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  • há 3 minutos
O falecimento do poeta cajazeirense Constantino Cartaxo ainda repercute no meio artístico da Paraíba e isso demonstra o vasto alcance da sua obra.

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Transcrição
00:00A Paraíba, do ponto de vista cultural, da cultura popular, da poesia, do teatro, está mais pobre, porque se não sabem, Tantino Cartacho, em que pese ter sido funcionário de carreira do Banco do Brasil, como foi bastante conhecido em Cajazeiras, como servidor do Banco do Brasil,
00:23mas Tantino teve uma atuação em Cajazeiras multidisciplinar. Ele fez teatro, ele fez rádio e era um cidadão inquieto, porque ele não só produzia, a exemplo do seu pai poeta Cristiano Cartacho,
00:44a verdadeira poesia popular, como ele tinha uma ligação muito estreita com o poeta Patativa do Açaré, que era seu hóspede em Cajazeiras,
00:56e também do grande poeta e ex-governador da Paraíba, ex-senador, Ronaldo Cunha Lima.
01:02Ronaldo Cunha Lima, que inclusive, quando Zerinho foi prefeito de Cajazeiras, esteve aí na cidade para homenagear Cristiano Cartacho,
01:14o pai de Tantino, numa praça que até hoje está lá, ali próximo ao canal do Açudo Grande, quem passa ali próximo ao canal do Açudo Grande
01:25vai encontrar, de fronte à casa do poeta Tantino Cartacho, tem lá uma homenagem ao pai dele, o poeta Cristiano Cartacho,
01:36e uma poesia, um poema, em que Tantino declara todo o seu amor à cidade de Cajazeiras.
01:45Então, era um cidadão que tinha um amor telúrico por Cajazeiras.
01:49E a gente costumava ir visitá-lo aqui na sua residência em João Pessoa, meu caro Zé Neto,
01:57e ele não tinha outro assunto a não ser falar de Cajazeiras.
02:01Ele queria saber das coisas de Cajazeiras, dos amigos de Cajazeiras,
02:06e ele falava com muita paixão pela terra do padre Rulim.
02:11E deu um exemplo a ser seguido sobre todos os aspectos.
02:15Por exemplo, tem um legado que Tantino Cartacho deixa, que eu acho que todo cajazeirense deveria seguir,
02:23que foi exatamente plantar duas mudas de Cajazeiras aí na praça, diante de sua casa,
02:31e ele tratava dessas mudas de Cajá como se fossem verdadeiros filhos.
02:35Ele ia lá, botava água, ele acompanhava, e foi uma luta, viu?
02:40Foi uma luta para Tantino manter essas duas árvores de Cajazeiras,
02:45que ele deixa como legado aí para Cajazeiras, além de várias obras que ele publicou, vários livros, né?
02:52Nós tivemos a oportunidade, inclusive, aqui nos seus 90 anos,
02:56onde a família realizou um recital para que Tantino pudesse fazer uma retrospectiva das suas obras,
03:06e ele não se cansava de demonstrar esse amor, essa paixão que tinha pela poesia popular,
03:14pela cultura, por Cajazeiras, pelo teatro, e que, de maneira, a gente lamenta como seu amigo,
03:22com seus familiares e todos os que lhe admiravam, essa grande perda irreparável
03:28nas primeiras horas da manhã de hoje.
03:32Todo mundo tomou conhecimento, o fato se deu ontem à noite,
03:36e agora estamos todos aguardando para logo mais às 17 horas a despedida, né?
03:41Desde as 8 da manhã, o seu corpo está sendo velado no cemitério Parque das Acácias,
03:48que é um cemitério particular aqui da capital, na Zona Sul, no bairro do José América,
03:54e logo mais às 17 horas será o seu sepultamento.
03:58A gente externa o sentimento do profundo pesar em nome do sistema diário de comunicação,
04:05de quem Tantino era muito admirador, também o seu filho,
04:10engenheiro Constantino Cartasso Júnior, também tem o seu filho, que é médico,
04:18doutor Geovane Cartasso, que é pediatra, e tem ainda a sua filha e a sua esposa,
04:26a professora Elita, que é da tradicional família de Cajazeiras,
04:31e que, ao lado de Tantino, deixa esse exemplo, né?
04:36Exemplo de vida, de dedicação.
04:39Essa foto aí, que os telespectadores estão vendo, foi a penúltima vez
04:45que nós fomos lá fazer uma visita ao poeta Tantino Cartasso,
04:49quando o confrado Jardim Mar Pereira veio a João Pessoa,
04:53e a gente fazia uma agenda de visitas aos amigos, aos conterrâneos,
04:57e não podia faltar essa visita ao poeta Tantino Cartasso.
05:03Tem uma outra foto aí que a gente encaminhou,
05:06que foi um evento que foi feito aqui na capital do Estado,
05:09em defesa do açude branco, que era outra grande paixão de Tantino Cartasso.
05:13Estou aí ao lado da minha esposa e do poeta Tantino Cartasso,
05:17nesse evento que foi realizado aqui, tem aí doutor Marcelo Cartasso,
05:22que é diretor da Fundação Napoleão Laureano,
05:25o filho de Tantino, o doutor Constantino Cartasso Júnior,
05:29e ao lado também na foto, a gente vislumbra aí o engenheiro,
05:34o cajazeirense Antônio Rangel Moreira.
05:37Então, foi um evento que aconteceu aqui, com o Fórum Açudo Grande,
05:41como se vê, Tantino, mesmo depois que veio morar em João Pessoa,
05:45ele não se desvinculava com o Cajazeiras.
