- há 20 horas
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O aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população brasileira trazem novos desafios: como garantir autonomia, segurança e qualidade de vida na velhice? Em entrevista ao podcast Direito Simples Assim, a advogada Laura Brito explica por que o planejamento patrimonial deve começar pelo próprio indivíduo, e não pelos herdeiros.
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NotíciasTranscrição
00:00Olá, estamos aqui nós de novo com o nosso Direito Simples Assim.
00:06Está aqui Tamara, Morgana, eu, Rosane, e a nossa convidada que eu vou apresentar para vocês já já.
00:13Bom, no dia 1º de outubro, nós comemoramos o dia do idoso.
00:21Daí a gente resolveu tirar o mês de outubro para falar sobre a longevidade,
00:27sobre o envelhecimento da população brasileira.
00:34E hoje nós vamos conversar com a colega Laura Brito,
00:40que é advogada especialista em família e sucessões.
00:46E ela tem doutorado e mestrado pela USP, é professora, palestrante, pesquisadora
00:53e autora de livros e artigos na área.
00:56E hoje nós vamos conversar sobre o planejamento para a longevidade,
01:02ou seja, para aqueles que pretendem viver muito.
01:07Seja bem-vinda, Laura.
01:08Muito obrigada, gente. Eu estou muito honrada de estar no Direito Simples Assim.
01:13Para mim é uma grande oportunidade.
01:15Estou muito feliz de a gente poder conversar sobre esse assunto tão importante.
01:18E a gente fica feliz de te receber aqui, viu?
01:20Obrigada.
01:21Bom, então vamos começar de uma vez?
01:24Explica para a gente aí o que é esse planejamento para a vida aí na terceira idade.
01:32Bom, essa expressão planejamento para o envelhecimento,
01:36eu venho tratando dela um pouco em sintonia com a ideia de planejamento patrimonial familiar,
01:42planejamento sucessório,
01:44que vocês que são meus colegas sabem que esses temas foram muito recorrentes nos últimos tempos.
01:50E nos últimos atendimentos, no dia a dia da advocacia,
01:55eu comecei a perceber que o planejamento sucessório,
01:59ele estava muito voltado para essa questão dos herdeiros.
02:03Ah, como que eu posso fazer para poder resolver a vida dos meus herdeiros?
02:07Só que essas pessoas às vezes esqueciam de resolver a própria vida.
02:12Porque antes de morrer, se tudo der certo, a gente vai ficar velho, não é verdade?
02:17Então a ideia é como que eu posso pensar o meu patrimônio
02:22a partir de uma necessidade financeira e de cuidados
02:26para um envelhecimento que seja não só de longevidade,
02:30mas também de qualidade de vida.
02:33Então é para que esse planejador, essa planejadora,
02:35quando vá fazer ali uma reflexão sobre o seu patrimônio,
02:40sobre as suas relações pessoais,
02:42que isso seja pensado de tal forma
02:44de que essa pessoa possa envelhecer com estrutura,
02:48com segurança e com amparo.
02:50Então, no seu entendimento,
02:52quem primeiro vai se servir do patrimônio desse planejador é?
02:57O próprio planejador, né gente?
03:00Isso é muito interessante,
03:01porque às vezes a pessoa trabalhou a vida toda
03:03para poder ali ter uma garantia,
03:06para poder ter...
03:06Construir um patrimônio, né?
03:07Para ter um colchão, né?
03:09Que no dia a dia a gente fala,
03:11e essa pessoa decide tirar o colchão de debaixo dela
03:13e botar debaixo de outra pessoa,
03:15que geralmente é mais jovem.
03:17Está longe de chegar naquele, né?
03:20Exatamente.
03:20Naquele momento de vida ali.
03:22Então, eu tenho sugerido,
03:23deixe o colchão de debaixo de você por mais tempo, né?
03:27Usufrua disso,
03:28ou pense, claro,
03:29não é uma irresponsabilidade,
03:31mas como que a gente pode organizar isso
03:33para que isso possa ser usufruído em vida,
03:36que isso possa trazer um amparo,
03:38inclusive em benefício da sua própria família,
03:41de ter a tranquilidade de falar assim,
03:42papai e mamãe estão amparados, né?
03:45Sim.
03:45Para então pensar na passagem desse patrimônio,
03:49na passagem disso.
03:51Exatamente.
03:52Então, pensar em si primeiro.
03:54O que pode parecer um egoísmo,
03:55na verdade, é uma forma de cuidado, gente.
03:57É um cuidado.
03:58Imagina, né?
03:58Eu cuidar da minha família,
04:00deles terem a tranquilidade de saberem
04:01que no meu processo de envelhecimento,
04:04eu estou amparada.
04:05Eu mesma me banco, né?
04:08Exatamente.
04:08Exatamente.
04:09A Marcia queria...
04:10Então, Laura, é um prazer te ter aqui, né?
04:14Como as nossas colegas aqui já falaram.
04:17E eu queria saber de você o seguinte.
04:19Esse pensamento, né?
04:21Que ainda é muito comum.
04:23A gente vê isso ainda na prática do direito.
04:27De eu querer resolver as questões em relação ao herdeiro, né?
04:30Fazer uma doação,
04:32para que eu não tenha que me preocupar com isso lá na frente.
04:34Ou deixar, né?
04:35Meus filhos aí numa situação difícil.
04:38Ou meu cônjuge.
04:39Ainda é a forma correta da gente tratar isso?
04:45E vai ter isso com tranquilidade lá no final?
04:48Olha, a primeira coisa que eu gosto de falar
04:50é que ninguém tem que ter medo de inventário.
04:53Não precisa ter medo de inventário.
04:55A gente precisa ter medo de desorganização patrimonial.
04:58Isso a gente deve ter medo mesmo.
05:00Porque a desorganização patrimonial, ela vai dar problema em vida,
05:04depois da morte, para os sucessores e para todo mundo.
05:07Mas se a gente mantiver um patrimônio devidamente organizado, né?
05:11Regularizado, com a documentação separada,
05:14eu posso usufruir disso em vida.
05:17E depois, quando for o momento adequado de transmitir esse patrimônio,
05:21seja por meio de doação,
05:23seja em testamento,
05:24como for o método de planejamento daquela pessoa,
05:27eu vou trazer tranquilidade para quem vai receber.
05:30Se o meu patrimônio está organizado,
05:33quando eu fizer a minha passagem,
05:34eu tenho certeza que esse inventário não vai ser difícil para ninguém.
05:37Por isso, eu tiro da pessoa a ansiedade
05:40de que ela tem que resolver a transmissão desde já.
05:44Que eu tenho que sair correndo para poder transmitir o meu patrimônio.
05:47Se ele estiver organizado, está tudo bem.
05:50O inventário vai correr bem também.
05:52Só um minutinho, Tamara.
05:54Aliás, essa coisa de transmitir antes,
05:57é até problemática, né?
05:58Eu ia pedir isso agora,
06:00para ela me dar um exemplo disso, assim.
06:02Porque, gente,
06:03aqui a gente trata o direito de uma forma simples, né?
06:06E a gente sabe que a morte impacta diretamente
06:09na vida daqueles que ficam, né?
06:12Então, eu queria um exemplo prático, assim,
06:14da sua vivência na advocacia, assim,
06:17de como que isso pode ser problemático,
06:19de eu querer me antecipar nesse sentido.
06:21Você pode te dar um exemplo clássico?
06:23Ótimo.
06:24Claro.
06:24Então, vamos lá.
06:26Precisamos disso, né, gente?
06:27O planejador que a gente está chamando aqui, né?
06:29A pessoa que é dona, vamos colocar, de um imóvel, né?
06:33Nem vou falar do de moradia.
06:35Esse imóvel serve para alocação,
06:37gera uma renda importante.
06:39E aí ele pensa,
06:40não pode ter inventário,
06:41porque é o medo do inventário, né?
06:43Então, já vou fazer a doação
06:45para os meus filhos.
06:47Eu tenho dois filhos,
06:48um homem e uma mulher.
