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PECADOS MORTAIS - SOBERBA E GANÂNCIA - EP. 7 - ID
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00:00PECADOS MORTAIS
00:01Há uma suposição de que só os filhos dos ricos são propensos a ser mimados,
00:09mas a soberba e a ganância podem espreitar até mesmo as famílias mais modestas.
00:14E quando você é criado em uma família desajustada,
00:17esse pode ser o solo perfeito para se criar o caos.
00:24Archdale, Carolina do Norte é o clã dos Granger.
00:27O patriarca Paul Granger vive uma vida humilde, mas feliz, com Nancy,
00:32sua esposa há 35 anos e sua filha mais nova, Brandy, de 16 anos.
00:37Paul Granger era um antiquado.
00:40Ele queria o seu jantar na mesa quando chegasse em casa.
00:45Ele queria relaxar, queria assistir seus programas de TV.
00:50Ele não aturava muita bobagem.
00:51Paul Granger trabalhava para uma empresa que fazia móveis de escritório.
00:57Ele trabalhou com isso a vida toda, se aposentou e estava começando a aproveitar a vida um pouco.
01:05Paul e Nancy Granger viviam em um acampamento de trailers e tinham vivido lá por muitos anos.
01:12Era um parque bonito, nos arredores de Archdale.
01:17Os moradores conheciam Paul por seu carro velho.
01:20Ele o chamava de Velho Ganso Azul e...
01:23Era um carro confiável.
01:25Mas que droga!
01:32Quantas vezes tenho que te dizer?
01:34Se colocar muitas roupas no varal, ele arrebenta!
01:37Ah, você tem razão, me desculpe.
01:39Por que você não entende na primeira vez que eu falo?
01:42Assim eu não teria que me repetir.
01:44Pai, qual é? Ela está fazendo o melhor que pode, vem.
01:46Ele era verbalmente abusivo com sua esposa Nancy e, provavelmente, sempre foi, mas eles estavam casados há muitos anos e tinham dois filhos adultos.
02:00Mas o verdadeiro orgulho e alegria de Paul é a filha caçula.
02:04Paul era muito, muito orgulhoso da Brand.
02:08E ele se gabava dela para os amigos.
02:11Mas, de novo, tinha expectativas.
02:14Brand se destacava na escola e seus pais estão convencidos de que ela vai para a faculdade.
02:20Ter uma filha que vai para a faculdade nessa área é um feito.
02:24E eu acho que ele sabia que as chances dela de ter uma vida melhor seriam aumentadas tendo um diploma universitário.
02:31Mas mesmo uma filha dos sonhos como Brand não escapa da ira de Paul.
02:35Ai!
02:36Por que está me fazendo tropeçar?
02:38Eu não estou tentando te fazer tropeçar, pai!
02:41Não me responda! Sabe que eu detesto isso!
02:44Aquela geração acreditava em castigo físico e acreditava em manter o controle estrito sobre os seus filhos até que saísse de casa.
02:51Em 2006, a sobrinha de nove anos de Brand, Jessica, vai morar com eles.
03:00Porque seu pai, o irmão mais velho de Brand, já não podia mais criá-la.
03:04A Brand protegia a Jessica.
03:06Quer dizer, ela sempre a convidava para tudo.
03:08Nunca deixava de fora.
03:09Ela a tratava mais como irmã caçula.
03:12Cuidava da sua irmãzinha e era protetora.
03:15E eram bem próximas.
03:16E a melhor amiga de Brand, Gina Hennessey, passa muito tempo na casa delas.
03:21A Brand era minha melhor amiga.
03:22Ela era durona, mas faria qualquer coisa por qualquer um.
03:26Cada centavo extra que Paul ganha vai para o material escolar ou as roupas novas de Brand.
03:31Em abril de 2007, todo sacrifício é compensado.
03:38Ei, Brand.
03:39Chegou a correspondência para você da Universidade Pfeiffer.
03:46Por que todo esse suspense?
03:48Eu estou muito nervosa.
03:50Eu entendo.
03:51Então, não vai abrir?
04:00Eu entrei!
04:01Paul estava muito, muito feliz que ela tinha sido aceita na Pfeiffer.
04:07Nem ele, nem sua esposa tinham feito faculdade.
04:10Melhor ainda.
04:11A admissão vem com uma bolsa integral inclusa.
04:14Seria uma oportunidade para ela sair do mundo operário e ter um futuro melhor.
04:20Paul está tão feliz que gasta as poucas economias que tem num presente e tanto
04:25para que Brand consiga chegar até a faculdade.
04:29Para mim?
04:29Ele comprou um carro para ela muito melhor do que o carro que ele tinha.
04:35O futuro parece brilhante, mas Brand tem mantido um grande segredo de seus pais.
04:42Brand estava vivendo uma vida dupla que era ocultada do Sr. Granger.
04:47Claramente, muito cedo ela começou a usar álcool e algumas drogas.
04:53Mas o que mais aterroriza, Brand, é que seu pai descubra que ela é lésbica como sua melhor amiga, Gina.
05:00Paul não poderia entender o que isso significava.
05:03Muito menos aprovar.
05:05Não, não era algo que fazia parte do seu mundo e certamente não teriam sido as expectativas para sua filha.
05:11Mas há apenas 8 quilômetros de casa em High Point, Carolina do Norte, tem um lugar onde Brand e Gina podem ser elas mesmas.
05:20Estou tão feliz que encontrou esse lugar.
05:22Quer uma cerveja?
05:24Quero, mas deixa que eu pego.
05:27Me dá uma desculpa para falar com ela.
05:31Está legal.
05:32A casa em High Point era referida como a casa das festas.
05:37Acho que essa casa era um lugar onde muitos desses jovens achavam que eram livres de qualquer supervisão adulta ou regras.
05:47Brand faz novas amizades lá, incluindo o dono da casa, Philip May, de 30 anos, e o rapaz que dividia a casa com ele, Dylan Boston, de 20 anos.
