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A megaoperação no Rio de Janeiro escancara o colapso da segurança pública. No Visão Crítica, o Coronel José Vicente, ex-secretário de segurança pública, critica a falta de ação federal, afirmando que "o governo federal não tem nenhum plano para cuidar dessa gravíssima questão".

Ele defende que é necessário um trabalho maior, com uma reformulação profunda no aparato de controle e combate ao crime no país.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/p89bQeyWBNQ

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Transcrição
00:00É interessante se lembrar que parece que a segurança pública nos últimos 40 anos virou um ativo eleitoral muito importante.
00:08Toda eleição tem os candidatos, entre aspas, da segurança pública, produtos da insegurança pública.
00:14E quando exercem os mandatos com raras exceções, eles fortalecem a insegurança pública.
00:20Basta analisar o trabalho das comissões, tanto nas câmaras municipais, nas assembleias relativas ou no Congresso Nacional,
00:26dedicadas a isso. Raramente, raramente, eu acompanho no caso do Congresso Nacional,
00:32você vê uma discussão técnica, acadêmica, que discute a questão de inteligência, a possível integração,
00:37como lembrou o general, que é essencial do trabalho municipal, estadual e federal.
00:43Nada, busca sempre os holofotes. E agora, com as redes sociais, piorou ainda mais que todo aquele que faz parte dessas comissões
00:50que é lacrar para a sua bolha, pensando na próxima eleição. Não está nem aí com a questão da segurança pública.
00:57Ao contrário, aquilo é um ativo eleitoral para ele. Contra mais insegurança, mais votos ele vai ter.
01:03Infelizmente, com raríssimas exceções, isso se repete no Brasil. E começou em São Paulo nos anos 80.
01:08Se você fosse pegar um marco, 1986, com um locutor de rádio muito conhecido e o candidato a governador,
01:17Paulo Salim Maluf. Vocês lembram quando passavam numa jaula com um suposto prisioneiro e tinha até música.
01:23Gente boa é na rua, bandida é na cadeia. E aquilo levou a esse candidato a ter um volume fabuloso de votos.
01:31E o candidato a governador não venceu. Quem venceu, 86, foi o Erecio Esquerça.
01:35Mas só para lembrar que esse é um ativo eleitoral. Aí eu passo ao senhor, coronel.
01:41Há uma discussão, não sei se é o sexo dos anjos, como nós falávamos antigamente,
01:46se essas organizações criminosas são organizações terroristas ou não.
01:51Isso envolve uma discussão dentro do Brasil e existe uma discussão também que se reflete no caso norte-americano.
01:57que no atual administração americana se refere a alguns países, Venezuela por exemplo,
02:04que teria organizações terroristas que realizam, de acordo com eles, tráfico de drogas.
02:10É bom lembrar que foram mortos aproximadamente pelo atual governo, nesses bombardeios de pequenas embarcações,
02:16cerca de 57 pessoas.
02:19É quase um terço do que nós assistimos no Rio de Janeiro.
02:23Eu pergunto ao senhor, essa discussão cabe ou não?
02:26Segundo, são organizações terroristas?
02:28Não, não cabe.
02:30É o seguinte, há até um projeto de lei, ele foi todo desenvolvido, costurado pelo secretário nacional de segurança pública,
02:38o Mário Sarrubo, junto com outros promotores que têm muita experiência.
02:42O Ministério Público de São Paulo é uma experiência muito grande em lidar com a questão do crime organizado.
02:46Eles conseguiram fazer mais de mil operações nos últimos sete anos e conseguiram aí a condenação de cerca de 700 membros do PCC
02:55através desse trabalho muito criterioso, sem gastar, sem gota de sangue, sem uma bala praticamente.
03:01É feito com cooperação, no caso com a Polícia Militar.
03:04Mas, na elaboração desse projeto de lei chamado antimáfia, depois para a antifacção criminosa,
03:12eles tomaram uma série de cuidados em relação à tipificação da conduta criminosa do faccionado,
03:19ou o pessoal que manobra as facções, que atormenta o país.
03:23E aí, essa pena vai sendo agravada em função de uma série de condutas específicas de facção,
03:30que você não coloca para o terrorista.
03:33Como, por exemplo, controle de territórios agrava a pena.
03:37Você matar, ou agredir, ou ameaçar um agente da lei agrava, você não tem isso no terrorismo.
03:45Então, tem o emprego de menores, emprego de armas, etc.
03:48Tudo isso vai agravando, aumentando o tamanho das penas.
03:51Então, é necessário ter penas tipificadas para dar a resposta correta, inclusive,
03:56para a investigação, para a inteligência, para todas as operações.
04:00Então, não faz sentido o terrorismo.
04:02Infelizmente, ainda é uma coisa muito rara aqui no Brasil.
04:05E tomar essa carona não tem o menor sentido.
04:08Precisamos lutar com os inimigos certos, com as armas correspondentes.
04:12Eu gostaria até de fazer uma observação sobre o que o Bruno comentou aqui.
04:16O aspecto territorial do crime no Rio de Janeiro,
04:19eu conversei muito com o pessoal dos policiais do Rio,
04:24porque a gente vê a sofisticação dos mais graduados,
04:27que tem uma certa hierarquia, é lógico, do crime organizado,
04:30e os mais graduados que fazem uma operação como essa,
04:33com as fintechs, Faria Lima, Lava Dinheiro,
04:35com imóveis, ou empresas de ônibus,
04:39estão entrando em licitações.
04:41É um problema dramático e muito perigoso,
04:43o protagonismo que o crime organizado vem tendo no Brasil.
04:46Mas existe uma outra escala da peãozada,
04:51o chão de fábrica desses territórios.
04:54O que acontece aí é que, embora você faça manobras financeiras sofisticadas,
05:00como a Operação Carbono Oculto conseguiu decifrar,
05:05lá no chão de fábrica das comunidades, o pessoal trabalha com dinheiro vivo.
05:08É difícil você fazer o sigo de dinheiro, o follow the money,
05:13com essa turma.
05:14Uma vez, tem até um policial infiltrado da PM no Rio,
05:18e falou, rapaz, o cara tinha 5 milhões de dólares, um caixote,
05:21dentro de um barraco da favela.
05:25Parece coisa, uma coisa de conta de carochinha,
05:31mas é verdade, que ele pega o dinheiro, transfere, faz as trocas.
05:35É um mercado de dinheiro vivo impressionante que corre nessas vias.
05:40As milícias trabalham muito com isso.
05:42Claro, em alguns certos momentos,
05:43esse dinheiro se presta a fazer outros usos,
05:48mas no dia a dia é com dinheiro corrente.
05:49Até porque as pessoas pagam com dinheiro nas bocas de fumo.
05:55Então, o desafio que nós temos hoje é de ordem sofisticada, sim.
06:00É necessário fazer um trabalho maior do que as polícias estão conseguindo fazer.
06:05Sem uma reformulação do aparato de controle e combate,
06:10nós vamos continuar fazendo tudo o mesmo.
06:13E, principalmente, no caso específico do Rio de Janeiro,
06:16o general mencionou questões aí do Ceará,
06:19o Bruno mencionou questões da Bahia, nós estávamos falando.
06:23Isso, o controle de territórios,
06:25é um dos grandes desafios que nós temos aí para daqui para frente.
06:30E esse sinal que aconteceu no Rio de Janeiro,
06:33enfrentando poderosas organizações,
06:35perda de quatro policiais que morreram nessa operação,
06:38tem que ser um sinal para uma retomada.
06:42O problema é que o governo federal não tem nenhum plano
06:45para cuidar dessa gravíssima questão.
06:48Essa PEC de segurança nacional,
06:50segurança nacional, de segurança pública, perdão,
06:53segurança nacional é uma expressão que, inclusive,
06:55nasceu nos anos 30 e está na Constituição de 1934,
06:58pela primeira vez essa expressão.
07:00Mas essa PEC é definida pelo governo federal.
07:04O senhor acha que não é um caminho?
07:05Não.
07:06Não?
07:07Porque nós tivéssemos essa PEC aprovada há um ano atrás,
07:09estaria com o problema do mesmo tamanho.
07:11O problema sempre vai cair na questão da coordenação.
07:16O governo federal tem essa incumbência de coordenação hoje.
07:19A Polícia Federal tem incumbências em relação ao crime organizado
07:23desde 88 da Constituição.
07:26Já tem de longa data.
07:27Não fez porque não quis.
07:29Não pôde algum motivo.
07:31As facções cresceram a despeito das estruturas que nós temos.
07:36A Constituição, a emenda constitucional,
07:40praticamente vai colocar na Constituição
07:42aquilo que já é uma lei federal.
07:45Do tempo do tema,
07:46que criou o Sistema Único de Segurança Pública.
07:50Que foi bom isso?
07:51É, foi uma boa iniciativa,
07:53mas agora eu vou colocar na Constituição para dizer,
07:55olha, aquilo que estava na lei é para valer mesmo.
07:59Então é só um mesmo a mais nessa história.
08:02E a gente sabe que historicamente,
08:05assim como a lei do SUSP,
08:08como a lei do PRONACE,
08:11aquelas leis que não vingaram.
08:14E essa PEC também não vai vingar.
08:16No meu entendimento,
08:17ela vai ter pouquíssimo efeito
08:19nesse grande panorama da segurança brasileira.
08:25Uma das grandes mudanças,
08:27mudar a Polícia Rodoviária Federal
08:28para a Polícia Viária Federal,
08:30parece brincadeira, né?
08:33Fazer uma amenda constitucional
08:33para colocar uma bobagem dessa.
08:38Perguntando ao general Santos Cusco,
08:40se vocês que nos acompanham,
08:41e não tem uma amenda constitucional,
08:55até a próxima.
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