06:49Eu já faço essa doação
06:50e faço reserva de usufruto
06:53para receber o aluguel
06:53e veja bem, estou toda resolvida.
06:55Como eu sou resolvida, né?
06:57Já resolvi a minha transmissão de patrimônio.
06:59Não vai ter que pagar imposto.
07:00Não vou ter que pagar imposto.
07:01Como se pudesse, né, gente?
07:02Isso é uma coisa que a gente não escapa na vida.
07:05É o tal do imposto, né?
07:06É o tal do imposto.
07:07E aí fiz essa transmissão.
07:09Só que lá na frente,
07:10eu precisei liquidar esse patrimônio.
07:12Eu preciso do valor,
07:14não só do aluguel,
07:15eu preciso mesmo do produto,
07:16dar a venda desse imóvel
07:17para poder fazer
07:19alguma despesa minha de saúde.
07:21Tive alguma doença,
07:22preciso fazer uma cirurgia,
07:24quero fazer com o melhor cirurgião do país.
07:26Ora,
07:27eu tenho a impressão
07:28de que é meu imóvel
07:30e está em nome do meu filho.
07:31Quem aqui já não esqueceu,
07:33escutou essa expressão, né?
07:34É meu,
07:34mas está em nome do meu filho.
07:36Não.
07:36Se está em nome do seu filho,
07:37é do seu filho.
07:39Exatamente.
07:39E nesse exemplo,
07:40do filho e da filha.
07:41Só que eu vou te contar aqui
07:42o que às vezes eu vejo.
07:43Às vezes ele até procura e fala,
07:45filha, eu quero vender o imóvel,
07:47você tem que assinar, né?
07:48Essa expressão.
07:50Só que esse filho
07:50está em processo de separação.
07:52E ele está em debate patrimonial
07:54com a esposa dele.
07:56Aí a coisa esquentou.
07:57E aí ela vai falar,
07:58eu não assino,
08:00eu não deixo vender,
08:02enquanto a gente não resolver
08:03o que a gente tem que resolver.
08:05Inclusive pensão dos nossos filhos,
08:07guarda convivência.
08:08E usa isso até como moeda de troca.
08:10Eu não assino nada.
08:11E aí esse senhor
08:12vem até o meu escritório
08:13e fala assim, Laura,
08:15olha isso,
08:16o apartamento é meu,
08:17ela sabe.
08:17Eu falo, o senhor me perdoa,
08:19mas não é seu.
08:21No dia que o senhor fez a doação,
08:23deixou de ser,
08:24não,
08:25é meu,
08:25eles sabem que é meu,
08:26só está no nome do meu filho.
08:29Isso não existe.
08:30A gente tem que desaparecer com essa.
08:32Dona é quem registra.
08:33Dona é quem registra
08:34e é o nome de quem está lá.
08:35O que me leva até outro exemplo
08:36que é todo dia.
08:38Todo dia.
08:39Aposto que as colegas
08:39vêm também.
08:40a pessoa fala assim,
08:41não,
08:42é que eu dei para os meus filhos.
08:44Eu falo,
08:44mas o senhor,
08:44não,
08:45é que eu fiz o seguinte,
08:46o contador me falou
08:47para poder comprar
08:49no nome dos meus filhos,
08:51fazer um empréstimo
08:52no meu imposto de renda
08:53e no dele,
08:54todo ano vai tirando um pouquinho
08:56que ele disse que eu ia economizar.
08:57Economizar o quê?
08:59Não economizou nada.
09:00Mas o que essa pessoa fez?
09:02Ao invés de pagar 5% de TCD em Minas,
09:05pagou 4% de TBI,
09:07no caso de Belo Horizonte
09:08e perdeu 50% do imóvel
09:11para a Nora e para o Genro,
09:13não é, gente?
09:13Olha só que economia
09:15que essa pessoa teve.
09:16Então,
09:17eu sempre falo,
09:18a gente tem que pensar,
09:19voltando ao nosso tema original,
09:21que esse planejamento,
09:22quando ele é feito
09:23tão somente pensando
09:25em qualquer coisa
09:26que economiza imposto,
09:28em qualquer coisa
09:29que evite inventário,
09:30talvez a gente esteja
09:32pagando um preço muito alto
09:34para poder não ter
09:35amparo adequado
09:36na nossa velhice.
09:38Eu não recomendo isso.
09:39Então, quer dizer que
09:40nunca pode doar?
09:41Não.
09:41Mas não é a solução
09:43para todo mundo
09:44e eu tendo a dizer
09:45que é uma solução
09:46para poucas pessoas.
09:47E tem mais uma coisa,
09:49não sei se as colegas
09:50vão concordar.
09:53A pessoa fala assim,
09:54não,
09:54eu vou fazer a doação em vida
09:56para não ter que ter
09:58aquela despesa toda
09:59no inventário,
10:00como você disse aí.
10:02Só que o imposto
10:03que vai ser pago
10:05para fazer a doação
10:06é exatamente o mesmo
10:08do inventário.
10:09É o mesmo custo.
10:10Vai lavrar a escritura,
10:12vai ter o mesmo custo.
10:14Vai registrar essa escritura,
10:17é o mesmo custo.
10:19O que essa pessoa economizou
10:20que eu ainda não entendi?
10:23Eu ainda não entendi.
10:25É claro que a gente tem
10:26uma discussão
10:26que daqui a pouco
10:27pode se revelar
10:29em razão de um possível
10:31aumento desse imposto,
10:33da tributação.
10:34É verdade, né?
10:35Mas as pessoas
10:36chegam no meu escritório
10:37como se o tributo
10:38fosse aumentar amanhã
10:40e como se fosse sair
10:42de 5 para 1.000.
10:43Gente, calma, né?
10:45Até havendo a possibilidade
10:48de algum aumento
10:49de tributo,
10:49a gente precisa analisar
10:50no contexto
10:52se vale a pena.
10:54Diminuir o pagamento
10:55de tributo
10:56não é algo isolado
10:57do contexto.
10:58Eu não preciso fazer disso
11:00uma coisa, tipo,
11:01fazer qualquer coisa
11:03para economizar
11:04alguma coisa de tributo.
11:06Porque, às vezes,
11:06a economia é no tributo
11:08e a gente perde
11:09muito na qualidade de vida,
11:12né?
11:12E na própria gestão
11:14de um patrimônio
11:15que você construiu.
11:16Ora, se eu construir
11:17um patrimônio,
11:18até segundo a ordem,
11:20quem vai fazer
11:20a gestão dele?
11:21Sou eu.
11:22Eu brinco com os meus clientes
11:24assim, eu falo assim,
11:25gente,
11:25se a gente pudesse saber
11:27o dia que a gente vai morrer,
11:29eu gastava o último centavo
11:31no último segundo.
11:32Ia fazendo sabático
11:34aí na Europa
11:34e a bebê vinha na Grécia, né?
11:36Não.
11:37Essa preocupação toda
11:38com o herdeiro,
11:39eu estou preocupada
11:39em ter uma velhice
11:40de qualidade.
11:42É o que eu falo
11:42com os meus pais.
11:44Tem que trabalhar
11:44para ter uma velhice
11:45de qualidade.
11:45Exatamente.
11:46Você vai trabalhar
11:46para quê, gente?
11:47Para deixar para o outro?
11:48Para o outro usufruir como?
11:50O outro que trabalhe.
11:52Exatamente.
11:52Laura, e qual é a forma
11:55que você vê isso, né?
11:57Porque a gente tem
11:58uma perspectiva aí
11:59de uma população
12:00com uma longevidade maior, né?
12:03Antes a gente tinha aí
12:0460, 70,
12:06agora a gente já está lá
12:06nos 80, 90
12:08e eu estou aí
12:08para dizer que a minha avó
12:09está lá firme e forte
12:10com 90
12:11e que dirá
12:12chega lá no 100.
12:13Então, como
12:14que a gente pode
12:15inserir essa visão?
12:17Como que eu planejo isso
12:19nessa sociedade atual?