05:58A amizade de Dylan e Brand foi imediata.
06:00Eles ficaram amigos na mesma hora.
06:04Dylan e Brand se identificam por terem famílias desajustadas.
06:08E no verão, antes de começar a faculdade, Brand começa a ir à casa deles quase todo dia.
06:13Nós estávamos bebendo uma noite e eu estava refletindo sobre a minha infância.
06:19Quer dizer, todo mundo tinha essa própria história.
06:21Aí a Brand disse algo sobre o seu pai ser agressivo com ela, bater nela.
06:30E ela disse, ele tem que sair da minha vida, eu não posso mais viver assim.
06:37Todas as famílias têm suas dificuldades, mas os demônios dentro da casa dos Grangers são piores do que a maioria.
06:45Até agora, Brand só aceitava os seus castigos.
06:48Mas ela está prestes a chegar ao seu limite.
06:54Numa manhã bem cedo, Dylan disse que a Brand apareceu lá com a Jessica.
07:01Porque seu pai estava gritando com sua mãe e ela acordou e ficou com medo e ela não queria que Jessica ouvisse.
07:09Fala aí.
07:14Está tudo bem?
07:16Não.
07:17Meu pai estava gritando com a minha mãe de novo.
07:20Eu não quero que ela escute isso.
07:23Ele estava zangado com a vovó.
07:25Podemos ficar aqui por algumas horas até as coisas melhorarem?
07:28Sim, sim, claro.
07:30Fiquem o tempo que precisarem.
07:31Brand mal podia esperar para a faculdade começar.
07:43Mas quando chega lá, ela se sente extremamente culpada por deixar Jessica e sua mãe sozinhas aturando os acessos de raiva de Paul.
07:51Vamos, entre.
07:53Entre.
07:56Mas Nancy é mais durona do que todos pensavam.
08:00Depois de décadas de subserviência, ela começa a se rebelar.
08:04Ei, aonde você vai?
08:06Ah, não se preocupe, querido.
08:08Como não se preocupe? Vai para aquele emprego de novo?
08:10Ah, não, eu só vou...
08:11Se precisava sair de casa, então arrumou um emprego de meio expediente numa farmácia.
08:16Paul não gostava. Ele queria ela em casa.
08:18Queria ela à disposição dele.
08:20Como Paul se recusa a levar Nancy para o trabalho várias vezes por semana,
08:25Brand faz a viagem de 80 quilômetros da faculdade até a casa
08:29para levar e trazer a mãe da farmácia.
08:31O trabalho da Nancy abriu um pouco os horizontes dela e tirava ela de casa.
08:38Ela conhecia pessoas, tinha o seu próprio dinheiro.
08:41Nesse ínterim, Brand costuma passar na casa de High Point para desabafar
08:53e se descontrair com Dylan e Dina.
08:56Brand deveria estar na escola, mas ela estava indo para festas todos os fins de semana.
09:01E às vezes, ela começava na terça, na quarta, na quinta.
09:04Então, sua vida era, na verdade, uma grande, uma grande festa.
09:11Saúde.
09:11Ela conta ao Dylan que suas notas estão caindo
09:14e que ela corria o risco de ser expulsa da faculdade.
09:18Ela estava indo tão mal na faculdade que sua bolsa estava em perigo.
09:24Pelo que Paul sabia, Brand estava indo muito bem.
09:26Ela estava tirando boas notas.
09:28Mas tudo estava prestes a escolher.
09:35Se ele descobrir que eu perdi a minha bolsa da faculdade,
09:40eu sei que ele vai me matar.
09:42Há um confronto iminente entre Brand e seu pai.
09:46E só um deles sairá vivo.
09:48É o fim do primeiro ano de faculdade de Brand e Granger.
10:00E os problemas estão fervilhando.
10:02Ela está prestes a perder sua bolsa de estudos e ser expulsa da faculdade,
10:06destruindo todos os sonhos de seu pai para ela.
10:09Ela tinha medo do que aconteceria se Paul descobrisse.
10:12Ela era a filha mimada da família naquele momento com todas as realizações
10:18e isso estava prestes a desabar ao seu redor.
10:20Ela se preparou para um desastre.
10:23Eu não acredito que ainda esteja nesse trabalho.
10:25Há uma razão legítima para ter medo.
10:28A ira constante de Paul tornou a vida na casa dos Granger intolerável.
10:32Bota logo essa comida. Cadê a minha comida?
10:35Vová, por favor, para.
10:36Calma, Paul. Você está assustando ela.
10:39Eu vou te matar. Eu vou te matar e ninguém vai saber o que houve.
10:42Pai, para, para.
10:47Brandy diz à sua prima Stephanie que seu pai está mais abusivo do que nunca
10:51e que ela está apavorada com o que ele vai fazer
10:54quando descobrir que ela será expulsa da faculdade.
10:57Ah, Brandy.
11:00Talvez não devesse ser eu a dizer isso, mas você devia saber.
11:03E é aí que um segredo monumental é revelado.
11:07Seu verdadeiro pai está morto.
11:10Ele morreu quando você era bebê.
11:12Do que você está falando?
11:15Eu não sou sua prima de verdade.
11:16Eu sou sua irmã, Brandy.
11:18A tia Nancy e o tipo Paul adotaram você quando era bebê.
11:24Você está brincando?
11:25A verdadeira mãe de Brandy é a irmã de Nancy.
11:32Quando a Brandy nasceu, sua mãe sofria com vício em drogas
11:37e não estava apta a cuidar dela.
11:41Eles esconderam o segredo dela
11:42e a Nancy e o Paul a criaram como sua própria filha.
11:47Este é um grande segredo para esconder por 18 anos.
11:52E a maneira como o Brandy descobre não ajuda a amortecer o choque.
11:57Você acharia que um de seus irmãos mais velhos
11:59poderiam ter avisado anos antes, mas não.
12:02Muitas pessoas dissabariam.
