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Em entrevista à Jovem Pan, o promotor de Justiça Clever Vasconcelos avalia o Fundão Eleitoral de quase R$ 5 bilhões, explicando que grande parte do valor, gasto em impulsionamento digital, vai para o exterior, enquanto as TVs nacionais ficam no prejuízo.

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Transcrição
00:00O fundão eleitoral para o ano que vem poderá chegar a quase 5 bilhões de reais.
00:05Sobre as despesas de campanha, que são bancadas, claro, com dinheiro público,
00:10o nosso entrevistado é o professor de Direito Constitucional do IBMEC,
00:14promotor de justiça, Clever Vasconcelos.
00:17Uma honra, professor, receber o senhor mais uma vez aqui na Jovem Pan.
00:20Tudo bem? Boa noite, bem-vindo.
00:22Boa noite, obrigado pelo convite, Tiago.
00:25Bom, professor, se a gente pudesse fazer uma aposta, é claro que eu apostaria que esse valor vai subir,
00:32assim como todos os nossos comentaristas estão falando,
00:34porque é o mesmo valor da eleição que nós tivemos no ano passado,
00:40que é uma eleição pequena, entre aspas, não é a eleição majoritária.
00:45Qual o recado que o Congresso dá ao decidir esse valor e possivelmente vai subir ainda mais?
00:51Esse valor é mais ou menos aquele valor da eleição municipal que aconteceu no passado.
01:00Mas a grande problemática, Tiago, que eu gostaria de falar sobre esse assunto é o seguinte.
01:06As redes sociais que são alimentadas hoje com a campanha eleitoral,
01:12especialmente o impulsionamento de publicações.
01:16No fundo, como a campanha eleitoral hoje é mais digital do que analógica,
01:23os candidatos vão gastar esse dinheiro muito em mídias sociais,
01:29principalmente impulsionando publicações.
01:33O que quer dizer isso?
01:35A maioria desse dinheiro vai para o exterior,
01:37ou seja, a administradora do Instagram, do X, do Facebook,
01:43que receberam esse dinheiro pelos impulsionamentos.
01:46E quem é o grande refém disso tudo?
01:49São as televisões nacionais,
01:51que dão o seu espaço mais caro de anunciante
01:56para as propagandas eleitorais.
01:58Elas não saem ganhando,
02:00saem num prejuízo,
02:02e a campanha eleitoral,
02:04o dinheiro do fundo eleitoral vai para o exterior.
02:08No fundo, quem vai ganhar esse dinheiro
02:11será o exterior.
02:13Professor, vou passar a palavra para a nossa comentarista Dora Kramer,
02:17que mais cedo não falou sobre o fundão eleitoral, não é, Dora?
02:20Então, se você quiser fazer um comentário breve
02:22e depois passar a pergunta para o professor Clever,
02:24fique à vontade.
02:26Eu tenho certeza que os colegas já me representaram,
02:29porque eu tenho certeza é a respeito do que eles falaram.
02:33Gente, fundão eleitoral de 5 bi
02:36tomado ao fundo partidário,
02:39dá 6 bi disponível para a campanha.
02:42Como o professor acabou de dizer, digital,
02:46eu não tinha nem me atentado, professor,
02:48para esse aspecto do dinheiro ir para o exterior,
02:51eu apenas tinha me ligado do fato de que,
02:54em comparação a outras campanhas,
02:56ao pagamento de marqueteiro e tal,
02:59deve ficar muito mais barato.
03:00E o fundão só faz crescer.
03:03É a terceira, na verdade,
03:05a terceira eleição consecutiva,
03:06essa de 26,
03:08com o fundão nesse montante.
03:12Agora eu lhe pergunto, professor,
03:15o senhor não acha,
03:17vê se o meu raciocínio está falho aqui,
03:20que talvez fosse melhor,
03:21em vez de disponibilizar 6 bilhões,
03:25sem contar a renúncia fiscal,
03:27das televisões do horário dito gratuito.
03:30Ainda tem...
03:31Ah, sim, e as emendas.
03:32Também temos emendas.
03:34Se for somar tudo isso,
03:35vai ficar uma loucura.
03:37Talvez não fosse melhor voltar
03:39ao financiamento privado
03:42com regras e fiscalização mais rígidas?
03:46O financiamento, Dora,
03:49hoje é um financiamento misto.
