O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), lidera as intenções de voto contra o presidente Lula (PT) no estado, aponta pesquisa AtlasIntel. Com 38% dos votos, Tarcísio está tecnicamente empatado com Lula, que tem 34%. Camila Yunes aponta as projeções para as eleições de 2026 e Dora Kramer e Deysi Cioccari comentam o cenário.
Assista à íntegra: https://youtube.com/live/8qVktOWKlwI
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal: https://www.youtube.com/c/jovempannews
Siga o canal Jovem Pan News no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
00:00Uma pesquisa sobre a disputa pela presidência da república feita em São Paulo pela Atlas Intel
00:05foi divulgada nesta segunda-feira e quem chega com todos os detalhes, os números dessa pesquisa
00:11é a Camila Yunis aqui nos nossos estúdios. Camila, boa noite, bem-vinda, conta pra gente
00:15como é que tá essa pesquisa pela presidência da república.
00:19Oi Kobayashi, muito boa noite pra você, boa noite a todos que nos acompanham aqui no Jornal Jovem Pan.
00:23São vários cenários que a Atlas Intel traçou com relação às eleições presidenciais do ano que vem.
00:30Falta mais de um ano, mas claro, as pesquisas já vão sendo feitas porque as articulações também já estão sendo realizadas.
00:37Vamos dar uma olhadinha aqui em um primeiro cenário falando especificamente do primeiro turno.
00:43O que a gente tem aqui nesse primeiro cenário?
00:46Olha só, num primeiro turno teríamos o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com 38% das intenções de voto.
00:53Seguido pelo presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, com 34%.
00:58Em terceiro lugar, Ciro Gomes, com 9%, Ratinho Júnior, 4%.
01:02Depois temos Ronaldo Caiado, governador de Goiás, com 4% das intenções, Eduardo Leite, 3%.
01:08Romeu Zema também com 3%.
01:10Brancos e nulos e indecisos, perdão, com 6% das intenções de voto.
01:15Isso em um cenário de primeiro turno.
01:17Agora, com relação ao segundo turno, temos também um outro cenário.
01:22Vamos dar uma olhadinha na nossa arte.
01:24Olha só, em uma eventual disputa com Lula e Jair Bolsonaro, lembrando que o ex-presidente Jair Bolsonaro está inelegível,
01:33Lula aparece aí com 46% das intenções de voto.
01:37Jair Bolsonaro com 45%.
01:39Isso dá um empate técnico, já que essa pesquisa tem uma margem de erro de dois pontos percentuais.
01:45Agora, em um outro cenário, vamos dar uma olhadinha como fica esse outro cenário.
01:50Olha só, disputando Tarcísio de Freitas e o presidente Lula, o governador de São Paulo aparece com 52% das intenções de voto e Lula com 44%.
02:01Agora, em um terceiro cenário de segundo turno, a gente pode ter o seguinte, olha só, Tarcísio de Freitas aparece com 52% das intenções e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com 43%.
02:16Em mais um cenário dessa disputa aí, em segundo turno, olha só o que a gente teria, né?
02:21O presidente Lula disputando com o Michele Bolsonaro, aí Lula teria 46% das intenções de voto e Michele Bolsonaro com 44% das intenções de voto.
02:32E aí é importante a gente destacar, né, que essa pesquisa, ela foi feita com 2.059 pessoas aqui no estado de São Paulo, entre os dias 29 de agosto e 3 de setembro.
02:43Então, a gente viu todos esses cenários, né, Kobayashi, que já vão se desenhando aí pro ano que vem.
02:50Ontem eu estive, né, no ato que aconteceu na Praça da República, que foi convocado por movimentos de esquerda, organizações, né, mais vinculadas à esquerda.
03:01E por lá, a tônica foi muito de uma disputa eleitoral no ano que vem entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
03:12Ao mesmo tempo, né, no ato que teve aqui na Paulista, o governador vem se colocando aí, né, não se coloca, aliás, como um candidato, né, e coloca o ex-presidente Jair Bolsonaro nessa disputa pro ano que vem.
03:24Mas a gente sabe, né, que Jair Bolsonaro, pelo menos até então, tá inelegível.
03:28Continuaremos acompanhando.
03:29Camila Iunes volta daqui a pouquinho com os números da pesquisa de São Paulo também, né?
03:33É isso mesmo.
