Em um mundo onde a informação e a desinformação circulam com velocidade, entender a ciência por trás das vacinas nunca foi tão crucial. Mas como funciona esse mecanismo de defesa? No Check Up desta semana, o pediatra Cláudio Len esclarece questões práticas que afetam a todos nós, como por exemplo, a mudança na composição de imunizantes, as diferenças dos efeitos colaterais de pessoa para pessoa e a importância do intenso calendário de vacinação nos primeiros anos de vida.
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NotíciasTranscrição
00:00As vacinas tiveram e têm um papel importante no padrão das doenças do nosso país e do mundo inteiro.
00:11Suas pesquisas e experimentos realizados para o desenvolvimento no passado podem levantar questões éticas desafiadoras.
00:21Fato é que a vacina é considerada por muitos como uma das maiores descobertas da ciência,
00:26salvando mais vidas humanas do que qualquer outra invenção médica na história.
00:32Edward Jenner, médico inglês que dedicou 20 anos de sua vida aos estudos sobre varíola,
00:39realizou uma experiência que permitiu a descoberta da vacina em 1796.
00:45Tudo começou quando o naturalista observou que pessoas contaminadas pela varíola bovina,
00:51acometidas ao ordenhar vacas, pareciam não ser afetadas pela varíola humana, que era mortal.
00:59Diante dessa observação, Jenner inoculou o pus das lesões de varíola bovina presente em uma ordenhadora,
01:06e um garoto de 8 anos que havia adquirido a infecção de forma leve.
01:12Dez dias após a inoculação, James Phipps estava curado.
01:16O médico inglês continuou repetindo o processo em mais pessoas,
01:21e mesmo enfrentando resistência, sua descoberta foi reconhecida e espalhada pelo mundo.
01:26Em 1799, o primeiro instituto vacínico foi criado em Londres,
01:32e em 1800, a Marinha Britânica passou a adotar a vacinação.
01:37No check-up de hoje, o doutor Claudio Lutenberg recebe o pediatra Claudio Laine.
01:42Como a vacina age no corpo humano?
01:46Quais imunizantes são mais importantes de acordo com a faixa etária?
01:50E como os avanços na medicina ajudam no desenvolvimento das vacinas?
01:55Fique ligado, o check-up já está no ar.
02:03CECAP Jovem Pan
02:04Condutor Claudio Lutenberg
02:06Claudio, seja muito bem-vindo.
02:10Obrigado, Claudio, pelo convite.
02:11Explique para nós como uma vacina age ensinando a resposta do organismo
02:17para enfrentar os diferentes patógenos.
02:21Claudio, as vacinas são simuladoras.
02:23Então, o que os cientistas fazem?
02:25Eles desenvolvem moléculas que são ou vírus enfraquecidos,
02:31ou bactérias enfraquecidas,
02:32ou fragmentos de vírus e bactérias,
02:35que vão ser injetados ou administrados ao paciente,
02:39e o organismo começa a desenvolver anticorpos contra essas partículas,
02:44que quando forem ter contato com os germes de verdade,
02:47você já tem anticorpos e o teu organismo mais rapidamente
02:50atinge níveis de defesa.
02:53Então, é uma simulação, uma mimetização
02:55de você ter uma resposta muito mais rápida.
02:57Você treina o organismo.
02:59E por que algumas vacinas você resolve somente com a administração de uma dose
03:05e outras você precisa de um reforço?
03:08Depende do germe.
03:09Você tem um vírus, por exemplo, que nunca muta,
03:12que é o vírus do sarampo,
03:14ou vírus da febre amarela.
03:15Então, você dando uma única dose dessa doença,
03:18para essa doença, você vai ter proteção por muitos anos
03:22ou até a vida inteira, como é o caso da febre amarela.
03:24Mas muitos vírus, como o da gripe,
03:27e foi a Covid, né?
03:28Que a Covid, acho que as pessoas acompanharam de perto isso,
03:32são vírus que têm mutações,
03:33mutações genéticas deles.
03:35Então, eles vão se modificando.
03:37Então, a vacina que você tomou,
03:39ela até pode continuar funcionando,
03:41mas, na verdade, o vírus é outro,
03:43porque ele mudou.
03:43Então, os cientistas têm que fazer vacinas
03:46com partículas desses vírus novos.
03:49São os mesmos, mas com modificações.
03:52Então, tem que ser feitas mais vezes.
03:54São essas as diferenças básicas.
03:57E algumas vacinas, você tem que dar várias vezes
04:00para ir fortificando mais ainda o organismo da pessoa,
04:04para que ela mantenha um tônus, né?
