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SEU PIOR PESADELO - FINGIR-SE DE MORTO - ID INVESTIGAÇÃO DISCOVERY
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00:00A CIDADE NO BRASIL
00:30A CIDADE NO BRASIL
00:59Seu pior pesadelo.
01:04Localizada no meio da zona rural da península de Delmarva,
01:08se encontra a comunidade de L'Oreal, em Delaware.
01:12L'Oreal deve ter sido a síntese de uma cidade pequena,
01:15de uma comunidade de valores tradicionais,
01:18e na época era uma comunidade muito segura.
01:22Todo mundo se conhecia e se sentia muito seguro em casa.
01:25A Mãe de 30 Anos, K. Robinson, tinha passado a vida inteira naquela área,
01:34e na época morava em uma casa própria modesta com seu filho de 12 anos, Nick.
01:39Desculpa, filho.
01:41O pai do meu filho não era muito presente.
01:45Éramos só eu e meu filho desde que ele tinha 4 anos.
01:48Eu era uma mãe determinada.
01:51Não era só porque eu era uma mãe solteira,
01:53que meu filho ia ter menos que os pais em tempo integral dão para os seus filhos.
01:57Então, eu trabalhei muito.
02:00Nós passávamos muito tempo juntos.
02:03Éramos melhores amigos.
02:05Demorou para Kay superar o pai do Nick,
02:08mas naquele momento ela tinha achado um novo amor.
02:11Seu noivo de 36 anos, Andrew Simmons.
02:13Eu estava muito feliz com o Andrew.
02:17Éramos almas gêmeas.
02:20Nós estávamos noivos e tínhamos um compromisso um com o outro.
02:24Mas ainda não tínhamos marcado a data,
02:26porque eu ainda estava com medo de dar aquele passo de novo.
02:31Ai, droga, desculpa, amor.
02:34Oi, amor.
02:37Oi.
02:39Oi, Nick.
02:41Oi.
02:42Oi.
02:43Em qualquer família moderna,
02:46em que um filho veio de outro casamento,
02:50existe um pouco de tensão.
02:53E aí, que tal jogar para cá?
02:58Oh!
02:59Bela jogada.
03:03Finalmente.
03:04Alguém que sabe arremessar direito.
03:06Tá.
03:07Eu sei quando estou sobrando.
03:09Não se importa?
03:10Não, nem um pouco.
03:11Ok.
03:12Tenho umas reuniões à tarde, então vou tomar banho.
03:14Tá.
03:14Ok.
03:14Te vejo mais tarde.
03:17Vamos lá jogar, cara.
03:21Nossa!
03:22Você jogou com vontade, hein?
03:23Claro, eu só jogo assim.
03:25O Andrew se importava com ele.
03:27Era dedicado.
03:28Nós éramos unidos.
03:30Foi uma época maravilhosa.
03:32Eu não era rica, eu não tinha muito dinheiro.
03:34Mas tinha o suficiente e eu estava muito feliz com a minha vida.
03:39Como única provedora do filho,
03:42Kay trabalhava duro como vendedora de seguros
03:44para ganhar o pão de cada dia.
03:47Acho que é melhor você ter um dedutível mais alto.
03:49Você é um bom motorista e eu posso dar 30% de desconto no premium.
03:54Olha, eu sei lá.
03:54E se acontecer alguma coisa?
03:57Eu vou ter que pagar mil dólares para um rebote vir me buscar?
03:59Não, não.
04:00Essa é a melhor parte.
04:01Deixa eu mostrar para você.
04:03Eu era dedicada.
04:05Eu gostava de ensinar para as pessoas sobre
04:08as necessidades delas para que não tivessem perdas enormes.
04:12Se elas sofressem um acidente,
04:15isso não ia destruir as famílias delas.
04:19Ok, ótimo.
04:19Assina aqui e ponha a data aqui.
04:21Ok, ok.
04:22Então você acha mesmo que eu posso economizar dinheiro?
04:25Acho sim, claro.
04:27Fechado?
04:27Fechado, então.
04:28Kay era sorrateira, muito quieta, não era de se expor.
04:35Ela estava sendo perseguida na época e não fazia a menor ideia.
04:40Mas não demorou muito para Kay começar a perceber que tinha alguma coisa errada.
04:58Eu já chamei a polícia.
05:24Andrew!
05:25Andrew!
05:33Ai, você quase me matou de susto.
05:39Me desculpa.
05:41Eu estava saindo para encontrar meus amigos e relaxar um pouquinho.
