A inquietude no Congresso Nacional diante da indicação de Jorge Messias como ministro do STF parece estar longe de acabar. O senador Izalci Lucas (PL-DF) conversa com a Jovem Pan News sobre a sabatina de Messias e o embate entre o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), e o presidente Lula.
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00:00A inquietude no Congresso Nacional em torno da indicação de Jorge Messias como ministro do STF continua.
00:06O senador Zalci Lucas, do PL do Distrito Federal, vai comentar ao vivo com a gente aqui no Jornal da Manhã de hoje esse assunto.
00:12Bom dia, senador.
00:14Bom, já vou emendar minha pergunta aqui ao senhor.
00:16Bom dia.
00:16O presidente do Senado, Davi Alcolume, pretende manter essa batina de Messias,
00:21mesmo com a mensagem oficial do Palácio do Planalto ao Senado Federal?
00:28Eu acho que não tem nenhum problema.
00:30Até porque já está agendado e está no diário oficial.
00:33O instrumento oficial é o diário oficial, não é o encaminhamento apenas.
00:39Bom, em relação também a todas as tratativas, porque existe a expectativa de que essa sabatina seja realmente a mais, vamos dizer, polêmica da história.
00:51Como que o Senado tem visto e se articulado?
00:54Quais são os comentários de bastidores também em torno dessa sabatina do Jorge Messias?
01:00Bem, eu acho que em primeiro lugar há uma ansiedade muito grande de derrotar o governo, né?
01:07O Messias, na realidade, ele vai ter que fazer a sabatina e responder algumas questões, né?
01:14Que acredito que vai ter dificuldade.
01:16Primeiro, como mensageiro lá da Dilma, quando ela chamou ele de Messias, para entregar realmente um documento para o Lula,
01:24evidentemente burlando, não é? A questão judicial.
01:28Olha, usa se você precisar, quer dizer, então é uma atitude que ele devia saber o que estava levando.
01:39Bem, esse é o primeiro ponto.
01:40Segundo, nós agora na CPMI do INSS detectamos vários problemas.
01:45Um deles foi a questão da seletividade.
01:48A AGU tomou providências com relação a umas nove instituições que roubaram os aposentados e pensionistas,
01:57mas não processou em nenhum momento a CONTAG e o CINDINAP.
02:02Essas duas sequer poderiam ter acordo de cooperação TEC assinado com o INSS.
02:07A lei 13.0014, ela proíbe a participação de qualquer convênio, qualquer relação com o poder público,
02:16quando você tem parente até segundo grau.
02:19O CINDINAP, o vice-presidente é irmão do Lula.
02:23A CONTAG, que foi a que mais roubou, o presidente é irmão do primeiro secretário da Câmara Federal.
02:30Então, nem poderia ter assinado esse acordo.
02:33E por incrível que pareça, a AGU não tomou nenhuma providência.
02:38Segundo, a CGU informou em 2024, em março de 2024, o que estava acontecendo no INSS.
02:47Ele foi comunicado, a AGU foi comunicado.
02:50E levou um ano para tomar qualquer providência.
02:53E mesmo assim, só tomou iniciativa quando nós fizemos realmente, instalamos a CPMI e começamos a questionar.
03:01Aí eles tomaram providência.
03:03Prova que tinha muita irregularidade é que o próprio ministro André Mendonça
03:06mandou bloquear mais de 389 milhões nas contas do CINDINAP.
03:13Então, mas o CONTAG estava lá na COP30, fazendo a festa toda, como se nada estivesse acontecendo.
03:19Então, ele vai ter que explicar muito bem isso.
03:21E um caso que eu também vou perguntar é que ele foi defendido recentemente pelos evangélicos,
03:28dizendo que era uma pessoa evangélica, eu também tenho conhecimento, e que ele iria defender valores conservadores, etc.
03:34Eu vi agora um parecer da AGU relacionado à questão do aborto, na cassação da resolução do Conselho Federal de Medicina,
03:46onde ele deu o parecer concordando, caçando a resolução, ou seja,
03:52permitindo que se faça aborto depois de 22 semanas, que é praticamente mais de cinco meses.
03:59A criança está quase falando e querem matar as crianças.
