Léo Valente conversou com Otávio Lopes, sócio-líder de agronegócios da EY, direto de Belém, sobre como o agronegócio brasileiro contribui para a agenda de descarbonização global e os setores que devem liderar essa transição até 2030.
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00:00Vamos agora então para a nossa próxima reportagem, mostrando o papel do agronegócio brasileiro na agenda global de descarbonização e também quais setores devem liderar essa transição até 2030.
00:11Esses são os principais temas do setor na COP30.
00:15A gente vai então diretamente a Belém para falar com o repórter Léo Valente, que está com o líder de agronegócios da IAOI, que é o Otávio Lopes.
00:23Léo, boa tarde para você e boa tarde também para o Otávio.
00:30Oi Marcelo, boa tarde para você, boa tarde para todo mundo que está acompanhando o Real Time agora, nessa tarde de terça-feira.
00:36Aqui a gente fala direto de Belém do Pará, na IAOI House, esse espaço aqui da IAOI, dentro dessa grande ideia da COP30 de expandir o debate sobre as ações que podem ser tomadas para evitar, para enfrentar as mudanças climáticas.
00:56O grande centro, o grande foco dos debates aqui da COP30 e, claro, existe o papel do agronegócio.
01:04É por isso que a gente está aqui com o Otávio Lopes, que é o sócio líder de agronegócios da IAOI Brasil, para falar um pouco mais sobre como o setor tem contribuído, tem se empenhado e tem se posicionado diante dessas questões.
01:19Otávio, obrigado por estar aqui conversando com a gente, boa tarde para você. Queria começar perguntando como é que se avalia o papel global do agronegócio brasileiro nessa agenda de descarbonização e quais os setores que devem liderar essa transição até 2030. Boa tarde, novamente.
01:35Boa tarde, Léo. Obrigado pela oportunidade de estar aqui com vocês, diretamente de Belém. Eu acho que não existe o melhor lugar no Brasil para a gente fazer a COP, porque é Belém.
01:46A gente está falando em gentileza com o planeta. Essa é uma cidade extremamente gentil e tem sido muito boa a COP aqui.
01:53Quando a gente olha o agronegócio, globalmente, responde por em torno de 12% das emissões globais. E o Brasil, pela nossa relevância em alimentar o mundo, em prover combustíveis sustentáveis ao mundo, essa contribuição, essa emissão, ela está em torno de 30%.
02:15Então, a nossa representatividade como agronegócio na agenda de descarbonização global é muito grande.
02:21E eu gostaria de sumarizar a contribuição do agronegócio em dois grandes blocos.
02:29Práticas sustentáveis no manejo agropecuário, como é que a gente usa melhor a terra, como é que a gente agride menos o ambiente.
02:38Mas também é muito importante ressaltar que o Brasil vem numa jornada de produzir mais com menos terra ao longo dos anos.
02:45E a conservação das fronteiras agrícolas é o grande elemento de sequestro.
02:52Então, quando a gente fala em emissões líquidas, a gente tem que preservar.
02:57O Brasil tem uma agenda de preservação, contenção das fronteiras agrícolas,
03:01que, somada às práticas sustentáveis, dá o que a gente precisa entregar na agenda de descarbonização.
03:08Eu queria aproveitar, já que a gente está falando sobre isso,
03:10perguntar de que forma a COP30 pode acelerar os investimentos em parcerias público-privadas
03:14nesse sentido, em tecnologia de baixo carbono no agronegócio.
03:19Sim.
03:20Essa é a COP da ação.
03:23É claro que a gente tem uma agenda de diplomacia.
03:26Sem diplomacia, não há a discussão sobre sustentabilidade.
03:30Mas ela precisa ser uma COP de ação.
03:33O que significa isso?
03:35A gente precisa fazer acontecer a necessidade de transformar com a disponibilidade de capital.
03:44Hoje, já tem pesquisas que constatam que existe mais oferta de capital para projetos de transformação
03:53ligados à sustentabilidade e clima do que projetos em si.