12:20Bom, eu vou até fazer
12:22uma introdução antes
12:23e falar para vocês
12:25assim, como que eu enxergo isso?
12:26Eu não sei se vocês
12:27já ouviram falar
12:28do doutor Alexandre Kalash,
12:29ele é um geriatra
12:30muito famoso, né?
12:32É um ícone aí
12:34do envelhecimento saudável
12:35e ele fala que uma pessoa
12:36tem que ter quatro capitais
12:38para envelhecer bem.
12:40Precisa ter o capital
12:41de saúde, né?
12:43Ou seja, ela precisa
12:44estar ali, né?
12:45Cuidando da quantidade
12:46de sal que consome,
12:49fazer atividade física,
12:50etc e tal.
12:52Essa pessoa tem que ter
12:52um capital de conhecimento,
12:55então ela tem que estar
12:55sempre se mantendo
12:57atualizada até para
12:58continuar, né?
13:00Acompanhando as novas
13:00tendências e também
13:02porque o próprio
13:02conhecimento, ele é
13:04muito relevante para
13:06diminuir os riscos
13:07de demência.
13:08Tem que ter o capital
13:08social, ou seja,
13:10manter ativas as suas
13:12relações, a sua família,
13:14os seus afetos.
13:15E um quarto capital,
13:16que é o capital financeiro, né?
13:18Ela ter se programado
13:19e ser organizado
13:20para poder ter
13:21tranquilidade.
13:23Então, veja que a gente
13:23não está falando
13:24só de dinheiro,
13:24a gente está falando
13:25de uma série de coisas.
13:26Um conjunto, né?
13:27Quando eu ouço isso,
13:28quando eu passei
13:29a ler isso,
13:30eu falei assim,
13:31a gente precisa
13:31de um quinto capital,
13:33o capital jurídico.
13:35O que eu quero dizer
13:35com isso?
13:36De que eu tenha
13:37informações suficientes
13:39de como que o direito
13:41me dá instrumentos
13:43para gerir
13:44o meu próprio
13:45envelhecimento.
13:46Então, o que o direito
13:47me oferece
13:48para eu exercer
13:49a minha autonomia?
13:51É um monte de coisa.
13:52Ele me oferece
13:53planejamento patrimonial
13:55familiar,
13:55porque às vezes,
13:56depois de ouvir tudo isso,
13:57eu ainda quero fazer
13:58essa transmissão em vida.
14:00Exercício da autodeterminação.
14:02Fazendo consciente,
14:03tudo bem.
14:03De forma consciente,
14:05tudo bem.
14:06Ele pode me permitir,
14:08por exemplo,
14:09não sei se vocês já ouviram falar,
14:11de pensar em autocuratela,
14:13que é um documento
14:14que a pessoa deixa dizendo
14:15olha,
14:16se eu ficar incapaz
14:18e precisar de uma curatela,
14:19olha, juiz,
14:20eu quero que o fulano
14:21seja meu curador.
14:22Eu quero que o fulano
14:24não seja o meu curador.
14:26Para mim,
14:27não é problema
14:28ir para uma instituição
14:28de longa permanência
14:29para idosos.
14:31Olha,
14:31o primeiro imóvel
14:32que deve liquidar
14:32é esse aqui,
14:34mais ou menos desse jeito.
14:35Até o limite
14:36de tantos reais,
14:37a pessoa está dispensada
14:39de prestar contas.
14:40Que ainda que isso seja
14:41uma coisa controvertida,
14:42mas é um exercício
14:43da autodeterminação.
14:45Ah,
14:45eu também posso fazer
14:46diretivas antecipadas
14:47de vontade,
14:49nomear um procurador de saúde,
14:51pensar em testamento vital,
14:53existem essas diretivas.
14:55Eu posso fazer testamento,
14:57eu posso reconhecer
14:58uma parentalidade
14:59socioafetiva,
15:01porque,
15:02de repente,
15:02eu tenho aquela pessoa
15:03que eu tenho como
15:04se meu filho fosse.
15:06Então,
15:06esse capital jurídico
15:08é eu ter informações,
15:09eu buscar informações
15:11de como que o direito
15:13pode me permitir
15:14vivenciar a minha autonomia
15:16de forma plena,
15:18de maneira que a minha velhice,
15:19ou seja,
15:20a minha vulnerabilidade,
15:21e talvez,
15:22se eu chegar
15:23num ponto de incapacidade,
15:25de que eu continue
15:25vivendo como eu sempre quis,
15:28que eu continue escrevendo
15:29a minha história,
15:30mesmo na velhice.
15:32Então,
15:33eu entendo
15:33que a gente precisa divulgar
15:34que as pessoas
15:35queiram ter o capital jurídico,
15:37para além desses outros capitais,
15:39também,
15:40para o envelhecimento adequado.
15:41E isso que você está falando,
15:42Laura,
15:42é muito importante,
15:44porque,
15:45e eu vou falar
15:46até por mim mesmo,
15:48a gente que vai
15:49tendo os pais mais idosos,
15:51a gente que convive
15:52com familiares mais idosos,
15:55a gente vê muito,
15:56vira e fala assim,
15:56não,
15:56mas você não pode falar isso,
15:57senão você não tem como decidir,
15:59senão você já não está mais,
16:00vamos dizer assim,
16:00com a lucidez plena
16:02para decidir isso,
16:03porque a gente tem
16:04o costume de fazer isso
16:06com as pessoas mais velhas,
16:07né,
16:08a pessoa,
16:09a gente tenta,
16:10né,
16:10às vezes não tem aí
16:11um laudo médico,
16:12né,
16:12declarando aquela pessoa
16:14com algum problema cognitivo,
16:16mas a gente tende
16:17a diminuir
16:18a capacidade dela,
16:20justamente por conta
16:21da idade.
16:22Então,
16:22esse planejamento
16:24de você poder escolher,
16:25por exemplo,
16:26quem vai tomar as decisões
16:27por você,
16:29sabendo que aquela pessoa
16:30vai respeitar
16:31aquilo que você quer,
16:33é muito importante.
16:34Nossa,
16:34acabaria com a metade
16:36dos problemas
16:36que a gente recebe
16:37no escritório,
16:38é verdade.
16:39Metade dos problemas,
16:41né,
16:41isso é que tem que ter
16:42informação,
16:43exatamente,
16:44esse capital jurídico,
16:45essa informação,
16:47esse desejo
16:48de se informar,
16:48as pessoas têm receio
16:50de pegar essa informação,
16:51como se fosse assim,
16:52se eu escrever o testamento,
16:54eu já posso morrer,
16:55se eu escrever
16:56minha auto curatela,
16:57eu já estou pronta
16:57para ter demência,
16:58como se fosse isso,
17:00que fosse gerar,
17:01claro que não é,
17:02o que gera na verdade
17:03é uma leveza,
17:04é uma tranquilidade,
17:06e esse planejamento,
17:07ele é uma forma
17:08de cuidado com o outro,
17:10porque uma família,
17:11por exemplo,
17:12que tem um membro
17:12que foi desafiado
17:13por uma demência,
17:14por uma incapacidade,
17:16tem que tomar
17:16uma série de decisões,
17:18e eu tenho certeza
17:19que quem ouve
17:20aqui o podcast
17:20vai se identificar com isso,
17:21que às vezes tem que falar assim,
17:22poxa,
17:24a gente agora tem que escolher
17:25quem vai ser o curador
17:26da vovó,
17:27mas o que eu queria
17:27é que ela já tivesse dito,
17:29porque a gente vai ter
17:30que tomar uma decisão
17:31pensando assim,
17:32o que será
17:32que ela ia querer,
17:34sabe,
17:34ou tem que tomar
17:35a decisão
17:36se vai morar
17:36na casa de um filho,
17:38se vai continuar
17:38em casa com o cuidador,
17:39se vai para a instituição,
17:41e aí a pessoa fica assim,
17:42mas o que será
17:42que mamãe ia querer?
