Alan Ghani e Fábio Piperno discutem sobre o Projeto de Lei (PL) que equipara facções criminosas ao terrorismo no Brasil. Os comentaristas debateram se a nova nomenclatura pode afetar a relação diplomática, de segurança e influência do país com os Estados Unidos.
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00:00Ô Piperno, alguns especialistas que são contrários à determinação de grupos como terroristas aqui no país
00:06alegam que isso poderia inclusive facilitar a influência dos Estados Unidos,
00:11que são um país que tem bastante interesse em jogar influência em países que eles considerem que ofereçam algum risco relacionado ao terrorismo no mundo.
00:21Isso não se concentra apenas ao Brasil, mas poderia também incluir o nosso país diante da possibilidade de uma classificação das facções como grupos terroristas.
00:33Você entende que isso é uma preocupação legítima?
00:36É óbvio que sim. A extrema-direita, especialmente a brasileira, ela tem um fetiche por intervencionismo americano.
00:43Historicamente ela é assim. Em muitos momentos da nossa história aconteceu isso.
00:48Eles foram lá bater e pedir intervenção. É um fetiche da direita radical do Brasil. Sempre foi.
00:54Eu me pergunto o seguinte. Por acaso as máfias americanas ou a camorra italiana foram enquadradas como grupos terroristas?
01:03Ou será que eles fazem alguma coisa que é muito diferente do que acontece aqui?
01:07Até porque, historicamente, eles têm conexões com a turma aqui da América do Sul.
01:13Sempre tiveram. E são grupos antigos. Alguns aí com coisa de 100 anos.
01:17Por acaso, então, você que está na nossa audiência, se pergunte isso.
01:21Quer dizer, se esses defensores e que esses grupos sejam enquadrados como terroristas,
01:27se eles também aceitam, se eles também defendem que as máfias americanas e a camorra italiana,
01:34entre outros grupos italianos, não vou me lembrar de todos os nomes, também sejam...
01:38De perna.
01:39Polícia avança, você pega um civil e mata e fala, ó, se a polícia continuar avançando, eu vou exterminar a civil.
01:47Como é que é o nome disso, se não o terrorismo?
01:49Tirar o pânico na sociedade.
01:52Fechar vias.
01:53Granada.
01:54E lá nos Estados Unidos...
01:55Alegam que o terrorismo teria mais um fundo político, o que não aconteceria com as facções criminosas.
01:59Existe.
02:00A alegação de algumas análises que eu li hoje em vários locais.
02:05Porque há outro componente, ou seja, a turma da extrema direita aqui perderam a batalha,
02:11perdeu a batalha da aristia, ficou com a brocha na mão em relação ao Trump,
02:16porque ele não quer mais saber, enfim, do grupo antigo.
02:19Então agora procura um outro...
02:20Ah, então, o terrorismo.
02:22Então agora vamos enquadrar esses grupos organizados.
02:24E veja, nós estamos falando de crime organizado, extremamente violento, extremamente danoso,
02:31e que existe no Brasil há décadas e décadas de anos.
02:34Tudo isso é verdade.
02:36Tudo isso é verdade.
02:37A questão é que nós vamos precisar, então, mudar a denominação e pedir socorro de forma vassala.
02:46Eu entendo, o que eu estou defendendo aqui, é que enquadre como terroristas não para ter uma intervenção internacional.
02:55Até porque...
02:56Boa, vai explicar isso para o sistema direito aí.
02:58Quando um país, um país grande, quer intervir no outro, ele acha um pretexto.
03:02Você não precisa disso daí.
03:04Na Venezuela você não tem lei antiterrorista e estão fazendo uma intervenção via tráfico de drogas.
03:09Então não precisa disso.
03:10O meu ponto é enquadrar como organizações terroristas para ver se a lei pega aqui no Brasil e se a lei funciona.
03:18Eu tenho bastante lei.
03:19Porque não há rigor penal.
03:21Veja bem.
03:21Esse que é o grande...
03:22Veja bem.
03:22O incentivo à impunidade aqui é muito grande.
03:25Então olha só que barbaridade isso, Alan.
03:27Quer dizer, para poder punir melhor, nós vamos fazer esse rodopio na lei e permitir que...
03:34Não vai permitir.
03:35Não.
03:35Permitir que o mundo tome sanções, inclusive contra bancos.
03:38Você imagina o Bradesco, o Itaú, que tem lá uma conta.
03:42Ele não sabe se, por exemplo, o Evandro é um terrorista ou não.
03:45Mas ele aceita a conta do Evandro.
03:46Aí descobre.
03:48Aí ele pode...
03:49Mas aí quem sabe...
03:50Essa é uma preocupação também do homem.
03:52Mas aí quem sabe também o Estado aqui no Brasil, diante disso...
03:56Porque, opa, peraí, o mundo agora está enxergando a gente como terrorista.
03:59A gente não começa a levar segurança pública a sério.
04:03Por que que nós temos que nos expor a esse ponto?
04:06Se, por exemplo, países como esse que eu citei, também tem organizações assim, não querem saber disso.
04:13Por que que a gente tem que saber disso e eles não?
04:16Então não há, eu diria, algo muito equilibrado em relação a isso.
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