03:33Corrida pelo governo do estado de São Paulo.
03:35Obrigado, viu, Camila?
03:35Até já.
03:36Deixa eu já chamar a Dora Kramer e a Deise Tiocare, novamente, pra gente entender esses números.
03:42Dora, como é que você avalia esses números da pesquisa, lembrando que é uma pesquisa realizada com o público do estado de São Paulo.
03:49E aí, Dora, o que você destaca?
03:51Pois é, aqui a disputa, aqui, aí, né, não tô em São Paulo, vai ser aqui neste ambiente.
03:57Sempre estará em São Paulo, Dora.
03:59É, isso, vai ser duro, né?
04:03É o primeiro colégio eleitoral, o maior colégio eleitoral do país, a disputa vai ser dura, porque a gente não vê nenhuma dianteira.
04:10Por exemplo, nesse cenário de primeiro turno, o primeiro cenário, em que o presidente Lula aparece apenas quatro pontos atrás do governador,
04:20é um governador bem avaliado contra um presidente mal avaliado.
04:24Então, quatro pontos percentuais é muito pouco, é ruim para o governador.
04:30De outro lado, também, as outras simulações em que o presidente Lula aparece praticamente empatado com pessoas que não são nem candidatas.
04:40Jair Bolsonaro, que está inelegível, Michele, que não é candidata ainda,
04:46e ele, presidente da República, não só candidato, como candidatíssimo, que se apresenta, fala todo dia na candidatura,
04:55usa a máquina pública, assim, na maior falta de cerimônia, falando da candidatura, todo dia é isso.
05:03Então, acho muito pouco, é preocupante para o presidente da República, esse empate num eleitorado como São Paulo.
05:14São Paulo, o peso de São Paulo, não me lembro direito, mas acho que o São Paulo tem coisa de 20% dos votos do Brasil.
05:23Se não for isso, é um pouquinho a mais, pouca coisa a mais, mas é na casa dos 20%.
05:30Então, é muito importante, e São Paulo não está fácil para ninguém, pelo que os números da Atlas Intel nos apresentam.
05:39Me chamou muito a atenção a comparação entre as disputas de Bolsonaro e Lula, em um eventual segundo turno,
05:46e de Tarcísio e Lula, em um segundo turno.
05:49Parece que o público gosta mais do Tarcísio do que do próprio padrinho do Tarcísio, que é o Bolsonaro.
05:54O Tarcísio teria mais facilidade contra o Lula do que o próprio Jair Bolsonaro.
05:57Como é que você vê essa migração de votos?
06:01Isso é interessante, Kubayashi.
06:05Tem um fenômeno que é muito...
06:07Eu vou puxar agora aqui, porque a gente fala muito do Max Weber, da liderança carismática.
06:13Se a gente for prestar atenção agora, nas últimas semanas,
06:16o Tarcísio tem feito essa incursão em torno do nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, pela anistia.
06:21Então, é bem possível que o resultado dessa pesquisa, um pouco da influência do resultado,
06:28seja dessa articulação do Tarcísio, que a gente até se questionava.
06:32Será que isso vai dar certo, não vai dar certo?
06:34Como que isso vai repercutir com as pessoas?
06:36Então, me parece que, num primeiro momento, o nome do Tarcísio,
06:40essa articulação toda pela anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro, ela tem funcionado.
06:45Agora, por que eu falei aqui da liderança carismática?
06:47Porque, numa eleição presidencial, ainda mais contra alguém como o presidente Lula,
06:53que tem no carisma uma de suas características, o Tarcísio vai ter que trabalhar isso um pouco melhor.
06:58Até porque, quando ele foi candidato aqui pelo governo do estado de São Paulo,
07:03ele já tinha um núcleo bolsonarista muito grande.
07:06Quando a gente fala de Brasil, além dele ter que ampliar esse carisma,
07:10ele vai ter que fazer uma articulação que eu acho que é extremamente delicada,
07:13que é entre esse núcleo mais duro do ex-presidente Jair Bolsonaro
07:16e o centro, que costuma decidir a eleição presidencial.
07:19Então, os desafios para o Tarcísio estão só no começo.
07:23Entre o centro e o núcleo mais bolsonarista, Odora,
07:26como é que o Tarcísio faz para ter vida própria?
07:29Pois é, essa é a questão.
