gente vai agora com informação. O governo do Irã afirmou que vai limitar a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica, que é uma agência ligada à ONU.
00:09Essa informação acaba de sair. Segundo o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, não faz sentido que o país continue nessa cooperação após locais pacíficos serem atacados e a agência permanecer em silêncio.
00:24Diz que o Irã não vai mais cooperar como cooperava com a Agência Internacional de Energia Atômica.
00:31A gente já já vai repercutir esse assunto. Agora a gente vai conversar ao vivo com a Michelle Goldenfeld, que vive em Israel, lá em Tel Aviv, e vivenciou esses ataques das últimas horas, desde ontem, sexta-feira até hoje.
00:45Michelle, boa noite pra você. Agora meia-noite já em Tel Aviv, nesse momento. Queria que você contasse aqui pra gente o que vocês viveram nessas últimas horas, uma situação de bastante tensão nesse momento por aí, não?
00:57Boa noite, Fabrício. Sim, são meia-noite aqui e realmente desde ontem, na parte da noite, a gente começou a ter sirenes intermináveis durante toda a noite.
01:12Mais de quatro ou cinco vezes eu tive que ir pro meu quarto antibombas que eu tenho dentro de casa.
01:18Inclusive, um dos mísseis, que foi o último que caiu no centro do país, caiu num bairro muito próximo ao meu.
01:29O prédio chegou até a tremer. Então a gente teve a sensação de que foi muito próximo à minha casa.
01:36E realmente é um bairro que, 15 minutos da minha casa, a gente chega lá.
01:43Mas, assim, desde de manhã, a partir das seis e meia, sete da manhã, tava tranquilo.
01:49E agora, uma meia hora atrás, outra vez, tocaram as sirenes, mas não no centro do país, e sim mais pro norte do país, mais pra área de Raifa.
01:59São momentos tensos, obviamente, mas lembrando que a gente já tá há mais de 20 meses numa guerra que começou no dia 7 de outubro.
02:10É uma guerra que não termina, é a guerra mais longa que a gente teve em Israel.
02:17Já passei por várias operações e momentos de tensão, mas realmente nos últimos 20 meses é uma montanha russa que não termina.
02:30E agora, realmente, a gente começou a guerra com o Hamas, depois do ataque que eles fizeram no dia 7 de outubro.
02:39Mas o Hamas não é um país, o Hamas é um grupo terrorista.
02:45E agora estamos tendo a guerra realmente contra o Irã, que é um país armado com exército e com tudo mais.
02:56Mas é dentro do possível, se a gente escuta as orientações do exército,
03:02quando soam as sirenes e vamos pros bunkers ou pros quartos antes bombas que tem vários apartamentos
03:09ou procuramos algum abrigo subterrâneo.
03:13Então, assim, a gente evita de acontecer alguma coisa mais grave.
03:19Michelle, é um momento, como você destacou, de bastante tensão.
03:23Já há 20 meses que a população israelense tá vivendo esse drama também, desde o 7 de outubro.
03:29Como é que vocês têm feito ao longo do dia, por exemplo, pra conseguir sair e comprar alimentos,
03:36realizar as atividades do dia a dia, sendo que a qualquer momento as sirenes podem voltar a tocar por aí?
03:44Bom, ontem, com esse ataque do Irã, realmente as coisas meio que deram uma volta pra trás
03:53quando começou o dia 7 de outubro.
03:58A maioria do comércio tá fechado, as escolas não funcionam,
04:03somente lojas de primeira necessidade estão abertas, como supermercados e farmácias.
04:09E, no meu caso, a gente faz uma vez cada pessoa.
04:16Quer dizer, no meu caso, eu saí ontem de casa pra poder comprar o que eu precisava pro fim de semana
04:24e ir pros preparativos pro Shabbat, que é o jantar de sexta-feira.
04:27Mas, assim, as pessoas quase que não saem de casa.
04:32A grande maioria das pessoas ficam dentro de casa e só saem na medida da necessidade
04:38pra poder comprar aquilo que precisam em supermercado e farmácia.
04:42Eu ouvi uma corrida muito grande pros supermercados ontem.
04:48Assim, a maioria dos supermercados estavam lotados.
04:51Eu não senti essa corrida, essa multidão.
04:58E a maioria, então, assim, a maioria do dia a gente tá em casa, na televisão,
05:05as crianças passando o dia como podem.
05:09Eu tenho uma filha que é soldada que ela tá na base e ela ficou, não pode sair.
05:15E ela tá lá com várias pessoas e já foram chamados vários reservistas a partir de sexta-feira.
05:22Assim, que várias pessoas já foram recrutadas novamente.
05:28E, Michele, nesse momento vocês consideram voltar ao Brasil?
05:33De nenhuma forma.
05:34Eu não volto pro Brasil.
05:36Eu já moro aqui há 29 anos.
05:39Meus filhos são completamente israelenses.
05:42Eles são patriotas.
05:43Eu tô mais anos aqui do que anos que eu vivi no Brasil.
05:47Eu morei no Brasil 22 anos e aqui eu já tô mais em 29.
05:50Meus filhos, é como eu digo, meus filhos têm uma gota...
05:56Não, eles têm um pouco de Brasil dentro deles, porque eles são meus filhos.
06:02Eu passei muito da cultura brasileira pra eles.
06:06Mas em nenhum momento eu penso voltar pro Brasil.
06:09Bom, a gente conversou com a Michele Goldenfeld, moradora de Tel Aviv.
06:13Vive lá em Israel, acompanhou de perto tudo o que aconteceu.
06:16Deu o relato dela aqui pra gente.
06:18Michele, muito obrigado pela sua participação.
06:20Que você fique em segurança por aí.
06:23Que as coisas possam melhorar em breve pra gente voltar a se falar numa situação melhor, né?
06:29Muito obrigada por mais uma oportunidade ao Jovem Pan.
06:33E, obviamente, eu não deixo de lembrar que ainda existem 53 reféns na faixa de Gaza
06:37que ainda estão na mão do Hamas.
06:40Exatamente.
06:40A gente espera que eles possam voltar pra casa o quanto antes.