04:06Que ela mantenha aquela força
04:08e ao longo de décadas, né?
04:10Porque são crianças e adultos
04:11que têm que ser protegidos.
04:13E o que são as vacinas ditas vacinas combinadas?
04:17As combinadas foram uma sorte da população.
04:20Provavelmente, a minha avó ou meu pai,
04:24e mesmo eu, quando criança,
04:26para ter uma vacina, por exemplo,
04:28contra sarampo, rubeula, cachumba,
04:31tomava três picadas.
04:33A vacina contra difteria, tétrico e queluche,
04:35eram mais três picadas.
04:36Agora, imagina uma criança tomando
04:38sete, oito vacinas com dois meses,
04:41sete, oito vacinas com três meses,
04:43então, os cientistas conseguiram agrupar.
04:46Então, em uma única dose,
04:48com meio mililitro da vacina,
04:50você tem um pool de vários antígenos.
04:53Então, elas são dadas juntas,
04:55são vacinas combinadas,
04:56que modificaram o número de picadas.
04:59É uma vantagem, né?
05:00Os pais já ficam estressados
05:02por duas, três injeções no mesmo dia.
05:04Imagina tomar sete, oito, nove de uma vez só.
05:08Foi um avanço enorme e os bebês agradecem.
05:11Quando você fala sobre cepas de vacinas,
05:15o que significa isso?
05:17Olha, enquanto alguns vírus são únicos,
05:19febre amarela é uma cepa só,
05:21só tem um tipo de vírus.
05:23Pega um pneumococo,
05:25vou dar um exemplo para você.
05:27O pneumococo é uma bactéria
05:28que é muito grave para crianças pequenas,
05:31não só pela pneumonia,
05:33mas é um causador de meningite.
05:34E são centenas de cepas de tipos,
05:37é o mesmo pneumococo,
05:38mas como se ele tivesse outro sobrenome.
05:40É difícil a pessoa entender,
05:42mas são pequenas diferenças
05:44com moleculares
05:46e que vão deixar ele diferente.
05:48Por exemplo, o pneumococo,
05:49pneumococo você tem 20 cepas
05:52ou mais causadores de doenças graves.
05:54Então a vacina da pneumococca das crianças
05:57tem que ter 15, 20 cepas,
06:00que são 20 em 1.
06:02Então por isso que as vacinas,
06:04elas muitas vezes são conjugadas
06:05de várias cepas de uma mesma bactéria.
06:08Isso foi um grande avanço.
06:09E a medicina tem conseguido desenvolver
06:11vacina para várias cepas.
06:13Então quanto mais cepas,
06:15mais você vai ter uma vacina abrangente.
06:18Isso vem mudando.
06:19Eu acompanhei nos últimos anos isso.
06:21E outras vacinas do mesmo jeito.
06:23A gripe também.
06:24Você toma uma vacina só com várias cepas.
06:26Não tem no só.
06:27Tem influência A, influência B.
06:29Então elas são agrupadas numa vacina só.
06:31São avanços incríveis.
06:33A proteção das vacinas
06:34é algo que a gente tem que todo dia
06:36rezar e agradecer.
06:37Às vezes no meu consultório,
06:39eu falo, a primeira vacina
06:40foi contra a varíola do Edward Jenner.
06:43A gente tinha que rezar todo dia
06:45pelo Edward Jenner.
06:46Porque isso mudou completamente
06:48a história da humanidade.
06:49Você é uma pessoa que tem uma área
06:50de concentração que envolve
06:51muito de imunologia.
06:54Você é um pediatra com formação
06:56concentrada em reumatologia infantil.
06:59Por que alguns pacientes
07:00têm reações colaterais e outros não?
07:04E o que significa uma reação colateral
07:06à vacina?
07:06Bom, são duas perguntas.
07:08A primeira é você entender
07:09que as pessoas não são iguais.
07:10Somos todos seres humanos,
07:12mas somos diferenças.
07:13Eu gosto de dar exemplos
07:14para os pacientes.
07:15Eu posso estar andando aqui
07:17e tropeçar aqui no seu estúdio
07:19e ralar o joelho.
07:21Uma pessoa parecida comigo
07:22pode cair no mesmo tombo,
07:24na mesma velocidade
07:25e quebrar o joelho.
07:26Então nós somos diferentes.
07:28Então por isso que uma vacina
07:29ela vai ter uma resposta diferente
07:31em várias pessoas.
07:33Tem pessoas que tomam uma vacina,
07:34na hepatite B e depois faz exame de sangue
07:37e viram que não tem anticorpo
07:38e tem que tomar outra vacina.
