Rodrigo Iase, diretor de marketing da Bic, analisou os 75 anos da icônica caneta Bic Cristal, o impacto cultural no Brasil, o portfólio da marca e como a escrita à mão segue relevante mesmo na era digital.
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00:00Olha, todo mundo já usou uma caneta Bic Cristal.
00:03É a caneta mais famosa do Brasil já faz 75 anos.
00:07E ela segue a temporal.
00:08São 5 bilhões e 100 milhões de unidades vendidas por ano no mundo inteiro.
00:13No Brasil, o volume chega a 400 milhões, quase duas por brasileiro.
00:17Sobre esse sucesso e também o futuro do mercado,
00:20eu converso agora com o Rodrigo Iasi, que é diretor de marketing da Bic.
00:24Bem-vindo ao Real Time, Rodrigo. Boa tarde para você.
00:27Boa tarde, Marcelo. Um prazer estar aqui com você.
00:28O Brasil hoje é a segunda maior operação global da Bic.
00:32Eu queria que você explicasse para a gente, na sua opinião,
00:35quais são os fatores que levaram o país a ter esse destaque.
00:39Bom, em primeiro lugar, a Bic está no Brasil há praticamente 70 anos.
00:43Ano que vem comemora 70 anos.
00:45E desde que ela chegou no Brasil, ela já afincou raízes muito fortes.
00:48A única fábrica no mundo que produz as três categorias que a Bic atua é em Manaus, no Brasil.
00:54Então, essa raiz forte foi fisicamente implementada na operação do Brasil e logo caiu de cara.
01:00Acho que é um produto que tem tudo a ver com brasilidade, com simplicidade, com acessibilidade.
01:06Representada pela caneta Bic, caiu no gosto.
01:09Então, ao longo desses anos, o produto, claro, foi evoluindo, outras categorias foram sendo lançadas.
01:14Mas sempre mantendo o DNA que a marca tem de forte, que é oferecer soluções simples, confiáveis e acessíveis para todo mundo, em todo lugar.
01:23Então, isso conectou muito forte, acho que a cultura, com a brasilidade.
01:26Toda empresa hoje fala muito em inovação.
01:30Você mesmo disse que a Bic teve uma evolução ao longo dos anos.
01:34Mas, ao mesmo tempo, nesse caso concreto, parece que não há necessidade muito de inovar.
01:40A Bic faz sucesso do jeito que ela é.
01:43Isso cria para vocês, talvez, uma espécie de dilema de manter o tradicional, sem abrir mão da inovação.
01:49Claro que vocês têm outros produtos também, nos quais vocês podem inovar.
01:51Mas, na caneta Bic, parece que o espaço é um pouco restrito, não?
01:55Interessante esse ponto de vista.
01:57Vamos falar da categoria de papelaria, representada pela nossa icônica Bic Cristal.
02:02Realmente, o produto foi desenvolvido tecnicamente ao longo do tempo.
02:06Por exemplo, a tinta, hoje, ela não estoura no papel.
02:09Ela tem um pequeno orifício no tubo, onde faz uma troca de pressão com a atmosfera.
02:14Se você reparar, a tampinha da caneta atrás tem um pequeno orifício, né?
02:18Para caso alguém gira o produto, não ser prejudicial à saúde.
02:24Enfim, ela foi sofrendo leves ajustes tecnológicos com o tempo.
02:28Mas ela está aí, ela é firme, ela é icônica.
02:30Como você bem mencionou, são quase 400 milhões de canetas vendidas todos os anos no Brasil.
02:34Porém, existe todo um portfólio da Bic, e esse sim foi evoluindo em torno da caneta.
02:39Então, hoje, tem uma linha de lápis de cor, de colorir completa, para um target mais novo, as crianças.
02:44Tem a linha de marcadores permanentes.
02:46Tem a linha daquela outra icônica Bic 4 cores, né?
02:49Quem nunca usou uma Bic 4 cores, que ela é multifuncional.
02:53Então, a categoria foi evoluindo em torno do seu produto icônico.
02:57E depois, a Bic também introduziu outras categorias no Brasil, como isqueiros, que é líder absoluto, com 90% de market share.
03:03E a categoria de lâminas, lâminas de barbear e depilar, onde a gente é a marca desafiadora, ganhando participação no mercado ano, também muito porque inova.
03:12Está muito no DNA da empresa.
03:14Quando a empresa existiu, ela inovou.
03:16Ela deu acesso à escrita, através da caneta esferográfica, que é a bolinha que tem na ponta, que são esferas.
03:22Então, está muito no DNA da empresa continuar essa evolução do portfólio ano após ano.
03:27Quando você tem em mãos um produto como a caneta Bic Cristal, que é um produto icônico, um produto que tem até uma memória afetiva por parte dos consumidores,
03:36as mudanças que se fazem necessárias, como essas que você citou, por exemplo, me parece que elas têm que ser muito sutis e implementadas de maneira muito gradual,
03:46até para o cliente não notar uma mudança muito brusca naquele produto que ele está acostumado, não?
03:50Sim, existe uma lealdade muito grande dos consumidores que compram o produto, ficam com o produto, afinal a caneta escreve até 3 quilômetros.
03:59Muita gente perde e a caneta some, existem até alguns memes aí na internet, porque é um produto de longa duração.
04:07Então, é muito importante, como você bem citou, manter os aspectos que fazem desse produto que ele é.
04:12Hoje, a caneta Bic, está até no museu em Nova York, em Paris, ela transcendeu.
04:18Ela não é do marketing da Bic, ela não é nem da Bic Brasil, ela é das pessoas.
04:23Então, exatamente, tem que tomar esse cuidado.
04:25Até interessante, você falou o tom da tinta, que quando ela derrama no papel, a gente toma esse cuidado para se manter fiel ao tom original.
04:34Agora, para um produto como a Bic, que é tão disseminado, tão conhecido no mercado, vocês ainda fazem um esforço de marketing ou a caneta se vende sozinha?
04:42Sim, falando da categoria de papelaria, a caneta sempre precisa estar contemporânea.
04:48Ela precisa atender uma expectativa das pessoas.
04:51Então, sim, a gente sempre está falando, inclusive estamos com uma campanha agora lançada no último Volta às Aulas,
04:55que é sua maior expressão está numa Bic, onde o produto herói é a caneta Bic Cristal, mas a gente fala do portfólio inteiro.
05:02E aí, sim, o marketing precisa comunicar que a Bic não é só a caneta Cristal.
05:06A Bic tem a linha de colorir, a linha de marcadores, a linha de caneta gel, por aí vai.
05:10Sem falar nas outras categorias, como lâminas e isqueiros, que também é super importante estar conectado com as novas gerações,
05:18fazendo ativação de marca, presente em momentos onde o shopper ou o consumidor estão presentes.
05:23Também imagino que vocês aproveitem aí alguns hypes do mercado, né?
05:26Bob Goods é um exemplo, não?
05:29Sim, e nesse estar presente com o consumidor, a gente tem uma área de pesquisa, desenvolvimento, tendência,
05:34a gente tem sempre que estar antenado.
05:35Então, uma tendência, por exemplo, essa que você citou, qual que é o material para poder colorir o Bob Goods?
05:41São as canetinhas, são as canetas, são os lápis de cor.
05:44Então, tudo isso precisa estar junto em tendências, às vezes surfando uma tendência que hoje em dia pode ser rápida, né?
05:50E aproveitando e capilarizando esse momento, sem dúvidas.
05:53Agora, por outro lado, uma coisa que talvez jogue contra as canetas em geral, não só a Bic,
05:58é o fato de que a gente está escrevendo cada vez menos, não é, Rodrigo?
06:01Vocês levam isso em conta na hora de fazer a estratégia de vocês?
06:05O mercado está em constante transformação, né?
06:07A gente fala que a gente lida com uma categoria que é escrita, que ela entra na vida das pessoas desde a escola, né?
06:14Todo o conteúdo programático de qualquer escola passa por colorir, né?
06:17Lápis de cor, lápis de grafite e depois tem o ritual da caneta.
06:20Então, uma categoria que ela entra, as pessoas aprendem através dela e tem N benefícios da escrita,
06:27como memorização, coordenação motora fina, cognitivo, e que bom que é assim.
06:33Então, as pessoas aprendem dessa forma e é uma categoria que fica.
06:36Claro que ao longo dos anos, como você bem falou, ela vem se transformando, né?
06:40É, eu falo mais da escrita à mão, né?
06:42Eu não estou dizendo que a gente está deixando de escrever, mas a gente está usando muitas vezes computador, outras ferramentas aí, né?
06:47Sem sombra de dúvidas. E o mercado, ele vem em volume, mais ou menos, crescendo numa batida de 2, 3% ao ano,
06:56com leve crescimento, de acordo com a população mesmo.
06:59Só que em valor, é uma categoria que vem trazendo valor através de outros tipos de produto, né?
07:04Que aumenta o ticket médio, traz uma escrita diferente, uma escrita colorida.
07:07Então, é um mercado que ele pulsa muito e ele pede por muita inovação.
07:11As pessoas continuam ainda assim se inscrevendo de outras formas, né?
07:14Claro, você vê um jovem estudando, óbvio que ele tem duas ou três telas na frente dele, mas ele tem as canetas, as canetas coloridas.
07:23É comprovado que você, quando você coloca a tinta no papel com cor, você memoriza mais e mais fácil.
07:29É, eu, pessoalmente, eu gosto muito de escrever a caneta mesmo, sabe?
07:33Uso muito o computador, como você disse, mas de fato, quando eu escrevo, eu sinto que, não sei, parece que entra mais no cérebro
07:39e também eu sinto que, de fato, eu anotei alguma coisa ali naquele pedaço de papel que eu não vou perder.
07:45Para a minha geração, para a sua, enfim, acho que é muito difícil a gente perder esse vínculo com o papel e a caneta, né?
07:51Sim, e para gerações novas, também está acontecendo em outras proporções, né?
07:54Como você bem mencionou, porque, como eu falei, assim, a pessoa entra em contato com esse instrumento de escrita desde a infância, né?
08:02Então, ela aprende dessa forma e é comprovadamente, cientificamente comprovado que você memoriza muito mais,
08:08você aprende muito mais quando você coloca a sua ideia no papel, ao invés de no mais binário, né?
08:12Num teclado, por exemplo.
08:14Exatamente. Rodrigo Iazzi, diretor de marketing da BIC para o Brasil e para a Argentina.
08:19Muito obrigado pela sua participação hoje aqui no Real Time. Boa tarde.
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