O Governo de São Paulo anunciou nesta terça-feira (30) a criação de um gabinete de crise e a abertura de cinco inquéritos relacionados à intoxicação por metanol. Duas pessoas foram presas e 50 mil garrafas apreendidas. O governador Tarcísio de Freitas detalhou medidas de interdição de estabelecimentos, mecanismos de denúncia, reforço no atendimento da rede de saúde e intensificação das investigações da Polícia Civil e da Secretaria da Fazenda. Para falar sobre o assunto, a Jovem Pan entrevista Regiane de Paula, coordenadora da secretaria de Saúde do estado de São Paulo. Entrevistada: Regiane de Paula
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00:00O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que o número de casos suspeitos de intoxicação por metanol deve aumentar ao longo dos próximos dias em razão do reforço das medidas de vigilância anunciadas pela pasta.
00:14Já o governo de São Paulo montou um gabinete de crise e também anunciou medidas para enfrentar as ocorrências após a contaminação.
00:21A gente fala mais sobre esse assunto agora com a coordenadora em saúde da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde, com quem vamos conversar nesse momento, a doutora Regiane de Paula.
00:37Doutora Regiane, bom dia, bem-vinda aqui ao Jornal da Manhã.
00:41Bom dia, bom dia Donato, bom dia Paula, desculpe pela minha voz.
00:45Tranquilo, acho que vale a gente aqui esclarecer para o nosso ouvinte, para quem é o telespectador também, como é que vai ser o trabalho desse gabinete de crise aqui em São Paulo, observando principalmente esses casos recentes relacionados ao metanol, doutora Regiane.
01:02Esse trabalho vem sendo feito já de forma contínua pela vigilância sanitária nos territórios, fazendo avaliação e também interditando alguns estabelecimentos.
01:14Nesse momento nós temos seis estabelecimentos interditados pela vigilância sanitária estadual e municipal e nós também estamos trabalhando com os casos, então levando informação a toda a população e principalmente a toda a rede médica para que ela possa entender que os primeiros sinais e sintomas de uma intoxicação exógena por metanol tem que haver ali uma diferenciação para que a gente possa trabalhar com esses pacientes e salvar vidas.
01:44Agora doutora, em relação às intercorrências, tem crescido o número, está subindo o número de pessoas ligando cada vez mais aos números aí de socorro aqui do estado de São Paulo, pessoas notificando casos de intoxicação por metanol?
01:58Nós temos no estado de São Paulo hoje 27 casos em investigação, sendo que nós temos três óbitos destes no município de São Paulo e dois em São Bernardo do Campo e dez casos confirmados com um óbito no município de São Paulo e quatro casos já foram descartados.
02:19Então toda a rede, principalmente hospitalar, está muito atenta a esses sinais, esses sintomas e trabalhando em conjunto com o governo do estado de São Paulo, seja ele hospital público ou privado.
02:31Agora, doutora Regina, é um momento de crise, é um momento crítico, a gente já viveu isso em outros pontos do Brasil anteriormente, até relacionado à contaminação de bebidas também, das mais variadas.
02:46Qual é a orientação oficial para quem nos acompanha neste momento, quando a senhora fala de sintomas, eu imagino que no fim de semana a gente tem uma grandeza de pessoas que acabam tendo problemas com álcool e tem que ir para um hospital em virtude de uma dose excessiva de álcool e acaba tendo que tomar glicose, por exemplo.
03:08Os hospitais estão preparados para receber essas pessoas que, porventura, passam mal e é possível identificar o que é uma bebedeira do que é uma contaminação com metanol de maneira imediata ou isso é mais complexo, doutora Regina?
03:24Na verdade, Nonato, o que acontece? Você está correto. As bebedeiras acontecem, a glicose acontece, mas nesse caso da intoxicação exógena por metanol, você tem um caso atípico.
03:36Você tem um paciente com uma sonolência muito grande, com uma dor de cabeça muito intensa, com uma dor abdominal, uma ataxia, então ele tem um quadro que pode levar, inclusive, a uma cegueira e problemas de convulsão.
03:51Então, todo o quadro, todos os hospitais estão preparados para fazer essa distinção de uma bebedeira em que você acontece nos finais de semana, no dia a dia e dos casos de intoxicação exógena por metanol.
04:04Agora, doutora, nesse momento há um aumento na fiscalização de bares e restaurantes aqui no estado de São Paulo, o governo está fiscalizando, está observando as bebidas que chegam sem nota fiscal, por exemplo?
04:15Paula, é muito importante a gente também colocar que só no mês de setembro as vigilâncias municipais já fizeram vistorias em mais de 43 mil estabelecimentos.
04:25Mas, frente ao que nós estamos enfrentando agora, nós estamos com uma força-tarefa do PROCON, da Polícia Civil, da Vigilância Sanitária Estadual e Municipal,
04:37para que a gente possa investigar esses bares, principalmente das pessoas que relataram e que estão no hospital, dizendo que estiveram nesses lugares.
04:45Nós já temos seis locais interditados. Essa força-tarefa continua ao longo dessa semana.
04:53Doutora Regiane de Paula, coordenadora aqui da Secretaria do Estado da Saúde, comentando conosco essa crise que a gente está vivendo em virtude da contaminação de bebidas por metanol,
05:03não só em São Paulo, mas também um olhar para outros pontos do Brasil, como já destacou também o Ministro da Saúde.
05:09Doutora Regiane, muito obrigado pela entrevista e pelo esforço de conversar com a gente. Um bom dia aí para a senhora.
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