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Após a rejeição da Medida Provisória que propunha alternativas ao aumento do IOF, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que vai apresentar ao presidente Lula novas estratégias. Entre as medidas previstas estavam tributação sobre fintechs e apostas online, revisão de compensações fiscais e ajustes em gastos públicos, com impacto potencial de R$ 46,5 bilhões no Orçamento. Cristiano Vilela e Thulio Nassa analisaram.
Comentaristas: Cristiano Vilela e Thulio Nassa

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Transcrição
00:00Nós tivemos ontem na Câmara a rejeição da medida provisória alternativa ao aumento do IOF e as repercussões continuam ocorrendo.
00:07Vamos acompanhar agora o que diz o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista em Brasília.
00:11Nós vamos continuar ajudando o Estado de São Paulo.
00:16Da mesma maneira que nós fizemos em 2023, nós pagamos uma indenização para o governo do Estado de São Paulo do calote do governo Bolsonaro.
00:27Em março de 2023, em acordo com o governador Tarcísio.
00:33O ano passado, nós fizemos junto ao presidente Rodrigo Pacheco a renegociação da dívida do Estado de São Paulo.
00:42São Paulo nunca teve um tratamento como teve por parte desse governo.
00:47E a orientação do presidente Lula sempre foi de jamais discriminar um governador pela sua bandeira partidária.
00:55Então, mesmo com a notícia de que o governador do Estado agiu, na minha opinião, em detrimento dos interesses nacionais,
01:04para proteger a Faria Lima, nós não vamos prejudicar o Estado de São Paulo.
01:11Nós vamos agir para atender os anseios dos paulistas da mesma maneira que fizemos até aqui.
01:18O presidente disse que falou com o senhor ontem.
01:22O que ele pediu? Ele disse que se reúne na próxima quarta-feira para discutir essas medidas
01:27para que as fintechs e o sistema financeiro paguem o imposto que devem ao país.
01:33É isso que o presidente Lula, ele disse agora há pouco, que falou com o senhor ontem à noite e pediu que relaxasse.
01:38Isso. O que ele pediu, a primeira coisa, o que ele me ligou para fazer um balanço do que tinha acontecido,
01:47ter as informações sobre quem atuou para defender esses privilégios
01:51e as consequências que isso teria se nós simplesmente aceitássemos passivamente o que aconteceu.
02:00Eu disse para ele, presidente, nós vamos apresentar, como eu sempre fiz, vários cenários para o senhor.
02:06Não é bom que a área econômica coloque na mesa do presidente, olha, é isso aqui, não há alternativas.
02:14Nós sempre procuramos abrir possibilidades para o presidente avaliar a melhor composição de medidas
02:22para atender tanto a questão fiscal quanto a questão social.
02:28Eu disse ontem, repito, as mesmas forças que abriram os cofres em 2022
02:37para tentar garantir a reeleição do Bolsonaro
02:41são as mesmas que estão desorganizando o orçamento de 2026
02:45para obter um resultado eleitoral.
02:48São as mesmas forças, quer dizer, aquele pessoal de 22 que não estava nem aí para o gasto público
02:56agora resolveu posar de paladinho da defesa de privilégios
03:01para garantir o privilégio de quem não paga imposto.
03:07São as mesmas forças.
03:08Mas nós vamos atuar na medida das nossas competências constitucionais
03:13para fazer valer essa orientação que o presidente Lula deu desde o primeiro dia de mandato.
03:21Ele não vai abrir mão do fiscal, das contas, mas não vai abrir mão do social.
03:27É a lei do imposto de renda, é a lei do devedor com Tomás,
03:31é a questão da energia elétrica.
03:35Ele vai continuar agindo no sentido de garantir o social
03:40sem a desorganização que foi promovida pelo governo anterior.
03:45Ministro, tem impacto nesse ano e o Congresso tem se mostrado muito refratário ao aumento de impostos.
03:49Foi assim com o IOF, foi assim com a medida provisória.
03:51Vocês vão mandar novas medidas de aumento de impostos para equilibrar o orçamento?
03:54Primeiro que essa atual narrativa é uma narrativa que assimila um discurso
04:00que não é condizente com o que está sendo feito.