05:45O Andrew adorava caçar cervo e viajava para Virginia para caçar o cervo Sika.
05:53Então, quando ele chegava na cidade às duas ou três da manhã, ele passava lá em casa.
05:59Ele tinha a chave da minha casa, então ele tinha permissão.
06:02Podia aparecer hora que ele quisesse.
06:04Ah, então você não... não chamou a polícia, não é?
06:11Não.
06:13Tá.
06:14Então me promete uma coisa.
06:16Da próxima vez que escutar alguém na casa, pode chamar.
06:19Eu prometo.
06:20Nas duas semanas seguintes, Kay passou a esperar essas visitas noturnas do Andrew.
06:29Mesmo assim, em muitas noites, ela e Nick ficavam sozinhos.
06:33Nick?
06:35Nick?
06:36Nick?
06:36Eu tinha trabalhado muito.
06:39Eu ia dormir, mas meu filho estava assustado.
06:42Nick?
06:45Qual o problema, amor?
06:47Tem alguém lá fora.
06:49Ele disse, mamãe, tem alguém tentando entrar pela minha janela.
06:57Não, meu amor, tá tudo bem.
06:59Eu falei que a casa estava trancada, que não dava pra ninguém entrar pela janela.
07:03Mas o medo dele não passou.
07:05Você quer dormir no meu quarto?
07:12A Kay se acomodou na cama com Nick, convencida de que eles estavam seguros.
07:17Até as primeiras horas da madrugada chegarem.
07:27Eu ouvi uma batida forte na porta, que foi tão alta que me assustou e me irritou.
07:34Eu não conseguia imaginar quem viria bater na minha porta quase uma hora da manhã.
07:39Eu pensei, esquece, não vou atender.
07:42Mas as batidas continuaram.
07:43Eu vi um homem parado ali.
08:10Ele estava com uma camisa de flanela de manga comprida.
08:15O que eu achei estranho, porque não estava frio lá fora.
08:18Posso ajudar?
08:20É que o meu carro quebrou.
08:23Eu posso usar o seu telefone pra ligar pra um amigo e pedir carona?
08:27Eu posso entrar?
08:29Mas eu disse, não, não pode entrar.
08:31Mas se quiser que eu telefone por você, eu faço isso.
08:34Tá legal.
08:36O número dele é 302...
08:39Ah, peraí, eu vou pegar uma caneta.
08:42Eu estava sonolenta, mas é claro que eu não ia deixar um estranho entrar no meio da noite.
08:49Ok, pode falar.
08:50Então ele me deu o número de telefone.
08:53É, fala com o Ben.
08:56Avisa que o meu carro quebrou na 13, perto da rodovia leste.
08:59Ok, qual é o seu nome?
09:01O meu nome? Ah, tá, Jack Wilson.
09:08Tá bom, peraí.
09:10Então eu disquei o número.
09:18Alô?
09:19Oi, é...
09:20Me desculpa ligar essa hora, mas é que o Jack Wilson pediu pra eu ligar.
09:25O carro dele quebrou na rodovia 13.
09:28Quem?
09:28Jack Wilson.
09:32Ele disse pra falar com o Ben.
09:33Você é o Ben?
09:35Não parecia que eu tinha acordado ele.
09:39Mas ele ficou muito irritado e disse...
09:42Eu não conheço esse Jack Wilson.
09:44E não tem ninguém aqui chamado Ben.
09:47Tem certeza?
09:48Não tem ninguém aqui com esse nome.
09:50Naquela hora, eu tive certeza de que aquele homem não conhecia ele e que aquela história não fazia sentido.
10:01A primeira coisa que pensei foi quem bateu na minha porta.
10:03Kay Robinson, de 30 anos, estava ponderando sobre o que fazer com o estranho na sua porta.
10:11Eu voltei pra porta e disse...
10:13Desculpa, ele disse que não te conhece.
10:16Ele começou a ficar agitado e disse...
10:18Não, você discou o número errado.
10:20Por que não me deixe entrar e discar o número eu mesmo?
10:22Não.
10:23Desculpa, eu não vou deixar você entrar.
10:25Agora vai embora ou eu vou chamar a polícia.
10:28Obrigado por nada.
10:29Aí ele xingou um pouco, deu um xilique e foi embora.
10:44Com medo de que o visitante noturno voltasse, Kay ligou para a polícia estadual de Delaware.
10:51Depois que eu desliguei o telefone, fiquei tranquila, porque eles iam investigar.
10:56Eles provavelmente iam atrás dele.
10:58Vai ver, ele estava bêbado e ia ser pego na lei seca e seria preso.