12:04Mas acontece que Brandy apenas possui uma profunda raiva primal.
12:10Acho que ela queria ser livre para viver sua vida do jeito que ela queria
12:18e fazer o que ela queria.
12:20E eu acho que quando ela descobriu
12:22que o Sr. Granger não era o verdadeiro pai,
12:25acho que essa última barreira foi removida.
12:28Mas antes que Brandy possa confrontar seu pai sobre seu passado,
12:32uma chamada desesperada para a emergência chega à polícia.
12:35Não estou brincando com a mãe.
12:36Meu pai está no chão.
12:38Ele está respirando?
12:39Eu não acho que isso.
12:40Quanto tempo você está lá com ele?
12:41Eu não sei se nós estávamos aqui.
12:44Brandy, vai lá.
12:45Eu tenho uma defesa na rua,
12:46eu tenho uma ANM,
12:47eu vou te dar uma ajuda na rua, ok?
12:50A chamada veio inicialmente como um possível ataque cardíaco.
12:56Nancy e Brandy tinham chegado em casa das compras
13:01e acharam ele deitado inerte no chão.
13:06Atenção, todas as criaturas dirigem o seu local.
13:09A polícia não sabe o que aconteceu.
13:11Não havia muito sangue no chão ao redor dele.
13:15E concluíram que talvez fosse de uma queda.
13:18É que eu vejo ele caiu.
13:20Isso pode ocorrer quando alguém tem mal-estar,
13:23cai e bate em algo duro ou pontiagudo.
13:25A casa está revirada e tem uma panela queimada no fogão.
13:31Uma das teorias iniciais era de que talvez ele estivesse cozinhando,
13:37dormiu, acordou, viu fumaça e entrou em pânico.
13:42Ele tropeça, cai, bate com a cabeça, fratura o crânio.
13:46Fim da história.
13:47Assim que a morte de Paul está prestes a ser atribuída a causas naturais,
13:52sua esposa percebe que alguns itens de valor sumiram.
13:56Nancy diz que o carro dele sumiu
13:58e que uma espécie de cofre em que ele mantinha sua coleção de moedas
14:01parecia estar faltando.
14:03Bom, parem. Temos uma cena de crime aqui.
14:07Temos que levar essas pessoas pra fora.
14:09A polícia começa a considerar dois cenários.
14:12Paul Paul teve uma parada cardíaca.
14:14Quando viu o ladrão na casa,
14:16Paul se tratava de um assalto que deu errado e virou um homicídio.
14:26De qualquer forma, a sincronia parece notável.
14:30Uma manhã, Brand está lamentando sua vida à sombra de um pai abusivo.
14:35Poucas horas depois, ele está morto.
14:37E todos os seus problemas estão resolvidos.
14:40Mas o mistério da morte de Paul Granger perdurará.
14:46Dois dias depois, uma autópsia revela que Paul foi morto por uma bala em seu cérebro.
14:51O ferimento de entrada era tão pequeno
14:53que os detetives nem perceberam na noite do assassinato.
14:56Os investigadores de homicídio iniciam sua busca por respostas
15:00com os entes queridos de Paul Granger.
15:04Tá legal. Então, pode, por favor,
15:06me descrever todos os lugares em que esteve naquele dia?
15:09Bom, fomos à loja de 1,99,
15:11depois no supermercado e depois fomos à casa dos meus avós.
15:14Tá legal.
15:16E a que hora chegaram em casa?
15:19Mais ou menos...
15:209 e meia...
15:2110 da noite...
15:2310 da noite, quando ligamos para a emergência.
15:26Eu estava no celular com a minha amiga Gina quando chegamos na porta.
15:32Gina?
15:33Ótimo.
15:37Ela disse, estou ao caminho de casa.
15:39Disse, cheguei na porta e eu disse,
15:41tá legal, bom, vou deixar você entrar.
15:43E ela disse, não.
15:44Espera, Gina, não desliga.
15:45Tem algo errado aqui.
15:49O carro do meu pai não está aqui e a porta da frente está aberta.
15:52Tá legal, não desligue, você tem que ficar no carro.
15:55Isso é tão assustador.
15:58Fica no carro, Brandy.
15:59Pode ter alguém na casa.
16:01Eu só quero ver, espera.
16:03Meu Deus, ai meu Deus.
16:06Eu vi as mãos dele.
16:07O quê? De quem? As mãos de quem?
16:09Eu acho que tá feito, tá feito.
16:11Como assim está feito?
16:12Tá feito.
16:13Eu quero dizer que ele finalmente tá morto.
16:15Meu pai tá morto.
16:20No final do corredor, na delegacia,
16:22Nancy também está respondendo a perguntas.
16:25Mas quando os detetives comparam os relatos das duas sobre o dia,
16:29notam um padrão surpreendente.
16:30Depois de alguns interrogatórios,
16:32nós duas, ficamos impressionados com a
16:35semelhança de suas histórias.
16:38Era óbvio que elas tinham conversado e roteirizado a coisa toda.
16:43Cada frase
16:44era quase a mesma.
16:47Sinal de que tinham ensaiado.
16:49Os vídeos de vigilância das várias lojas
16:51corroboram um relato de Brandy e Nancy
16:54sobre a ida às compras à tarde.
16:56Mas imagens do circuito interno de um cruzamento
16:59perto da cena do crime
17:00revelam que há muito mais nessa história.
17:03O vídeo mostra que durante o tempo que ela diz
17:06que está no supermercado,
17:08ela está atravessando o cruzamento
17:10não uma, mas duas vezes.
17:11Eu ampliei e tinham três pessoas no carro.
17:17Mas não eram a mãe nem a Jessica.
17:20Eram dois homens, um na frente e o outro atrás.
17:24Poucos minutos depois,
17:26o carro de Brandy passa de novo.
17:27Dessa vez, ela está sozinha.
17:30Essa era a chave.
17:32Foi quando os investigadores souberam
17:34que Brandy tinha saído do supermercado.