03:58Então, existe mais disponibilidade de investimentos do que projetos.
04:02E a COP tem um papel de trazer e aproximar stakeholders que vão fazer investimentos nesse segmento
04:12com os projetos que aqui estão.
04:15E a gente precisa trazer junto aqui o capital público para que a gente traga segurança e inicie esses programas.
04:22O capital público tem um papel muito importante, assegurar que a gente tenha continuidade disso.
04:30O capital privado, ele vem trazer escala e vem trazer toda a questão de viabilidade da adoção de tecnologia.
04:38É uma agenda de capital que a gente precisa.
04:41Tem uma necessidade de capital para essa transformação que é muito latente.
04:47E a filantropia, o capital filantrópico é muito importante.
04:50A gente não pode descartar aqui que a gente tem pequenos e médios produtores no Brasil
04:54que a gente precisa diminuir a simetria de acesso a essa transformação.
05:02Então, a combinação desses três capitais, o papel da COP é aproximar isso desses programas de transformação e sustentabilidade.
05:11E que tipo de política, que tipo de incentivo seria mais eficiente para transformar esse capital verde do agronegócio brasileiro
05:18em uma vantagem competitiva global em relação aos concorrentes em todo o mundo?
05:25Bom, eu acho que a gente deveria começar falando pela oportunidade que a COP está dando ao Brasil
05:34de apresentar o que ela já faz.
05:36A nossa agenda de agro sustentável, ela está em prática.
05:40A gente, com isso, com tudo que está acontecendo, regulação de mercado de carbono, por exemplo,
05:47a gente vai ter a oportunidade de mostrar o quanto a gente preserva,
05:51o quanto a gente faz uso de biofertilizantes, biodefensivos, o papel da genética,
05:58o uso das tecnologias disruptivas como georreferenciamento, censuramento remoto.
06:06O Brasil está à frente dos outros países e a COP é uma oportunidade.
06:12Então, a gente precisa combinar aqui, eu acho que tem uma responsabilidade coletiva.
06:18O governo precisa ajudar nessa promoção da imagem do agronegócio brasileiro.
06:26Tem um papel da diplomacia muito forte nisso.
06:31Garantir acessos aos mercados para que a gente tenha oportunidade de arbitragem vis-à-vis do que aconteceu agora
06:38com a questão do tarifácio, onde a gente ficou refém de algumas rotas.
06:44Então, a gente precisa garantir acesso a esses mercados.
06:47Então, o poder público tem um papel fundamental nisso, tem um papel fundamental na correção das externalidades que existem nas cadeias
06:59e isso passa por financiar, passa por fomentar políticas que deem acesso a todos a isso.
07:10Falando da iniciativa privada, a gente precisa que as empresas disseminem as práticas que elas usam dentro das suas fronteiras
07:22com os stakeholders da cadeia, sejam eles parceiros, sejam eles fornecedores,
07:28garantindo que a gente tenha cadeias agrícolas que são multi-stakeholders,
07:34adotando os mesmos padrões de sustentabilidade.
07:40E, por último, o papel da filantropia, acho que eu falei aqui anteriormente,
07:43a gente precisa diminuir a simetria.
07:46As políticas de sustentabilidade, elas não podem ser excludentes.
07:50A gente não pode pensar só sobre a ótica climática e esquecer a ótica social.
07:56Então, é muito importante que a gente traga tudo isso junto
07:58e eu acho que é essa combinação de políticas que a gente precisa.
08:02Obrigado pela sua entrevista aqui, pelo tempo que dedicou aqui para a gente.
08:06Marcelo, devolvo para vocês, reforçando que a gente continua acompanhando essa COP30
08:11até o final das negociações aqui, esperando, claro, um resultado positivo
08:16dos debates que estão saindo aqui de Belém.
08:18Todos esperamos, né?
08:20Parabéns pelo trabalho, a gente está acompanhando aqui.
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