07:39Enquanto toma uma dose só
07:41vai ter uma duração
07:42de muitos anos essa vacina.
07:44Isso vale para as doenças também.
07:47Por que o irmão pega uma doença,
07:49a mesma bactéria
07:50e tem uma doença grave
07:51e o outro tem o mesmo vírus
07:52e não é grave?
07:54Isso é motivo de estudo
07:56em congressos médicos.
07:57Então a mesma coisa com as vacinas.
07:58Elas podem funcionar bem
07:59em umas pessoas
08:00e não funcionar tão bem nas outras.
08:02Então é importante você
08:04ter essa observação
08:05e você não só vacinar,
08:08mas você acompanhar esse paciente
08:10para saber se tem defesas ou não.
08:13E você falou dos efeitos adversos,
08:15ou como as pessoas falam,
08:17efeitos colaterais,
08:18que é o termo que as pessoas falam.
08:21São reações que você tem na aplicação.
08:24Você está injetando
08:25uma substância diferente,
08:27geralmente uma proteína
08:28ou uma partícula
08:30de um vírus,
08:31e você pode ter reações locais.
08:34Isso vale para qualquer medicamento,
08:35não é só para a vacina.
08:36A vacina é um medicamento biológico,
08:39na verdade,
08:40é mais complexo.
08:41Você pode ter uma reação local,
08:42uma dor,
08:43uma vermelhidão,
08:44que é até esperado.
08:45E alguns pacientes,
08:46por ser uma substância estranha,
08:48diferente ao organismo,
08:50eles vão ter reações mais complexas,
08:52como febre, calafrio.
08:55Eu dou um exemplo,
08:55eu tomei a vacina do Herpes Zoster,
08:58a Xengrix,
09:00e a primeira dose eu vi com febre
09:02em três dias.
09:03A segunda dose não aconteceu nada.
09:05Então, é a genética da pessoa,
09:08o aumento imunológico,
09:10mas é importante saber que nós médicos,
09:12o Cláudio sabe mais de eu isso,
09:16porque ele mexe com o olho,
09:17que é um órgão muito sensível,
09:19que é tudo uma questão de risco e benefício.
09:22Então, o benefício da vacina,
09:23mesmo tendo algum efeito adverso,
09:25em termos populacionais,
09:27acaba sendo maior do que o risco.
09:30Eu acho que,
09:31quando você for pensar em efeito adverso,
09:33pensa também na defesa que essa vacina está fazendo,
09:36e como mudou a história da humanidade,
09:39e para cada pessoa que toma uma vacina.
09:41É, porque muitas vezes as pessoas se queixam,
09:43ou se colocam em torno de um caso individual,
09:46e não levam em consideração o efeito populacional.
09:49E a vacina tem um papel de responsabilidade comunitária.
09:53Não é só proteger a pessoa,
09:54mas proteger para que ela não seja um vetor
09:57para levar a doença para outras pessoas.
09:59Exatamente.
10:00Se ela tem uma reação à vacina,
10:03imagina o que seria a doença.
10:05Então, tem que pensar por esse lado.
10:07E você falou muito bem,
10:08da gente proteger todo mundo.
10:10Você vê que,
10:11em alguns lugares do mundo,
10:12começa a cair o nível de vacinação,
10:14a doença brota.
10:16Você vê o sarampo,
10:17poliomielite,
10:18doenças que a gente nem ouvia falar,
10:20que a gente tem ouvido falar bastante aqui,
10:22até em nosso meio.
10:23Agora, durante anos,
10:26a gente observa que o calendário vacinal
10:28é intenso na infância.
10:30E depois, na fase adulta,
10:32isso se torna menos frequente.
10:34Alguma explicação de natureza imunológica?
10:37Novas doenças surgirão
10:38e a gente vai ter aí uma necessidade
10:41de vacinação para adultos?
10:42O que você pode falar sobre isso?
10:43Nossa, esse assunto é extenso.
10:45Mas eu aqui me orgulho de ser pediata,
10:47porque as crianças,
10:49você sabe bem,
10:49você tem dois filhos maravilhosos, né?
10:52São o diamante da família,
10:54a redoma, né?
10:55Se um filho teu tem febre,
10:56você sai correndo.
10:58Se você tem,
10:58você pode, às vezes,
10:59esperar um pouquinho.
11:00Então, as crianças são muito protegidas.
11:02É por isso que os pais,
11:04eles buscam fazer várias vacinas
11:06nos bebês.
11:07Eles sabem que os bebês
11:08são mais delicados.
11:09E as defesas que a mãe passa, né?