04:02Mas é o que aconteceu, o Congresso barrou o IOF e barrou o IP, que aumentou impostos.
04:06Você fez a pergunta, posso responder?
04:08Sim.
04:08Obrigado.
04:08Estou mostrando que eu não estou errado.
04:10Mas depois que eu responder, você coloca na matéria o que você preferir.
04:16Existe uma emenda constitucional, número 109, que determina o corte de gasto tributário.
04:24Quando você faz uma pessoa que não paga imposto passar a pagar,
04:27isso não tem nada a ver com o aumento de imposto.
04:31Tem a ver com o corte de gasto tributário.
04:34Então, se eu estou equalizando uma alíquota para que um setor favorecido passe a contribuir
04:42com a previdência dos seus funcionários, por exemplo,
04:46vamos imaginar que uma empresa tenha ficado isenta de pagar a previdência dos seus funcionários.
04:52Quem vai pagar a sociedade toda por essa empresa?
04:56Se eu estou portando esse privilégio, eu não estou aumentando o imposto da sociedade,
05:00estou diminuindo o imposto da sociedade, justamente fazendo com que quem não pague passe a pagar.
05:06Então, nós temos que distinguir o corte de gasto tributário de aumento de imposto.
05:11O corte de gasto tributário é uma determinação constitucional.
05:14Porque senão nós vamos, as bets que ficaram quatro anos sem pagar imposto,
05:20você vai acusar o governo de aumentar imposto.
05:24Um setor que não pagou imposto quatro anos,
05:27deveria ter até vergonha de se apresentar.
05:29Deveria pagar os quatro anos que não pagou e pagar o corrente.
05:35E nós estamos fazendo exatamente isso.
05:37Nós estamos corrigindo distorções.
05:39Tem economistas liberais, neoliberais, que estão hoje nos jornais criticando as isenções dos títulos,
05:49a isenção completa dos títulos, porque isso causa distorção.
05:53Isso prejudica você, prejudica a mim, prejudica a sociedade brasileira.
05:57Então, isso não tem nada a ver com o aumento de imposto.
05:59O aumento de imposto é você aumentar uma alíquota geral da sociedade.
06:03Nós estamos diminuindo as alíquotas gerais,
06:05sobretudo o imposto de renda para quem ganha até cinco mil reais.
06:08Nós estamos diminuindo o imposto de 25 milhões de brasileiros.
06:13E 100 mil, 200 mil estão pagando.
06:17Um pouco a mais, porque pagavam proporcionalmente muito menos do que deveriam.
06:22Então, estou corrigindo essa informação, porque estou há três anos falando a mesma coisa.
06:26E é preciso discernir uma coisa da outra.
06:29Eu acho que você pode corrigir distorção e aumentar imposto, não tem problema.
06:32Estou aumentando imposto para corrigir distorção.
06:33Mas não é o que estamos fazendo.
06:35Ministro, a medida provisória tinha impacto já esse ano.
06:38Como ela caducou a possibilidade de novos...
06:41Não, não tem...
06:42Não tem...
06:42Não tinha impacto esse ano.
06:44Muito pequeno.
06:45Mas mesmo com as concessões, ministro,
06:47esse ano ainda iria arrecadar uns sete bilhões?
06:49Iria ajudar a fechar as contas?
06:51No ano que vem, claro, o impacto seria bem maior.
06:53O impacto maior...
06:54O que eu quero falar tem corte de emenda.
06:56Não, pode ser que tenha corte de emenda.
06:59Mas isso dentro da regra estabelecida pela lei complementar que o Congresso aprovou.
07:04Então, tem uma regra que afeta o Congresso agora também.
07:07Mas o principal foi aquela decisão do Supremo que garantiu as prerrogativas do Presidente da República.
07:17O Centrão tentou usurpar do Presidente da República prerrogativas constitucionais.
07:23E o Supremo determinou que não.
07:26O Centrão não pode avançar em prerrogativas do Presidente e restabelecer as prerrogativas.
07:32Isso nos dá conforto para chegar até o final do ano.