17:36Muitas coisas mudaram naquele momento.
17:41Até esse momento,
17:42Brandy Granger tinha sido vítima da ira do seu pai.
17:45Mas agora é a própria raiva dela que está no comando.
17:50Os investigadores levam Brandy para mais um interrogatório.
17:55Você estava com a sua mãe o tempo todo
17:57em que ela estava no supermercado?
17:58Não, não estávamos juntas o tempo todo.
18:01Eu dei uma volta sozinha.
18:04Tem certeza disso?
18:06Do que você está falando?
18:09Pode me dizer,
18:11por que estava dirigindo perto da sua casa
18:12exatamente no momento em que disse que estava no supermercado?
18:15Um dos sinais que você procura
18:18quando está fechando o cerco
18:20e você sabe que está chegando perto da verdade,
18:23observe a cabeça da pessoa.
18:25Veja como ela está dizendo as coisas.
18:27Observe o queixo cair.
18:29Porque quando ele cai, faz assim.
18:32Significa,
18:34me pegaram, estou ou frito.
18:36E não é só o seu carro,
18:37mas temos outra foto de você
18:39com dois homens aqui no carro.
18:40O queixo dela caiu até o peito.
18:51Ali, nós pegamos ela.
18:53Agora nos diga o que realmente aconteceu.
18:57Então,
18:58ela começou meio que confessar,
19:02mas não era culpa dela.
19:05Eu só queria que o Dylan e o Phillip
19:07dessem um susto nele.
19:09só para ele ficar um pouco mais calmo
19:11e parar de bater na minha mãe
19:13e não machucar a Jessica.
19:15Eu não sabia que eles tinham uma arma.
19:19O que disse a eles para fazer?
19:22Eu disse a eles para ir lá,
19:24bater nele,
19:25detonar o lugar
19:26e roubar o carro dele.
19:33Mas quando os investigadores
19:34trazem Dylan para o interrogatório,
19:36ele rapidamente confessa
19:38e conta aos investigadores
19:39o que realmente aconteceu
19:40em 6 de setembro de 2008.
19:42Não devia ter acontecido.
19:44Brandy.
19:45Tudo começou
19:45algumas semanas antes,
19:47quando Brandy descobriu
19:48a verdade sobre seu pai verdadeiro.
19:50Eu não sou sua prima de verdade,
19:52eu sou sua irmã, Brandy.
19:54Brandy tinha descoberto
19:55recentemente que era adotada.
19:58Deve haver um jeito de...
19:59Então, não havia esse laço de sangue
20:01que ela pensava que existia.
20:04Então,
20:06ela
20:06elaborou a solução definitiva
20:09para o problema,
20:11que era eliminar o problema.
20:15Traída e furiosa,
20:17Brandy foi atrás de Nancy
20:18exigindo que algo fosse feito
20:20a respeito de Paul.
20:21E foi aí que Nancy
20:22dividiu um outro segredo.
20:24Paul tinha uma pólice de seguro
20:27de seu trabalho
20:28e era uma pólice de seguro
20:30de 50 mil dólares.
20:32Foi a Nancy quem
20:33teve a ideia
20:34de matar o marido dela
20:36pelo dinheiro do seguro.
20:44Uma semana depois,
20:46em 5 de setembro de 2008,
20:48Nancy e Brandy
20:49vão à casa de festas
20:50para apresentar
20:51sua proposta
20:52a Dylan e Phillip.
20:54Elas querem pôr um morto
20:55por um preço.
20:57Elas iam pagar
20:58Dylan e Phillip
21:00com o dinheiro
21:01do seguro de vida.
21:03É difícil entender
21:05tudo isso.
21:06Mas como uma esposa,
21:08como uma filha,
21:09adotada ou não,
21:10poderia fazer
21:11tal coisa
21:13com o próprio pai?
21:15É,
21:15assim que eles pagarem
21:16a pólice,
21:17terão a metade do dinheiro.
21:19São 25 mil dólares, gente.
21:22Bom,
21:23eu tenho uma arma.
21:24não deixem
21:25de revirar a casa
21:26para parecer um roubo
21:27que não deu certo.
21:28Ah,
21:29e não esqueçam do carro.
21:30Tá bem.
21:31Fechado.
21:33Estaremos lá amanhã.
21:34Não falamos mais
21:35sobre isso, ok?
21:37Eu ouvi ela falando
21:38sobre algum dinheiro
21:39de seguro de vida
21:40e sobre um assalto
21:42que tinha dado errado,
21:43alguma coisa assim.
21:44E eu...
21:44eu fiquei com um pouco
21:46de medo e pensei,
21:48tem alguma coisa errada.
21:52É compreensível
21:54que Nancy e Brandy
21:55quisessem pôr fora
21:56de suas vidas
21:57para sempre.
21:58Mas fazendo isso,
21:59elas se tornaram
22:00tão más quanto o inimigo.
22:02E no final,
22:03a ira dele
22:04não foi páreo
22:05para a malícia
22:06fria delas.
22:08Nós vamos sair
22:10para comprar
22:11algumas coisas.
22:12Nancy, Brandy
22:13e Jessica
22:14dizem a Paul
22:15que elas vão fazer
22:16compras e visitar
22:17parentes.
22:18Elas dirigem
22:20até High Point
22:21e vão ao supermercado.
22:24Brandy garantiu
22:25que apareceria
22:27no vídeo de segurança
22:29do supermercado.
22:34Em algum momento,
22:35Brandy deixa
22:37o supermercado.
22:38ela vai para
22:39a casa de festas
22:40e pega
22:41o Phillip
22:42e o Dillon.
22:44Ela passa
22:44pelo trailer
22:45só para ter certeza
22:46de que eles
22:47sabiam qual era.
22:49Depois,
22:50volta ao supermercado
22:51e aparece
22:52de novo
22:53na câmera.
22:54Enquanto isso,
22:55os dois assassinos
22:56se aproximam
22:57da casa dos Granger.
