João Pedro Neves, CEO e fundador da Top Energy, falou sobre a inauguração da UFV Sítio Nogueira em Goiás, investimentos de R$140 milhões e o impacto da energia limpa no mercado livre. Ele detalhou benefícios para residências, empresas e tecnologias futuras de gestão de energia.
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00:00Volto ao vivo com o Fast Money para falar agora da Top Energy, maior plataforma de energia livre do Brasil,
00:06que anunciou a inauguração da primeira usina própria da companhia no estado de Goiás, a UFV Sítio Nogueira.
00:14Essa nova usina é parte de um plano de investimento de cerca de 140 milhões de reais no estado,
00:20destinados para a operação de 11 unidades de energia limpa e renovável,
00:24que juntas vão produzir o volume suficiente para abastecer o consumo médio de mais de 35 mil residências brasileiras.
00:32E o João Pedro Neves, que é SIO e um dos fundadores da Top Energy, está aqui no estúdio para conversar com a gente
00:37sobre essa inauguração, investimento e tudo mais. Prazer te receber aqui, seja muito bem-vindo, viu?
00:41Prazer, obrigado, Natália, um prazer estar aqui com vocês.
00:44Felipe Machado, nossa analista, vai participar também da conversa, João?
00:47Bom, essa inauguração marca um momento super importante para vocês em Goiás,
00:51para quem ainda não está tão inteirado sobre esse setor, qual que é o impacto de uma usina como essa
00:57para essa região em termos de geração de energia, benefício para a economia local, hein?
01:02Esse é um formato novo que a gente tem no Brasil para poder atender diversos tipos de consumo.
01:09Então, ele pode atender residências, pode atender pequenas e meias empresas,
01:13porque ele faz parte de um consórcio, de uma associação.
01:16Então, essas residências ou pequenas empresas, elas se associam ou se consorciam
01:24e aí elas conseguem tomar benefício dessa usina.
01:26Então, isso aí ele vai variar, mas ele fica em torno de 10% a 15%,
01:30que daria mais ou menos uma ou uma e meia conta de energia no ano,
01:35para que ele possa ter esse benefício.
01:36Além, é claro, de estar gerando a energia no local onde ele está, né?
01:41Ali, no próximo ali de onde ele vive, então gera emprego, gera renda e também de ter sustentabilidade, né?
01:47Ou seja, é uma energia que ela é feita de uma forma que não destrói o mundo.
01:51Certo.
01:51Felipe, sua pergunta.
01:52João, boa tarde.
01:53João, para a gente entender um pouquinho assim, qual é a vantagem de uma empresa, por exemplo,
01:58acessar o mercado livre de energia e não tomar energia da maneira mais tradicional,
02:03mais convencional das fornecedoras elétricas?
02:06O que acontece no mercado brasileiro é que ele deveria ter sido aberto há mais de 20 anos, né?
02:13Então, isso é um processo que está tomando muito tempo para que a nossa sociedade,
02:17a sociedade brasileira como toda, tenha benefícios em relação a isso,
02:21coisas que já aconteceu em outros países que são mais desenvolvidos,
02:24como Estados Unidos, Canadá, Japão, Austrália e uma boa parte da Europa.
02:29O benefício que se tem é da pessoa ter a liberdade e a independência para poder ter previsibilidade,
02:33ou seja, ela vai ter as consequências das decisões que ela mesma toma,
02:39isso para qualquer tipo de negócio é muito importante,
02:41e ela também vai conseguir comprar mais barato, né?
02:44No fim das contas, é isso que acontece.
02:47E vocês, então, atuam com um modelo, João, que é de geração distribuída, né?
02:52Então, para facilitar esse acesso das empresas à energia limpa,
02:56sem um investimento no equipamento próprio, é isso?
02:59Explica para a gente como é que funciona essa solução.
03:02Claro. Na verdade, é uma plataforma de energia, né?
03:05Então, o que acontece é o seguinte, a gente proporciona a melhor solução possível para o cliente.
03:11Então, se a melhor solução for ele entrar em uma associação ou num consórcio, é isso.
03:15Se a melhor solução for ele migrar para o mercado livre, a gente possibilita isso também.
03:19Tudo isso associado a uma tecnologia de gestão da energia para poder ver se ele está consumindo da forma correta,
03:26se aquilo está sendo cobrado da forma correta,
03:28porque existe uma simetria muito grande no mercado, né?
03:30Entre as comercializadoras e as distribuidoras de energia e o próprio consumidor,
03:35que tem muito pouca informação e que, no final das contas, não entende direito o que é aquela conta de energia.
03:40Então, essa plataforma está aí para poder simplificar tudo isso
03:43e levar alguma coisa que leve benefício efetivamente para os clientes, né?
03:49Com foco no cliente, que é uma coisa diferente.
03:51E para a gente ter uma ideia, vocês são os maiores fornecedores de energia desse mercado livre, né?
03:58Quantas empresas vocês abastecem hoje?
04:01Quantos clientes, pessoas físicas? Não sei se também tem pessoas físicas.
04:04Dá uma dimensão da gente no tamanho desse mercado.
04:06A gente é a maior plataforma de quantidade de unidade de consumo, né?
04:10A gente tem mais ou menos 600 megawatts pico de potência.
04:15A gente atende mais ou menos 321 mil unidades de consumo, então são 321 mil clientes, né?
04:24E a gente tem, já falei, 600 megas, os 320 mil. Então, mais ou menos isso.
04:30E, João, quando você fala que as pessoas muitas vezes não entendem a conta de luz, a dinâmica desse mercado,
04:36que tipo de informações você acredita que as pessoas, os clientes, as empresas deveriam entender melhor,
04:42ter conhecimento melhor e de que forma que isso muda o jogo?
04:46Ter essa compreensão mesmo, né?
04:48Tá. Basicamente, o que acontece no Brasil é que a gente não tem sinal de preço, né?
04:52Então, ou seja, você tem um preço, independente do horário que você estiver consumindo,
04:56aquilo ali tem o mesmo preço.
04:58Em outros lugares do mundo, tem locais que tem preço a cada 15 minutos, por exemplo.
05:02Então, o que acontece é que em um momento em que tem muito sol e tem muita gente gerando,
05:06a energia fica muito mais barata.
05:08No momento em que tem pouco sol e pouca gente gerando, a energia vai ficar mais cara.
05:13E isso faz com que valha a pena para as pessoas, elas controlarem tudo isso, né?
05:18E numa sociedade que é cada vez mais eletrificada, então, por exemplo, você imagina que você vai ter o seu carro elétrico
05:23e você vai querer carregar o seu carro elétrico no momento que a energia esteja mais barata do que no momento mais caro.
05:29E isso aí derivado com o ar-condicionado e várias outras coisas que você, com um avanço dos benefícios e dos sinais econômicos
05:37para que você possa consumir e gerar no momento apropriado, as tecnologias, elas vêm acompanhando.
05:44E hoje em dia usa-se a qualquer momento sem esse conhecimento, né?
05:47De pico, de horário que tem mais excedente. Qual que é o impacto disso?
05:51O impacto é que gera um sistema que ele é anacrônico, né?
05:56Ele tem um problema fundamental, por quê?
05:58Porque ele não tem os incentivos econômicos adequados para que os agentes possam tomar as ações mais eficientes possíveis.
06:05Então, é um desastre.
06:07João, a gente sempre fala aqui de inteligência artificial, né?
06:10Esses data centers que consomem muita energia e tudo mais, sempre aqueles números astronômicos.
06:15Como é que você vê essa relação?
06:16E o mercado livre de energia é uma opção boa para esses data centers que consomem muita energia, por exemplo?
06:22É uma relação simbiótica total, né?
06:25Ou seja, não existe inteligência artificial sem energia, né?
06:29É um consumo muito grande.
06:30Eu fui mês passado, mês retrasado, eu estava na NVIDIA e fiquei impressionado que a gente tem 286 usinas, né?
06:38E um rack de processamento da NVIDIA, ele consome o que uma usina dessa nossa gera.
06:47Então, é uma coisa assustadora.
06:49Mas, isso também faz com que, o que eu estava falando agora há pouco, que, ou seja, a resposta à demanda, ela começa a ser muito mais interativa, né?
06:58Então, por exemplo, você vai ter um, se você tiver um carro ou uma bateria na sua casa, você carrega ela no momento de preço baixo e você joga ela no sistema no momento de preço alto.
07:10Isso gera um benefício muito grande para todo mundo, né?
07:12Gera tanto para quem tem esse equipamento, ou seja, você consegue otimizar os custos que você tem, quanto para o sistema como um todo, porque ele vai se autobalanceando, porque eles têm sinais econômicos certos.
07:23Então, isso, esse tipo de coisa, nesse nível, só é possível com inteligência artificial.
07:28Que coisa. E, João, vocês estão já em 22 estados, é isso?
07:3222 estados.
07:33E tem um portfólio de ativos forte, né? Qual que é o papel da empresa, assim, no avanço da energia renovável aqui no Brasil?
07:39E o que vocês vislumbram, assim, de tecnologias, de inovações como mais promissoras para um futuro próximo?
07:45O que a gente visualiza é o seguinte, existem mais de 90 milhões de unidades de consumo no Brasil, né?
07:50E que são, a maior parte delas, a gente for pensar aí, tem mais ou menos 20 milhões que estão com tarifas sociais ou algo do gênero.
07:58Então, a gente tem mais ou menos aí 70 milhões de unidades de consumo que precisam ter alguma opção de poder fazer alguma coisa diferente.
08:07E a gente já viu no Brasil que isso aconteceu nos anos 2000 em Telecom e aconteceu nos anos 2010 com os bancos, né?
08:14A gente acredita que vai acontecer a mesma coisa com a energia, ou seja, as pessoas vão ter liberdade para poder tomar a decisão que achar mais conveniente para elas.
08:23E isso deriva uma série de outras coisas, né?
08:26Ou seja, você vai ter um mercado com uma grande quantidade de serviços ancilares para você poder atender tudo isso e a tecnologia vai vir acompanhando com certeza.
08:36Legal. Quero agradecer João Pedro Neves e um dos fundadores da TOLPEN pela participação aqui ao vivo.
08:43Papo super interessante. Muito obrigada. Sucesso para vocês.
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