17:44Se mamãe tivesse dito,
17:46era uma forma
17:47de cuidado,
17:48porque aí eu ia
17:48tomar a decisão
17:49falando assim,
17:50eu estou cumprindo
17:51a vontade da minha mãe
17:53para a velhice dela,
17:54para a incapacidade dela,
17:56então,
17:56esse planejar,
17:58esse refletir,
17:58é uma forma
18:00de cuidado
18:01com o outro,
18:02que nos permite
18:03dormir mais tranquilos
18:04e que a nossa família
18:06também esteja mais tranquila
18:07em relação a isso.
18:09Ô Laura,
18:10historicamente,
18:11o nosso direito
18:12vem trazendo
18:13todo o seu holofote
18:14para os herdeiros,
18:16até porque talvez
18:16seja uma questão,
18:17não sei assim,
18:18vou falar dos brasileiros,
18:19os brasileiros
18:20têm uma dificuldade
18:20de falar sobre a morte,
18:22a gente tem muitas,
18:23é um tabu,
18:25e é a única certeza
18:26que a gente tem recebido,
18:27mas temos muita dificuldade.
18:29Como seria possível
18:30reverter essa tendência
18:31de não ter o holofote
18:32tanto assim nos herdeiros,
18:34mas sim naquela pessoa
18:35que passou a vida inteira,
18:37adquirindo aquele patrimônio
18:39e preservar aquele direito
18:41dela na velhice,
18:42aquele patrimônio
18:43que ela adquiriu
18:44na sua vida,
18:45na velhice?
18:46Eu acho,
18:47meu palpite,
18:48que o envelhecimento
18:50e a possibilidade
18:52de demência
18:52é a próxima fronteira
18:54de tabu a ser quebrado.
18:56Porque, de fato,
18:57a morte era um tabu
18:58inacreditável.
19:00As pessoas,
19:01tem um caso clássico
19:01de uma colega
19:02que fala que foi
19:03ao cartório
19:04com uma senhora,
19:05uma jovem senhora
19:05fazer o testamento,
19:07sai do cartório
19:07e ela pede
19:08para minha amiga
19:09atravessar a rua com ela.
19:10Ela fala,
19:10mas por que a senhora
19:11está passando?
19:11Ela fala,
19:12agora que eu já tenho
19:13o testamento,
19:14tudo pode acontecer.
19:14Mas eu acredito
19:18que esse tabu
19:19da morte,
19:20ele foi em muito
19:21trabalhado
19:23quando a gente
19:23passou pela pandemia.
19:25A pandemia foi realmente
19:26uma coisa que nos chocou,
19:28que nos fez enfrentar
19:29essa possibilidade,
19:31essa obviedade
19:32que é que todos
19:33nós vamos morrer.
19:34Mas foi um momento
19:36que todo mundo
19:37começou a falar
19:37de testamento,
19:38de transmissão,
19:39etc e tal.
19:40Eu acho que ainda
19:41há muito a ser falado,
19:43mas eu diria
19:43que a morte
19:44foi uma coisa
19:45que foi trabalhada
19:46nesses últimos anos
19:47e que dentro
19:48do possível
19:49a gente derrubou
19:50essa rigidez
19:52de que não pode
19:53falar sobre isso.
19:54Eu acho que
19:55o próximo passo
19:56é a gente quebrar
19:57o tabu de falar
19:58sobre envelhecimento
19:59e sobre possibilidade
20:01de incapacidade.
20:03O que a gente
20:03precisa dizer é
20:04se tudo der certo,
20:06a gente vai envelhecer.
20:08Se tudo der,
20:09essa é a perspectiva
20:10positiva.
20:12Estamos todos
20:12envelhecendo.
20:14Então,
20:14o próximo passo
20:15é a gente ter coragem
20:17de falar na mesa,
20:18de a gente falar
20:19em família,
20:20de a gente procurar
20:21informação
20:21para o nosso
20:23envelhecimento
20:24e para o envelhecimento
20:26com possibilidade
20:28de incapacidade.
20:30Eu acho que
20:30na hora que a gente
20:31vai quebrando
20:32esse tabu,
20:33que a gente começa
20:33a falar disso
20:34em família,
20:35que a gente começa
20:36a falar disso
20:36socialmente,
20:38a gente vai finalmente,
20:39aí chega
20:40na sua pergunta,
20:41é tirar o holofote
20:42dos herdeiros,
20:44levar o holofote
20:45primeiro para esse
20:46planejador,
20:47primeiro para quem
20:48está pensando
20:48no patrimônio,
20:50de que a organização
20:51do seu patrimônio,
20:53a organização
20:53das suas relações
20:55passa primeiro
20:57pela proteção
20:57do envelhecimento
20:58e em seguida,
21:00claro,
21:01para uma proteção
21:01dos seus herdeiros,
21:03considerando ali
21:03quem é vulnerável
21:04mais na família,
21:05se a gente tem alguém
21:06com deficiência
21:07naquela família,
21:08tudo isso colocado
21:09em conjunto,
21:10então a gente deixa
21:10de planejar
21:11somente para a morte
21:13e a gente passa
21:14a planejar pensando
21:15no envelhecimento
21:17e na morte,
21:18de forma conjugada.
21:20Você tem um número
21:20assim, Laura,
21:21de mais ou menos
21:22quanto?
21:24Minha filha aqui,
21:25a gente é mineira,
21:26a gente só conversa
21:27tomando café
21:27e comendo pôr de queijo.
21:28Muito bom.
21:30Mas você tem, Laura,
21:31o número assim,
21:33mais ou menos,
21:34de quantas pessoas
21:36incapazes a gente tem,
21:37assim, por exemplo,
21:38no Brasil?
21:39Incapazes ou...
21:41Não, não,
21:41incapazes mesmo,
21:42que perderam essa capacidade
21:44de gerir a própria vida.
21:46Bom, incapazes,
21:47eu não sei te responder,
21:48mas o último relatório
21:50que a gente tem
21:50no Ministério da Saúde
21:51do ano passado,
21:52fala que a gente tem
21:531 milhão e 800 mil
21:55pessoas no Brasil
21:55com demência.
21:56É muita coisa.
21:58Só que o que mais
21:59nos chama a atenção
21:59é que a projeção
22:00para 2050,
22:02que vamos combinar,
22:03é logo ali,
22:04são 5 milhões
22:05de pessoas
22:06com demência
22:06no Brasil.
22:07Nossa,
22:08é muita gente.
22:08É muita gente.
22:09Tô fora.
22:10É muita gente.
22:12Mas eu espero
22:13que as pessoas
22:15que venham
22:16a enfrentar
22:16esse desafio
22:17e suas famílias
22:18cheguem nesse ponto
22:20tendo falado
22:22sobre isso.
22:23Porque o problema,
22:25por exemplo,
22:26às vezes a pessoa
22:27ali na família
22:27é tão tabu,
22:28é tão tabu
22:29que a gente
22:30tá vendo
22:30que a pessoa
22:31na nossa família
22:31tá tendo sinais.
22:33e a gente
22:34deita e fala assim,
22:35eu vou deixar passar
22:36porque amanhã
22:36vai ter passado.
22:38E gente,
22:38não passa.
22:40Se a gente
22:40não procurar ajuda,
22:41se a gente
22:42não procura
22:42um médico especializado.
22:43Você tava até falando
22:44mais cedo pra gente
22:45daquela,
22:46que você participou
22:47do congresso
22:47de geriatria
22:48e o que é
22:50que foi falado
22:51lá a respeito
22:52desse...
22:53Desses sinais,
22:54né?
22:55Desses envelhecimentos.
22:56Quem é que...
22:57A possibilidade
22:59de ter demência,
23:00né?
23:00Claro.
23:01Então, assim,
23:02pra gente chegar
23:03nesse ponto,
23:04né?
23:04Uma das coisas
23:05que os geriatras
23:06têm chamado
23:07a intenção,
23:08especialmente os
23:09especializados em demência,
23:10que é uma especialidade
23:11ainda muito recente,
23:13né, gente?
23:13A geriatria é recente
23:14e a especialidade
23:15em demência
23:16ainda mais.
23:17É de que a gente
23:18não deve
23:19negligenciar
23:20os sintomas.
23:21Se a gente fingir
23:21que não tá vendo,
23:23não resolve.
23:24Então,
23:24se uma pessoa
23:25da sua convivência
23:27já é idosa,
23:28né?
23:28começa a ter
23:29lapso de memória,
23:30especialmente
23:31lapso de memória
23:32recente,
23:32é pra correr
23:33pro médico especialista.
23:35Não é pra esperar,
23:36né?
23:37A gente precisa,
23:38por quê?
23:38Ainda que essas doenças,
23:40elas não tenham
23:41remédios que
23:42curem
23:43ou que impeçam
23:44o seu avanço,
23:45existe manejo
23:46de sintoma adequado,
23:47existe forma
23:48de melhorar
23:49a qualidade de vida,
23:50né?
23:51E ficar atento
23:52a algumas coisas também,
23:53né?
23:53Isso daí já é bem,
23:55bem,
23:55é estabelecido
23:57entre os geriatras.
23:57existem coisas
23:59que impactam
23:59muito
24:00no desenvolvimento
24:02dos sintomas
24:03de declínio cognitivo.
24:04O primeiro deles,
24:06perda auditiva,
24:07né?
24:07Então,
24:07a pessoa ali
24:08chegou na vida adulta,
24:09começa a ter perda auditiva
24:11e ignora isso,
24:13prefere viver assim mesmo,
24:15escutando mal,
24:16isso é muito impactante
24:18no desenvolvimento
24:19de sintomas demenciais.
24:21É uma falta
24:23de escolaridade,
24:25estudo,
24:25não que isso seja
24:26uma coisa que simplesmente
24:27a gente vence,
24:28né?
24:28Ou que a gente trata.
24:29Mas é importante
24:30a gente saber
24:31que as diferenças
24:32econômicas e sociais
24:34impactam também,
24:35porque quanto menos
24:36escolaridade,
24:38mais rápido
24:39esses sintomas
24:39vão avançar também.
24:41Isso sem falar também
24:42nas questões ligadas
24:43à hipertensão,
24:46diabetes,
24:47falta de atividade física,
24:49mas esses que a gente
24:50já sabe, né?
24:51Que são todos
24:52impactantes
24:52em relação à saúde.
24:54tudo isso
24:54deve ser observado.
24:56Uma pessoa
24:56com esse tipo de histórico
24:57já tem, às vezes,
24:58algum parente, né?
25:00Tem o histórico
25:01da hereditariedade também.
25:03Gente,
25:03é o primeiro sinal,
25:05tem que levar
25:05o médico especialista,
25:07porque esse também
25:08é um tabu.
25:08Se eu não levar
25:09e ninguém disser
25:10que tem demência,
25:11a demência não existe.
25:13Isso é claro
25:13que ela existe.
25:14Não existe.
25:14No caso dessa
25:15da intelectualidade aí,
25:16eu,
25:17pensando aqui
25:18no que você falou,
25:20que por sua vez,
25:21você ouviu no congresso
25:22de geriatria,
25:24essa coisa
25:28da intelectualidade.
25:29É porque
25:29a pessoa
25:30que tem
25:32essa capacidade
25:34de estar lendo,
25:35de estar buscando,
25:37raciocinar ainda
25:38muito sobre
25:39as coisas
25:40que estão acontecendo,
25:41ela vai ativando, né?
25:42É exercitando.
25:43Parece que a gente
25:44exercita o cérebro também.
25:45Agora não pegaram
25:47numa coisa
25:48que eu talvez
25:49não saiba responder,
25:50porque eu tive dificuldade
25:51de compreender
25:51se o próprio fato
25:53não é nem
25:53do exercício hoje,
25:55mas de ter
25:56uma poupança
25:59de escolaridade,
26:02de educação formal
26:03e de desenvolvimento
26:04cognitivo.
26:05A própria existência
26:06da poupança
26:07é impactante
26:08quando chega
26:09à demência.
26:10Então não é só
26:11de continuar
26:12exercitando,
26:13mas a própria existência,
26:15pelo que eu entendi,
26:17de uma certa
26:18acúmulo
26:19de conhecimento
26:20vai fazer
26:21com que esses
26:22sintomas apareçam
26:23de forma
26:24mais lenta.
26:26Mas posso até
26:26estar me equivocando
26:27em algum ponto
26:28da explicação, né?
26:29Não é mesmo?
26:30Não, mas aqui
26:30foi um raciocínio,
26:31porque a gente...
26:32Mas é claro
26:33que se exercitar
26:34é relevante,
26:34isso eu não tenho
26:35a menor dúvida,
26:36tanto fisicamente
26:37quanto intelectualmente,
26:38mas nesse ponto
26:39da explicação
26:40que me deram,
26:41eu entendi
26:42que é uma espécie
26:43de acervo
26:44que vai nos ajudar.
26:45ao acervo.
26:47Exatamente.
26:48Bacana.
26:48Aproveitando
26:49esse gancho, Laura,
26:50você está falando
26:51aí que...
26:53E realmente,
26:53na internet,
26:54se a gente olhar
26:55no TikTok,
26:55no YouTube,
26:56no Instagram,
26:57tem várias coisas
26:58falando desse
26:59envelhecimento
27:00saudável,
27:01mas muito voltado
27:02para a parte física,
27:03né?
27:05E a gente não vê nada
27:06falando dessa parte
27:07patrimonial.
27:08Como a gente poderia
27:09reverter essa situação
27:10das pessoas trazerem
27:12para os seus lares
27:13esse começo
27:14desse planejamento,
27:16desse envelhecimento?
27:17Nossa,
27:18essa é uma excelente
27:18pergunta que eu me faço
27:19todos os dias,
27:20porque eu tenho vontade
27:21de botar em outdoor,
27:22eu tenho...
27:23Se você vai para o jornal,
27:23eu já escrevo,
27:24eu estou aqui
27:25para falar disso,
27:26eu falto assim,
27:27mandar carta
27:27para a casa das pessoas.
27:29Eu acho que é,
27:31de fato,
27:31a gente ir conscientizando
27:33e plantando semente,
27:34é impressionante.
27:35A pessoa que me procura
27:37e que a gente faz
27:38esse tipo de planejamento,
27:39ela sai contando
27:40para todo mundo,
27:41porque ela fica
27:42tão satisfeita, né?
27:44De ter essa perspectiva
27:46de ter tudo organizado
27:47que ela vai contando
27:49um para o outro.
27:50Então,
27:50é esse trabalho
27:51de formiguinha mesmo, né?
27:53É ter um podcast
27:54como o de vocês,
27:55tão informativo,
27:56com uma linguagem adequada
27:58que chega às pessoas,
28:00é escrever para o jornal,
28:01é falar nos nossos ambientes,
28:03é a gente sermos agentes, né?
28:06De espalhar essa questão.
28:08Eu acho que é esse o ponto mesmo.
28:10Todo mundo deveria falar disso.
28:12É falar dentro
28:12da nossa própria casa,
28:14porque às vezes eu venho aqui
28:15e conto no podcast,
28:16se você me botar
28:17com um tio meu,
28:18eu murcho.
28:19É assim.
28:21Porque é difícil
28:22a gente falar disso.
28:23Dentro da própria família.
28:24A gente, aos poucos,
28:25quebrando isso.
28:26Eu sei que quando eu decido
28:27falar desses assuntos
28:29na minha família,
28:30assim,
28:30todo mundo congela, sabe?
28:31Lá vem a Laura
28:33com esse papo dela, né?
28:34De planejamento sucessório,
28:36de planejamento para envelhecimento,
28:38todo mundo até congela.
28:40Mas é fazer desse assunto
28:42menos pesado,
28:44fazer desse assunto
28:45menos errado,
28:46é falando dele
28:47que a gente vai conseguir
28:49vencer esses barris.
28:50Esses tabus
28:50têm que ser quebrados.