07:35Por isso que nós vamos usar esse tempo para colocar na mesa do Presidente as alternativas a isso.
07:40Uma dessas alternativas que o senhor vai colocar pode ser a questão do IOF?
07:45Não, a reunião é quando o Presidente determinar.
07:48Mas o que eu quero dizer é o seguinte.
07:49A conveniência e a oportunidade da divulgação
07:53só vai ser feita depois que ele conhecer os cenários que eu vou apresentar.
07:57Na quarta-feira que vem, então, como ele falou?
07:59Eu estou disponível hoje para o Presidente, está certo?
08:04A hora que ele determinar, eu apresento.
08:06Obrigada.
08:07Ministro, desculpa, só para ficar claro.
08:08Obrigado.
08:08Então, o impacto da LRPM que o senhor falou esse ano é pequeno?
08:11É pequeno, por causa da decisão do Supremo.
08:14Certo.
08:14E aí, tem uma decisão do Supremo que o ministro Zanin pode resgatar,
08:18que é a desoneração da Folha.
08:20Para entender se isso é um cenário que o senhor está contabilizando.
08:23Não estou contabilizando.
08:25Esse cenário de desoneração da Folha está no Supremo?
08:27Não, não estou levando em consideração, embora eu não conheça a decisão do ministro ainda.
08:31Não conheço o voto do ministro, mas eu não estou considerando isso para fins práticos.
08:36Até porque tem uma reoneração gradual que está contratada e essa não está em risco.
08:43Porque já há uma decisão.
08:44Só uma dúvida bem rápida.
08:45Como a gente...
08:46Portanto, esse o ministro Fernando Haddad, numa entrevista ali a jornalistas,
08:53comentando a derrubada por parte do Congresso da medida provisória na EMP,
08:58que era uma alternativa ao aumento do IOF.
09:01Entre outros assuntos, ele citou que vai continuar ajudando São Paulo,
09:05mesmo com o governo agindo contra os interesses nacionais,
09:09possivelmente numa referência ao governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas,
09:13que disse que não atuou nessa derrubada da EMP.
09:18Diz que vai pensar em cenários como alternativas e indicar ao presidente Lula
09:22que vai avaliar o melhor para a questão fiscal e também social.
09:26Forças que não se importavam com os gastos públicos atuam para beneficiar
09:30quem não paga imposto, disse Haddad.
09:33Dizendo que também não há aumento de gasto,
09:35mas apenas uma equalização para o pagamento de todos.
09:39Uma correção de distorções, como ele chamou.
09:42Nós vamos trazer o tema para os nossos analistas, Cristiano Beraldo
09:45e também o Túlio Nassa, para que possam analisar esse assunto com a gente.
09:49Nassa, vou começar contigo essa rodada.
09:51Qual é a tua avaliação dessa fala do ministro?
09:54Dizendo que vai agora também pensar em alternativas para tentar compensar essas perdas.
10:00Olha, Nonato, vou lembrar aqui de Clarice Lispector,
10:03que falava que o óbvio é a verdade mais difícil de se enxergar.
10:07Eu vejo na fala dele três coisas óbvias, três camadas aí.
10:11A primeira delas, a questão dessa lógica que ele coloca que não é aumento de imposto.
10:16Ora, você começar a pagar imposto de algo que você não pagava,
10:21não é aumento como se as empresas já não pagassem imposto
10:25antes dessa questão dos investimentos nessas letras.
10:28Ela não paga imposto de renda, não paga PIS,
10:31não paga contribuição social sobre o lucro líquido.
10:33A carga tributária do Brasil é a maior dos países emergentes.
10:37Então, como é que isso não significa aumento de imposto?
10:39Número dois, mostra um ressentimento.
10:42Fernando Haddad está ressentido, está magoado.
10:44Disse que ajudou São Paulo, que tem uma boa relação com São Paulo e se sente traído.
10:49E número três, mostra a força do governador Tarciso.
10:52Se o que eles queriam era não mostrar a força do governador Tarciso,
10:56parece que lançaram luzes sobre isso.
10:58Porque será que foi Tarciso o responsável realmente por não ter esse aumento de imposto?
11:03Ele tem todo esse poder?
