O FMI revisou a projeção de crescimento do Brasil para 2025, elevando o PIB esperado para 2,4%, 0,1 ponto acima da estimativa de julho. No entanto, para 2026, o Fundo prevê desaceleração, projetando expansão de apenas 1,9%. Alan Ghani, Cristiano Vilela e Luiz Felipe D'Avila comentaram Comentaristas: Cristiano Vilela e Luiz Felipe D'Avila
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00:00Porque o Fundo Monetário Internacional melhorou a projeção de crescimento do Brasil e agora prevê expansão de pelo menos 2,4% este ano.
00:09Mas passou a haver uma desaceleração mais intensa em 2026, citando o impacto das tarifas nos Estados Unidos.
00:16Alangani, bons resultados em relação ao PIB, Alangani aqui nos estúdios com a gente, mas saindo abaixo da média, é isso?
00:23Exatamente, quer dizer, muito aquém ainda do desejado. A média mundial gira em torno de 3,2% para este ano, para o ano de 2025, no ano que vem 3,1% e aí a gente com uma previsão de crescimento de 2,4%.
00:41E o FMI aponta acertadamente quais são os gargalos para esse crescimento maior do Brasil.
00:48Então, principalmente, é uma política fiscal muito focada na expansão do gasto público e nos estímulos de consumo.
00:57O problema é que isso não aumenta a produtividade da economia brasileira.
01:03A gente precisa melhorar o investimento das empresas.
01:08E para isso, a gente precisaria taxas de juros menores, menor carga tributária e o aumento da produtividade da mão de obra.
01:15E é claro que isso tudo passa por uma profunda reforma do Estado, que significa corte de gastos.
01:23Então, ganha aquela história do voo de galinha.
01:25Então, sobe, a economia vai bem.
01:26Claro que isso é positivo, mas não tem produtividade para atender essa economia, gera inflação e a gente tem 15% de juros de Selic hoje.
01:34Perfeito, Matos.
01:35Esse diagnóstico que você trouxe, veja, foi exatamente esse voo de galinha.
01:40A gente cresceu em torno de 3% em 2022, 2023 e 2024 e não se sustentou este crescimento econômico.
01:51E foi um crescimento muito baseado nos estímulos pontuais.
01:56Então, política fiscal expansionista, expansão do gasto público, crédito subsidiado, impostos também subsidiados para alguns setores, estímulos ao consumo.
02:07Enfim, e aí você bate, a demanda sobe e bate numa produção, numa capacidade de oferta do país estagnada.
02:17E isso gera, como você bem pontuou, um processo inflacionário.
02:21E aí na inflação não tem outro jeito, o Banco Central sobe a taxa de juros e acaba de novo desaquecendo a economia.
02:28E a gente não consegue sair deste ciclo perverso, que é esse voo de galinha eterno do Brasil.
02:35Deixa eu chamar os nossos comentaristas para a gente falar também com a Langane aqui nos estúdios.
02:40Cristiano Vilela, a gente não aguenta mais ouvir falar sobre esse voo de galinha, Vilela.
02:44A gente fala muito sobre isso aqui no Brasil.
02:46A hora a gente cresce, o PIB melhora.
02:48Aí vem política fiscal, vem orçamento para 2026, aí tem inflação.
02:53E aí o brasileiro não vê a economia melhorar nunca aqui no país.
02:56O que o governo precisaria fazer, enfim, só olha agora no segundo semestre para essas pautas, para minorias, digamos assim, para os mais pobres talvez.
03:08Não olha para pautas um pouco mais amplas.
03:11O que está acontecendo?
03:13Pois é, Paulo.
03:14O governo, ele olha para o seu benefício eleitoral, para fazer política, para fazer populismo.
03:20E acaba não tomando aquelas medidas que são as adultas, as medidas que precisam ser tomadas.
03:26Muitas vezes o remédio amargo, muitas vezes o corte de gastos, de despesas,
03:31que é o que poderia levar o país a ter uma sanidade do ponto de vista fiscal
03:36e com isso permitir que houvesse uma redução na taxa básica de juros, por exemplo.
03:41Agora, infelizmente, existe uma visão absolutamente negacionista do ponto de vista econômico,
03:48que entende que a gastança desenfreada, que o problema fiscal não é sério, não é problema,
03:54é coisa inventada pelo presidente do Banco Central, pelo mercado, por outros atores
04:00que acabam sendo colocados postos como inimigos.
04:03Diante de um cenário como esse, o Brasil perde mais uma vez uma oportunidade histórica de crescimento.
04:09Num quadro atual, o país poderia aproveitar a conjuntura internacional e avançar
04:16se tivesse realmente essa lição de casa em dia.
04:20No entanto, não tendo essa lição de casa, não tendo feito realmente aquilo que é necessário
04:26para poder avançar, mais uma vez a gente vê aquele voo rasinho, rasinho
04:31e que, infelizmente, ele vai chegando rápido ao solo.
04:34Tá, Vila, a gente sabe que a situação é complexa mesmo,
04:38mas só que um dia vai ter que começar, né?
04:40Tem uma política de Estado, independente de quem senta na cadeira em Brasília,
04:44quatro, oito anos, aquilo que tem que ser infraestrutura,
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