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O Brasil registrou um salto de 41% nas exportações para a China em novembro, alcançando quase 93 bilhões de dólares em 2025. O agronegócio e o setor energético foram destaque. Alê Delara, diretor da Pine Agronegócios, explicou impactos, riscos e expectativas para 2026.

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Transcrição
00:00E as exportações brasileiras para a China registraram um salto de 41% em novembro,
00:06impulsionando o desempenho do comércio exterior e levando o acumulado do ano a quase 93 bilhões de dólares.
00:14Esse movimento reflete a forte demanda do país asiático por produtos brasileiros
00:18e reforça o papel da China como principal motor do saldo comercial do Brasil.
00:24Para entender o que está por trás de todo esse movimento, eu converso agora com o Alê De Lara,
00:30que é diretor da Paine Agronegócios.
00:33Oi, Alê, bom dia para você.
00:35Seja muito bem-vindo aqui aos estúdios do Real Time e muito obrigada pela sua participação.
00:40Olá, bom dia, Paula. Eu que agradeço o convite novamente.
00:42Alê, essa queda das vendas para os Estados Unidos foi muito marcada pela discussão do tarifácio em 2024
00:50e ajudou a reforçar o papel da China como principal motor das exportações brasileiras.
00:55Inclusive, isso com certeza ajudou a gente a ver esse número.
01:00Sim, e o crescimento no segundo semestre, Paula, ele é fortalecido,
01:04porque é um período onde o Brasil tradicionalmente olha para o mercado doméstico,
01:08quando nós falamos de soja, por exemplo, já que seria a janela dos Estados Unidos
01:13estarem embarcando para o país asiático.
01:15E devido à guerra comercial, o Brasil está exportando um recorde de soja para a China
01:20e embarcando muita soja, inclusive agora nesse mês de dezembro,
01:24onde nós temos quase um milhão e meio de toneladas a serem exportados para o país asiático.
01:28Então, além da produção muito grande que nós tivemos esse ano,
01:32um câmbio favorável para as exportações,
01:35as medidas do Trump contra a China a impulsionaram o comércio histórico brasileiro
01:39entre o Brasil e o país asiático.
01:41O Alê, quais setores aí impulsionaram, ajudaram a dar esse impulso no avanço?
01:47Foi o agronegócio, minério, petróleo também seguiram à frente
01:51ou houve algum outro tipo de mudança na pauta exportadora?
01:56O destaque vai ser o agronegócio, justamente porque os Estados Unidos
02:00é o segundo maior exportador de soja para a China,
02:03comprando ali em torno de 25 milhões de toneladas
02:06e devido à guerra comercial, essa demanda foi dividida entre Brasil e Argentina.
02:11Então, nós tivemos um salto muito grande das exportações de soja para a China.
02:16As carnes bovinas também tivemos um crescimento muito grande nesse segundo semestre
02:20devido à guerra comercial, mas exportamos muito minério de ferro,
02:24exportamos muito petróleo também,
02:26e isso favorecido, claro, graças à taxa de câmbio.
02:29Então, se for destacar um setor, seria o agronegócio,
02:33mas setor de energia e metálicas também acabaram tendo um papel de destaque.
02:38Nossa, você falou também da carne bovina e do frango, né?
02:41Mais cedo nós tivemos uma entrevista, inclusive, aqui no Real Time,
02:44falando também dos bons números das exportações de frango,
02:49por conta, mesmo depois da gripe aviária,
02:53a gente conseguiu retomar e ainda com um número bastante significativo.
02:57Sim, tanto no volume quanto no valor.
03:00Então, o dólar foi um dos fatores que acabaram favorecendo bastante.
03:04Infelizmente, nós tivemos aquele caso de gripe aviária aqui no Brasil
03:07que limitou as exportações num período que foi crucial,
03:11mas a retomada desse volume de exportação foi muito rápida.
03:15E isso é graças ao volume de produção que o Brasil tem.
03:18É difícil haver no mundo um país que consiga competir com o nível de produção
03:23dos produtos da agropecuária e da agroindústria como nós temos aqui.
03:27Então, mesmo em casos como esse, que foi um caso isolado ali no Rio Grande do Sul,
03:32que acabou impedindo durante um pedido das exportações de carnes de aves,
03:36a retomada é muito rápida porque nós não temos quase concorrentes no mundo.
03:40Então, o Brasil tem uma posição privilegiada na produção agroindustrial
03:43e qualquer problema nós superamos de uma maneira muito rápida.
03:46O Alê, existe alguma possibilidade de haver uma dependência do Brasil em relação à China,
03:54até por conta desses números ou não?