28:51Gente, eu lembro
28:52que até pouco tempo atrás,
28:55você falar de fazer
28:57plano funerário
28:58era uma coisa
28:59do outro mundo.
29:01Ah, você está...
29:02Deus me livre, né?
29:03Está doido?
29:03Não quer saber de morrer, não?
29:06Não é?
29:06Mas hoje já é.
29:08Todo mundo já faz.
29:09Já faz.
29:09Então, as outras coisas
29:11também vão nessa
29:12mesma pegada aí, né?
29:13Exato.
29:14Nossa, é tanta coisa
29:15que a gente pode planejar, né?
29:18Nesses instrumentos
29:19que vai, transita
29:21entre os instrumentos
29:23de planejamento sucessório
29:24e de planejamento existencial,
29:27é a gente fazer codicilo,
29:28por exemplo.
29:29Dizer como que a gente quer
29:30que seja o nosso funeral.
29:31Sim.
29:31Isso, eu acho importantíssimo.
29:34Então, gente,
29:35tem que fazer mesmo,
29:36porque morrer é caro,
29:37enterrar é caro,
29:39não é barato, não.
29:40Tem que falar isso,
29:42ah, o que eu quero
29:43que faça com os meus
29:44objetos pessoais,
29:45o que eu quero
29:46que faça com as minhas coisas, né?
29:48É tudo isso.
29:49Eu quero ser cremado,
29:50eu quero ser enfejado,
29:52eu quero ir pra...
29:53ficar no mesmo...
29:55que meus...
29:55meus...
29:57Meu marido, meu pai.
29:58fiquem junto
29:59no mesmo cemitério
30:01que o de fulano
30:03ou de ouro.
30:03Exatamente.
30:04Quero que tenha
30:05manifestações religiosas.
30:07Não quero.
30:08Posso te falar uma
30:08que eu coloquei
30:09outro dia
30:09num planejamento
30:10que eu achei
30:11interessantíssimo
30:12discutir com a minha cliente?
30:15Ela falou assim,
30:15mas eu quero entender melhor.
30:17Vou te falar uma.
30:18Ela falou assim,
30:19se eu tiver demência,
30:21eu não quero
30:22que fotos minhas
30:23apareçam
30:24em redes sociais.
30:26Não quero fotos minhas
30:28circulando
30:29em grupo de WhatsApp
30:30e visitas
30:32só de pessoas
30:33tais, tais, tais e tais.
30:35Olha isso.
30:37Interessante.
30:37Olha essa manifestação
30:39de vontade, gente.
30:40E essa pessoa,
30:41ela sai desse planejamento
30:43refigorada
30:44que ela pensa,
30:45eu tenho um instrumento
30:46que diz o que eu desejo.
30:48E que vai me preservar.
30:49Que vai me preservar.
30:49No momento que você
30:50ficou mais debilitada.
30:51Fala mais,
30:52sabe o que ela colocou?
30:53Sinto muito frio.
30:55Prestem atenção
30:56nos meus pés.
30:57Quero estar sempre
30:57agasalhada.
30:58Quero estar assim,
30:59perfumada.
31:00Colocou tudo.
31:02Super interessante.
31:03Olha que exercício.
31:04Quantas reflexões
31:05essa pessoa
31:06precisou fazer
31:07com ela mesma
31:08pra pensar
31:09quais são as prioridades
31:11dela no envelhecimento dela.
31:12E provavelmente
31:13os seus ali,
31:15os seus familiares
31:16não se atentariam
31:17pra isso.
31:17Não.
31:18Claro, né, gente.
31:19Não é todo mundo
31:20que é assim.
31:21Mas a gente sabe
31:22que a vida é corrida
31:23pra todo mundo.
31:24Claro.
31:24Então, quem poder,
31:25por exemplo,
31:26se atentaria
31:27a se manter,
31:28por exemplo,
31:28no sentido de que
31:29ela sente muito frio?
31:31Exato.
31:31E eu acho muito específico
31:33essa demanda dela.
31:34Eu não quero
31:35foto minha sendo enviada
31:37pra Deus de todo mundo.
31:38Ela falou,
31:39não quero receber visita
31:40aquela pessoa que não me vê
31:41há 30 anos.
31:42Aí teve notícia
31:43que minha saúde
31:44ficou debilitada,
31:46liga pra minha filha
31:47e fala,
31:47ai, quero ver sua mãe.
31:48Não quero ver.
31:49Não quero ver.
31:50Não me viu...
31:51Bem, agora não precisa.
31:52as visitas são fulano
31:54meus filhos,
31:55meus netos,
31:56meus sobrinhos,
31:57meus irmãos
31:57e acabou.
31:58Não recebo mais
31:59o que é isso.
32:00Não quero foto minha
32:01enviada em não sei o que.
32:03Não quero divulgar ação.
32:05Olha que exercício
32:07da autonomia da vontade.
32:08Às vezes a pessoa
32:09nem chega a procurar
32:10um advogado
32:11e formalizar
32:12essas vontades
32:13e tudo mais.
32:14Ok.
32:15Fala pro seu filho.
32:16Fala pras pessoas
32:17a sua volta.
32:18Deixa escrito, né?
32:18A chance dele cumprir
32:20é grande.
32:21As pessoas querem
32:22cumprir a vontade.
32:22Mas pode fazer
32:22esse manuscrito ali?
32:24É.
32:24Pode falar assim,
32:25olha gente,
32:25pelo amor de Deus,
32:27numa situação minha
32:28de um envelhecimento
32:29de mais vulnerabilidade,
32:31não fica botando foto
32:32em grupo de WhatsApp,
32:33não.
32:33Não quero aparecer
32:34em Deus sabe
32:35qual rede social
32:36vai estar na moda
32:37na época.
32:38Olha que vontade manifestada.
32:40Quanta coisa
32:41a gente pode pensar
32:42pro envelhecimento
32:43com autonomia.
32:44E hoje em dia,
32:45a gente até tem visto
32:46muito
32:47pessoas
32:48bombando aí
32:50nos
32:51nas redes
32:55com as coisas
32:56engraçadas
32:58que o familiar
32:59que está
33:01nesse momento
33:02de demência
33:03está fazendo.
33:05Quer dizer,
33:06sem que a pessoa
33:07tenha essa
33:08noção
33:09de que ela está
33:10sendo exposta.
33:12Exatamente.
33:13A gente sempre tem
33:14que fazer uma medida,
33:15né?
33:15Se aquilo ali
33:16serve para poder
33:17aumentar uma
33:18representatividade
33:19das pessoas
33:20com demência,
33:21se aquilo
33:22é uma divulgação
33:23respeitosa
33:24e que parte
33:25de uma lógica
33:26de dar visibilidade,
33:28porque hoje
33:28ainda as pessoas
33:29com demência
33:29são muito invisibilizadas,
33:31escondidas,
33:32retiradas da convivência,
33:33né?
33:34Se aquilo ali serve
33:35para dar uma visibilidade
33:36de que aquelas pessoas
33:37existem,
33:38que merecem ser vistas
33:39e conviver,
33:40né?
33:41ou se aquilo ali
33:42tem uma lógica
33:44monetária
33:45e de ridicularização,
33:46né?
33:47A gente pegar
33:47uma pessoa
33:48que está vulnerabilizada
33:49pela incapacidade
33:51e ridicularizá-la
33:52em redes sociais.
33:53É, mas talvez
33:54quem está fazendo
33:55nem está pensando
33:56que está ridicularizando.
33:58Está achando
33:59engraçadinho
34:00e tudo
34:00e monetizando.
34:02É.
34:02Isso é outra conversa.
34:07Mas sabe...
34:07Ela não.
34:08Desculpa,
34:09é verdade.
34:10É que eu ia comentar,
34:11porque essa semana
34:12que a gente está gravando,
34:14a gente teve uma notícia
34:15muito emblemática,
34:16especialmente para nós mineiros,
34:18que foi o diagnóstico
34:19de demência
34:19do Milton Nascimento.
34:20É isso mesmo.