11:03Eu fiquei tranquila e voltei para a cama.
11:06Convencida de que seus problemas tinham acabado, Kay voltou a dormir até uma hora e meia depois.
11:16Eu ouvi a minha porta batendo e pensei logo de cara que era o Andrew chegando.
11:24E aí eu pensei, mas por que ele bateu a porta? Vai acordar meu filho.
11:28Então eu levantei da cama, um pouquinho nervosa.
11:32Mas no momento em que pisou na sala de estar, Kay teve uma visão inesperada.
11:38Foi aí que eu vi no espelho que aquele mesmo homem estava agachado na cozinha, segurando uma faca de açougueiro.
11:46Assim que eu vi o reflexo dele no espelho, eu sabia que era o mesmo homem.
11:55Quando eu vi a faca, eu gritei e saí correndo.
11:59Tem mais alguém aqui?
12:08Só o meu filho.
12:09Eu disse, meu filho está aqui, mas está dormindo.
12:11Ele disse, tem certeza disso?
12:13E eu disse, sim.
12:15Onde ele está?
12:20Ele está ali.
12:21Por sorte, o invasor não parecia interessado no filho.
12:26Ele estava mais preocupado em achar um lugar para ficar sozinho com o Kay.
12:30Ele tentou me levar para o quarto do meu filho.
12:35Naquele momento eu pensei, eu vou ser estuprada.
12:41Eu disse de jeito nenhum.
12:43Ele vai ter que me matar antes.
12:45Ele estava ficando nervoso e começou a me golpear com a faca.
13:02Eu fiquei pensando, pega a faca.
13:05Mas quando ele me esfaqueou de novo, eu peguei a faca pelo cabo e tirei da mão dele.
13:10Eu fui muito inocente e em vez de usar a faca contra ele, eu joguei ela longe.
13:18Quando ele foi buscar a faca, eu fui até o telefone.
13:21Nick, corre!
13:28Cala a boca!
13:31Ele veio rápido até mim e me jogou longe do telefone.
13:35Minha principal preocupação era a segurança do meu filho.
13:38Eu não sabia se ele estava dormindo.
13:40Eu rezei para que estivesse.
13:43Eu achei que ele estivesse.
13:47Mas o Nick não estava dormindo.
13:50Não estava mais.
13:51Eu acordei e achei que era brincadeira.
13:55E aí, em poucos segundos, eu percebi que não, não.
13:59Ela não ia fazer uma brincadeira dessas.
14:02Não acorda ele, senão eu mato os dois.
14:04Eu pensei, preciso sair pela janela.
14:09Mas eu estava com medo.
14:11Eu preciso levantar e sair.
14:13Mas como eu ia saber qual a hora de sair?
14:21Quando Kay e o agressor entraram no quarto dos fundos, a tortura continuou.
14:26Coloca as mãos para cima.
14:29Faz isso ou eu mato ele.
14:32Ele me disse, se não deixar eu amarrar você, eu vou matar o seu filho.
14:37Ele me amarrou tão forte e tão rápido, que deu para ver que ele tinha experiência naquilo.
14:50Minhas mãos ficaram dormentes.
14:53E eu pensei, está tão apertada, eu não vou conseguir me soltar.
14:56Fica aqui.
15:11Não se mexa.
15:12A Kay, durante todo o ataque, obedeceu todos os comandos dele.
15:23Estava disposta a fazer tudo o que ele queria para que ele ficasse longe do Nick.
15:28Nick!
15:34Nick!
15:35A ameaça ao Nick diminui de novo quando o homem voltou.
15:38Dessa vez com uma surpresa horrível.
15:42Vamos.
15:45Vamos, vai para a cama.
15:57Aquele homem só queria controlar, dominar.
16:02Ele deixou ela em uma posição totalmente indefesa.
16:07E aí ele abusou sexualmente dela.
16:12Ele era uma maldade pura.
16:18Mas mesmo depois do ataque, o agressor não parou.
16:25Que pescoço lindo.
16:26Ele subiu nas minhas costas.
16:30Sentou no meio da minha coluna.
16:32Agarrou a parte da frente do meu cabelo e puxou meu pescoço.
16:36O mais longe que ele conseguiu.
16:38E começou a cortar a minha garganta.
16:42Ele cortou o lado direito e o lado esquerdo.
16:46Para tentar me decapitar.
16:49Mas mesmo enquanto aquele homem selvagem esfaqueava Kay várias vezes seguidas, ela não emitia um som.
16:56Naquele momento eu achei que ele não ia parar até eu morrer.
