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O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, disse em depoimento ao Supremo Tribunal Federal, que houve uma tentativa de encontrar fraude nas urnas, mas nada foi identificado. Ele é o primeiro a depor no inquérito sobre possível tentativa de golpe que investiga Bolsonaro e mais sete aliados.

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Transcrição
00:00Senhor ministro, o meu próximo tema tem a ver com um documento que foi apreendido
00:06na sala do ex-presidente Jair Bolsonaro e na sede do Partido Liberal.
00:11Um documento contendo um discurso a ser recitado no momento da efetivação
00:16das medidas excepcionais no contexto constitucional.
00:24O documento tratava expressamente de estado de sítio, decretação de operações de operação de garantia da lei e da ordem
00:32e o mesmo texto foi encontrado no aparelho celular do réu colaborador.
00:39Eu gostaria de perguntar ao réu se ele se recorda desse discurso, quem dirigiu,
00:46quem disponibilizou o texto para que ele armazenasse e se ele conversou com o presidente da república sobre esse texto.
00:54Esse texto foi da foto, procurador?
00:58Esse foi apreendido na sala do ex-presidente...
01:01Não, da minuta do golpe.
01:03É, da minuta do golpe.
01:05Não, não, porque no meu celular alguma coisa, pelo que eu recordo, nos áudios,
01:08a única coisa que teve de próxima a uma minuta foi aquele texto da foto.
01:12O que havia depois eram os documentos daquele estudo da SM que foi feito em 2017,
01:19mas eu desconheço essa minuta aí do PL, eu não me lembro de...
01:23E o discurso que o presidente da república teria que faria depois dessas medidas?
01:27Também não passou por mim, não recebi e também não vi.
01:34Também na sede do PL, seu ministro relator, na mesa do assessor do Ibraga Neto,
01:40Coronel Flávio Peregrino, foi encontrada uma pasta denominada Memórias Importantes.
01:46Essa pasta continha um esboço da denominada Operação 142.
01:52O documento aludia aí ao artigo 142 da Constituição
01:56e traçava estratégias ofensivas contra o Supremo Tribunal Federal,
02:01assinatura de decreto presidencial e o controle da narrativa midiática.
02:05O plano também previa ações como anulação das eleições,
02:09prorrogação dos mandatos, substituição de todo o TSE,
02:13preparação de novas eleições.
02:16E afinal, o documento estabelecia, Lula não sobe a rampa.
02:21Eu gostaria de saber o que o réu se recorda a respeito desse documento.
02:26Se ele se recorda se o ex-presidente Jair Bolsonaro
02:29teve acesso a esse documento ou a ideia dessa Operação 142?
02:35Eu nunca tive contato com esse documento.
02:37Nunca passou, pelo menos no período que eu estive na presidência,
02:40ele nunca passou por mim.
02:45No computador, senhor presidente, do réu,
02:50foi encontrado um plano de fuga de Jair Messias Bolsonaro,
02:53sobre a denominação RAF barra LAF,
02:57prevendo diferentes cenários em que o então presidente precisaria de auxílio.
03:02Estamos nos slides aí de março de 2021.
03:06E eu gostaria de saber do réu se ele pode esclarecer
03:10por que esse plano foi elaborado,
03:12por que o presidente Jair Bolsonaro teria sentido uma necessidade
03:17de fugir em relação ao quê?
03:20O senhor se recorda desse plano?
03:22Eu me recordo, eu me recordo que isso foi,
03:24não sei se foi em 2020 ou 2021 que eu recebi,
03:27alguém mandou um documento, eu acho, para mim, né?
03:30E naquele momento, acho que o contexto era,
03:34eu não me lembro bem o contexto,
03:37mas era como se o presidente,
03:39se o golpe fosse contra o presidente Bolsonaro.
03:42Como que seria feita a proteção do Bolsonaro
03:43caso ele sofresse um golpe no meio das Forças Armadas.
03:47Então seria o contrário.
03:48Mas por que? Havia um receio disso?
03:51Ministro, eu não me lembro o contexto.
03:52Foi em 2020, 2021, mas foi...
03:54Realmente eu não me lembro o contexto.
03:55Mas não é uma coisa normal receber um documento
03:58e preparar um plano de fuga com o presidente eleito,
04:02empoçado e no cargo.
04:05Mas não foi, na época não tinha denúncia,
04:07não tinha nada, não tinha nenhum sinal daquilo.
04:10Realmente foi receber e que ficou ali.
04:12Eu vou ficando no meu computador ali,
04:14como outros documentos que eu...
04:16O senhor chegou a comentar isso com o presidente?
04:18Não, não, senhor.
04:20O que eu falei, ministro,
04:21o volume de coisas que eu recebi era muito grande.
04:24Então a filtragem era muito grande também.
04:27E até pela falta de tempo,
04:29eram coisas que às vezes passavam e ficavam ali,
04:31a gente não dava tratativa para aquilo ali.
04:33O senhor me relatou, eu tinha mais uma pergunta.
04:38Na colaboração, o real colaborador afirmou,
04:42entre aspas, tanto o então presidente Jair Bolsonaro
04:45quanto o general Braga Neto,
04:47esperavam que algo pudesse acontecer
04:49para convencer as forças armadas a darem o golpe.
04:52Fecho as aspas.
04:54O que eles esperavam?
04:58Gostaria de saber o que estava sendo esperado.
05:00Se era uma comoção popular, de que espécie?
05:03Qual era a expectativa que eles nutriam em relação a isso?
05:06Qual era a expectativa?
05:07A grande expectativa era que fosse encontrada uma fraude nas urnas.
05:10Então o que a gente sempre viu ali
05:12era uma busca por encontrar fraude na urna.