03:51Por quê?
03:52Existe o financiamento privado ainda,
03:54porque é possível que os candidatos
03:56façam doação do seu próprio orçamento
04:00até 10% do teto fixado pelo TSE.
04:05E também a doação de pessoa física.
04:09Mas esses valores são muito tímidos
04:11em relação a esse montante de quase 5 bilhões.
04:16Eu sou favorável à continuidade
04:19da proibição do financiamento por pessoa jurídica,
04:23pelo problema que se deu no passado,
04:26mas eu acho que nós poderíamos repensar,
04:29o legislador poderia repensar,
04:32a porcentagem de doação por pessoa física,
04:35aumentando aí num aporte de 10% para 20%,
04:39isso seria algo que tiraria esse valor excessivo
04:45que é do fundo eleitoral.
04:48É óbvio que uma eleição precisa de financiamento.
04:51E de financiamento público também.
04:53Mas eu acho que a prioridade do país
04:55não é só o aspecto eleitoral.
04:58É o aspecto de, enfim,
05:00investimento em educação,
05:03saneamento básico.
05:04Veja, portanto, a crise que passa
05:07o estado do Pará,
05:08que não consegue ter infraestrutura
05:10para receber a COP de modo efetivo.
05:13Quanto mais valores
05:15dispendidos por uma eleição.
05:17Então, eu aumentaria o valor de doação
05:19por pessoa física,
05:21manteria também a doação
05:23pelo fundo eleitoral,
05:25mas com uma pequena redução.
05:27Agora, evidente que
05:29esse dinheiro, no fundo,
05:32acaba financiando as grandes redes sociais
05:35que nós temos no mundo.
05:37É um grande investimento
05:38que a eleição faz ao exterior.
05:41É uma observação importante
05:42para deixar bem claro ao eleitor.
05:44Cristiano, vem lá rapidamente
05:45a sua pergunta.
05:46Professor, boa noite.
05:49Professor, talvez não fosse interessante
05:51retomada das doações das empresas,
05:55mas com um teto baixo,
05:57até para evitar aquele grande volume
05:59que era despejado pelas empresas
06:01até 2016
06:02e que acabava efetivamente
06:05influenciando no resultado eleitoral?
06:07É aquela coisa,
06:11não existe almoço grátis,
06:13se uma pessoa jurídica
06:16doa para alguém,
06:18ela vai querer uma contrapartida
06:20e essa contrapartida
06:22acaba sendo
06:22os contratos administrativos,
06:26as licitações em jogo,
06:28isso é muito perigoso.
06:30Eu sou mais favorável
06:31ao aumento
06:33por pessoa física,
06:35excluiria a pessoa jurídica
06:38desse cenário
06:39e, enfim,
06:41isso diminuiria o valor
06:43do fundo eleitoral.
06:46Eu acho que essa é uma saída
06:47não das melhores,
06:49porque a eleição,
06:50a democracia tem um custo
06:52e esse custo
06:53precisa ser financiado também,
06:56mas eu tenho muito medo
06:57de nós voltarmos ao passado
06:59e aquela troca de favores
07:01entre pessoa jurídica
07:03e os vencedores.
07:05Tanto é que o Supremo Tribunal Federal
07:08já reconheceu como inconstitucional
07:10aquela hipótese no passado
07:11e o próprio legislador
07:13depois revogou.
07:14Então eu tenho a impressão
07:15que se o legislador
07:16retomar a ideia
07:17do financiamento
07:18por pessoa jurídica,
07:20isso pode ser reconhecido
07:21inconstitucional mais uma vez.
07:23Para fechar, professor,
07:24pergunta de Nelson Kobayashi.
07:27Sr. Clever,
07:27boa noite.
07:28Vamos dar de assunto rapidamente,
07:29porque o Congresso agora
07:30vai receber os vetos
07:32do Presidente da República
07:33em relação à lei da ficha limpa.
07:35Eu vi uma opinião do senhor
07:36em algum lugar,
07:37não me lembro exatamente onde,
07:39onde eu gostaria
07:40da sua avaliação
07:40sobre esses vetos
07:41na lei da ficha limpa
07:42que certamente vão influenciar
07:43nas próximas eleições também.
07:46Ó, Nelson,
07:47muito importante
07:47isso que você está trazendo.
07:49Ontem mesmo,
07:50fiz uma publicação
07:51nas minhas redes sociais
07:52sobre a questão
07:54da flexibilização
07:55da lei ficha limpa.
07:57A princípio,
07:57eu tinha entendido
07:58que o veto teria sido total,
08:01mas até eu fui enganado nisso.
08:03O veto foi parcial.
08:05Nós todos do direito, Nelson,
08:06nós sabemos que existe
08:07o veto jurídico,
08:09que é aquele que faz
08:10o controle de constitucionalidade,
08:13o veto político,
08:14que é o veto de conveniência
08:16e oportunidade da matéria.
08:18Mas eu acho que esse veto
08:19do Presidente da República
08:20foi um veto estratégico.
08:21Não foi nem jurídico,
08:22nem político.
08:23Por que estratégico?
08:25Ele não desagradou
08:27o Congresso Nacional
08:29porque manteve
08:31a flexibilização
08:34da lei ficha limpa,
08:36ou seja,
08:37sujaram a lei ficha limpa.
08:40Houve uma sujeira
08:41da lei ficha limpa.
08:43E o que aconteceu?
08:44Ele privilegiou também
08:46o desejo do Congresso Nacional,
08:47mas com um recado
08:49para a população,
08:50no sentido de que
08:52ele vetou
08:54alguns pontos
08:55que ele achou interessante
08:58e que seriam
08:58extremamente exagerados.
09:00Resumo da situação.
09:03O que aconteceu
09:04com a lei complementar
09:06219,
09:07que foi aprovada
09:08agora,
09:09e tem um prazo
09:10até o dia 4
09:11para a derrubada do veto?
09:12Eu acho
09:13que o Congresso Nacional
09:14não tem tempo
09:15e acho que nem vontade
09:17política para isso.
09:18Em resumo,
09:19para o seu telespectador
09:20entender,
09:21o que aconteceu?
09:22Houve uma redução
09:24do tempo
09:25de ineligibilidade.
09:27Primeiro,
09:28para a cassação
09:29de mandatos
09:30parlamentares
09:32no importe
09:33mais ou menos
09:34de 4 anos,
09:36que é o tempo
09:36da legislatura.
09:38Então,
09:39houve uma redução
09:39de 4 anos
09:40de ineligibilidade
09:42para quem for cassado
09:43no Congresso Nacional.
09:46Houve também
09:47uma redução
09:48de mais ou menos
09:508 anos,
09:538 a 6 anos,
09:55fazendo uma conta
09:56por alto assim,
09:58daqueles que foram
09:58condenados criminalmente.
10:02Criminalmente,
10:02porque agora
10:03o prazo
10:03de ineligibilidade
10:05não se conta
10:06mais
10:06da extinção
10:07da punibilidade,
10:08mas sim
10:09da condenação.
10:09E, por fim,
10:11Tiago,
10:12Nelson e os demais,
10:13houve aqui
10:14um grande atentado
10:15contra a lei
10:16de improbidade
10:16administrativa.
10:18Ou seja,
10:19as sanções
10:20de improbidade
10:21agora
10:21não podem
10:22ultrapassar
10:23o limite
10:24de 12 anos
10:25de ineligibilidade.
10:27E aí,
10:28tornando sem efeito
10:29a condenação
10:31de suspensão
10:32dos direitos políticos
10:33em condenações
10:34por improbidade
10:35administrativa.
10:37Resumo da história.
10:38sujaram a ficha
10:40limpa,
10:41facilitaram
10:41a vida
10:42daqueles
10:42que foram
10:43condenados
10:43em improbidade
10:44administrativa,
10:45que foram
10:46caçados
10:46pelo Congresso
10:47Nacional
10:48e que receberam
10:49condenação
10:50criminal.
10:51ou seja,
10:52um retrocesso
10:54gigantesco
10:56na questão
10:57da
10:58candidatura
10:59limpa
11:00no Brasil.
11:01Análise do professor
11:02Clever
11:03Vasconcelos,
11:05procurador também,
11:06ele que é
11:06professor do IBMEC.
11:08Mais uma vez,
11:09muito obrigado
11:09pela sua gentileza,
11:10professor,
11:10por nos atender
11:11e pelas análises
11:13aqui na Jovempa.
11:14Grande abraço.
11:15Eu que agradeço.
11:16a gente.
11:17E aí
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