17:01Então eu parei de respirar.
17:04Eu segurei minha respiração.
17:06Por pior que fosse.
17:07Afinal, ele estava me esfaqueando, cortando a minha garganta e tentando cortar a minha orelha.
17:13Eu não fiz nenhum barulho.
17:16Você ainda está viva, sua vaca.
17:19Tudo que eu pensava era, é isso?
17:20É assim que eu vou morrer?
17:21Dizem que a sua vida passa pela sua cabeça.
17:26Mas eu acho que tinha uma ideia diferente de como seria.
17:29Mas não é como se você tivesse visto tudo o que aconteceu.
17:33É mais como...
17:35Se visse o que ia acontecer.
17:37Tudo o que não deu para fazer.
17:40Convencido de que Kay estava morta, o agressor desapareceu do quarto e o medo da morte de Kay foi substituído por pânico.
17:48Eu estava muito assustada.
17:50Eu estava com medo de ele ir atrás do meu filho.
17:53Eu estava perdendo e retomando a consciência porque eu tinha perdido muito sangue.
17:58Tudo o que eu queria era manter meu filho a salvo.
18:02Brutalmente agredida e deixada para morrer, Kay Robinson tinha medo que seu filho de 12 anos, Nick, fosse o próximo.
18:08Eu estava acordado, mas fingi que estava dormindo.
18:21Todo mundo sabe que se alguma coisa dá errado para algum criminoso, ele não vai querer testemunhas.
18:28Meu coração estava tão acelerado que era difícil controlar a respiração, sabe?
18:54Eu estava literalmente tremendo, como se estivesse morrendo de frio.
19:04Foi estranho.
19:05Quando a porta estava fechada, eu não conseguia me controlar.
19:08Mas quando ele veio me ver, eu consegui.
19:11Foi bizarro.
19:12Eu fiquei ali parado, escutando, esperando ele ir embora.
19:35Ou então, esperando por um momento seguro para eu sair.
19:57Uma hora eu pensei, dane-se, está na hora de sair daqui, entendeu?
20:01Aí eu me levantei, abri a porta e acabei indo até lá.
20:13Mamãe?
20:22Eu não tinha ideia que aquilo tinha sido tão horrível.
20:27Eu achei que ele só estava tentando roubar a gente.
20:30Ou sei lá, alguma coisa assim.
20:32Eu não achei que ele ia tentar matá-la.
20:35Mamãe?
20:36Mãe?
20:40Eu sabia que minha garganta estava mal.
20:43Então eu rolei de barriga porque não queria que meu filho visse.
20:47Mas o que Kay não percebeu é que suas costas estavam piores.
20:52Mãe?
20:53Meu Deus!
20:54Mamãe!
20:54Toda vez que ela respirava, o sangue saía pelas costas, por cada buraco,
21:00de cada lugar que ele tinha cortado.
21:05Tinha muito sangue.
21:07Ele tinha desenhado um sorriso com sangue nas costas dela.
21:10Não tem como descrever.
21:12É...
21:13É o tipo de coisa que você só vê em filmes de terror.
21:17Parecia um filme de terror.
21:19Por favor, por favor, busca ajuda.
21:21Por favor, alguém me ajuda.
21:29Por favor, por favor, não.
21:31Abre a porta.
21:32Por favor, é a minha mãe.
21:35Tem alguém aí?
21:37Me ajuda, por favor.
21:38O Nick conseguiu ir em segurança até a casa dos vizinhos, que ligaram para a emergência na hora.
21:44O que você disse?
21:45O que você disse?
21:46O que você disse?
21:46Se o meu amigo está morto e ela está morta.
21:50Parece que eles o que você tem morto.
21:53Imediatamente, Kay foi levada para fazer uma cirurgia de emergência.
21:58Enquanto lutava para sobreviver na UTI, ela passou vários dias sem poder falar.
22:03Quando eu acordei na UTI, eu perguntei que dia era e eu acho que fiquei dois ou três dias apagada.
22:13A primeira coisa que eu fiz foi tentar mostrar que eu queria uma caneta.
22:20Eu queria uma caneta, eu queria garantir que iam pegar aquele cara.
22:24Eles me deram papel e caneta e eu comecei a descrever ele.
22:28A altura, o peso aproximado, a aparência física.
22:34Eu escrevi que ele tinha a boca estranha, não sabia o que era.
22:38Eu tentei me lembrar de todos os detalhes.
22:41Kay passou por um período intenso de recuperação no hospital.
22:46Eu tinha pontos no corpo todo.