22:59O plano
23:00era que Dillon
23:01tinha uma espingarda
23:02de cano cerrado
23:03calibre 22.
23:05E seu trabalho
23:06era atirar em pouco.
23:09Mas Paul
23:10ouve os invasores
23:11e não vai se render
23:12sem lutar.
23:20Saiam da minha casa,
23:21seus malditos!
23:22Atira nele!
23:23Atira!
23:25Dillon tinha a arma.
23:27Ele congelou.
23:29Não conseguiu puxar
23:30o gatinho.
23:31Solta!
23:31Eles ficaram surpresos
23:35de como Paul
23:36era ágil
23:37e forte.
23:39Sai da frente!
23:41Solta!
23:43Ele erra o tiro.
23:47Esse é um caso
23:48muito incomum
23:49em que se mata a pessoa
23:50e se recebe
23:51depois.
23:53É.
23:53Assim que eles pagarem
23:54a pólice,
23:55vocês terão
23:56a metade do dinheiro.
23:57era a promessa
23:58de um pagamento futuro.
24:00Em troca
24:01de um acordo judicial,
24:03Dillon vai testemunhar
24:04no tribunal.
24:06Nancy e Phillips
24:06também fazem acordos.
24:08Mas Brandy
24:14se mantém firme,
24:16proclamando
24:16sua inocência
24:17e exigindo um julgamento.
24:19No final das contas,
24:20até sua melhor amiga,
24:21Gina,
24:22testemunha contra ela.
24:24É difícil ver
24:24sua melhor amiga
24:25sentada ali,
24:27com o rosto
24:28sem expressão,
24:29um olhar fixo
24:30em você,
24:31mas...
24:32Quero dizer,
24:33ela devia saber
24:34que eu tinha que fazer
24:34a coisa certa.
24:38Ela não deveria
24:41ter me colocado
24:41nessa posição.
24:43Brandy é considerada
24:44culpada e condenada
24:45à prisão perpétua
24:46sem liberdade condicional.
24:48Philip Mabee
24:48também recebe
24:50prisão perpétua.
24:51Nancy é condenada
24:52a 29 anos
24:52e Dillon Boston
24:53a 32.
24:56Ela teve o que merecia.
24:59Quero dizer
25:00se vai matar alguém, sim.
25:01Mas isso é triste.
25:04Ela teria
25:05toda a vida
25:06pela frente.
25:08Brandy afirmou
25:12que só bolou
25:13a trama
25:14para proteger
25:15a mãe e a sobrinha
25:16de um homem
25:17perigoso.
25:19Mas essa não é
25:19a história completa.
25:21Brandy poderia
25:21ter terminado a faculdade,
25:23se mudado para longe
25:24com a mãe e a sobrinha
25:25e tido uma vida melhor.
25:26Em vez disso,
25:28consumida pela preguiça
25:29e pelo orgulho,
25:30ela tomou a saída
25:31mais rápida,
25:32mesmo que esta
25:33fosse um assassinato.
25:35Crystal Brooke Howell,
25:37de 11 anos,
25:37tem uma infância idílica
25:39num bairro residencial
25:40nas redondezas
25:41de Augusta, Georgia.
25:43Ela mora com sua irmã
25:44mais nova, Tracy,
25:45e seus pais,
25:46Bonnie e Michael.
25:48Eu descreveria eles
25:49como classe média alta.
25:51Ela não era uma criança
25:52que parecia precisar
25:53de nada.
25:54A mãe trabalhava
25:55e o pai era jornalista.
25:59Crystal era uma boa aluna.
26:02Ela era bem comportada,
26:04ela gostava de estudar
26:05e ia bem na escola.
26:07Mas, logo após o início
26:08da sexta série,
26:10sua vida perfeita
26:11começa a desmoronar.
26:13Nos esforçamos,
26:13pregamos a honestidade
26:14às nossas filhas
26:15e agora fico sabendo
26:16que a mãe delas
26:16é uma grande mentirosa.
26:18Eu sinto muito.
26:19Eu queria falar pra você.
26:21Eu não consigo entender
26:22porque eu tenho que ser
26:23o último a saber
26:24que a Tracy não é a minha filha.
26:26Depois de mais de 12 anos
26:28de felicidade conjugal,
26:30um segredo feio
26:31de família surge.
26:33O Sr. Howell descobriu
26:34que a irmã de Crystal, Tracy,
26:36não era sua filha biológica.
26:39Para Michael,
26:40é a traição máxima.
26:43Quer saber?
26:43Você arruinou
26:44a nossa família.
26:46Por favor, não fala isso.
26:48Eu quero que a nossa família
26:49fique junta.
26:51Sinto muito
26:51ter mantido isso em segredo.
26:53Que tipo de lição é essa
26:54para as nossas filhas, hein?
26:57Você é uma mentirosa.
26:59As meninas nunca tinham visto
27:01os seus pais brigarem
27:03até que o segredo surgiu.
27:06Foi o início de um colapso
27:07na relação deles
27:08que acabou afetando
27:10emocionalmente as crianças.
27:13casamentos fracassados.
27:18Casamentos fracassados
27:19nunca trazem o melhor
27:20das pessoas.
27:22Mas Michael e Bonnie
27:23estão liberando
27:24seu orgulho e sua ira
27:25da forma mais destrutiva possível,
27:28usando suas filhas
27:29como escudos humanos.
27:31A menos que algo
27:31seja feito rápido,
27:33o dano será permanente.
27:35O segredo foi
27:40devastador
27:41para o Michael.
27:42Ele começa
27:43a se afastar
27:44da sua família.
27:45Ele continua
27:46a se agarrar
27:47a esse ressentimento
27:48profundamente arraigado.
27:50E isso
27:50acaba vindo à tona.
27:53Tem que me perdoar
27:53para que nossa família
27:54siga em frente.
27:55Você está destruindo
27:57o nosso casamento.
27:58Como se atreve
28:02a me culpar
28:03por isso?
28:05Pai!
28:07Pai, para!
28:09Você está machucando ela!
28:11Isso assustou a Bonnie
28:16e foi na frente
28:17das crianças.
28:18Bonnie para
28:19de ser boazinha.
28:20Não só ela
28:21pede o divórcio,
28:22ela também
28:23faz queixa
28:24na polícia.
28:25E ele passou
28:25um tempo
28:26na cadeia
28:27por causa
28:28desse incidente.
28:31Em maio de 2008,
28:33Michael está
28:34fora da cadeia
28:35e o divórcio
28:36se conclui.
28:37Ele decide
28:37deixar tudo isso
28:38para trás
28:39e se muda
28:42para a casa
28:42de férias
28:43da família
28:44no sopé
28:45das montanhas
28:45Smuky
28:46na Carolina do Norte.
28:49A Crystal
28:49ficou com a mãe
28:50e com a irmã.
28:52Eu tenho certeza
28:52de que ela
28:53se sentiu abandonada
28:54e de certa forma
28:55não deve ter sido fácil
28:57para a Crystal
28:57ver seu pai
28:58ir embora
28:59e viver
28:59em outro estado.
29:01E a vida
29:02sem o seu querido
29:03pai por perto
29:04não vai nada
29:05bem para ela
29:05agora com 12 anos.
29:08A mãe da Crystal
29:08se casou de novo
29:09muito rápido.
29:12Não parece ter levado
29:13muito tempo
29:14entre o primeiro
29:16e o segundo
29:16casamento.
29:18Na oitava série
29:19Crystal
29:20começa a entrar
29:21em sérios apuros.
29:23Mais ou menos
29:24uma semana
29:24depois do casamento
29:25da mãe
29:26a escola liga
29:27para a casa dela.
29:28Alô?
29:30Ela o quê?
29:33Ela falou em bomba.
29:34O quê?
29:35Já estamos
29:37indo para ele?
29:39Crystal
29:39é suspensa
29:40mas isso
29:41não vai resolver
29:42o problema.
29:44Ela passou
29:44por várias
29:45avaliações
29:46quando criança
29:47e foi
29:48diagnosticada
29:49com algumas
29:50tendências
29:51sociopatas
29:52o que é
29:52meio bizarro
29:53para alguém
29:53tão jovem.
29:55Ela estava
29:56se cortando.
29:57Ela caiu
29:58em depressão.
30:00A Crystal
30:00deveria ter tido
30:01um tratamento
30:02e a ajuda
30:02que ela precisava.
30:04Infelizmente
30:05o Sr. Howell
30:05não acreditava
30:06em medicação
30:07psiquiátrica
30:08então acho
30:09que com certeza
30:10foi difícil.
30:16Embora ela esteja
30:17morando com a mãe
30:18nesse caso
30:19o pai também
30:20tem que consentir
30:21para que remédios
30:21psiquiátricos
30:22sejam dados
30:23a Crystal.
30:24Não sei por que
30:25Michael recusa
30:26a filha
30:26o tratamento mental
30:27que ela precisa
30:28tão desesperadamente
30:29porque a adolescente
30:31problemática
30:32que não é tratada
30:33é uma panela
30:34de pressão
30:34pronta
30:35a se tornar
30:36uma bomba.
30:41Anos depois
30:42Crystal
30:43vai para o segundo grau
30:44e agora
30:45com 15 anos
30:47seu comportamento
30:48vai de mal
30:49a pior.
30:50A Crystal
30:51sempre foi
30:51uma criança problemática.
30:53Ela estava
30:53enfrentando
30:54uma batalha difícil
30:55com uma doença
30:56mental
30:57e a depressão.
30:57ao longo
31:01dos nove meses
31:02seguintes
31:02Crystal
31:03cria o caos
31:04ao seu redor
31:05mas são
31:06seus demônios
31:07interiores
31:07que falam
31:08mais alto.
31:09Uma noite
31:09ela dá
31:10o grito
31:10final por ajuda.
31:12Ai meu Deus
31:12Crystal
31:13por favor
31:14liguem
31:14para a emergência
31:15completamente
31:17fora de si
31:18Bonnie se vira
31:19para a única
31:19pessoa que ela
31:20acha que pode
31:21ajudar.
31:22Tem uma
31:22longa história
31:23de suicídios
31:24na família
31:25e a Howell
31:26conhecendo a história
31:27de sua própria família
31:28e o Michael
31:29está bem preocupado.
31:33Todos concordam
31:34que a melhor coisa
31:35para Crystal
31:36agora é uma mudança
31:37de cenário.
31:38Então,
31:39na primavera
31:40de 2011
31:41ela tem 16 anos
31:42quando vai morar
31:43com seu pai
31:44na Carolina do Norte.
31:45Nessa época
31:46Michael Howell
31:47já tinha se aposentado
31:48então ele podia
31:49levar a Crystal
31:50à escola
31:51podia supervisioná-la
31:52porque ela não
31:53era uma adolescente
31:54que parecia
31:55se virar bem
31:57se fosse deixada
31:58por sua própria conta.
32:00Para a sorte
32:01de Crystal
32:01logo ela faz
32:02amizade
32:03com a nativa
32:04da Carolina do Norte
32:05Summer Ramsey.
32:06Ficamos muito amigas
32:07bem rápido
32:08e passávamos
32:09quase todos os dias
32:10juntas.
32:11Crystal
32:11tentava fazer coisas
32:13para ter qualquer tipo
32:14de atenção
32:14que ela pudesse conseguir
32:15e mesmo que esse
32:16não fosse o tipo
32:17certo de atenção.
32:19A Crystal
32:19não era uma jovem
32:20que gostava de regras.
32:22Aí ela começa
32:23a desafiar os limites.
32:24ela fugia de casa
32:28para se encontrar
32:28com homens
32:29bem mais velhos
32:30que conheceu online.
32:32Ela não estava
32:32aparecendo na escola.
32:3824 de fevereiro
32:40de 2014.
32:42Crystal já tem
32:4217 anos
32:43quando as coisas
32:44transbordam
32:45durante uma ida
32:46ao supermercado.
32:49Crystal tinha
32:50um sério problema
32:51com roubos.
32:52era um problema
32:53de kleptomania
32:55bem sério.
32:58Crystal com certeza
32:59não estava roubando
33:00porque ela não precisava
33:01das coisas que ela roubava
33:03até porque o seu pai
33:03comprava tudo
33:04que ela queria.
33:05Estava tentando
33:06chamar atenção.
33:07O que estavam fazendo aí?
33:10Ai pai, nada.
33:16O Sr. Howell
33:18estava aborrecido
33:19estava envergonhado
33:20o que é compreensível
33:21ele estava frustrado.
33:23Já chega
33:23quero que você
33:24devolva essas coisas
33:25que roubou
33:25e quero que peça desculpas.
33:27Ai pai, para
33:28não é nada demais.
33:30Não é nada demais
33:30isso é roubo.
33:32Você sabe
33:33como estou cansado disso.
33:34Você é igual a sua mãe
33:35só o que quer
33:35é ser o centro
33:36das atenções.
33:38Vem.
33:39Humilhada
33:39e envergonhada
33:40Crystal devolve tudo
33:42mas as coisas
33:43não se resolvem
33:44com o seu pai.
33:45Me dá isso.
33:47Chega.
33:47Está de castigo.
33:48Chega de privilégios.
33:49pai.
33:57A Crystal
34:03toma uma longa ducha
34:04e está pensando
34:06em como ela deve
34:06se matar.
34:08Ela pensa que
34:09essa será
34:10a maneira
34:11de seus pais
34:11finalmente
34:12avalorizá-la
34:14e quanto vão
34:14amá-la
34:15se ela não estiver
34:16mais lá.
34:16ela acha
34:19a antiga
34:19espingarda
34:20que está
34:21sempre carregada
34:21em casa
34:22e ela
34:23a leva
34:24para o seu quarto.
34:27Será que
34:27dessa vez
34:28Crystal
34:28conseguirá
34:29tirar a própria
34:30vida?
34:31Ou será
34:32que há mais
34:32forças sinistras
34:33em jogo
34:34na casa
34:34dos Howell?
34:35Os anos 80
34:40em 24 de fevereiro
34:44de 2014
34:45toca o telefone
34:47na casa
34:47da amiga
34:48de Crystal
34:48Howell
34:49Summer
34:49Ramsey.
34:51Alô?
34:51Alô,
34:52Summer,
34:52eu posso ir aí?
34:54Pode,
34:55o que aconteceu?
34:56O meu pai
34:56morreu.
34:58Ele cometeu
34:59suicídio
34:59quando eu estava
35:00na Georgia
35:00visitando a família.
35:01Eu não quero
35:02ficar sozinha agora.
35:03Tá,
35:05tá,
35:05claro,
35:06pode vir.
35:07Obrigada.
35:09Foi realmente
35:10chocante
35:11e depois disso
35:12ela não era
35:14mais a mesma
35:15pessoa.
35:17Na manhã
35:17seguinte,
35:18Crystal
35:19compartilha
35:19a história
35:20trágica
35:20com uma amiga
35:21que seu pai
35:22estava furioso
35:23com ela
35:23e deprimido.
35:24Por isso,
35:25ele a deixou
35:26sozinha
35:26e foi para Georgia
35:27se matar.
35:28Apesar de seu choque,
35:29ela insiste em voltar
35:30para o chalé
35:31de seu pai.
35:31Mas é que eu não
35:32quero ficar lá
35:33sozinha.
35:34Quer morar comigo?
35:35Ótima ideia.
35:36Eu vou morar lá
35:37e eu sei que a Timothy
35:38vai também.
35:39Perfeito.
35:41No dia seguinte,
35:42arrumamos tudo
35:43e nos mudamos
35:44para a casa dela.
35:47Eu acho que
35:48as amigas dela
35:50estavam
35:50tentando apoiá-la
35:52durante esse tempo
35:54depois que ela contou
35:55que o pai
35:56tinha cometido suicídio.
35:57O único problema
35:59é que Crystal
36:00não parece estar
36:01tão deprimida
36:02com a morte do pai.
36:03ela continuou
36:05a viver a vida
36:06como uma adolescente
36:07rebelde
36:08que está feliz
36:08em ter sua liberdade.
36:10Ela usa os cartões
36:11de crédito
36:12e os cheques
36:12do seu pai.
36:14Daí ela começa
36:15a gastar
36:15feito louca.
36:17Ela gastou
36:18pelo menos
36:1912 mil dólares
36:20em um mês.
36:22Ela dava festas
36:23com drogas
36:24e álcool.
36:26Mandou-me instalar
36:27uma barra de providência
36:28na cozinha
36:29e tinha gente lá
36:31o tempo todo.
36:37Claro,
36:37as pessoas expressam
36:38a dor
36:39de maneiras diferentes,
36:41mas o comportamento
36:41de festeira
36:42de Crystal
36:42é bem bizarro.
36:44Seus amigos
36:45podem achar
36:46que é tudo
36:46uma farsa
36:47para esconder
36:47perçoador,
36:49mas na verdade
36:50tem muita maldade
36:51em ação.
36:57Um mês depois
36:58da morte
36:58de seu pai,
36:59a jovem
37:00de 17 anos
37:01anuncia de repente
37:02que vai visitar
37:03sua mãe na Georgia.
37:04Ela me disse
37:05que poderíamos
37:06ficar lá
37:07e que ela pagaria
37:07por tudo.
37:08Enquanto eu estiver
37:09viajando,
37:10pode tirar as coisas
37:11do meu pai da casa?
37:12Claro que precisa.
37:13A mesa de totó.
37:14Pode dar ela
37:15ao seu pai,
37:15se quiser.