11:04Me parece que é a sociedade que não aguenta mais essa carga tributária, Nonato.
11:09Agora, Cristiano Beraldo, eu vou nessa linha do Nonato.
11:12O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o presidente Lula fez uma ligação para ele ontem
11:16e para fazer um balanço sobre o dia da derrubada do IOF, esse fatídico dia.
11:22E o ministro Fernando Haddad disse a ele que vai apresentar, a partir de agora, alternativas.
11:27Que alternativas serão essas, então?
11:29Será que para conseguir compensar o ano de 2026, esse medo dele?
11:34Enfim, em relação ao orçamento?
11:37José Paula, o ministro, ele está buscando alternativas e a única alternativa possível para o Brasil
11:43é o governo cortar gastos.
11:45Isso ele se recusa a fazer.
11:47É o governo cortar privilégios daqueles que são próximos, que têm lobby forte,
11:52tanto no Congresso Nacional quanto no Palácio do Planalto.
11:55E isso o governo se recusa a fazer.
11:56O deputado Kim Kataguiri, que nos concedeu entrevista há pouco,
11:59explicou exatamente esse enredo.
12:01Que, na verdade, a questão do IOF, que é usada para justificar esse aumento de carga tributária,
12:06foi revertida.
12:08A Câmara derrubou o aumento ilegal do IOF, que IOF não é imposto arrecadatório, mas sim regulatório.
12:14A Câmara derruba e aí o Supremo Tribunal Federal vai e reverte essa derrubada da Câmara.
12:20Ou seja, o governo está garantido na sua arrecadação.
12:24O problema é que ele gasta cada vez mal mais e gasta cada vez pior.
12:28E, portanto, não consegue oferecer resultados concretos com o uso dos muitos, muitos bilhões
12:36que os brasileiros pagam de impostos todos os meses.
12:40Agora são oito horas e vinte e nove minutos.
12:42O último levantamento da Genial Quest aponta que, há um ano da eleição presidencial de
12:48dois mil e vinte e seis, o presidente Lula lidera todos os cenários de primeiro e segundo
12:53turnos pesquisados.
12:55Nas oito simulações de primeiro turno, Lula tem entre trinta e cinco e quarenta e três
13:01por cento das intenções de voto.
13:02O ex-presidente Jair Bolsonaro, que está inelegível, é o candidato mais competitivo
13:07com vinte e seis por cento, seguido por Michele Bolsonaro com vinte e um por cento e pelo governador
13:12de São Paulo, Tarciso de Freitas, com dezoito por cento.
13:16Em eventuais segundo turnos, Lula também aparece à frente com a intenção de votos variando
13:22de quarenta e um a quarenta e sete por cento.
13:25Ciro Gomes aparece como adversário com menor diferença, nove pontos percentuais.
13:30O único candidato que não está a mais de dez pontos atrás, o ex-presidente Bolsonaro
13:36perderia por quarenta e seis a trinta e seis por cento.
13:40Já ex-primeira-dama e Tarciso de Freitas perderiam por dois pontos percentuais.
13:47Foram ouvidas duas mil e quatro pessoas de dezesseis ou mais anos entre os dias dois e
13:55cinco de outubro.
13:56A margem de erro é de dois pontos percentuais, a confiabilidade é de noventa e cinco por
14:02cento.
14:03Quero chamar os nossos comentaristas mais uma vez.
14:05Vou começar com o Túlio Nassa dessa vez.
14:07A gente viu, ainda repercutindo as falas do ministro Fernando Haddad, ele falando que
14:11o presidente Lula está de olho na questão fiscal, mas também na questão social.
14:15É este olhar na questão social que tem aumentado a popularidade do presidente Lula?
14:19Boa pergunta, Paula.
14:23Eu vou lembrar aqui das procissões católicas no interior, na minha cidade, Botucatu, em
14:29que a gente falava devagar com o andor que o santo é de barro.
14:33O andor é aquele recipiente em que se coloca o santo nas procissões e como o santo era de
14:37barro, muitas vezes as pessoas tropeçavam na escada da igreja, tropeçavam num buraco
14:42da calçada, o santo cair e quebrava.
