Pular para o playerIr para o conteúdo principal
A semana no mercado financeiro foi marcada por um recorde na Bolsa de Valores e queda do dólar, em um reflexo da aproximação entre os presidentes Lula (PT) e Donald Trump. Jason Vieira, economista-chefe da LAM, avalia cenários.

Assista à íntegra:
https://youtube.com/live/NgD9tmvtiWw

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews

Siga o canal Jovem Pan News no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan
#JornalJP

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00A semana foi agitada no mercado financeiro, com indicadores, e a próxima não será diferente.
00:06Aqui nos estúdios do Jornal Jovem Pan, nós recebemos o economista-chefe da Lev DTVM, Jason Vieira.
00:14Bem-vindo, Jason. Boa noite para você. Falei certo aqui, né?
00:17Certinho.
00:17Tudo bem? Obrigado pela visita mais uma vez.
00:19Mais uma vez, obrigado pelo convite.
00:21Bom, a semana foi agitada, teve recorde na Bolsa, queda do dólar.
00:26Agora, qual foi o receituário do comportamento do mercado financeiro nessa semana?
00:30Mais fatores externos, internos ou as duas coisas?
00:33Bom, foi um misto aí de duas coisas importantes que aconteceram.
00:37Nós tivemos um movimento internacional, pautado pelas falas do presidente Trump,
00:41elogiando o presidente Lula, ainda que tenha sido precedido efetivamente de uma bronca,
00:45de uma bronca muito pesada.
00:48Leu quem quis da maneira que quis, o mercado nesse momento quis ler a redução de ruídos
00:53e entendeu isso como um recorde.
00:54Mas o recorde das Bolsas também tem passado por um contexto internacional,
00:58depois do corte de juros por parte do Federal Reserve.
01:00O FED, Banco Central Americano, na semana passada cortou os juros em 0,25%.
01:05Nós vemos aí que o movimento das Bolsas de Valores, o dólar agora,
01:08depois de ter passado por recorde do ano passado por uma questão de fluxo,
01:12ele tem uma redução bastante expressiva.
01:14E essa redução do dólar não é só um movimento que tem se desenhado no Brasil.
01:19Isso é um movimento internacional do dólar, principalmente baseado,
01:23primeiro, no movimento que foi mais acelerado no começo do ano,
01:26que a gente chama, é mais ou menos março aqui, que a gente chama do Liberation Day,
01:30que foi aquele momento em que o Donald Trump resolveu colocar as tarifas e assustou o mundo,
01:35mas também por um movimento em que essa forçação de barra, digamos assim,
01:40que o presidente americano tem na demanda por um corte de juros desvaloriza o dólar.
01:45E como os Estados Unidos querem exportar mais do que importar,
01:48obviamente um dólar desvalorizado para eles é vantagem,
01:51e o Brasil tem ganhado uma parcela dessa valorização também por conta de outro motivo,
01:57que são nossas taxas de juros.
01:58Nós temos a maior taxa de juros, a segunda maior taxa de juros reais do mundo,
02:02nós fazemos esse cálculo há mais de 20 anos,
02:04temos a quarta maior taxa de juros nominais entre 40 países relevantes no mundo,
02:09e com essa taxa de juros, obviamente, nós atraímos muito capital estrangeiro,
02:13e aí ela atraiu o capital estrangeiro para o mercado financeiro, efetivamente.
02:17Nós vemos aí o resultado de um dólar, de um real valorizado de um dólar em queda.
02:22As bolsas de valores têm seguido em partes a tendência das bolsas internacionais,
02:26uma alta bastante expressiva das bolsas de valores globais,
02:29especialmente puxadas por ações de AI, de ações de inteligência artificial,
02:34e os mercados emergentes também têm se beneficiado bastante desse movimento,
02:38da movimentação de AI,
02:39porque essa movimentação de AI também tem criado um aumento pelo apetite,
02:43pelo prêmio de maior risco,
02:44ou seja, os investidores têm se arriscado mais,
02:46e buscado como, por exemplo, mercados emergentes.
02:48E, Jason, eu sempre brinquei aqui, com você também,
02:51que os jornalistas acham que os economistas têm bola de cristal, né?
02:55O efeito Brasil-Estados Unidos deve permanecer rondando os investidores,
03:02porque existe a expectativa do encontro, ou virtual, primeiramente.
03:05Hoje saiu até uma informação de que eles poderiam se encontrar num outro país,
03:08mas antes haveria uma conversa virtual entre Donald Trump e o presidente Lula.
03:13Até quando que isso vai agitar o mercado?
03:16É, o movimento de Donald Trump foi mais focado naquele dia.
03:21Tanto que a semana fechou, se for comparado em termos semanais,
03:24a bolsa fechou em queda.
03:26Então, essa queda das bolsas de valores, comparativamente à semana anterior,
03:29demonstrou que aquele movimento, efetivamente,
03:31é um recorde que tem sido acompanhado por recordes mundiais das bolsas de valores,
03:35não é um movimento meramente brasileiro.
03:38Teve aquele momento, como eu digo,
03:39a redução de ruído sempre é bem vista pelo mercado financeiro,
03:42então a gente viu o dólar caindo mais do que o normal
03:44e a bolsa subindo mais do que o normal,
03:46mas terminou a semana mais ou menos na normalização,
03:49porque a atenção está voltada ainda aos Estados Unidos,
03:52porque semana passada se cortou os juros,
03:54se teve a expectativa de que os juros continuassem a ser cortados,
03:57aí veio o PIB americano, e o PIB americano veio forte.
04:01Os dados do mercado de trabalho americano vieram melhores,
04:04e também a inflação veio dentro das expectativas.
04:06E aí, o que o Fed faz com isso?
04:08É o que no mercado financeiro nós chamamos de cenário de Goldilocks.
04:11É um cenário que é muito positivo,
04:13mas que ao mesmo tempo trava a política monetária,
04:16porque o Fed fica com medo de, num cenário desses,
04:18se ele cortar juros, ele superestimula a economia,
04:21e aí pode disparar a inflação,
04:23e se ele não cortar juros,
04:24ele pode fazer com que este ganho da atividade econômica
04:27seja perdido por conta dos juros altos.
04:28É um dilema enorme, mas é um dilema positivo.
04:31Significa que os Estados Unidos estão em uma posição econômica positiva.
04:35Agora, o Brasil já tem uma situação diferente,
04:38porque o Brasil ainda tem uma taxa de juros elevada por causa do fiscal.
04:41Nós vimos isso sendo indicado esta semana
04:44no relatório de política monetária do Banco Central.
04:46Eles foram bem duros em relação à sinalização
04:49sobre para onde vão os juros brasileiros.
04:51Também a ata do Copom, que foi divulgada esta semana,
04:54foi na mesma linha,
04:55e nós tivemos o IPCA 15,
04:56que veio um pouco abaixo da mediana do mercado.
04:59O mercado estava esperando 0,51,
05:01mas veio 0,48,
05:02mas veio de um IPCA negativo anterior.
05:05Tudo isso é um soma zero do que nós chamamos do bônus Itaipu.
05:08A conta de luz caiu em certo momento
05:10e voltou a subir por conta do bônus,
05:12e aí a inflação volta.
05:13Mas no fringir dos ovos,
05:15a inflação continua ainda,
05:17muito acima do topo da meta,
05:19e faz com que o Banco Central se mantenha cauteloso,
05:22porque nenhuma sinalização por parte do governo
05:24é de que ele vai cortar gastos.
05:25Bom, você falou sobre o PIB americano,
05:26mas eu te pergunto sobre o PIB aqui do Brasil.
05:28Porque nessa semana o Banco Central fez uma projeção para 2026
05:32de 1,5%, seria o pior resultado em seis anos, é isso?
05:36Quais são os instrumentos que o Banco Central tem
05:40para fazer uma projeção como essa?
05:41E se você concorda,
05:42você na sua agência que trabalha como economista,
05:45concorda com essa projeção, Jason?
05:47Não, nós concordamos com essa projeção
05:49porque existe ali a percepção por parte do Banco Central,
05:53quando nós observamos aí a expectativa
05:56em relação ao crescimento econômico,
05:57principalmente em 2026,
05:59o Banco Central está com uma projeção melhor que a nossa,
06:02nós estamos com 1,80 e alguma coisa para este ano,
06:06e mais ou menos este número para o próximo ano.
06:09Isso demonstra que, primeiro,
06:11que os efeitos da política monetária
06:13devem ocorrer na economia real.
06:15Ou seja, a elevação de juros,
06:16finalmente ele parou de subir juros,
06:18mas, ao mesmo tempo, ao ter parado de subir juros,
06:21ele traz aquele movimento de inércia da decisão de juros,
06:26ou seja, ainda não todas as elevações de juros
06:29bateram na economia.
06:30E aí, quando começa a bater na economia,
06:32nós temos resultado parecido com esse.
06:33Mas qual que é o problema de você ter um excesso de gastos do governo?
06:37Quando o governo compete gastos,
06:40compete juros,
06:41compete dinheiro com a economia real,
06:43ele faz com que o dinheiro fique mais caro.
06:45E o dinheiro fique mais caro
06:47se traduzindo como taxas de juros elevadas.
06:50E este é o grande problema.
06:51Se nós tivéssemos um fiscal ajustado,
06:54a parcela que o governo é culpado pela inflação
06:56seria muito mais reduzida,
06:58a economia poderia florescer mais,
07:00crescer mais,
07:01de maneira mais solta, digamos assim,
07:04sem que a interferência do governo
07:05causasse,
07:07comesse um pedaço desse crescimento econômico
07:09que seria pautado pela inflação.
07:11E aí temos um problema,
07:12o governo continua sinalizando
07:14que vai continuar gastando mais,
07:16e ao continuar gastando mais,
07:17ele também sinaliza que ele vai buscar isso
07:19através da elevação de impostos.
07:21E mais uma questão,
07:22você falou sobre os juros, não é, Jason?
07:24O Banco Central sinalizando,
07:26a ata do Copom,
07:27e mais uma vez apelando para a bola de cristal.
07:30Realmente, essa trava dos 15%,
07:32para sair disso,
07:33vai demorar muito mais tempo do que se imaginava?
07:36Do que se imaginava,
07:37não efetivamente.
07:38Vai provavelmente demorar mais tempo
07:40do que o governo gostaria.
07:43Ou seja, nós estamos num cenário
07:44em que muito provavelmente
07:45a taxa vai ficar,
07:47passar esse ano inteiro em 15%,
07:49isso é um fator muito relevante,
07:51e talvez ela vá ultrapassar para 2026,
07:54no seu início,
07:55também com 15%.
07:57A expectativa é de que a última elevação de juros
07:59foi feita no final de agosto.
08:01E, economicamente,
08:03nós já temos isso de forma prática,
08:04já foi, isso já é uma teoria,
08:07não é uma tese,
08:08de que uma decisão de política monetária
08:10leva em torno de nove meses
08:12para entrar na economia.
08:13Considerando que a última decisão
08:14foi em agosto,
08:15de elevação de juros,
08:17a última decisão de juros
08:18entra na economia
08:19no primeiro trimestre do próximo ano.
08:21E aí, provavelmente,
08:22onde o Banco Central
08:23pode reverter a política atual de juros
08:25e começar a cortar.
08:27Mas isso depende do estado,
08:29das projeções de inflação,
08:30ou seja,
08:31da ancoragem das expectativas de inflação
08:32naquele momento,
08:34do quão distantes vão estar
08:35do centro da meta de inflação
08:37e o quanto o governo
08:38vai continuar contribuindo
08:39para essa inflação.
08:41Esses são fatores muito importantes
08:42e que não dá para ser deixado de lado.
08:44O Banco Central,
08:45ele tem se mostrado
08:46um Banco Central extremamente técnico,
08:48acima das expectativas
08:49de parte do mercado,
08:50até pelo histórico acadêmico
08:53do Galípulo.
08:54O Galípulo tem se mostrado
08:55um técnico,
08:56às vezes,
08:57até mais duro
08:59do que era Campos Neto
09:00para desespero do governo.
09:01E para a gente fechar,
09:04fazendo já a projeção
09:05para a semana que vem,
09:06quais indicadores
09:07nacionais,
09:08internacionais,
09:09o que o investidor
09:09vai ficar de olho
09:10na semana que vem?
09:11É, nós temos uma semana,
09:12próxima semana,
09:13bastante pesada
09:15em termos de indicadores econômicos.
09:16O destaque é que
09:17todo início de mês
09:18nós temos os dados
09:19do mercado de trabalho americano.
09:21E dado esse contexto
09:23dessa enormidade
09:24de atenções que se dá
09:26aos Estados Unidos
09:27por conta da expectativa enorme
09:29de que se haja uma continuidade
09:30do corte de juros lá,
09:32esse mercado de trabalho
09:33vai se chamar muito a atenção.
09:35A expectativa
09:35é de que o payroll,
09:36que é a criação
09:37de postos de trabalho
09:38nos Estados Unidos,
09:39equivalente ao nosso Caged
09:40aqui no Brasil,
09:41crie em torno
09:42de 75 mil postos de trabalho.
09:45É baixo ainda,
09:46mas é superior
09:47aos 22 mil
09:48que foram criados
09:48anteriores,
09:49que foi considerado
09:49muito baixo.
09:51O desemprego
09:51deve continuar
09:52na faixa de 4,3%.
09:54O ADP Employment,
09:55que é aquele
09:55que exclui os empregos
09:57do setor público,
09:58deve girar em torno
09:59de 60 mil postos de trabalho
10:01e isso tudo
10:02vai chamar a atenção
10:03na semana inteira.
10:04Aqui também temos dados
10:04de pedidos de bens duráveis
10:06nos Estados Unidos
10:06e SMs, PMIs,
10:08ou seja,
10:08uma série de dados importantes.
10:09Aqui no Brasil também
10:10temos produção industrial
10:12e aí mais um dado
10:14que vem de uma coleção
10:15importante de dados
10:17do segundo semestre
10:18que deve mostrar contração,
10:19que a produção industrial
10:20deve vir pelo menos
10:21ali na faixa de 0,6 negativo,
10:23segundo nossa projeção,
10:24e isso deve ir
10:25para um número anual
10:26com uma alta
10:27só de 0,4%.
10:28Temos também
10:29o IGPM
10:30que está mostrando
10:31de novo reflação,
10:32ou seja,
10:33a inflação está voltando
10:34aos dados do IGPM
10:35que é importante
10:36porque é o que rege
10:37o aluguel,
10:38deve vir na faixa
10:39ali de 0,36%,
10:41ou seja,
10:42temos uma semana
10:42repleta de indicadores
10:43econômicos,
10:44expectativas em relações
10:45às questões políticas
10:46e tudo isso faz
10:47com que o mercado
10:48fique muito atento
10:49e muito agitado.
10:50Para a gente
10:50que é do mercado financeiro
10:51a gente gosta,
10:52porque a semana
10:53sem indicador
10:53é a semana chata
10:54e ela fica terrível
10:56e ela não gera volatilidade,
10:57porque sem volatilidade
10:58também o mercado
10:59não consegue operar.
11:00Perfeito.
11:00Jason Vieira,
11:01economista,
11:01venha sempre aqui
11:02à Jovem Pan,
11:03aliás,
11:03você é sempre bem-vindo.
11:05Um bom fim de semana,
11:06até a próxima.
11:06Grande abraço para você.
11:07Obrigado,
11:08até a próxima.
11:08Muito obrigado.
11:09Obrigado.
11:16Obrigado.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado