00:57Antes de cada lançamento, a agência realiza simulações detalhadas para se preparar para qualquer possível anomalia.
01:05O satélite de observação Sentinel-1D será lançado em 4 de novembro e, desde setembro, equipes estão conduzindo testes em Darmstadt, na Alemanha.
01:16Um dos experimentos envolveu submeter o satélite à maior tempestade solar já vista.
01:21A simulação foi inspirada no evento de Carrington, mas considerando toda a tecnologia que temos disponível atualmente.
01:28O objetivo é testar a capacidade das equipes de responder a um cenário como esse, considerando uma interrupção das comunicações.
01:36A simulação, inclusive, não foi à toa.
01:39O Sol passa por ciclos a cada 11 anos, mais ou menos.
01:42No ciclo atual, as tempestades solares fortes têm sido mais comuns, segundo observações da NASA.
01:48Elas também causaram auroras em locais incomuns, como no norte dos Estados Unidos, Alemanha e França.
01:55Esses eventos são resultantes de erupções solares, que liberam uma grande quantidade de radiação e partículas carregadas em direção ao espaço.
02:02Quando essas partículas atingem a Terra, podem interagir com o campo magnético do planeta, desencadeando uma série de efeitos.
02:10Entre eles, a interrupção na comunicação com satélites.
02:14Voltando à simulação, no começo, foi tudo bem.
02:17O satélite Sentinel-1D foi lançado com sucesso.
02:21Minutos depois, os cientistas recebem uma transmissão cheia de ruídos e percebem que algo está errado.
02:27O satélite, que acabou de ser lançado, e todos os outros em órbita, foram atingidos por uma erupção solar de grande intensidade.
02:35Em um primeiro momento, o planeta é bombardeado por muita radiação, interrompendo sistemas de radar e comunicação em órbita.
02:42E continua.
02:43Minutos depois, a Terra é atingida por uma segunda onda.
02:46Dessa vez, ela vem com partículas de alta energia.
02:49Elas estão começando a perturbar os componentes eletrônicos de bordo do satélite recém-lançado, podendo causar danos permanentes.
02:56Quinze horas depois da erupção, veio a terceira fase, que a Agência Espacial Europeia descreveu como a mais destrutiva.
03:02Uma enorme ejeção de massa coronal atingiu a Terra, desencadeando uma tempestade geomagnética severa.
03:09Os resultados disso por aqui foram auroras vistas em locais incomuns, como na Itália.
03:14Destruição de redes elétricas e surtos na corrente elétrica que poderiam danificar estruturas metálicas.
03:20No espaço, os efeitos da supertempestade solar incluíram o deslocamento de satélites, empurrando os equipamentos para fora da rota original.
03:29E isso aumenta o risco de colisões.
03:31Segundo Jorge Amaya, coordenador de modelagem do clima espacial da agência, uma explosão de magnitude do evento de Carrington não deixaria nenhuma nave espacial segura.
03:42O treinamento foi justamente uma preparação para esses eventos na vida real.
03:45Inclusive, de acordo com Gustavo Baldo Carvalho, diretor de simulação do Sentinel-1D, não há uma questão de se uma tempestade solar como essa acontecerá, mas de quando.
03:57Por se tratar de um ambiente controlado, a simulação trouxe dados importantes para nortear planos de reação.
04:01Em comunicado, a Agência Europeia afirmou que, além de testar a resiliência do clima espacial, a simulação destaca a necessidade urgente de melhorar a capacidade de prever eventos climáticos no espaço.
04:12Pensando nisso, a agência prepara uma série de satélites meteorológicos para monitorar diferentes parâmetros do clima espacial ao redor da Terra e fornecer dados para proteger nosso planeta.
04:22Mais para frente, a missão Video será pioneira em observar a lateral do som e revelar mais informações sobre a atividade solar, incluindo a detecção de eventos potencialmente perigosos.
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