14:44Essa questão da pesquisa mostra uma popularidade aí de barro do presidente Lula.
14:49Por quê?
14:50Porque, na verdade, o presidente Lula melhorou, sim, a sua popularidade, mas entre a sua bolha.
14:55Ele não consegue uma aprovação ainda categórica do seu governo.
14:5950% reprovam ainda o governo Lula.
15:02Então é preciso de muita calma e colocar os pés no chão e menos salto alto de cravar,
15:07já que Lula é o grande favorito para o ano que vem.
15:10Nós vamos lembrar que nas eleições, principalmente no segundo turno, quem decide, quem é um fiel
15:14da balança é o eleitor despolarizado.
15:18É o eleitor que não gosta nem de Lula e nem do bolsonarismo.
15:21É aquele eleitor que quer não uma política social apenas dos mais ricos contra os mais
15:26pobres.
15:27Ele quer uma política efetiva na economia.
15:30Ele quer redução de gastos.
15:32Ele quer um político pragmático.
15:34E, por essa razão, Lula precisa focar realmente em 2026 nas questões econômicas.
15:40E aí é o seu grande defeito, Paula.
15:42Então, eu não acredito em pesquisa eleitoral nesse momento e muito menos por conta da popularidade
15:48e da rejeição que ainda pesa contra o presidente Lula.
15:52Agora, Beraldo, de qualquer modo, ele aparece à frente aí nos cenários de primeiro e segundo
15:56turno.
15:57O que é que isso pode indicar também para os seus adversários, para esses nomes todos
16:04que a gente está citando e que podem vir a concorrer com o presidente Lula?
16:07É hora de, por exemplo, o bolsonarismo indicar já um nome ou mantém esses vários nomes que
16:14são citados no espectro mais à direita para que você tenha uma concorrência melhor?
16:18Como é que você avalia essa pesquisa, indicando que Lula está à frente no primeiro e segundo
16:23turno e que impacto que isso pode trazer para os seus adversários mais diretos, Beraldo?
16:29Donato, me parece que toda essa sequência de golpes bem encaixados do governo Lula, então
16:35a aproximação com Donald Trump, essas questões sociais que causaram aí alguma repercussão
16:42positiva, foram combinadas com essa hesitação de Jair Bolsonaro de indicar quem será o seu
16:48candidato e que foi desgastando as figuras, sobretudo a figura de Tarcísio de Freitas,
16:54como um candidato que inseriu o candidato de consenso ali dos grandes partidos do centrão.
17:01E nesse cenário, a grande vitória de Lula não foi, a meu ver, nas pesquisas da popularidade,
17:09até porque a gente está um ano da eleição, muito difícil você precisar exatamente qual
17:14será o comportamento do eleitor, mas existe aqui uma tendência. A gente observa que há
17:18um empate técnico, na verdade, de Lula com Tarcísio de Freitas, com Michele Bolsonaro,
17:22mas Lula ganhou dentro do universo político. Aqueles partidos que estavam fechados com
17:30Bolsonaro, que iriam ali apoiar, sobretudo a candidatura se fosse de Tarcísio de Freitas,
17:35agora já estão reavaliando a sua estratégia, porque vem Bolsonaro ficando isolado e Lula ganhando
17:43popularidade, até inclusive conseguindo roubar essa pauta em relação aos Estados Unidos.
17:48Portanto, quando o centrão, que é extremamente pragmático e guiado pela expectativa de poder,
17:54quando ele observa que Lula ganha popularidade, vai concorrer aos 82 anos de idade e se ganhar,
18:00terminar o mandato com 86. Essa vaga de vice de Lula torna-se muito sensual para esses partidos
18:09fisiológicos que só estão interessados em ter espaço, em ter a mão grande dentro do orçamento
18:15brasileiro e ter poder político para se manterem cada vez mais fixos no poder no Brasil.
18:21Portanto, a vitória, a meu ver, de Lula até aqui, desses últimos acontecimentos, foi no ambiente
18:26político. Ainda não foi de forma consolidada, como disse o Túlio, na questão da popularidade,
18:33de uma consolidação de uma preferência da maioria dos eleitores.
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