05:15E com a fraude na urna,
05:17de certa forma você poderia convencer os militares
05:19dizendo que a reação foi fraudada, alguma coisa,
05:21e aí talvez a situação mudasse.
05:23Então a grande morte ali do que eu,
05:25na minha visão ali,
05:26que tem a ver com isso,
05:27foi que queria se entregar,
05:29encontrar uma fraude nas urnas.
05:31Então por isso a pressão realizada
05:34em relação ao então ministro da Defesa,
05:36Paulo Sérgio.
05:36Sim, senhor.
05:37Se fosse encontrada de alguma forma...
05:40Fraude nas urnas.
05:43Senhor ministro da Defesa,
05:45no dia 4 de janeiro de 2023,
05:48Sérgio Cavalieri perguntou ao réu,
05:51ainda tem algo para acontecer?
05:54E o réu respondeu com duas mensagens,
05:57que foram apagadas logo em seguida.
06:01Diante das respostas recebidas,
06:04o Sérgio Cavalieri indagou,
06:05coisa boa ou coisa horrível?
06:08E o réu ponderou,
06:10depende para quem,
06:11para o Brasil é boa.
06:13Eu gostaria de saber se o réu poderia contextualizar esse diálogo,
06:17o que ele poderia,
06:19o que ele previa que poderia acontecer,
06:21que seria bom para o Brasil.
06:22O senhor se recorda também desse diálogo?
06:24É, depois que eu vi a mensagem,
06:26eu recordei.
06:27E para responder isso aí,
06:28ministro,
06:29eu vou usar uma outra conversa
06:31com o do general Freire Gomes,
06:32para mim,
06:33que não está nos autos,
06:34mas foi revelado naquele outro vazamento que teve.
06:36No dia 30 de dezembro,
06:38o general Freire Gomes
06:39manda uma mensagem para mim,
06:41às sete da noite.
06:42Meu coração está muito triste,
06:44minha alma amargurada,
06:46mas a consciência me diz que o PR fez o correto.
06:49Deus estará com ele.
06:51E aí eu respondo para ele.
06:53General, isso ocorreu porque eu sou feito um assessoramento justo,
06:57leal e fiel ao senhor.
06:58O futuro confirmará,
07:00o futuro dirá.
07:00Então,
07:02eu sempre,
07:05inclusive nas mensagens
07:06que eu troquei com o general Freire Gomes,
07:08mostra que eu sempre
07:09coadunei com as ideias dele.
07:12Que nada poderia ser feito
07:14e qualquer ação mais radical
07:15geraria um grande problema para o país.
07:17E foi isso que eu quis retratar
07:20com o Cavalieri.
07:24Talvez para o Brasil foi bom,
07:26talvez para os apoiadores,
07:28talvez para uma parcela da população,
07:30nem tanto.
07:31Porque nada foi feito.
07:32Inclusive,
07:33nas conversas com o general Freire Gomes,
07:35o que ele explicava era o seguinte,
07:37não adianta ter 20 minutos de alegria
07:38e 20 anos de regime militar.
07:43Porque qualquer regime
07:45teria que ser segurado através das armas.
07:47E não era isso que o Brasil queria,
07:48não era isso que o Brasil precisava.
07:49Então, essa sempre foi a ideia do general Freire Gomes,
07:51até conversando com ele,
07:52pela experiência dele.
07:54E a gente entendia isso.
07:57Então, tanto que eu sempre estava informando
07:58o general Freire Gomes
07:59do que estava acontecendo,
07:59ou sempre, de alguma forma,
08:01estava auxiliando ele
08:02a ter essa visão da conjuntura
08:05do que estava acontecendo.
08:06senhor ministro relator,
08:10eu gostaria de perguntar ainda
08:13ao réu colaborador
08:15se, em algum momento,
08:18o presidente da República
08:21solicitou que o réu
08:23orientasse os manifestantes
08:25em frente aos QGs
08:26a se desmobilizar.
08:29A questão da procuradoria
08:33é se o presidente
08:34orientou a se desmobilizar.
08:37Desmobilizar.
08:37Por favor.
08:38Não, o presidente nunca deu
08:39nenhuma orientação para mim
08:41com relação aos manifestantes.
08:44Eu não tinha contato
08:44com nenhum manifestante,
08:45nunca tive,
08:46nem com liderança,
08:47nem com ninguém
08:48nos acampanhos
08:48no defenso dos quartéis,
08:50mas ele também nunca
08:51deu ordem para mim
08:52ou solicitou que eu
08:53buscasse alguém
08:53para que fosse desmobilizado.
08:55Não, mas,
08:56dificilmente essa ordem
09:00seria passada para mim,
09:01porque ele já sabia
09:02que eu não tinha contato
09:03com esse pessoal
09:04das manifestações.
09:05Eu queria ainda
09:07uma última pergunta,
09:08senhor ministro,
09:09se o presidente da República
09:14tinha por hábito
09:16se aconselhar
09:17com o general Augusto Heleno
09:19sobre questões políticas
09:21relevantes do país?
09:23Por favor.
09:24Inicialmente, sim,
09:25e mais para o final do mandato,
09:27nos últimos dois anos,
09:29esse aconselhamento
09:30ele se reduziu bastante.
09:32O general Heleno
09:33foi cada vez menos
09:35sendo demandado
09:37para despachar
09:38e para assessorar
09:38o presidente.
09:40Mas eu gostaria de saber
09:41se houve uma cessação
09:42completa desses contatos?
09:44Não, completa não.
09:45Não, completa não.
09:46Mas diminuiu bastante
09:47do que era
09:47no começo do governo.
09:50Eu estou satisfeito,
09:51senhor ministro.
09:52Agradeço.

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