04:02Então, são esses pontos que ele vai ter que esclarecer bem na sabatina.
04:08Senador, os nossos comentaristas vão participar da entrevista também.
04:11Quero chamar primeiramente a Jess Peixoto.
04:13Jess, sua pergunta.
04:15Senador, bom dia.
04:16Nós temos visto aí uma tentativa de aprovação desse nome.
04:20De fato, o presidente do Senado, Avel Columbre, manter a data próxima estrategicamente para o governo
04:25foi algo negativo, que se passa uma mensagem bem clara em relação ao próprio posicionamento dele.
04:32E a tentativa ali do governo e dos aliados tentarem até mesmo um almoço, uma reunião,
04:38foi aventada aí na imprensa com o senador Carlos Portinho, líder do partido do senhor dentro do Senado Federal.
04:45E na coluna é dito que o senhor foi uma das resistências em relação a esse almoço
04:52e até mesmo, quem sabe, um possível suporte a esta indicação.
04:56A minha dúvida é, olhando em relação ao que provavelmente o senhor faria e está fazendo de articulação.
05:04Então, o senhor vê articulação contrária?
05:07O senhor está fazendo articulação contrária com os colegas para tentar barrar esta indicação
05:12do Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal?
05:15E se sim, quem o senhor imagina que na negativa poderia vir a ser o indicado?
05:22Em primeiro lugar, eu não estou fazendo nenhum trabalho contrário com os meus colegas
05:27porque acho que todos eles já têm realmente uma posição muito clara.
05:32É evidente que essa batina é fundamental.
05:35Caso o ministro realmente justifique tudo isso e convença os parlamentares, ele tem alguma chance.
05:41Agora, eu vejo a dificuldade dele porque o próprio PGR lá, o GONET, ele foi aprovado com apenas quatro votos de diferença.
05:52E na prática, esses quatro votos teve o apoio integral do presidente Davi Alcolumbre.
05:57Todos nós sabemos que o candidato do Davi, que ele esperava que o presidente pelo menos levasse em consideração,
06:05era o Rodrigo Pacheco.
06:07Como ele não foi atendido, eu vejo que não haverá um trabalho de convencimento ou de articulação por parte dele.
06:14Portanto, as chances realmente do Messias passar vai ser muito difícil.
06:20Ele vai ter que ter muito argumento para poder justificar essas perguntas que eu coloquei.
06:26Também participa da nossa conversa, senador, o nosso analista Cristiano Villela.
06:32Senador, bom dia. Satisfação conversar com o senhor aqui na Jovem Pan.
06:36Senador, na sua avaliação, quais serão os argumentos que o governo pode trazer para tentar esse tipo de convencimento?
06:45Existe a possibilidade do governo tentar barganhar de alguma forma, trazer, procurar liberação de recursos
06:52ou trazer outros benefícios para tentar construir essa maioria em apoio à indicação de Jorge Messias do Supremo Tribunal Federal?
07:01Olha, o poder de convencimento do governo é muito grande.
07:06Convencimento no sentido de cooptação.
07:08É evidente que ele usa muito bem a questão de oferta de cargos, questão de emendas.
07:16As emendas, por exemplo, da oposição, não foram liberadas absolutamente nada este ano, emendas impositivas.
07:24Então, voltou à prática, nós só aprovamos lá em 2016 a emenda impositiva,
07:29porque na época o governo Dilma, governo Lula também, só liberava emenda dos seus parceiros, né, dos seus aliados.
07:39Então, nós aprovamos a emenda impositiva individual e depois de bancada,
07:44exatamente para evitar essas atitudes não republicanas feitas pelo governo.
07:51Mas mesmo assim não liberou nada até agora, estamos aguardando.
07:54Mas o instrumento que normalmente se usa, que o presidente se usa, é exatamente esse.
07:59Liberar recurso, oferecer mais emendas, oferecer cargos, não é?
08:04Uma série de benefícios aí que normalmente, em alguns casos, ele tem conseguido muito bem.
08:11Nós conversamos com senadores Alci Lucas, do PL do Distrito Federal.
08:15Senador, muito obrigada pela participação no Jornal da Manhã, deste sábado.
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