22:50Tinha tubos de drenagem no meu pescoço.
22:53Meu couro cabeludo coçava.
22:56Tinha uma enfermeira lá, que se chamava Bárbara.
23:00Ela era incrível.
23:03Quando eu descobri que tinha respirado por aparelhos, fiquei furiosa.
23:08A minha família sabia o que eu queria.
23:11Eu achei que quando você precisa de aparelho, nunca se livra deles.
23:16Quando ficou estável, ela recebeu a polícia estadual de Delaware,
23:21que estava ciente de que o agressor dela ainda estava à solta.
23:25Eu sou o detetive Doug Hudson.
23:37Oi, detetive.
23:39Ela estava em um péssimo estado.
23:41Ela tinha sido esfaqueada pelo menos 25 vezes nas costas e tinha a garganta cortada em três ou quatro lugares.
23:47Pelos ferimentos, as chances de sobrevivência eram mínimas.
23:51Mas ela tinha vontade de viver.
23:54O que lembra sobre esse cara?
23:56Muita coisa.
23:58Eu tinha guardado tudo o que eu podia, o que eu podia guardar.
24:05A aparência dele, o cheiro dele, o tamanho das unhas dele.
24:08Normalmente, as vítimas ficam muito assustadas para denunciar o agressor.
24:16Eu não tinha ficado.
24:18Ele estava à solta e ele ia fazer aquilo com outra pessoa.
24:21Queria garantir que ele seria preso.
24:22Vou pedir para um desenhista vir para cá falar com você, tá legal?
24:26Para fazer um retrato falado.
24:30Fica tranquila.
24:32Vamos pegar esse cara.
24:37Mesmo depois que a polícia conseguiu provas de DNA do estupro de Kay,
24:42eles ainda não tinham um suspeito para fazer a comparação.
24:46Então, o detetive Hudson começou a procurar pelo homem que se dizia chamar Jack Williams.
24:52Então, esse é o que?
25:22É ele.
25:25Tá legal. Leve isso para a imprensa agora, para divulgarem. Tá legal?
25:30A história foi para a imprensa e saiu em todos os jornais e todos os canais de TV locais.
25:36Porque a gente queria uma informação.
25:37A gente pediu para que qualquer pessoa que conhecesse ou reconhecesse o agressor
25:41telefonasse para a gente ter uma pista por onde começar.
25:44Nove dias depois da agressão, Kay recebeu alta do hospital, mas sua volta para casa trouxe uma onda de emoções.
25:56Andrew, eu não consigo, eu não consigo entrar em casa.
26:02Eu sabia, não dava mais para morar ali.
26:06Então, eu tomei as providências para limparem e venderem a casa.
26:11Eu vou pegar algumas coisas para você, tá? Vai dar tudo certo.
26:16Você pode me levar para sua casa, por favor?
26:18Eu estava me recuperando, precisava de ajuda, então fiquei com meu namorado por um tempo.
26:28Enquanto isso, a polícia estadual recebeu várias ligações sobre o retrato falado,
26:33mas nenhuma das pistas vingou.
26:35Até duas semanas depois do ataque.
26:42Emergência, como posso te ajudar?
26:43Eu quero denunciar uma pessoa suspeita.
26:51Uma vizinha da Kay viu um homem no jardim da casa dela.
26:57Aparentemente, ele estava usando uma vela acesa e agindo de forma estranha.
27:01Então, a vizinha achou que tinha que avisar a polícia sobre aquele comportamento.
27:05O senhor, você mora por aqui?
27:13O nome dele era Doug Silver.
27:15Ele era de Lerham, Maryland.
27:17E disse que estava lá para rezar pela Kay, que ouviu falar do ataque.
27:22Por acaso, o senhor conhece a dona Robinson?
27:25Não.
27:27Mas eu me senti mal pelo que aconteceu.
27:31O que é isso?
27:35Tinha uma cópia do retrato falado no parabrisa do carro do Doug de Silva
27:52para ele poder dirigir pela área e procurar o suspeito.
27:55Nada daquilo fazia sentido.
27:58Não tinha motivo para ele estar ali.
28:00O comportamento e o estado mental dele não faziam nenhum sentido.
28:06E tinha uma coisa que preocupava ainda mais o policial.
28:12Doug de Silva parecia com o retrato falado.
28:15Ele virou um suspeito muito provável naquele momento.
28:20Depois que um homem suspeito foi encontrado do lado de fora da casa da vítima de estupro, Kay Robinson,
28:26a polícia estadual de Delaware interrogou o suspeito.
