A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) classificou como "paliativas" as ações do governo federal para ajudar empresas afetadas pelo tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O economista Alan Ghani analisou o assunto.
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal: https://www.youtube.com/c/jovempannews
Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
00:00Vamos até Minas Gerais mais uma vez, também com mais uma manifestação de setor a respeito do plano de socorro anunciado pelo governo.
00:09Dessa vez, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais classificou como paliativas as ações do governo federal para ajudar empresas afetadas pelo tarifácio.
00:19Rodrigo Costa está de volta e traz para a gente os detalhes. O que disse, então, Rodrigo, o líder da FIENG?
00:25Olá, Soraya. Mais uma vez, bom dia para você.
00:30A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, a FIENG, emitiu uma nota afirmando, então, que o pacote de medidas anunciado pelo governo em auxílio aos setores afetados pelo tarifácio do Donald Trump, do presidente norte-americano, que é pontual, ou seja, paliativo.
00:46O conjunto de ações foi feito pelo presidente Lula e pelos ministros, apresentado em cerimônia no Palácio do Planalto na manhã desta quarta-feira.
00:54Mas, para a FIENG, o anúncio do governo representa um esforço para conter parte dos prejuízos sobre o mercado brasileiro.
01:03No entanto, a entidade acredita que o impacto real sobre a preservação da competitividade industrial dependerá da agilidade na execução e também na eliminação de barreiras burocráticas que atrasam a chegada do apoio ao setor produtivo.
01:19O presidente da FIENG, que é o Flávio Roscoi, destacou que o pacote chamado de Brasil Soberano não substitui a necessidade de uma solução de caráter estrutural e, sobretudo, diplomático para a questão.
01:32Para ele, as medidas podem dar, sim, algum fôlego às empresas, mas não resolvem a raiz do problema que, de acordo com ele, é urgente e que há necessidade do Brasil manter negociações firmes e produtivas com o governo norte-americano,
01:47buscando reverter as tarifas e também resguardar uma relação comercial estratégica.
01:53Soraya.
01:54Obrigada, Rodrigo, pelas suas informações. Daqui a pouquinho você retorna aqui ao Jornal da Manhã.
01:59E sobre esse assunto, a gente já conversa aqui com o nosso analista de economia, Alan Gani.
02:03Gani, bom dia para você.
02:05A gente, desde o comecinho do jornal, vem trazendo aí as manifestações.
02:09Mas, de uma maneira geral, as empresas têm visto esse pacote como positiva, mas, como o Rodrigo Costa trouxe agora, paliativa, ou seja, não por muito tempo.
02:19E até mesmo o governo, nesse tempo, vai vendo o que vai acontecer, o que muda.
02:24Exatamente. Bom dia, Soraya. Bom dia, Nonato. Bom dia a toda a nossa audiência.
02:28Diferentemente de outros países, por exemplo, como o México e a própria Índia, que tem canais abertos com Washington, tem think tanks,
02:37porque eles têm um comércio muito mais ativo com os Estados Unidos, o Brasil não tem esta porta de entrada, justamente para a negociação de tarifas.
02:47E aí, é claro que essas medidas acabam sendo paliativas.
02:51Mas o Brasil precisa pensar no médio e longo prazo, a partir do momento que essas questões vão se tornar mais comuns com todo esse rearranjo geopolítico do mundo.
03:03Então, é muito importante também que o Brasil garanta, daqui para frente, canais de comunicação com Washington, a fim de reduzir essas tarifas.
03:13Não dá para a gente depender o tempo inteiro desses paliativos, até porque isso custa para a sociedade brasileira.
03:21Além do que, é importante que a gente torne a nossa indústria, a indústria de exportação, mais competitiva.
03:28E isso tem muito mais a ver com as nossas questões internas aqui, relacionadas à logística, relacionadas à infraestrutura, relacionada à produtividade da mão de obra.
03:40Por isso que é tão importante reformas fiscais, justamente para que sobrem mais recursos para os investimentos nessas áreas.
03:49E aí, naturalmente, o Brasil acaba sendo mais competitivo e sente o menor impacto de tarifas protecionistas que, eventualmente, possam ocorrer futuramente.
04:01O Gani, agora, quando a gente fala de busca de novos mercados, a gente cita que esse pacote ainda é paliativo, é bom, mas é paliativo.
04:10E, diante de tudo isso que a gente está vendo do governo Trump, como é que vai essa expansão para novos mercados?
04:16Para a gente não ficar só dependente de China e Estados Unidos, ainda que eles sejam os dois principais players econômicos do mundo.
04:24Mas pode dar uma chacoalhada aí para não só o Brasil, mas também outros centros começarem a pensar, precisamos diversificar nossa pauta de comércio?
04:32Pode, pode.
04:33E, inclusive, o tarifas do Donald Trump já está trazendo isso para vários países.
04:37A gente percebe agora uma aproximação do Canadá com o Brasil.
04:41O Canadá, um aliado histórico dos Estados Unidos.
04:45A Índia, agora, buscou parcerias comerciais com a China e com a Rússia.
04:51Vamos lembrar que a China também era uma aliada histórica dos Estados Unidos, mas, por conta dessas tarifas protecionistas, a realidade se impõe e ela acaba não tendo alternativa.
05:03E foi buscar ali um encontro com o Xi Jinping para costurar um acordo comercial, algo que seria impensável no passado.
05:11Então, de fato, todo esse protecionismo do Donald Trump está mudando também as alianças comerciais no mundo.
05:20É claro, Nonato, que isso não é feito da noite para o dia.
05:25Mas é muito importante que haja, sim, essa diversificação justamente para diminuir o risco e a gente não fique dependente apenas de Estados Unidos e de China.
05:35É claro que são duas superpotências muito importantes para a gente, mas a gente também tem que pensar em outros mercados, como, por exemplo, a própria União Europeia.
05:47Fomentar, agilizar esse acordo com a União Europeia, que é de interesse tanto do Mercosul, também de interesse, é claro, da União Europeia, que também sofre restrições por parte dos Estados Unidos.
05:58É isso, é quase como que um... Puxa, é como eu não pensei nisso antes.
Seja a primeira pessoa a comentar