03:56Claro, é sempre um bom sinal ter um país como a China,
04:00que depende bastante das nossas exportações, mas existe a chance disso acontecer?
04:06Sim. O Brasil, na verdade, depende de muitas cadeias agroindustriais.
04:10Nós dependemos da China.
04:11A soja é um exemplo disso, a carne bovina é um exemplo disso.
04:16Hoje, o saldo comercial do Brasil, as exportações, melhor dizendo, do Brasil para a China,
04:21somaram quase 93 bilhões de dólares.
04:23Isso são 10 bilhões a mais do que todas as transações correntes
04:27que acontecem com o segundo parceiro comercial nosso, que é os Estados Unidos.
04:31Então, nós exportamos por volta de 40 bilhões para os norte-americanos,
04:34trazemos por volta de 40 bilhões.
04:36E só para a China, nós somamos 93 bilhões de dólares até esse momento.
04:41Então, quando pegamos um produto como a soja,
04:44que nós deveríamos exportar por volta de 108 milhões de toneladas,
04:4780 milhões desse volume todo vai para a China.
04:52Carnes, mais de 2,5 milhões de toneladas, vão para a China também.
04:55Então, de certa forma, nas principais cadeias agroindustriais,
04:58nós temos Pequim como o principal destino.
05:01Isso é um risco para o Brasil.
05:02Quando tudo está indo muito bem, maravilha.
05:04Temos uma receita cambial, temos um faturamento aqui excelente.
05:08Mas se houver qualquer problema nessa relação, nós estamos em um risco bem elevado.
05:13A gente fala bastante aqui na nossa programação do Times Brasil sobre a questão logística.
05:18O aumento desses embarques para a Ásia reacende, na sua opinião,
05:23essas preocupações com a logística?
05:25Por exemplo, falta de navios, limites dos portos,
05:28os custos também de frete que acabam voltando ao radar.
05:33Ele acende um alerta, Paula, no mercado doméstico.
05:36Porque no mercado internacional nós temos uma frota marítima enorme
05:39e muitos desses navios vão para onde tem carga.
05:42Então, se o Brasil tiver um volume maior, cada vez maior,
05:46de produtos para serem enviados à China,
05:48navios granelheiros, book carriers, nós conseguimos no mercado internacional.
05:52O problema está concentrado no nosso mercado doméstico.
05:55Hoje nós temos uma limitação nos portos, na infraestrutura portuária,
05:59que não nos permite exportar o volume todo que nós temos capacidade.
06:04A própria C-Café mensalmente traz um relatório de exportação
06:07e sempre está constando um asterisco lá que mais de 2 mil contêineres
06:12ficaram em solo brasileiro e não puderam ser exportados por falta de capacidade portuária.
06:17No caso de grãos, comotes a granel, nós não conseguimos embarcar mais do que 16 milhões e meio de toneladas.
06:23E quando nós voltamos para o interior, nós vemos que o frete acaba sendo um pênalti
06:28para os produtores rurais, porque nós temos poucos caminhões,
06:32nós temos poucas ferrovias, muitas estradas, elas estão ainda em chão batida,
06:37então grandes chuvas, elas acabam impedindo o tráfego normal de caminhões
06:41e a produção agrícola brasileira está em estado de arte.
06:44Então, todo ano nós aumentamos a produção agropecuária
06:48e, infelizmente, a logística, ela não acompanha,
06:50traz os gargalos e, cada vez mais, o produtor rural, a agroindústria,
06:54recebe menos devido a esse alto custo no transporte e no armazenamento.
06:58Na sua opinião, Ale, para 2026, as expectativas de exportação
07:02são ainda melhores, maiores do que já ocorreu neste ano?
07:08Sim.
07:08Só para a soja, por exemplo, estamos prevendo exportar 112 milhões de toneladas,
07:13então é um aumento de 4 milhões de toneladas.
07:15Para ficar um exemplo fácil para a audiência ver,
07:18é como se nós tivéssemos um mês a mais de exportação embarcando soja todos os dias.
07:24A expectativa de aumento nas exportações de milho, de carne bovina, de minério, de petróleo,
07:31o Brasil já é um dos dez maiores exportadores,
07:34a própria indústria nacional tem expectativa de aumentar as exportações,
07:38então 2026, a princípio, para a balança comercial, parece ser um ano bastante promissor.
07:44Perfeito.
07:46Muito obrigada pelas suas informações, por essa entrevista.
07:49A Lê Delara, que sempre nos recebe com bastante gentileza,
07:53ele que é diretor da Paine Agronegócios.
07:56Até a próxima, Ale, um ótimo final de semana para você.
07:59Obrigado.
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