34:21Essa semana
34:22a gente teve a notícia...
34:23Eu até coloquei
34:24algumas músicas dele
34:25ontem para ouvir
34:26e fiquei muito emocionada.
34:27Eu falei,
34:28nossa,
34:28que coisa impactante.
34:29Contudo,
34:30eu estava lendo
34:31a reportagem
34:32que foi o furo
34:33do João Batista Júnior
34:34sobre a demência
34:36do Milton Nascimento.
34:37E ele vai escrevendo ali,
34:39assim,
34:40ah, mas aí o Milton,
34:41que é ser homenageado
34:42pela Portela,
34:43ele pediu para ir à quadra,
34:46pediu para poder cantar
34:47com a bateria,
34:49e aí ele pediu
34:49para não sei o que lá.
34:50E no dia que ele ia,
34:52ele pediu
34:52para colocar
34:53tais músicas na van.
34:55E no dia seguinte,
34:56ele deu um show
34:56e pediu para poder
34:57chamar o Diogo Nogueira
34:58para almoçar na casa dele.
34:59E ele pediu
35:00para servir não sei o que lá.
35:01e aí ele pediu
35:02para fazer uma viagem.
35:03E aí ele vai colocando,
35:05gente,
35:06é isso,
35:06a pessoa pode estar
35:08com demência,
35:08mas existe
35:09todo um campo
35:11de autonomia
35:11e autodeterminação
35:12que pode ser respeitado
35:14para manter
35:15a convivência
35:16comunitária
35:17dessa pessoa,
35:18para dentro do possível
35:19manter o contato dela
35:20com quem ela ama,
35:22escutando as músicas
35:23que ela gosta,
35:24ainda mais quem,
35:24né,
35:25o Milton Nascimento.
35:27Então, sim.
35:27Maravilhosa.
35:28Exatamente.
35:29Existe todo um campo
35:31de decisões
35:31que ainda podem ser tomadas,
35:33ainda que essa pessoa
35:34não tenha mais
35:34o que nós,
35:35advogadas,
35:36chamamos de capacidade civil.
35:38É.
35:39Olá, Laura.
35:40Aproveitando essa questão,
35:42a pessoa,
35:43pode ser que ela já teve
35:44na família, né,
35:46uma pessoa
35:47que ficou com demência,
35:48ou ela já tem até
35:49um diagnóstico
35:50que está no início.
35:51Quais são os mecanismos
35:53jurídicos
35:54para que ela possa
35:55garantir a sua tranquilidade
35:56em uma fase
35:57que talvez
35:57que ela não tenha mais,
35:58porque ele ainda tem
35:59condições de falar
36:00o que ele quer,
36:01mas pode chegar um momento
36:01que ele não vai ter
36:02condições nenhuma.
36:04Nenhuma.
36:05Quais são esses
36:05mecanismos jurídicos?
36:06O diagnóstico
36:08precoce,
36:10ele é um presente
36:11que a pessoa tem, né,
36:13por isso até que a gente
36:13estava justamente falando,
36:14no primeiro sinal,
36:16leva no médico,
36:17né,
36:18para poder saber
36:19o que está acontecendo.
36:20porque esse diagnóstico
36:21precoce permite, né,
36:23a demência tem ali
36:24a primeira fase,
36:25depois a fase moderada
36:27e a fase avançada.
36:28Na fase leve,
36:29nessa fase inicial,
36:30essa pessoa,
36:31em regra,
36:32ainda está capaz
36:33de tomar decisões
36:34e permite a ela,
36:37se lhe der na cabeça,
36:38por exemplo,
36:39liquidar um bem imóvel,
36:40ele ainda tem condições
36:41de vender,
36:42essa pessoa ainda é capaz
36:43liquidar um imóvel
36:45para colocar esse dinheiro
36:46num tipo de aplicação
36:47que ele permita
36:48viver com esse dinheiro
36:50para além,
36:51por exemplo,
36:51da sua renda habitual,
36:53permite que essa pessoa
36:54ainda faça testamento,
36:55essa pessoa ainda pode fazer
36:56reconhecimento
36:57de união estável,
36:58ainda que pessoas
36:59com demência possam,
37:00mas a gente sabe
37:01que é muito mais difícil.
37:03Essa pessoa,
37:04ela pode fazer
37:04o que a gente conversou
37:05sobre autocurar a tela,
37:06essa pessoa pode fazer
37:07codicilo,
37:08essa pessoa tem
37:09todos os instrumentos
37:11jurídicos.
37:12Tomadas de decisão
37:12apoiadas, né?
37:13Exatamente,
37:15não é caso de curar a tela
37:16ainda,
37:16quando a gente está
37:17no estágio inicial,
37:19ainda não é caso
37:20de curar a tela,
37:21essa pessoa está capaz,
37:22mas ela pode eventualmente
37:24decidir por uma tomada
37:25de decisão apoiada.
37:26E quem que ela vai?
37:27Quem que ela vai,
37:28escolher para ser
37:30seus apoiadores,
37:31eventualmente,
37:32até por uma lógica natural,
37:33quando chegar ao ponto
37:34da curar a tela,
37:35eventualmente,
37:36esses apoiadores
37:36vão ser os seus curadores,
37:38então essa pessoa,
37:40ela tem uma janela
37:41de autonomia,
37:42uma janela
37:43de autodeterminação,
37:44assim,
37:45muito importante.
37:46Por isso,
37:47de novo,
37:48a gente buscar o médico
37:49no primeiro sintoma
37:51não é só uma oportunidade
37:53de tratamento adequado
37:55e de manejo
37:56bem feito
37:57dos sintomas
37:58e de qualidade de vida,
37:59é uma oportunidade jurídica
38:01de tomada
38:02de uma série
38:03de decisões
38:04e de que essa pessoa
38:05fique tranquila
38:06de que ela pode
38:08de que a medida
38:09que a incapacidade chegar
38:11é que ela estará
38:12do jeito que ela desejou.
38:14Eu acho que isso é
38:14muito importante.
38:15O instrumento
38:16da auto-curar a tela
38:17é fantástico.
38:19Você vai determinar
38:19de tudo o que você quer,
38:20gente.
38:21Como e a forma
38:23que você quer.
38:24Você, antes,
38:25não sei se a gente
38:25já tinha começado a gravar,
38:27você pode estabelecer,
38:28olha,
38:28se meus gastos
38:29ficarem tanto
38:30e minha aposentadoria
38:32e a minha renda
38:32não der mais,
38:34pode vender
38:34tal patrimônio
38:35desse patrimônio
38:37que for receber
38:37ao longo do mês
38:39ou a forma que for
38:41vai ser utilizada
38:42para isso e isso e isso.
38:43Você pode determinar
38:44ainda até
38:44para um dos seus filhos,
38:46não sei quem a pessoa
38:46vai optar,
38:47que for ficar cuidando
38:49de você,
38:49que ela receba
38:50um valor também
38:51para ela se manter.
38:53Porque essa pessoa
38:53precisa se manter.
38:55Muitas das vezes
38:55ela precisa largar o trabalho
38:56para cuidar desse idoso.
38:58Exatamente.
38:59Essa pessoa já pode
39:00fazer uma designação,
39:02uma determinação
39:02da remuneração
39:03do curador.
39:04A remuneração do curador
39:05entre nós
39:06também é um tabu.
39:07Falando em tabu, né?
39:08Ah, mas a pessoa
39:09vai cobrar
39:10para cuidar
39:11do pai e da mãe.
39:11Não é cobrar
39:12para cuidar
39:13do pai e da mãe.
39:14É um reconhecimento
39:15de que essa pessoa
39:16está dedicando
39:18um tempo
39:18aos cuidados,
39:20né?
39:20Um tempão.
39:21Que esse tempo
39:21poderia ser revertido
39:23em atividades
39:24remuneradas
39:25e a gente parar
39:26de achar
39:27que cuidado
39:27só é afetivo
39:28se é não remunerado.
39:30Não existe isso.