28:30Você não se lembra se estava em Laurel no dia 18 de setembro?
28:36Ah, eu acho que estava sim.
28:40Ah.
28:44Eu me perdi nos dias, então...
28:46Doug de Silva teve a oportunidade de explicar a presença dele, explicar o paradeiro dele,
28:53e não ser mais considerado suspeito.
28:56Ainda assim, ele quase provocou a polícia.
29:03Mas apesar da semelhança com o retrato falado do agressor de Kay,
29:07a polícia não tinha provas necessárias para realizar a prisão.
29:11Então eles não tiveram escolha a não ser deixar Doug de Silva ir embora.
29:14Muito bem, se a gente tiver mais perguntas, a gente te liga.
29:19Bom, eu queria te fazer uma pergunta.
29:22Como é que eu arranjo um emprego igual o seu?
29:25Ele falou para a polícia que queria ser um policial estadual e queria se inscrever na academia.
29:30Então a polícia estadual deu corda para a história e deram uma inscrição para ele.
29:37Aqui.
29:41Tá bom.
29:41Com o único suspeito de volta às ruas, os detetives ficaram ansiosos para saber se Kay poderia apontar mais alguém para a polícia investigar.
29:52Mas para a surpresa deles, eles acabaram no mesmo lugar onde começaram.
29:57Meu Deus.
29:59É ele.
29:59Fizemos uma seleção de fotos com a Kay e com o Nick separadamente e independente um do outro.
30:11A Kay escolheu Doug de Silva.
30:13Ela tinha certeza daquilo.
30:16Quando eu vi o Doug, eu tive um enjoo repentino.
30:20Foi como se tudo voltasse e eu sabia que era ele.
30:25Eu tinha certeza absoluta de que era ele.
30:31Quando o Nick também apontou o de Silva no mesmo procedimento,
30:35o detetive Hudson trouxe Douglas de Silva de 38 anos para um interrogatório.
30:41Senhor de Silva.
30:43Sou o detetive Doug Hudson.
30:47Doug.
30:47Nós dois temos o mesmo nome, Doug.
30:53É verdade.
30:55Ele fez várias declarações bizarras e malucas durante o interrogatório.
31:01Eram loucas demais para contar.
31:03O senhor de Silva terminou de se inscrever agora.
31:07A inscrição que Doug de Silva tinha preenchido para a polícia estadual tinha estrelinhas desenhadas.
31:13Tinha sorrisos desenhados.
31:15Os sinais vermelhos aumentaram depois que o Nick contou sobre o sorriso desenhado nas costas da mãe.
31:21Depois de encontrar um sorriso desenhado na inscrição da polícia,
31:28é claro que nós ligamos os pontos.
31:31Aquilo nos deu mais certeza de que ele era o culpado.
31:34Com base no comportamento estranho e de Doug de Silva,
31:37na falta de álibi e na identificação de Kay e Nick,
31:41ele foi acusado de estupro e tentativa de homicídio.
31:44Mas mesmo com o suposto agressor atrás das grades,
31:49Kay estava com dificuldade para superar o trauma.
31:55Aquilo ainda afetava a minha vida.
31:58Afetava a minha independência.
32:01Minha capacidade de me sentir segura.
32:03Oi, você está bem?
32:08Ei.
32:11Amor.
32:12Quando a vida já tinha voltado ao normal para todo mundo,
32:17eu ainda estava superando.
32:19Então a gente brigava.
32:21O Andrew não entendia porque, mesmo com o tempo,
32:25eu ainda não tinha me recuperado.
32:27Então, uma hora, a gente acabou indo cada um para o seu lado.
32:35A separação foi difícil para Kay.
32:37Sua única esperança era que o julgamento do Doug de Silva
32:40trouxesse a sensação de conclusão que ela tanto precisava.
32:44Mas depois de 15 meses de espera,
32:46o promotor deu uma notícia inesperada
32:48a apenas três dias da data do julgamento.
32:51Eu tenho certeza absoluta que o de Silva é o culpado.
32:57Eu não sei bem como te falar isso.
33:05Acabamos de receber do laboratório do FBI.
33:10Eles tinham uma fila de espera nos exames de DNA.
33:16O Doug de Silva não é o homem que agrediu você.
33:21O quê?
33:23Eu fiquei acabada.
33:25Arrasada.
33:25E sem entender como aquilo era possível.
33:32Ué, mas como?
33:34Como assim?
33:37Nós repetimos o exame
33:38duas ou três vezes
33:40para garantir que não tinha sido um erro.
