O Governo de São Paulo confirmou a prisão de 30 pessoas por venda irregular ou adulteração de bebidas desde o fim de setembro, quando foram intensificadas as fiscalizações após os casos de intoxicação por metanol em destilados. Eduardo Maurício comentou. Comentarista: Eduardo Maurício
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00:00Desde o início da crise do metanol, 30 pessoas foram presas no estado de São Paulo por venda irregular ou por adulteração de bebidas.
00:08As mais recentes foram em Hortolândia e Tatuí, aqui no interior de São Paulo.
00:12Ao todo, o estado contabiliza 25 casos confirmados de intoxicação por metanol e outros 160 estão em investigação.
00:20Pelo menos 5 pessoas morreram depois do consumo de bebidas adulteradas.
00:24Vou conversar mais uma vez aqui com o nosso Eduardo Maurício, que está conosco neste fim de semana.
00:28Eduardo, você entende que houve algum tipo de lentidão ou omissão das autoridades do estado de São Paulo na condução dessa crise?
00:38A gente viu até algumas manifestações, ou uma manifestação do governador Tarcísio de Freitas, que foi bastante criticada quando ele fez aquela brincadeira ali em relação à Coca-Cola e não à bebida alcoólica.
00:49Depois ele veio, pediu desculpas. Houve uma grande discussão política também em torno dessas manifestações.
00:56Como é que você avalia essa condução da crise aqui no estado?
01:03Olha, a condução da crise poderia estar sendo de forma mais satisfatória e eficaz.
01:08É uma situação muito grave.
01:10A gente não pode descartar, sem uma conclusão a fundo das investigações, da origem e de onde nasceu o problema.
01:17A gente não pode simplesmente descartar e falar que não tem ligação de uma facção ou tem.
01:22E a necessidade das investigações se aprofundarem é ainda a vez maior.
01:26E eu destaco aqui que, de fato, muitas vezes o comerciante não tem como saber ou desconfiar dessa adulteração.
01:34E, se não tem dolo, teoricamente, a vontade livre e consciente de agir, ele não teria que responder na esfera penal.
01:41Porém, eu destaco o seguinte, que se ele adquirir produtos sem cuidados, por exemplo,
01:46compra de produtos sem nota fiscal, pode sim ser responsabilizado pelo crime do artigo 7º, inciso 9º,
01:52da lei que trata sobre os crimes de relação de consumo.
01:55E também se a falta de cuidado for evidente, trazendo aí, inclusive, responsabilizações cíveis
02:01e até mesmo criminais por eventual homicídio, lesão grave.
02:06Então, eu destaco aqui a importância de uma condução mais dura por parte do Estado desse problema.
02:14Afinal, o número de mortes pode aí se tornar crescente de forma exponencial,
02:19se não identificado a origem do problema de plano.
02:22Eduardo, eu queria também ouvir a sua avaliação sobre essa divisão que se cria
02:26quando há temas que envolvem o Estado de São Paulo, mas também o Governo Federal.
02:33Esse é mais um, porque além da crise aqui em São Paulo,
02:37houve também casos de intoxicação em outros estados e o Governo Federal decidiu colocar
02:41a Polícia Federal na história, o que gerou mais atrito político ainda.
02:47Eu queria que você trouxesse para a gente de que maneira que você entende
02:50que essas conduções devam acontecer.
02:52ou se cada vez mais deva haver, digamos, uma colaboração entre governos,
03:00seja municipal, estadual e federal, para se descobrir o que está acontecendo,
03:06colocar todas as forças à disposição, em vez de ficar nesse debate político
03:10que muitas vezes não leva à solução.
03:12É, eu vejo que esse debate político colocando no epicentro do problema é um problema muito grave.
03:20A cooperação a nível de governo estadual, federal, municipal é muito importante.
03:26Eu vejo que a colaboração nesse ponto pode trazer, primeiro, uma eficácia preventiva
03:32para novos mortes, novos casos de intoxicação com metanol,
03:36e também, sobretudo, pode trazer uma melhora no combate efetivo de casos
03:42que já estejam aí instalados.
03:45E, sobretudo, a detectação de onde está surgindo o problema,
03:49de onde que iniciou para cortar, como se dizemos, cortar o mal pela raiz.
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