05:48Aliás, a família inteira, o seu irmão, o economista e professor e escritor,
05:56Fraçalos Cartasso, que reside em Recife,
05:59e que foi presidente da Academia Cajazeirense de Arcileta,
06:03da qual o Tantino também faz parte,
06:06eles sempre dedicaram toda uma história de vida voltada para Cajazeiras,
06:13nas grandes lutas, nas grandes conquistas de Cajazeiras.
06:17E só para concluir essa nossa reflexão,
06:21meu caro Zé Neto e os que nos acompanham,
06:25na última vez que nós estivemos lá na casa de Tantino,
06:29ele dizia da sua saudade de ter vindo de Cajazeiras
06:35e brincava, dizia assim, estou obrigado a morar aqui
06:40porque a família inteira está,
06:41mas se fosse para eu decidir entre morar na capital em Cajazeiras,
06:46eu teria ficado na minha casa lá em Cajazeiras,
06:48tanto é que Tantino veio para João Pessoa
06:50e quando veio, foi morar em um dos prédios que o seu filho construiu
06:55e não se adaptou ao apartamento,
06:58o que levou a família, inclusive,
07:01o filho que é engenheiro civil,
07:02a família decidiu pela construção de uma casa
07:05em um condomínio que tem aqui no bairro de Manaíra,
07:09onde existem apenas residências lá
07:11e ele fez questão de, no jardim da sua casa,
07:17meu caro Zé Neto,
07:19fazer lá a plantação de uma muda de cajá,
07:23demonstrando o seu amor telúrico por Cajazeiras
07:26e também tinha lá uma mudazinha de um pé de caju,
07:30caju pequeno, caju anão,
07:33que a gente brincava quando ia lá
07:35para bater um papo com o Tantino
07:37e ouvia ele declamar as suas poesias, os seus poemas,
07:42ele dizia aqui, é bom porque a gente toma a cachaçinha
07:46e o tiragosto a gente consegue tirar no pé,
07:49era um xodó que ele tinha lá, um pé de caju,
07:51mas não se esquecia de Cajazeiras,
07:54quem conhece a casa onde Tantino morava,
07:58aqui em João Pessoa,
07:58lá de Dona Elita, sua esposa
08:00e dos filhos que se revezavam lá,
08:03a maior paixão que ele tinha
08:05era na porta da sua casa ter lá uma árvore do Cajá,
08:09na Cajazeiras, plantada nessa demonstração
08:12de carinho, de amor.
08:16Tantino, além de funcionário do Banco Brasil de carreira,
08:20como eu disse, escritor, poeta,
08:22ele teve a oportunidade, graças a Deus,
08:26de, em vida, ser homenageado em diversas ocasiões.
08:31Me lembro bem que Tantino foi participar
08:34de um daqueles encontros que a colônia de Cajazeiras
08:36realizava lá em Brasília,
08:38o encontro dos cajazeirenses e cajazeirados,
08:41e ele foi lá, foi um dos homenageados,
08:44era cidadão benemérito de Cajazeiras
08:48pelas suas obras,
08:51pela sua arte,
08:52e foi homenageado em Brasília.
08:54E aqui também, João Pessoa,
08:56na ocasião desse evento que nós realizamos
08:58para fazer esse movimento
09:01em defesa do Açudo Grande Vivo,
09:03o Fórum Açudo Grande,
09:04Tantino também foi homenageado.
09:07Além de outras homenagens
09:08que ele recebeu aí,
09:10da própria AC3,
09:12Associação dos Cajazeirenses e Cajazeirados do Ceará,
09:16e da Câmara e Vereadores,
09:19da Assembleia Legislativa,
09:20porque Tantino era um devotado
09:23a Cajazeiras, a cultura,
09:26e nós lamentamos,
09:28sobre todos os aspectos,
09:29essa passagem de Tantino,
09:31porque fica uma grande lacuna,
09:34irreparável na cultura de Cajazeiras.
09:37Aqui, João Pessoa mesmo,
09:39outros Cajazeirenses que são amigos de Tantino,
09:42exemplo do poeta Jatopar,
09:44que também foi colega contemporâneo dele
09:46do Banco do Brasil,
09:47e tantos outros Cajazeirenses e Cajazeirados,
09:51lamentaram a sua perda na noite de ontem,
09:55e daqui a pouco a gente vai estar lá.
09:58Meu caro Zé Neto
09:59e demais telenautas que nos acompanham
10:03pela TV Diário Sertão,
10:04prestando as nossas últimas homenagens
10:07a esse grande Cajazeirense,
10:10filho do também poeta,
10:12escritor, professor, historiador,
10:14Cristiano Cartacho,
10:16o poeta Constantino Cartacho,
10:20conhecido carinhosamente por todos
10:22como Tantino Cartacho.
10:24Então vamos ouvir o poeta Tantino Cartacho
10:27declarando o seu amor a Cajazeiras.
10:29Minha terra natal é Cajazeiras.
10:35Demora em suave depressão de vale.
10:38Entre as irmãs, talvez nenhuma iguale
10:41no recato do porte das maneiras.
10:45Dizer de suas graças feiticeiras,
10:48nem é preciso que o meu verso fale.
10:52Basta que em coro nisso,
10:53o propale a multidão das aves cantadeiras.
10:59O seu nome é um presente no passado.
11:04Vem do berço.
11:06Que espírito profano
11:08não lhe arranque o topônimo sagrado
11:11para que eu possa,
11:13em loas verdadeiras,
11:15sempre dizer,
11:16em vaidecírio, ufano,
11:19minha terra natal é Cajazeiras.
11:21Cajazeiras.
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