39:31Até porque a pessoa
39:32também que cuida
39:33ela precisa sobreviver.
39:34Ela provavelmente
39:35ela tem uma família.
39:37Então, ela está
39:38abrindo mão ali
39:38de muitas coisas
39:39para ela estar ali
39:40cuidando daquela pessoa.
39:42E, gente,
39:43é um trabalho
39:44muito difícil.
39:45Muito difícil.
39:47É uma dedicação, assim,
39:50que vai além
39:51do amor.
39:52Igual você falou.
39:54Entendeu?
39:55É tempo, é tudo.
39:56Com relação a essa remuneração
39:57que você estava falando.
39:58Bom,
40:01na curatela
40:02a gente sempre tem
40:03a possibilidade
40:04de remuneração
40:05do curador, né?
40:07Isso aí é super complexo
40:08porque se a pessoa
40:08tem uma renda muito baixa
40:09é quase impossível.
40:11Mas quando a gente
40:12está falando
40:12de pessoas curateladas
40:13com uma renda
40:14mais considerável
40:16desde que aquilo ali
40:17não impeça
40:17a qualidade de vida
40:19da própria pessoa
40:19curatelada
40:20a gente tem que começar
40:21a falar de remuneração
40:22do curador
40:23com seriedade, tá?
40:25Porque sempre fica
40:26parecendo
40:27que o cuidado
40:28é sempre uma decorrência
40:29direta do amor.
40:31Não.
40:31A pessoa ama,
40:32ela tem afeto,
40:34ela cuida
40:34porque ela quer
40:35mas essa remuneração
40:37é um jeito
40:37da gente lembrar
40:38que o trabalho
40:39do cuidado
40:40também é trabalho.
40:42Então a gente precisa falar
40:43agora,
40:44isso independe
40:44de autocurar tela,
40:45tá gente?
40:46Sim, eu falo assim
40:47que autocurar tela
40:48facilita.
40:49Exatamente.
40:50Facilita.
40:51Só que na autocurar tela
40:52porque às vezes
40:53quem vai ser nomeado curador
40:54se constrange
40:55a gente falar do dinheiro
40:56que o outro tá bom.
40:58Se já vem na autocurar tela
40:59olha,
41:00quero que a minha curadora
41:01seja a Rosane
41:03por isso,
41:04isso e isso
41:04e olha,
41:05eu sei que vai tomar tempo
41:06e x% da minha renda
41:07tem que ser revertida
41:08pra ela
41:09independentemente
41:10de qualquer coisa.
41:12Ela mesma pode ir lá
41:12e tirar esse valor.
41:14A Rosane,
41:15ela já não tem constrangimento,
41:16ela não vai ficar assim
41:17ai,
41:17será que eu falo,
41:18será que...
41:18Não,
41:19tá dito ali,
41:20tá escrito ali.
41:22Esse é um que no dia a dia
41:23dos planejamentos
41:24que eu faço
41:25as pessoas
41:25são muito resistentes.
41:27Elas falam,
41:27sabe não,
41:28mas aí eu vou pagar
41:28uma pessoa
41:29cuidar de mim?
41:30Não é exatamente isso,
41:32né,
41:33é reconhecer
41:34que esse cuidado
41:35tira da pessoa
41:36um tempo
41:37que ela podia
41:37tá vertendo
41:38pra outra coisa,
41:39inclusive
41:39pra atividades
41:40remuneradas.
41:41Gente,
41:42nós estamos caminhando
41:43aí pro final.
41:44Pode fazer isso.
41:45É,
41:46agora é...
41:46Infelizmente,
41:48né,
41:48a gente tá indo pro final
41:49porque se deixar
41:50a gente ficaria
41:51aqui a tarde inteira.
41:52Acho que o que eu ia
41:56perguntar era
41:57como nos preparar
41:58juridicamente
41:58pra uma eventual
42:00incapacidade,
42:00mas eu acho que
42:01no meio da nossa conversa
42:02você já falou
42:03bastante disso,
42:05né?
42:06É.
42:08A gente até
42:09fica assim
42:12com água na boca
42:12de querer continuar
42:13falando disso,
42:14né?
42:15Mas aí eu quero
42:16que você
42:16faça suas
42:17considerações
42:19finais
42:20e fala
42:20também
42:21o seu
42:23contato
42:24das suas
42:25obras,
42:25né?
42:25Porque eu acho
42:26que você tem
42:26obras.
42:27É,
42:27os livros.
42:28Gente,
42:29primeiro foi um prazer
42:30estar aqui com vocês.
42:31Hoje é tão bom,
42:32né?
42:32Quando a gente começa
42:33a falar e ter o pão
42:34de queijo e ter o café
42:35e quando vê parece
42:36que falou dez minutos.
42:37Eu acho que a gente
42:37falou aqui muito mais
42:38do que isso.
42:39Foi um prazer imenso
42:40essa conversa,
42:41assim,
42:41ver todo mundo
42:42interessado nesse tema
42:44que eu acho
42:44precioso,
42:45que eu acho
42:46urgente,
42:47né?
42:47Eu tô sempre
42:48falando sobre isso
42:49num projeto
42:50que eu tenho,
42:51que é um portal
42:51apenas sobre esse assunto.
42:53É o
42:53www.cuidadoecuratela.com.br
42:58no qual eu vou
42:59registrando no dia a dia
43:00as dúvidas que as pessoas
43:02me trazem
43:03e aí eu escrevo
43:04um texto
43:04pra que outras pessoas
43:06que não estão
43:06ao meu lado
43:07possam saber também
43:08o resultado
43:09dessa reflexão.
43:11E eu divulgo também
43:12os posts
43:13que eu faço
43:13nesse projeto
43:14no meu Instagram
43:15que é o
43:15arroba
43:15Laura
43:16SL Brito
43:18e eu vou
43:19contando ali
43:20as entrevistas
43:21que eu dei
43:21as palestras
43:22que eu fiz
43:22os cursos
43:23Opa, vai aparecer
43:24o direitinho
43:24que tá assim
43:25lá, ó
43:25Com certeza
43:26até porque, assim,
43:28era uma vontade
43:29minha vir aqui
43:29eu sou muito grata
43:30de vocês terem
43:31me recebido
43:32eu acho
43:33um projeto maravilhoso
43:34Ai, que bom
43:36nós te agradecemos
43:37muito, viu
43:38a disponibilidade
43:39de ter vindo aqui
43:40trazer informações
43:41tão importantes
43:43valiosas
43:43né, meninas
43:46Isso mesmo
43:46foi ótimo
43:46E aí a gente vai
43:48querer saber
43:50se no futuro
43:51a gente pode contar
43:52com você novamente
43:53aqui pra bater papo
43:54Por favor
43:55tô sempre à disposição
43:56pra um café
43:57e pra um papo também
43:58Exatamente
43:59Gente
44:00Então nós vamos, né
44:01Não tem outro jeito
44:03Mas a gente volta
44:04Ah, nossa rede, Tamara
44:06Isso
44:07Isso é importante
44:07Eu sempre esqueço
44:08A Tamara que lembra
44:09Exatamente, gente
44:10É muito importante
44:11vocês seguirem
44:13o Direito Simples Assim
44:14A gente tem lá
44:15o portal no Instagram
44:16Direito Simples Assim
44:18é dever
44:19Tem a nossa coluna
44:20aqui também
44:20no jornal
44:21no EM Digital
44:22Direito Simples Assim
44:24e a nossa página
44:25lá no Facebook
44:26Através de lá
44:27vocês conseguem ver
44:28os nossos convidados
44:29as nossas entrevistas
44:31os nossos textos
44:32e muita informação
44:33E aqui, né
44:34o portal O.A.I.
44:35Direito Simples Assim
44:36Exatamente
44:36O nosso podcast, né, gente
44:38Pelo amor de Deus
44:38A gente espera
44:40todo mundo lá assistir
44:41Inscrevam-se
44:42Curtam
44:43Compartilhem
44:44Tá bom?
44:46Grande abraço, gente
44:47Tchau, tchau
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