O governo dos Estados Unidos anunciou a isenção de smartphones, computadores e outros eletrônicos das tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump na semana passada. A exclusão dos produtos do plano tarifário deve proporcionar um alívio às principais empresas de tecnologia dos EUA, incluindo a Apple e a Dell Technologies e inúmeros outros importadores.
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00:00O governo dos Estados Unidos anunciou a isenção de tarifas extras sobre smartphones, monitores de computadores e componentes eletrônicos.
00:08A Valéria Luizete tem todos os detalhes.
00:11O governo dos Estados Unidos voltou atrás em parte do tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump
00:16e isentou eletrônicos como smartphones e notebooks das tarifas de importação recíprocas.
00:22A medida foi divulgada no mesmo momento em que a guerra comercial entre Estados Unidos e China escalou e passou a levantar alertas globais, com impactos também no Brasil.
00:34A medida foi divulgada na noite desta sexta-feira pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos.
00:41Com a nova diretriz, produtos como celulares, laptops e outros dispositivos eletrônicos ficam de fora das tarifas de até 145% impostas sobre a China.
00:52principal fornecedora global do setor.
00:55A decisão também exclui esses itens da alíquota de 10% que havia sido estabelecida para a maioria dos países.
01:02O objetivo, segundo fontes do governo americano, é evitar um impacto direto nos preços pagos pelos consumidores,
01:09em especial em plena alta de demanda por tecnologia.
01:13A Apple, uma das empresas mais afetadas pelas tarifas iniciais, deve ser uma das grandes beneficiadas.
01:19Segundo a consultoria Wedbush Securities, cerca de 90% da linha de montagem da companhia está baseada na China.
01:28A escalada na disputa comercial entre Estados Unidos e China levanta preocupações sobre os efeitos em toda a cadeia global.
01:36Para o professor de relações internacionais, José Niemeyer, essa tensão vai além da economia e revela uma disputa estratégica por influência mundial.
01:44Segundo o especialista, a isenção anunciada nesta sexta-feira pode até aliviar a pressão sobre empresas e consumidores americanos,
01:52mas não resolve o problema maior, a instabilidade provocada por uma agenda econômica que ele classifica como protecionista e antiliberal.
02:00A China é uma competidora econômica dos Estados Unidos.
02:04Muitos analistas acham que em breve ela vai passar os Estados Unidos como força econômica.
02:10Por isso que a relação, no caso hoje, conflituosa no campo da economia, ainda no campo da economia entre os dois, é muito grave.
02:18Porque são 50 trilhões de PIB comparados, por exemplo, ao terceiro país hoje em produto interno fruto que é a Alemanha.
02:25A Alemanha tem 5 trilhões de PIB, mais ou menos 5 trilhões.
02:29Então você vê que os Estados Unidos e China juntos têm 10 vezes o PIB da Alemanha.
02:33E a Alemanha é uma potência econômica muito, muito, muito importante no sistema econômico internacional.
02:40Então é muito ruim uma relação de tensão econômica entre China e Estados Unidos.
02:45Vai impactar no que nós chamamos de oferta de produtos, por exemplo.
02:50Por quê? E na inflação, também numa perspectiva da economia internacional.
02:54Aqui no Brasil, as tarifas impostas por Donald Trump podem ser rebatidas pela lei da reciprocidade,
03:01que foi aprovada e sancionada pelo presidente Lula recentemente e que já pode ser utilizada.
03:08Contudo, o governo brasileiro ainda não vê necessidade de aplicá-las contra o governo americano.
03:14Ainda assim, diante dessa guerra comercial, muitos setores podem sofrer aqui no Brasil, entre eles o agronegócio.
03:22Principalmente nos mercados em que há necessidade da importação de produtos agrícolas ou onde há exportação para esses mercados.
03:32Com a tensão entre Estados Unidos e China, especialistas alertam que o Brasil pode ser pressionado a tomar partido ou ajustar suas políticas comerciais.
03:40Produtos como soja, milho e carnes podem ser diretamente afetados, já que a China é o principal destino das exportações do agronegócio brasileiro e os Estados Unidos,
03:51um concorrente direto nesse mercado.
03:54Além disso, a imposição de tarifas por parte dos Estados Unidos pode redirecionar parte da demanda chinesa para o Brasil,
04:00o que pode parecer uma vantagem momentânea, mas traz riscos de dependência e aumento de vulnerabilidade do comércio exterior.
04:09O advogado Marcelo Winter, especialista em agronegócio, destaca que o Brasil ainda não foi diretamente impactado pelas tarifas americanas,
04:17mas alerta para os efeitos indiretos e o possível reposicionamento de grandes players globais.
04:23Ele também avalia o papel da nova lei de reciprocidade, sancionada pelo presidente Lula.
04:28A lei de reciprocidade econômica foi aprovada num momento muito bom, porque ela marca a posição do Brasil,
04:35basicamente ela estabelece a possibilidade de aumentar tributo, cancelar royalties, cancelar patentes,
04:41é uma lei que fica no gatilho, fica no aguardo, mas não é o momento de você aplicar,
04:46porque, mais uma vez, o Brasil não está sendo tão afetado do ponto de vista econômico por hora.
04:51Os especialistas avaliam que o momento exige cautela diplomática por parte do Brasil,
04:56principalmente para não comprometer relações comerciais estratégicas em um cenário global cada vez mais instável.
05:04Estamos aqui com os nossos analistas, Diogo da Luz, ali um pé atrás já nessa guerra comercial
05:10e, de alguma forma, o Brasil ainda não foi impactado com essas tarifas.
05:16O Brasil ainda não foi impactado, mas é importante lembrar que o Brasil pratica essas tarifas elevadas,
05:22muito mais que os Estados Unidos. Então, o impacto que nós sofremos, muito mais do que pelas medidas do Trump,
05:29é pelas nossas medidas faz muito tempo. E veja que se comentou aí sobre o iPhone.
05:34O iPhone é montado no Brasil, o iPhone que é vendido aqui no Brasil, para proteger a nossa indústria.
05:41Gera pouquíssimos empregos e produz um dos iPhones mais caros do mundo.
05:47Aí eu pergunto, de que adianta esse tipo de proteção?
05:51Me parece que as medidas do Trump não são boas para os Estados Unidos,
05:55como as medidas que sempre são adotadas aqui no Brasil de protecionismo
05:59são muito nocivas para todos nós brasileiros.
06:03Mesmo para aqueles que são apaixonados pelo Trump,
06:06parece muito claro que esses recuos, essas vindas e vindas dele,
06:10denota uma falta de programação total, um amadorismo, algo feito de afogadilho.
06:16A forma como ele taxa, os valores, as alíquotas que ele atribui e essas idas e vindas
06:21mostram, talvez não um despreparo, mas uma falta de organização no seu próprio governo,
06:27sobretudo quando os seus próprios secretários são tomados de assombro
06:31com as decisões feitas por ele, sem consultá-los.
06:34Parece que o Trump faz aquilo que vem à cabeça.
06:36Aliás, não tenho dúvida que seja isso.
06:39E, em assim sendo, isso gera uma instabilidade comercial mundial
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