11:11As mães passam
11:12uma defesa gigante de anticorpos
11:15pela placenta, né?
11:17E alguns pelo leite materno
11:19e que vão acabando
11:21ao longo dos primeiros seis meses.
11:22Então, o bebê acaba
11:23ficando desprotegido.
11:24Por isso que a vacinação do bebê,
11:26o forte,
11:27é nos primeiros seis meses.
11:28As crianças tomam vacinas
11:30quando nascem,
11:31nas primeiras semanas,
11:32com dois meses,
11:34com três meses,
11:35quatro meses,
11:36cinco meses,
11:36sete meses
11:37e várias vacinas,
11:38porque elas são mais delicadas.
11:40E o sistema imunológico dela
11:42não teve contato nenhum.
11:44Um adulto,
11:45ele vai tendo a vida,
11:46ele vai tendo contato
11:47com muitos vírus e bactérias
11:48e ele vai tendo uma defesa natural.
11:50Tem muita gente
11:51que não tomou vacina de covid
11:52e se você dosasse
11:54os anticorpos,
11:55estavam positivos,
11:56porque ela teve contato
11:57com o vírus,
11:58mas não teve a doença,
11:59mas ela desenvolveu anticorpos.
12:01Isso vale para mononucleose,
12:03hepatite,
12:04várias doenças.
12:05E as crianças,
12:06elas estão desprotegidas,
12:07então,
12:07por isso que tem
12:08um esforço maior.
12:09E os pais,
12:10realmente,
12:11as escolas exigem
12:12carteira de vacinação.
12:13Se alguém vai no meu pediatra,
12:15a primeira pergunta que eu faço,
12:16me mostra a carteira de vacinação.
12:18Então,
12:18existe isso,
12:19né?
12:20Então,
12:20você fortalece muito a criança,
12:22mas o que não tira a necessidade
12:24é o adulto se vacinar,
12:26porque ele se perde.
12:27O adulto organiza um parecido.
12:30O adulto,
12:30muitas vezes,
12:31ele,
12:32se não tiver contato com esse vírus
12:34por muitos anos,
12:34ele pode ter a doença.
12:35Você vê o sarampo agora voltando.
12:38Então,
12:38você tem que vacinar muito uma criança,
12:41né?
12:41Por tudo que eu falei aqui,
12:43mas nunca abandonar um adolescente,
12:46mas é o adolescente,
12:46aquele gap,
12:47né?
12:47Aquele intervalo
12:48e o adulto.
12:49Já que você falou dos adultos,
12:51quais são as vacinas que são importantes
12:53para os adultos
12:54e até para os idosos?
12:55Olha,
12:56algumas são muito importantes.
12:57Eu destacaria aqui
12:59a vacina do tétano e coqueluche,
13:02né?
13:03O coqueluche voltando
13:04a coqueluche em alguns lugares do mundo.
13:06E tétano,
13:06as pessoas podem se machucar
13:08e ter tétano,
13:09que vem junto de quebra
13:10com a vacina de feteria.
13:11A que eu falei,
13:13que eu tomei,
13:14que a vacina do herpes zóster
13:16é extremamente importante
13:17de ser dada.
13:19As vacinas contra hepatite,
13:21né?
13:21Muita gente não foi vacinada,
13:22não teve contato.
13:23E dá até para você checar
13:25nos seus exames de sangue
13:26se você tem anticorpos ou não.
13:28E eu sou um fã
13:29da vacina influenza, né?
13:31Que nós médicos
13:32sempre vamos tomar
13:33assim que ela chega.
13:35Isso é muito importante.
13:36Então, é isso.
13:37Herpes zóster,
13:38hepatite A,
13:39hepatite B,
13:40se não foi vacinado,
13:41a difteria tétano-coqueluche
13:44e influenza.
13:45E para aqueles pacientes
13:46que têm algum tipo
13:48de fator de risco maior,
13:50né?
13:50Tipo,
13:51cardiopatas,
13:52obesos
13:53ou com doenças
13:54imunológicas
13:55e pacientes
13:56que fizeram
13:57algum tratamento
13:58oncológico,
13:59a vigilância
14:00tem que ser maior ainda.
14:01Ele tem que checar
14:02se ele ainda tem anticorpos
14:03contra as doenças
14:04para se ir revacinando.
14:06O importante estudo
14:09liderado pela OMS,
14:11publicado pela revista
14:12britânica The Lancet
14:13em 2024,
14:15mostra que os esforços
14:16globais de vacinação
14:18salvaram aproximadamente
14:19154 milhões de pessoas
14:22nos últimos 50 anos.
14:24A análise,
14:25que inclui vacinas
14:26para 14 doenças,
14:28mostra que a imunização
14:29é a maior contribuição
14:31para garantir que bebês
14:32levem uma vida saudável
14:34na idade adulta.
14:36Desde 1974,
14:38a taxa de mortalidade infantil
14:40antes do primeiro aniversário
14:42caiu pela metade,
14:44cerca de 40%
14:45graças às vacinas.
14:47Variações em diferentes
14:49partes do mundo
14:50é um ponto de destaque
14:51no levantamento,
14:53levando em consideração
14:53maior impacto
14:54nas perspectivas de vida
14:56em países de baixo
14:58e médio rendimento
14:59e em locais
15:00com sistemas de saúde
15:01inferiores,
15:03destacando a necessidade
15:04de acelerar os esforços
15:06para atingir as metas
15:08da Agenda de Imunização
15:09em 2030,
15:10que prevê,
15:11além da cobertura
15:12de 90%,
15:13a redução do número
15:15de crianças
15:15com doses zero
15:17no mundo
15:18para menos de 6,5 milhões
15:20até 2030.
15:22Recentemente,
15:23um relatório
15:24feito pela Unicef
15:25e também pela OMS
15:27levantou um dado
15:28preocupante,
15:29o retorno do Brasil
15:31à lista dos países
15:32com mais crianças
15:33não vacinadas
15:34no mundo.
15:35O país que havia
15:37deixado essa lista
15:38em 2023
15:39com 103 mil
15:41crianças não vacinadas
15:42passou para
15:43229 mil
15:45em 2024.
15:46O estudo serve
15:47de lembrete
15:48para a importância
15:49da imunização
15:50contra todas as doenças
15:52às quais temos vacinas
15:53seguras
15:54e eficazes.
15:56Quando você fala
15:58de protocolos
15:59de segurança
15:59durante o período
16:00da pandemia,
16:01nós tivemos vacinas
16:02que foram desenvolvidas
16:03em um período
16:04de tempo curto.
16:05Quais são os riscos
16:07de você descobrir
16:08isso em um período
16:08de tempo tão curto?
16:10Falta de testes,
16:12o que poderia ser
16:13feito a mais?
16:14Olha,
16:14a pandemia foi
16:15uma situação única,
16:16foi diferente,
16:17o aprendizado
16:18foi muito grande.
16:19O medo foi tão grande
16:21que as vacinas
16:22foram dadas
16:24mesmo sem saber
16:25a real eficácia,
16:26mas isso não tem a ver
16:28com segurança.
16:29Acho que todo remédio novo,
16:30todo produto novo,
16:32você só vai saber
16:33realmente eficácia
16:34ao longo do tempo,
16:35como qualquer medicamento
16:36que a gente usa.
16:37Mas os estudos
16:38de segurança
16:39são fundamentais.
16:40Eu tenho certeza
16:41que todas as vacinas
16:42foram lançadas
16:43mesmo em curto período,
16:44em meses,
16:45a segurança foi testada.
16:47Depois nós vimos
16:48que algumas davam
16:49mais efeitos adversos,
16:50algumas menos,
16:52algumas tinham
16:52mais efetividade,
16:53que as outras,
16:54foi um aprendizado,
16:56mas a segurança
16:57acho que foi muito grande,
16:58acho que qualquer produto
16:59desse,
17:00de laboratórios
17:01muito bem reconhecidos,
17:03só foi lançado
17:04depois de testes
17:05das fases iniciais
17:07dos ensaios clínicos
17:08que demonstraram segurança.
17:09O paciente
17:10que perdeu
17:11a carteirinha de vacinação
17:12é um risco?
17:13Se você repetir
17:14uma vacina
17:15para a qual
17:16ele já está vacinado,
17:17alguma doença,
17:18isso é um risco?
17:19Não,
17:19de um modo geral não.
17:20De um modo geral não,
17:21as vacinas podem ser dadas
17:23a mais,
17:24é melhor tomar mais
17:25do que de menos.
17:26Mas o que eu recomendo muito,
17:27às vezes vem no consultório,
17:28chega uma família
17:29que não está achando,
17:30fez uma mudança
17:31de país
17:32e não está achando
17:33a carteirinha.
17:33Então você tem que ir
17:35nas fontes,
17:37tanto no SUS
17:37quanto em clínicas de vacina,
17:39consultórios médicos,
17:40tem esses registros.
17:41É obrigado.
17:43E hoje você também
17:43tem muitas dessas vacinas
17:45que são salvas
17:46na nuvem da Anvisa.
17:48Então dá para você recuperar
17:50e,
17:51desnecessário,
17:52tomar a mais.
17:53Mas,
17:53mas como você falou,
17:54se você não achou aquilo,
17:56que tome a mais
17:57o que de menos.
17:58Isso a gente
17:59vê com frequência
18:01na prática clínica.
18:02A gente vê pacientes
18:04que tem gripe no ano
18:05e no outro ano
18:06repete a vacinação.
18:08É porque mudou a cepa?
18:10Em relação ao Covid,
18:11teve o Covid,
18:12você faz de novo
18:14a vacinação,
18:15como é que você explica
18:16para que as pessoas
18:17possam entender
18:18essa necessidade?
18:19São mutações
18:20dos vírus,
18:21eles mudam,
18:22são mutações estruturais,
18:24os vírus são estruturas
18:26que se modificam,
18:27vão se adaptando
18:28por questão de sobrevivência.
18:30Eles sabem disso,
18:31que os hospedeiros
18:32nós vamos mudando
18:34as defesas.
18:35Então,
18:35eles vão se modificando.
18:36Então,
18:37para esse tipo de vírus,
18:39não adianta você tomar.
18:40Às vezes,
18:40uma pessoa,
18:41na época da pandemia,
18:42fala,
18:42eu tomei três vacinas
18:44de Covid,
18:45não vou tomar mais.
18:46Mas,
18:46se o vírus modificou,
18:47se ele teve uma mudança,
18:49uma mutação,
18:50aquelas três vacinas
18:51não funcionam para nada.
18:53Então,
18:53esses vírus que mudam,
18:55os mutantes aqui,
18:56principalmente hoje,
18:57da influenza,
18:57não adianta você ter tomado
18:59uma vacina dois anos atrás
19:00ou ter tomado dez anos
19:02seguidos de vacina.
19:04No décimo primeiro ano,
19:05se você não tomar vacina,
19:06você não está protegido.
19:08Elas não formam uma,
19:09ela não vai se perder.
19:11A imunidade contra o vírus anterior,
19:12ela continua,
19:13mas o vírus é outro.
19:14Ele tem o mesmo nome,
19:15mas com outras armas.
19:18Gestantes,
19:18imunodeprimidos,
19:20alérgicos,
19:21algum comentário a respeito
19:23da administração de vacina
19:24nesses grupos?
19:26Sim,
19:26o que orienta os pacientes
19:27são duas coisas.
19:28Primeira coisa,
19:29consultar o seu médico.
19:31Eu,
19:31como você falou,
19:32eu faço pediatria e reumatologia
19:34e eu sei quais as vacinas
19:36que uma criança
19:37que faz um tratamento reumatológico
19:39tem que tomar
19:39ou que não tem que tomar.
19:41O mesmo vale
19:42para outros grupos de médicos
19:44que lidam com pacientes especiais.
19:46Então,
19:47eu recomendo que você fale
19:48com o seu médico.
19:49E também hoje,
19:50você tem sites muito seguros
19:51das sociedades.
19:52Sociedade de pediatria,
19:54sociedade de reumatologia
19:56e outras,
19:58oncologia,
19:59onde esse assunto de vacina
20:01é muito discutido
20:03e você tem diretrizes
20:04muito atualizadas
20:05qual paciente,
20:06com qual tratamento
20:07tem que tomar tal vacina.
20:09Isso é uma coisa
20:09muito estabelecida hoje
20:10para que o paciente
20:11tenha uma segurança.
20:13Por exemplo,
20:13um paciente fez um transplante
20:14de medula.
20:16Ele zero se tem imune,
20:17ele tem que tomar tudo de novo.
20:18Mas tem uma ordem certa
20:20para tomar,
20:20não vai tomar igual
20:21um bebezinho.
20:22Muda um pouco.
20:23isso também
20:24é desenvolvido
20:25através de estudos clínicos
20:27muito bem controlados.
20:29Nada substitui
20:30a relação do dia a dia
20:31e o com pacientes.
20:32Você é um pediatra
20:33com muita experiência.
20:35Por que algumas famílias
20:36se negam
20:36a vacinar seus filhos?
20:38Nossa,
20:38tantas causas.
20:39Mas eu acho que o principal
20:40é desinformação.
20:43Desinformação,
20:44medo,
20:45aquilo que você comentou
20:46durante a nossa entrevista.
20:47Às vezes,
20:48um vizinho
20:48tem uma reação
20:49indesejada,
20:51uma febre,
20:51ele fica com medo
20:52e, infelizmente,
20:54você tem alguns profissionais
20:55que não estão bem atualizados
20:57e acabam disseminando
20:58uma informação,
20:59ainda mais hoje em dia,
21:00que informação chega
21:01de maneiras
21:02não pela forma correta.
21:04Então, eu recomendo
21:06que as pessoas
21:08ouçam os médicos
21:10que têm uma certa formação,
21:12que estão ligados
21:12a sociedades específicas.
21:14Você vai
21:14numa vacina,
21:16você vai ouvir
21:17seu pediatra,
21:18mas ouve também
21:18o que a sociedade
21:19brasileira de pediatria
21:20fala,
21:21o que ouve a sociedade
21:21de imunizações
21:23também fala.
21:24Então,
21:25isso é importante
21:25que você vá
21:26nas pontes corretas,
21:28não informação
21:28de um vizinho,
21:29aquela coisa,
21:30eu ouvi falar,
21:31me falaram,
21:32isso não funciona
21:34para a gente.
21:34O que nós médicos
21:35seguimos é uma coisa
21:36chamada medicina
21:37baseada na evidência,
21:39quando todos os remédios,
21:41vacinas e etc
21:42são validados,
21:44utilizados com base
21:46de informações médicas
21:47e científicas,
21:48bem elaboradas.
21:49A ciência está nesse nível.
21:51Então, cuidado
21:52com a informação.
21:53Acho que é isso,
21:54acho que o grosso
21:54é a desinformação,
21:56informação de uma qualidade.
21:57Eu sei que é muita coisa
21:58junto,
21:59mas nós estamos próximos
22:01da vacinação
22:02contra HIV,
22:03câncer,
22:04doenças neurodegenerativas?
22:06Deus queira,
22:06Cláudio Homem,
22:07eu adoraria tomar
22:08vacina contra câncer,
22:09ia ser muito,
22:10muito bom.
22:11O detalhe é,
22:12quando você fala
22:12de um vírus,
22:13é aquele vírus,
22:14ele visa e pronto,
22:15o vírus influenza,
22:17o vírus da febre amarela,
22:18mas um câncer
22:19tem tantos fatores,
22:21são fatores genéticos,
22:23fatores ambientais,
22:24vírus envolvidos nisso,
22:26você vê aqui o HPV,
22:29que a gente felizmente
22:30hoje tem uma vacina,
22:31então,
22:32é uma doença
22:34que você prevenindo
22:35pela vacina,
22:36você diminui o câncer,
22:38mas o vírus,
22:39uma vacina única
22:40para tudo isso,
22:41acho que ainda está
22:41muito longe.
22:42Deus queira que esteja errado,
22:44mas os estudos
22:45são muito grandes
22:46para você tentar vacinas,
22:48tipo Alzheimer,
22:49ele não sabe a causa ainda,
22:50então você fazer
22:51uma vacina total?
22:52Não,
22:53mas se,
22:53então são vacinas
22:54que vão ser conjugadas,
22:56aliadas a bons
22:57hábitos de vida,
22:58que vão proteger as pessoas.
22:59Nós temos dados
23:01o tempo todo,
23:02as crianças,
23:04suas famílias,
23:05convivência,
23:06relacionamento,
23:08alimentação,
23:08enfim,
23:10isso leva,
23:11evidentemente,
23:11ao aproveitamento
23:12de inteligência artificial.
23:14Você acha
23:15que a gente
23:15vai no futuro
23:17poder selecionar
23:18quem tem que ser vacinado
23:19e quem não tem
23:20que ser vacinado,
23:21ou é mais barato
23:22vacinar todo mundo?
23:23Eu acho que a medicina
23:24vai mudar tanto
23:25em 10, 20 anos,
23:26que a nossa conversa
23:27de hoje
23:27vai ter que ser
23:28repensada inteira.
23:30Eu tenho certeza,
23:31eu acho que isso
23:32baseado em genética,
23:33imagina se você
23:33consiga se detectar
23:35quem precisa
23:35de uma vacina,
23:36quem não precisa,
23:38quem precisa
23:38de um tratamento
23:39ou medicamento,
23:40então a parte genética,
23:42o genoma,
23:43o exoma das pessoas,
23:45que está evoluindo
23:46de uma maneira
23:47muito rápida,
23:48você vai conseguir
23:49quando nascer
23:50uma criança
23:50e acompanhar,
23:51você saber
23:51o que cuidados
23:52você também tem que ter.
23:53Cuidados de alimentação,
23:54cuidados de infecções,
23:56cuidados de vacinas,
23:57eu não tenho nem dúvida
23:58disso,
23:59que a mudança
23:59vai ser muito grande
24:00e as vacinas
24:01também vão ser
24:01mais sofisticadas,
24:03porque estamos
24:03conhecendo cada vez
24:04mais também
24:04a estrutura
24:05das bactérias
24:06dos vírus,
24:07isso vai ter
24:07uma revolução
24:08muito grande,
24:09vai ser aquela
24:10medicina voltada
24:11de precisão
24:12exatamente
24:13para cada paciente.
24:15A gente viu isso
24:16e talvez seja
24:17meio óbvio,
24:18mas alguns
24:20acham que
24:21de repente
24:21algumas vacinas
24:22não são mais importantes
24:23e acabam
24:25na verdade
24:25abrindo mão
24:26disso.
24:27Qual o alerta
24:27que você pode fazer
24:28para a sociedade
24:29a respeito
24:30do ressurgimento
24:31ou do recrudescimento
24:33de doenças
24:33que estavam
24:34erradicadas
24:35e que de repente
24:35passam a voltar
24:36por conta justamente
24:38da falta
24:38de vacinação?
24:39Exatamente,
24:40exemplos disso
24:41são a coqueluche,
24:43o sarampo,
24:44até a poliomielite,
24:45imagina uma doença
24:46que foi dada
24:46como erradicada
24:48e você ouve
24:49casos de poliomielite.
24:50então é muito importante
24:53que em termos
24:54populacionais
24:55a abrangência
24:56vacinal
24:56seja muito grande
24:58e em muitos países
24:59inclusive o nosso
25:00isso vem caindo
25:00então as pessoas
25:01realmente têm que
25:02buscar vacinação
25:03acho que
25:04a gente tem que
25:05pensar globalmente
25:07mas
25:07atuar localmente
25:09e como você pode
25:10fazer isso
25:11é tomando vacinas
25:12é levando sua família
25:14o médico
25:14estimulando o paciente
25:16na consulta
25:17a checar
25:17a carteira
25:18de vacinação
25:19o único jeito
25:20de você realmente
25:21erradicar uma doença
25:23é através de vacina
25:24e infelizmente
25:25a gente vê
25:26que muitas vezes
25:27não está funcionando
25:28exatamente
25:29por má informação
25:31problemas realmente
25:34de acesso
25:35a vacina
25:36e outras coisas mais
25:38Cláudio, obrigado
25:39foi um prazer
25:40conversar com você
25:41aliás
25:42uma verdadeira aula
25:43agora
25:44para a população
25:45leigue
25:46para a sociedade
25:47que nos assiste
25:48muito obrigado
25:49Cláudio
25:49agradeço muito
25:50seu convite
25:51o check-up
25:51fica por aqui
25:52hoje nós tivemos
25:54o prazer
25:54de receber o professor
25:56Cláudio Lenz
25:57ele que é médico
25:58pediatra
25:58professor do Unifesp
26:00e médico
26:00do Hospital Israelita
26:01Albert Einstein
26:02o assunto foi vacinação
26:03se você
26:04tem alguma
26:06mensagem
26:07quer fazer algum
26:07comentário
26:08quer eventualmente
26:10contar alguma coisa
26:11ou simplesmente escrever
26:12por favor
26:13estou à disposição
26:15doutorcláudio
26:16arroba
26:17jovempan
26:18ponto com
26:19ponto br
26:19check-up
26:20fica por aqui
26:21espero você
26:22semana que vem
26:23e no check-up
26:25de hoje
26:25você viu
26:26porque algumas
26:27vacinas precisam
26:28de mais de uma dose
26:29a chamada
26:30dose de reforço
26:31as diferentes
26:32reações
26:33aos efeitos
26:34do imunizante
26:34de uma pessoa
26:35para outra
26:36a importância
26:37do calendário
26:38de vacinação
26:39nos primeiros
26:39anos de vida
26:40e as orientações
26:41para quem
26:42perdeu o documento
26:44em que se baseia
26:45a decisão
26:45de um médico
26:46para recomendar
26:47uma determinada vacina
26:48além da importância
26:50das coberturas
26:51em nível global
26:52e a falta
26:53de informação
26:53como um dos principais
26:55motivos
26:55que levaram famílias
26:57a não se vacinarem
26:58nos últimos anos
26:59principalmente
27:00durante a pandemia
27:01de covid-19
27:02a opinião
27:15dos nossos comentaristas
27:16não reflete
27:17necessariamente
27:18a opinião
27:19do grupo
27:19Jovem Pan
27:20de comunicação
27:21realização
27:26Jovem Pan
27:27Jovem Pan
27:28Jovem Pan
27:29Jovem Pan
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