37:16É, ele vai adorar.
37:17Tá bom.
37:18Tchau.
37:18Tchau.
37:22Antes dela partir,
37:23ela me disse
37:24não vá ao galpão
37:26porque era onde
37:26eu e meu pai ficávamos
37:27e eu preferia
37:28que todo mundo
37:28ficasse fora
37:29do nosso espaço.
37:32Depois que me despedi,
37:34eu não fazia ideia
37:35do que estava
37:35prestes a acontecer.
37:37Eu não sabia
37:37que meu mundo
37:38estava prestes
37:39a virar
37:39de cabeça para baixo
37:40completamente.
37:44No dia seguinte,
37:45depois de tirar
37:46a mesa de totó
37:47da casa,
37:48o pai de Summer
37:49não aceita
37:49ficar com ela.
37:51Então eu pensei,
37:52vamos colocar
37:52no galpão.
37:53Aquele em que
37:54a Crystal
37:55disse para elas
37:56não entrarem.
37:57Abri a porta
37:58e então
37:59eu senti o cheiro
38:00imediatamente
38:01e sabia
38:02que tinha algo
38:03errado.
38:07Ai, meu Deus!
38:08Meu Deus!
38:09Liga para a emergência!
38:10Meu pensamento inicial
38:16foi de que alguém
38:17havia morrido
38:18na festa
38:18que fizemos
38:19e ela escondeu
38:20essa pessoa.
38:21Quando eu cheguei
38:22ao local,
38:23eu senti o cheiro
38:24da decomposição.
38:27Logo depois
38:27que eu entrei
38:28no galpão,
38:30eu pude,
38:30pude ver
38:31parte do pé
38:32saindo da caixa.
38:34É o pai
38:40de Crystal,
38:41Michael Hallwell,
38:43morto
38:43há quase
38:43dois meses.
38:46A autópsia
38:47revela
38:47que Michael
38:48morreu
38:48de um único
38:49tiro de espingarda
38:50a queimar roupa.
38:53Ninguém
38:53relatou
38:54o desaparecimento.
38:55A Crystal
38:56tinha levado
38:56o celular
38:57e respondia
38:58as mensagens
38:59de texto
39:00como se ela
39:01fosse o Michael.
39:02O celular
39:03de Michael
39:03é detectado
39:04pelas torres
39:05de celular,
39:06ajudando a polícia
39:06a rastrear Crystal
39:07em um hotel
39:08a 320 quilômetros
39:10de distância
39:11em Augusta,
39:11na Georgia.
39:14Inicialmente,
39:15Crystal disse
39:16em seu interrogatório
39:17que tinha
39:18acidentalmente
39:18atirado no pai,
39:19mas conseguimos
39:20identificar inconsistências
39:22na história dela
39:23e quando fizemos
39:24uma pausa
39:24no interrogatório
39:25e voltamos
39:26da pausa,
39:27nós começamos
39:28a apontar
39:28essas inconsistências
39:29e aí a Crystal...
39:32O meu pai
39:32ia querer
39:33que eu fizesse
39:33o que eu quero.
39:34Se tornou muito pragmática,
39:36não demonstrando
39:37nenhuma emoção
39:38e nos disse
39:38que ela tinha
39:39atirado no pai dela.
39:42Não era uma garota
39:43do tipo
39:44que queria um toque
39:45de recolher,
39:45não queria que lhe dissessem
39:46onde podia
39:47ou não podia ir
39:48e ela estava
39:49muito zangada
39:50com o pai.
39:51Está de castigo,
39:52chega de privilégios.
39:53Depois que o pai
39:53disse que ia
39:54deserdá-la,
39:56ela precisava
39:56fazer algo drástico.
39:57ela vai para casa,
40:01toma uma ducha,
40:02uma ducha demorada.
40:04E aí,
40:05ela se lembra
40:06da espingarda.
40:08E enquanto ele dorme,
40:10a Crystal chega
40:11com a arma dele
40:12e atira na cabeça
40:14e o mata.
40:15A parte mais perturbadora
40:20dessa história,
40:20infelizmente,
40:22não é o assassinato em si,
40:24é o comportamento
40:24da Crystal.
40:26Depois que ela mata o pai,
40:28ela remove
40:29o corpo pesado
40:30sozinha
40:31e o coloca
40:33em um caixote
40:34dentro de um galpão,
40:36fora de casa.
40:38E ela é capaz
40:39de agir normalmente
40:40com seus amigos
40:41o resto da noite.
40:45Em outubro de 2016,
40:53Crystal se declara
40:54culpada por homicídio
40:55qualificado,
40:56ocultação de cadáver
40:57e por deixar de relatar
40:59morte por causas
41:00não naturais.
41:01Na Carolina do Norte,
41:02ainda temos a pena
41:03de morte.
41:04Nesse caso,
41:05isso não estava em questão
41:06porque ela tinha 17 anos.
41:09Ela é condenada
41:09a 30 anos de prisão.
41:15Toda criança
41:20odeia seus pais
41:21em algum momento,
41:23mas chegar a cometer
41:24assassinato
41:25é o mais vil
41:26que se pode chegar.
41:28Talvez Crystal
41:29tivesse sido
41:29permanentemente ferida
41:30por um passado doloroso
41:32ou talvez
41:33estivesse em seu DNA
41:35cometer o mais mortal
41:36dos pecados.
41:37Eu não consigo fazer
41:40a relação entre você
41:41ser apanhada
41:42furtando numa loja,
41:44considerar o suicídio
41:46e, em seguida,
41:47finalmente pensar
41:48em assassinar o seu pai.
41:50Não há lógica nisso.
41:53É uma menina
41:54de 17 anos
41:56que deliberadamente
41:57atirou na cabeça
41:59do próprio pai
42:00e seguiu
42:02com a vida dela.
42:05O que é um absurdo
42:07e um completo terror.
42:09É isso que acontece
42:10quando os pecados
42:11se tornam mortais.
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