07:31No momento, ele está pagando o pedágio,
07:33vestiu o figurino do bolsonarista mais radical,
07:37que ele estava ali solto na Pirambeira, na Paulista, no domingo.
07:42Como nunca esteve desancando o ministro Alexandre de Moraes, enfim.
07:48A questão é, será que ele vai manter, será que esse figurino é provisório
07:53ou é permanente?
07:55Porque ele pode estar fazendo, nesse momento de dificuldade,
07:59ter uma questão de solidariedade que é fundamental na política.
08:04Ou a esquerda fez isso com Lula, quando era ele que estava na Berlinda,
08:09no chamado Banco dos Réus.
08:11Então, tem essa movimentação.
08:13A questão é qual é o impacto que isso vai ter adiante.
08:18Se o Tarcísio realmente é candidato, se essa sinalização,
08:22se essas evidências agora de que ele está se aproximando
08:26da candidatura à presidência da República,
08:28se isso realmente são evidências concretas ou se são aparências neste momento.
08:36A política tem muito disso, né?
08:38De aparência, porque os políticos se movimentam ao sabor das circunstâncias.
08:46Claro, ninguém se movimenta com o olho no passado, enfim.
08:50Tem que se movimentar agora.
08:51Então, agora, nesse momento, há essa avaliação
08:56de que ele, ao radicalizar, ele perde o centro.
09:00Mas continuará perdendo?
09:03Será que ele vai ser mesmo candidato à presidência da República?
09:06Porque para ele sair, deixar a ideia de governar São Paulo,
09:14não é qualquer estado não, tá?
09:15É São Paulo.
09:17Segundo orçamento da República,
09:19por mais quatro anos, seria preciso que Bolsonaro e Lula estivessem no chão
09:25e a faixa presidencial já estivesse garantida no peito.
09:30E não é o caso.
09:31Então, a gente precisa ter muita cautela
09:35ao projetar alguns movimentos que a gente analisa
09:40de acordo com a circunstância.
09:42Hoje, eles estão assim.
09:44Não necessariamente eles serão da mesma forma amanhã.
09:48E como é que faz o Tarcísio, então, nessa situação em que, às vezes,
09:52ele é puxado pelo centro, né?
09:54Ou escolhido ali de líderes partidários, de outros governadores.
09:57Mas isso desafia a relação dele com a família Bolsonaro, de alguma maneira.
10:02Deixa a família insatisfeita, né?
10:03O Eduardo até ameaçou sair do PL se ele fosse o candidato do PL à presidência,
10:07numa sucessão.
10:08E agora ele faz esse aceno, na manifestação de ontem,
10:11um pouco mais para esse grupo bolsonarista, né?
10:14Que é o grupo dos padrinhos do Tarcísio Freitas.
10:17Isso vai desgastar ele com, agora, o centro, com os líderes partidários,
10:21com os governadores?
10:23E aí?
10:23Eu acredito que sim.
10:25Você sabe, Kobayashi, que fazendo uma análise um pouco mais fria
10:29aqui da família Bolsonaro mesmo,
10:32se a gente for olhar para o histórico deles,
10:35vamos olhar aqui só para a eleição para a Prefeitura de São Paulo,
10:38a última, né?
10:39O ex-presidente Bolsonaro, ele demorou muito
10:41para chancelar o nome do prefeito Ricardo Nunes.
10:46E por que eu digo isso?
10:47Porque é uma característica dele, e aí,
10:49adoro o Kobayashi, sabe?
10:51Eu escrevi um livro analisando os discursos do ex-presidente Jair Bolsonaro.
10:55Ele tem uma dificuldade em elaborar sucessores,
10:59ainda mais personagens que não sejam ali do clã,
11:02da família dele.
11:03Então, por isso que o desafio do Tarcísio,
11:06ele é muito maior do que isso tudo.
11:08Porque será mesmo que o ex-presidente vai colocar ele como candidato?
11:12O ex-presidente sempre apresentou essa dificuldade.
11:15A gente viu a última vez aqui na disputa para a Prefeitura de São Paulo.
11:18Então, por mais que o Tarcísio tenha que calibrar
11:21essa questão de acenar para esse núcleo mais duro bolsonarista
11:24e acenar para um centro que é um dos grandes desafios dele,
11:28acho que o primeiro e maior é ter a chancela do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Seja a primeira pessoa a comentar