Pular para o playerIr para o conteúdo principal
Em entrevista ao Real Time, Alexandre Rezende, fundador da Kitecoat, contou como transformou a dificuldade de descartar pipas de kitesurf em um negócio de upcycling. A empresa já produz 300 jaquetas por ano e presta consultoria para reaproveitamento de materiais em outras indústrias. 

🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!

Siga o Times Brasil nas redes sociais: @otimesbrasil

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

#CNBCNoBrasil
#JornalismoDeNegócios
#TimesBrasil

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Com foco na reutilização de materiais, a Kite Coat transforma pipas usadas de kitesurf em roupas e acessórios.
00:13A empresa recebe doações de escolas e também de velejadores.
00:17Para falar sobre esse trabalho, a gente conversa agora com o Alexandre Rezende, que é fundador da Kite Coat.
00:22Bom dia para você, Alexandre. Seja bem-vindo ao Real Time.
00:25Bom dia, tudo bem, Marcelo? Vamos lá.
00:28Alexandre, conta para a gente como é que surgiu essa ideia de transformar as pipas usadas de kitesurf em acessórios e roupas também.
00:35Bom, tudo surgiu a partir de um desconforto que eu tive quando eu comprei meu primeiro equipamento.
00:40E na hora de descartar ele, eu tive um certo desconforto, porque não tinha nenhum lugar ideal para a gente descartar esse equipamento.
00:49E até na época eu mandei e-mail para os fabricantes perguntando qual era o ciclo de vida do equipamento.
00:55E eles me responderam que era mais ou menos 300 horas, se eu fosse um afortunado.
01:01E se eu fosse um desafortunado, eu ia colapsar o equipamento em cinco minutos.
01:06Então, surgiu a partir desses dois insights.
01:10Um, que era o processo de não ter um lugar adequado para descartar, e o outro do tempo de vida do material.
01:19Que o nylon demora 300 anos para se decompor na natureza e o equipamento em si dura 300 horas, mais ou menos.
01:27Então, é um ciclo de vida muito pequeno para um tempo de decomposição muito grande.
01:35Exatamente.
01:36E aí você teve a ideia de fazer essas peças de que maneira?
01:39Como é que surgiu a inspiração para você?
01:42Bom, esse insight veio dessas duas informações.
01:45Um dessa conta que não fechava, 300 horas para 300 anos.
01:50E a outra inspiração que a gente teve, somada a isso, foi de que cada vela, ou cada pipa, ou cada equipamento, tem a sua própria história.
02:00Então, todas as histórias estão muito impregnadas no equipamento.
02:06Então, dessas duas informações, da obsolescência dele e da história, do storytelling que cada um deles tem,
02:14surgiu esse insight de a gente ressignificar esse material, de uma forma inteligente.
02:20É, de trazer então para peças de moda, de vestuário, né?
02:23Você já tinha experiência nessa área?
02:26Não, não.
02:27A gente, inclusive, montou esse projeto.
02:29Eu até hoje trato essa marca de moda como um projeto, mas a gente montou como um projeto de upcycling.
02:37A gente já montou esse projeto como um projeto de upcycling.
02:43E hoje, né?
02:44A gente considera uma marca de moda, mas não era esse intuito, não.
02:48O Alexandre, você veio de que área?
02:50O que você fazia antes?
02:53Bom, eu sou formado em arquitetura, né?
02:55Sou arquiteto.
02:56E esse negócio da obsolescência, da bios, já era um tema que permeava a minha vida, tá?
03:03Então, já era um negócio que batia, essa pauta já batia nos meus tópicos aqui.
03:10E você, quando começou a tocar esse projeto, você tinha experiência em gestão ou foi
03:17um aprendizado para você também do ponto de vista de empreendedor?
03:21Nossa, foi o maior aprendizado que eu tive nesses últimos anos foi essa gestão, né?
03:26Então, a gente não tinha essa visão de gestão, ainda mais nesse universo de produção
03:32de moda, né?
03:34E a gente teve que aprender muito nesse lugar, Marcelo.
03:37E quanto que vocês têm produzido?
03:40Hoje, a gente produz uma média de 300 jaquetas por ano, né?
03:45A gente tem um sistema de captação, tem toda uma rede de network para isso.
03:50E a gente produz 300 jaquetas ano.
03:52E nesse último ano, agora, em 2024, a gente deu uma incrementada na linha de produtos
03:58e deu uma agregada em outros itens aí, né?
04:02O Alexandre, e vocês têm matéria-prima suficiente?
04:05Porque quando você fala para mim de kitesurf, na minha cabeça que não sou desse meio,
04:10me parece uma coisa assim, muito esporádica, que não tem tanta gente no Brasil assim fazendo.
04:14Obviamente deve ter, né?
04:15Mas tem tanta matéria-prima assim?
04:19Marcelo, a gente montou nossos modelos de negócio.
04:22Eu acho que o principal ativo da Kite Coach hoje, um dos principais ativos da Kite Coach
04:28hoje é a rede que ela construiu nesses 10 anos.
04:32Um desses ativos é a rede, né?
04:35E essa rede é baseada nos modelos de negócio que a gente criou.
04:39Quando a gente criou a Kite Coach, lá em 2014, a gente começou com um modelo de negócio
04:45que era on-demand.
04:46Então, o velejador trazia o seu equipamento e a gente prestava um serviço de transformação para ele.
04:53O segundo modelo de negócio que a gente criou foi a base de troca.
04:58Então, ele é disruptivo e desmonetizado e é a forma da gente captar a matéria-prima.
05:03Então, você imagina o seguinte, grandes usuários, as escolas, as guarderias,
05:07que são as escolas de Kite, quando o material entra em obsolescência,
05:11em vez de eles descartarem esse material, eles mandam para a gente
05:15e a cada dois equipamentos que eles mandam para a gente, a gente devolve parte da produção.
05:20Ou seja, a gente devolve uma jaqueta para eles.
05:22Então, isso é interessante porque ajuda a fomentar o nosso projeto,
05:27ajuda a capilarizar o nosso projeto e é a nossa forma de captação de matéria-prima.
05:32Tá certo. Agora, assim, vocês já ganharam uma certa atração aí, fazendo mais de 300 jaquetas por ano.
05:38Eu imagino que na sua cabeça de empreendedor, você deve olhar para outros materiais,
05:42para outros produtos da sociedade aí que podem ser reciclados e pensar,
05:46puxa, eu acho que isso daria alguma coisa.
05:48Você tem esse exercício?
05:51Tem. Isso é uma mente riqueta, né?
05:53Então, a gente trabalha muito nesse universo e hoje, com esse know-how que a gente atingiu
06:01durante esses 10 anos, a Kite Coach Barra Alexandre,
06:04a gente já consegue prestar assessoria, consultoria para outras empresas
06:09que têm algum resíduo, que não é rejeito ainda,
06:14que pode ser ressignificado em algum outro produto ou objeto de desejo
06:19que ainda tem uma vida útil interessante.
06:22O que você tem em mente, por exemplo?
06:25Se fosse para você abrir uma segunda empresa ou uma segunda linha de produtos na sua empresa?
06:30Na realidade, assim, a segunda linha de produtos ainda não é o foco,
06:36mas a gente já está, por exemplo, trabalhando com outros materiais.
06:40Por exemplo, a gente começou com as pipas de kitesurf,
06:43hoje a gente já vem trabalhando com velas de voo livre,
06:47velas oceânicas de barco, barcos que são veleiros.
06:55E, por exemplo, uma consultoria que a gente recém prestou foi para uma empresa de óleo e gás.
07:00Então, eles tinham uma série de EPIs que eles pagam para descartar esse material
07:06e a gente ressignificou esses materiais e fez um endomarketing para a própria empresa.
07:12Então, a gente ressignificou esses materiais,
07:15transformou em produtos e objetos de desejo
07:17e eles conseguiram absorver e entregar para os próprios colaboradores.
07:23Está certo.
07:23E me fala uma coisa, do ponto de vista financeiro,
07:26como é que foi para você colocar essa empresa de pé?
07:28Foi investimento próprio?
07:29Você fez rodada de investimento?
07:31Vocês estão buscando investidores também?
07:33Me conta um pouco dessa história financeira de vocês.
07:37Bom, essa trajetória financeira é doída para o empreendedor hoje em dia,
07:42porque a gente começou com recursos próprios,
07:44a gente teve o investimento inicial,
07:46um aporte interessante ali, grande, no começo,
07:51porque a gente contabilizou só uma parte de desenvolvimento de produto,
07:55mas não só isso precisa ser contabilizado.
07:58A gente tinha muita coisa, a montagem do projeto em si
08:02foi uma montagem que demorou seis meses,
08:04envolveu uma grande equipe,
08:06a gente chamou todos os envolvidos nesse universo
08:09de modelista, projetista, design de moda,
08:14a gente chamou toda essa cadeia para elaborar esse produto
08:18e nesse decorrer a gente não teve nenhum investimento,
08:22nenhum aporte financeiro externo
08:24e é uma dificuldade do empreendedor,
08:27do microempreendedor brasileiro de se desenvolver,
08:30porque falta capital de giro,
08:31falta muita coisa nesse universo.
08:34Exatamente.
08:35Bom, sorte e sucesso para você no negócio,
08:37Alexandre Rezende, fundador da Kite Coat.
08:39Um prazer ter você aqui no Real Time.
08:41Bom dia.
08:42Obrigado, igualmente.
08:44Bom dia a todos.
08:44Obrigado.
08:45Obrigado.
08:46Obrigado.
08:47Obrigado.
08:48Obrigado.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado