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O cientista político Valdir Pucci comenta a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre sua intenção de disputar um quarto mandato em 2026.

Em entrevista, o especialista avalia que, na prática, a corrida eleitoral "foi antecipada desde a posse" do atual governo e que a pré-candidatura de Lula é uma necessidade, já que o "PT não tem outro nome para lançar em 2026".

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/pBeLKDqpW0s

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Transcrição
00:00Fala mais sobre política, de novo, sobre as eleições de 2026, o presidente Luiz Cancara de vez,
00:05que será candidato à reeleição no ano que vem.
00:07O nosso entrevistado é o cientista político e professor Waldir Pucci,
00:12mais uma vez participando aqui da programação da Jovem Pan.
00:14Tudo bem, professor? Como sempre, muito obrigado pela atenção. Bem-vindo.
00:19Tiago, mais uma vez, obrigado pelo convite.
00:22Muito obrigado.
00:23Bom, professor, que o presidente Lula seria candidato à reeleição,
00:27todos nós já imaginávamos, muitas vezes nos eventos pelo país,
00:33ele fala como se já estivesse em campanha, mas agora ele escancara de vez essa possibilidade,
00:38inclusive estando na Indonésia.
00:41Eu pergunto para o senhor, é Lula sendo Lula ou ele aproveita talvez um vácuo de nome na centro-direita
00:49para começar a navegar nessa possibilidade de conseguir um quarto mandato
00:54num momento ainda muito distante da eleição,
00:58mas eu nunca vi uma eleição ser tão antecipada, não é, professor?
01:03Tiago, essa eleição foi antecipada, acredito, que desde o primeiro dia,
01:07desde a posse do presidente Lula, já se falava da próxima eleição,
01:12que será do ano que vem.
01:13Eu acho que é o presidente Lula sendo presidente Lula, e principalmente porque eu digo isso.
01:18Em especial porque o PT não tem outro nome, a esquerda não tem outro nome para lançar
01:24como candidato em 26 que tenha competição para tentar disputar esse voto do eleitor.
01:32Então, não há ninguém além de Lula, e o Lula sabe disso.
01:36Ele sabe que o PT não tem nome, ele sabe que outros partidos da esquerda não têm nome
01:41para essa próxima eleição.
01:44Então, ele já se lança candidato.
01:46E aí a gente também não pode esquecer do histórico de Lula.
01:49Se a gente pegar, por exemplo, a reeleição dele, a primeira reeleição dele lá em 2006,
01:56ou até mesmo quando ele lança a Dilma candidata à presidência da República,
02:01o Lula tem a tendência de antecipar esses lançamentos de nome.
02:05Então, à época, ele já se colocava como candidato à reeleição,
02:09e até mesmo ele chegou a enfrentar, na época de Dilma,
02:13processos na justiça eleitoral por campanha antecipada,
02:17justamente já colocando o nome dela como candidata à presidência da República.
02:22Então, também coloco isso como muito uma característica do presidente Lula nesse momento.
02:28Professor, quero trazer as nossas comentaristas.
02:31A Deise Siocari faz a próxima pergunta. Deise?
02:33Oi, professor. Boa noite.
02:35Professor, a gente vinha falando aqui sobre essa questão de alternância de poder e também de uma liderança forte.
02:42Eu queria lhe ouvir sobre o que o senhor pensa disso.
02:45É saudável para a democracia a possibilidade de um quarto mandato do presidente Lula?
02:52Como que fica, na sua opinião, eu queria uma avaliação sua mesmo,
02:55sobre a alternância de poder e essa sustentabilidade mesmo para a democracia?
03:00Bom, primeiro, boa noite, Deise.
03:04Sua pergunta é muito pertinente.
03:06Primeiro, a ciência política, ela entende que uma democracia, ela se faz com alternância de poder.
03:12Não necessariamente você precisa, a cada eleição, trocar o grupo que está à frente do governo,
03:19à frente do poder,
03:20mas é necessário que você tenha, sim, a possibilidade de haver essa alternância
03:25e que a oposição, ela seja, sim, uma alternativa viável à sociedade, à população,
03:31caso ela queira, tenha interesse em mudar o grupo que governa o país naquele momento.
03:37Se a gente pensar num quarto mandato de Lula,
03:41é claro que pensar em mandatos que continuam ou que se perpetuam no poder
03:46nunca é uma algo saudável.
03:49Mas a gente tem que lembrar que isso também faz parte da nossa regra do jogo.
03:54Então, vamos só fazer um paralelo aqui com o direito internacional e com a política internacional.
04:00Vamos pegar, por exemplo, Margaret Thatcher, na Inglaterra,
04:02que foi primeira-ministra da Inglaterra por mais de dez anos.
04:06E ninguém pode, necessariamente, falar que a Inglaterra deixou de ser uma democracia
04:11ou, naquele momento, teve a sua democracia ameaçada.
04:16Então, a regra da reeleição no Brasil, ela é essa que está sendo posta
04:21e o presidente está jogando essa regra constitucional.
04:24Agora, podemos discutir, sim, se esse instituto da reeleição,
04:29eu acho que é uma discussão saudável, uma discussão que o país precisa fazer,
04:33se o instituto da reeleição ou até mesmo a possibilidade de um presidente
04:38que cumpra dois mandatos poder dar o lapso temporal de um mandato e retornar depois,
04:44se isso é saudável para uma democracia como a democracia brasileira,
04:48que ainda precisa de uma grande consolidação.
04:52Que tal, por exemplo, a regra dos Estados Unidos,
04:56onde o presidente só pode exercer um mandato, dois mandatos,
05:01independente de sequências reais ou não?
05:03Então, por exemplo, Donald Trump, pela regra atual,
05:05não pode ser candidato ao término desse mandato,
05:08porque ele já está no seu segundo mandato.
05:10Então, eu acho que a gente tem, sim, um espaço grande para essa discussão.
05:14Por quê?
05:15Porque a tentativa de perpetuação, ela, sim, é uma ameaça à democracia.
05:20E dificulta, claro, a renovação de quadros político-partidários.
05:24Professor Valdir Putti, vou chamar a Dora Kramer para fazer a próxima pergunta.
05:28Dora.
05:29Boa noite, professor.
05:31Já irei chamando de deputado, mas é o vice da cabeça, funciona assim, tá?
05:36Mas, enfim, desculpa.
05:38Professor, vamos falar do ponto de vista legal e institucional.
05:43Porque hoje, quer dizer, já está em campanha aberta,
05:46mas hoje eu acho que quando o presidente assume a candidatura,
05:51há uma intersecção entre o governante e o candidato,
05:55o presidente e o candidato.
05:57E o Instituto da Reeleição, e isso não é defeito do Instituto,
06:02é defeito de quem não o respeita,
06:05ele tem regras.
06:06E uma delas é a separação do candidato com o governante.
06:12Isso não está acontecendo, não pode criar uma situação,
06:16porque a justiça eleitoral, embora possa agir de ofício,
06:20não acha nada de excepcional.
06:23Como é que ficamos do ponto de vista institucional,
06:26que, na verdade, é uma continuidade,
06:29é na mesma vibe da pergunta da Deise,
06:34que também é uma questão institucional.
06:37Ora, Dora, eu acho que você já colocou muito bem essa questão,
06:44que é a questão institucional.
06:46Em que sentido?
06:47Primeiro ponto, a gente tem que lembrar,
06:50como você bem colocou perfeitamente,
06:51existem regras eleitorais muito bem postas no Brasil,
06:55inclusive período de campanha.
06:57O período de campanha no Brasil
06:59começa a partir do dia 15 de agosto do ano eleitoral.
07:03Então, é ali que a pessoa,
07:06seja ele candidato à reeleição ou não,
07:08pode fazer a sua campanha eleitoral.
07:11E qualquer campanha feita antes deste período,
07:15inclusive, pode ser considerada um crime eleitoral
07:18sujeito à multa e se vier associada
07:21a uma questão, por exemplo,
07:23de abuso do poder econômico,
07:25de abuso do poder político,
07:26ele pode, inclusive, a depender da gravidade,
07:29levar à ineligibilidade da pessoa.
07:32Ou seja, ela não poderá ser candidata
07:34dentro daquela eleição.
07:37Então, no momento em que um candidato à reeleição,
07:39no caso, o presidente Lula,
07:41ele antecipa a campanha.
07:43E o que eu acho grave,
07:45não é só o antecipar a campanha,
07:47é fazê-lo utilizando momentos do chefe de Estado.
07:52Ou seja, nós estamos em uma reunião
07:54de chefes de Estado,
07:56nós estamos em uma reunião lá na Ásia,
07:59que ele está representando o Brasil em missão oficial
08:03como presidente da República.
08:04E aproveita esse momento para fazer um discurso,
08:08se colocar como candidato e fazer um discurso
08:11à reeleição.
08:14Então, isso abala um pouco essa separação
08:17que deveria haver,
08:18que a própria lei diz que o presidente,
08:21o governador, o prefeito,
08:23em campanha eleitoral,
08:24ele deve fazê-la fora do seu horário de trabalho,
08:27e não durante o seu horário de trabalho.
08:29Isso nós estamos falando durante a campanha,
08:31quiçá antes do período eleitoral,
08:34ou seja, quiçá nesse momento,
08:36uma campanha feita em uma viagem oficial.
08:39A instituição, presidência,
08:41com certeza ela se enfraquece nesse momento,
08:44pois há aí uma confusão
08:46entre o papel de presidente,
08:48a responsabilidade do presidente
08:50e o papel do candidato
08:52dentro desse processo institucional brasileiro.
08:56Professor Waldir Pucci,
08:58cientista político,
08:59muito obrigado por atender a Jovem Pan,
09:00pela análise que o senhor fez aqui com a gente.
09:03Volte sempre.
09:04Até a próxima, professor.
09:05Um abraço.
09:07Obrigado.
09:07Muito obrigado.
09:09Bom, a gente gira...
09:10Obrigado.
09:11Obrigado.
09:12Obrigado.
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