33:43E tivemos certeza de que não tinha sido um erro.
33:47Não, não importa o que esse pedaço de papel diga,
33:49aquele homem entrou na minha casa.
33:50Ah, ah, ah.
33:54No mesmo dia em que as queixas contra Doug e de Silva foram retiradas,
34:00ele foi solto da cadeia.
34:02Para Key, aquela foi uma reviravolta surreal e muito difícil.
34:05A primeira coisa que eu pensei foi que alguém tinha errado.
34:14Contaminado o DNA, perdido o DNA, tinha alguma coisa errada.
34:18Ele tinha a mesma descrição física, ele sabia do desenho do sorriso.
34:21Foi horrível.
34:37Eu tive que voltar a me preocupar,
34:40sabendo que ele estava solto,
34:42que provavelmente iria agredir outra pessoa de novo.
34:46Qual era o meu propósito?
34:49Eu achei que eu tinha passado por tudo aquilo
34:51para impedir que ele agredisse outra pessoa.
34:54Que tinha sido forte suportado aquilo.
34:56Para garantir que ninguém mais seria agredido por ele.
34:59Mas eles soltaram o homem.
35:02Sabendo que o agressor ainda estava solto
35:04e podia agredir de novo,
35:06Key quis se prevenir de todas as formas.
35:09Eu comprei uma casa e tomei todas as precauções possíveis e imagináveis.
35:15Eu comprei um sistema de segurança.
35:18Uma arma.
35:20Eu tinha uma 38 que carregava fácil.
35:23Eu era muito eficiente com uma arma.
35:25Mas os planos de Key não pararam por aí.
35:30Informações?
35:31Oi, eu gostaria do número do Doug de Silva.
35:35E o endereço também.
35:39Eu tinha certeza de que ele era o culpado.
35:41E que, já que ele tinha sido solto,
35:44eu ia fazer justiça.
35:46E ele não ia mais agredir ninguém.
35:49Eu arrumei uma babá para o meu filho.
35:52Eu fui até Lerham, em Maryland.
35:55E quando eu cheguei lá,
35:58já tinha tudo planejado.
36:01Ela realmente teve a ideia infeliz
36:04de ir até o local onde Doug de Silva morava.
36:09E atirou nele.
36:16Depois que seu suposto agressor foi solto,
36:19Kay Robinson achou que tinha que fazer justiça
36:23com as próprias mãos.
36:24Eu queria que ele me visse.
36:31Eu ia chegar e...
36:33bater na porta e dizer,
36:35você lembra de mim?
36:36E ia tirar nele.
36:38Eu estava preparadíssima
36:40para ir para a prisão pelo resto da vida.
36:43Eu não me importava com aquilo.
36:44Mas enquanto eu estava lá parada,
36:59eu tive um estalo.
37:01E eu fiquei pensando, pensando,
37:03quem vai criar o meu filho?
37:05O que vai ser dele?
37:06Então eu acabei dando meia volta
37:24e voltando para casa.
37:26Eu sou muito grata por não ter feito aquilo.
37:28Os anos continuaram a passar
37:30e Kay continuou a tentar aceitar
37:32que Doug de Silva podia não ser o culpado.
37:34mas isso só gerava novos medos.
37:37Eu pensei assim.
37:39Ok.
37:40Se não foi ele mesmo,
37:42então o culpado ainda está solto.
37:44Eu tenho que tomar cuidado.
37:54Mãe!
37:56Posso brincar um pouquinho lá fora?
37:59Ah!
38:00Pode, pode.
38:02Acho que sim.
38:04É, eu superei mesmo.
38:10Eu já tinha enterrado aquele assunto naquela época.
38:14Ela lidou com trauma do jeito dela
38:16e eu do meu.
38:17Você tem que seguir.
38:19Seguir adiante, está entendendo?
38:21A vida continua.
38:23Surpreendentes,
38:24dez anos se passaram desde a agressão
38:26sem que as investigações avançassem.
38:28Você acaba levando para o pessoal
38:30porque você se acha um bom investigador
38:33e não quer decepcionar a família da Kay.
38:36Eu tinha sido promovido e transferido
38:38para outro, outro cargo na polícia estadual.
38:41E o caso acabou sendo arquivado.
38:44Mas a gente continuava trabalhando nele.
38:46Sargento.
38:47Pode falar.
38:48Podemos conversar?
38:49Claro. O que foi?
38:51Eu tenho uma notícia para o senhor.
38:52Teve uma reviravolta
38:53e a polícia recebeu informações
38:56sobre um homem
38:58que tinha cometido um crime em Maryland.
39:03Eles acharam um cara chamado Mark Askridge
39:05ligado a um estuplo em 2002.
39:07Só que,
39:08em 95,
39:09ele morava em Delaware.
39:11Laurel, Delaware.
39:12Kay Robson?
39:18As semelhanças com a agressão
39:20que a Kay tinha sofrido
39:22eram gigantescas.
39:24Muitas coisas diferentes
39:25se passam na cabeça de um investigador,
39:28mas a esperança foi lá para cima.
39:30Robson imediatamente enviou o DNA
39:32do caso da Kay para o exame.
39:35Enquanto aguardavam os resultados,
39:37a polícia revisava a agressão de 95
39:39com aquela nova informação em mente.
39:43Olha só para isso.
39:46Ele tinha um campo de visão livre.
39:48Podia ficar olhando direto
39:49para a janela do quarto dela.
39:53Por que a gente não viu esse cara?
39:57Porque a gente tinha o Doug De Silva.
40:00Mark Askridge morava lá
40:01e praticamente conseguiu assistir
40:03a investigação se desenrolar
40:05e outra pessoa ser investigada
40:08pelo crime que ele tinha cometido.
40:10Então ele devia achar
40:11que tinha cometido o crime perfeito
40:14e não tinha com o que se preocupar.
40:17Logo, o DNA confirmou
40:19de uma vez por todas
40:20que Mark Askridge era o culpado.
40:23Imediatamente, eles chamaram
40:24Kay Robinson para dar as boas notícias,
40:27mas ela não teve a reação
40:28esperada por eles.
40:31Ele não parece nem um pouco
40:32com o homem que me agrediu.
40:33E quando eles me mostraram as fotos,
40:35eu disse não.
40:37Esse não é ele.
40:38não importa se o DNA
40:39corresponde ao dele,
40:40não é ele.
40:41Foi exatamente o que eu pensei
40:43quando eu vi a foto.
40:44Mas dá uma olhada nessa foto aqui.
40:48Eles falaram,
40:49a gente quer que você
40:50olhe para outra foto.
40:52Meu Deus!
40:54Era uma foto
40:55de como ele era em 95.
40:57O De Silva e o Askridge
41:01podiam ser gêmeos.
41:03Eu nunca vou entender
41:04porque o Doug,
41:08Doug De Silva,
41:09se colocou no meio disso
41:11e marcou presença com a polícia
41:13se ele era inocente.
41:17Mas naquela época,
41:19não restava mais dúvida.
41:20o homem que tinha
41:21agredido a Kay
41:22era mesmo o Mark.
41:27Ele morava no final
41:28da sua rua, Kay.
41:30Você nunca tinha visto ele antes?
41:34Não.
41:35Mas ele te via sempre.
41:37Hoje sabemos que Mark Askridge
41:43tinha ido até a casa da Kay
41:44naquela madrugada
41:45e batido na porta.
41:48Ele sabia que a Kay
41:49morava ali,
41:50então ele já tinha planejado
41:51que ia entrar na casa dela.
41:55Ele cortou a garganta dela
41:56em vários lugares diferentes.
42:00Ele cortou ela
42:01quase 30 vezes nas costas.
42:05Ele achou que ela estava morta.
42:07e que ele tinha terminado a tarefa.
42:10Alguém me ajuda, por favor!
42:15Mas a Kay é uma mulher
42:17muito forte.
42:19Ela provou isso para todos
42:20só ao sobreviver.
42:24Em janeiro de 2006,
42:26Mark Askridge
42:27se declarou culpado
42:28de estupro e tentativa de homicídio
42:30e foi condenado à prisão perpétua
42:32a mais 20 anos de cadeia.
42:33Apesar de ter sido muito difícil
42:38para os dois,
42:39Kay e Nick
42:40conseguiram deixar
42:41esse episódio para trás
42:42e seguir com suas vidas.
42:45Eu estou em outro estágio
42:46da minha vida agora, entendeu?
42:47Eu sou pai agora.
42:49Na época, eu era criança.
42:53Não importa quanto tempo demore,
42:55mas vai melhorar.
42:56A única coisa que me fez superar isso
43:00foi minha família,
43:01meus amigos
43:02e a minha fé.
43:04Eu fiz de tudo
43:05para a minha vida
43:06voltar a ser como era
43:07até que eu finalmente percebi
43:09que isso nunca ia voltar.
43:11Eu tenho que descobrir
43:12quem eu sou agora.
43:14E eu estava determinada
43:16a não deixar ele me derrotar.
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