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No Direto ao Ponto, o CEO da CECAFÉ, Marcos Antonio Matos, analisa como o resultado das próximas eleições pode impactar o agronegócio brasileiro. Ele destaca a importância de priorizar políticas econômicas que favoreçam o setor para garantir estabilidade e crescimento no mercado interno e externo.
Assista na íntegra: https://youtube.com/live/oo-vTrxLGsA

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Transcrição
00:00Vai lá, Elias.
00:01Marcos, aproveitando que a gente está falando aqui de futuro,
00:05a gente tem uma eleição presidencial ano que vem,
00:07e é evidente que pode acontecer uma mudança drástica,
00:11até porque hoje a gente enxerga a política como binária,
00:13ou é um lado ou é o outro, a gente não consegue ainda enxergar um campo de centro.
00:17E falando de futuro também, vocês estão organizando, de certa forma,
00:23como será esse impacto político no ano que vem,
00:25no sentido de que aguarda-se somente a negociação do tarifácio,
00:30dando tudo errado, ou seja, não conseguindo reverter o tarifácio e etc.
00:34Para onde vocês estão apontando para o futuro?
00:38E se o impacto eleitoral no ano que vem gera muito impacto para vocês,
00:41no sentido de existem dois planos já, olhando para 2026,
00:46existe plano além do tarifácio, como vocês enxergam isso?
00:51Olha, nós trabalhamos numa mesma estratégia,
00:55estamos ajustando as nossas estratégias para focar na economia e menos política.
01:00Isso porque tem fatores ali, a gente vê a polarização tão forte no Brasil,
01:05a gente está vendo nos Estados Unidos também que também vão ter eleições ano que vem,
01:09para o Congresso.
01:11Então a gente vê que a gente tem que ter uma pauta econômica
01:14e buscar dos candidatos um compromisso,
01:16um compromisso com essas pautas da infraestrutura,
01:18dos acordos comerciais, do apoio ao setor produtivo,
01:23na regulamentação da reforma tributária,
01:26que se objetiva quem realmente gera empregos e gera os recursos tão importantes na exportação.
01:31Então a gente acha que até ali a gente pode trabalhar.
01:36E uma coisa que a gente sempre faz é reconhecer os esforços de quem hoje está envolvido.
01:41Como a gente reconheceu o trabalho do ministro Favro,
01:45a gente reconhece o trabalho da Frente Parlamentar da Agropecuária,
01:47a gente tem parlamentares muito estratégicos,
01:49hoje até brincaram que o deputado Arnaldo Jardim fala em aposentadoria.
01:53Alguém falou assim, não, você não pode aposentar não, me desculpe,
01:57você é o deputado Arnaldo Jardim, poxa vida.
01:59Ele conheceu com a gente na semana passada aqui.
02:02Que conhecedor do agro que ele é, ele é absurdamente inteligente,
02:05ele é assim, é de uma experiência.
02:08Se tem uma pessoa que pode abraçar essa ideia
02:11de colocar o orçamento da infraestrutura no orçamento público
02:16de um jeito muito mais estratégico,
02:17é um parlamentar com o Arnaldo Jardim.
02:19Então ele foi homenageado no nosso Coffee Dinner Summit em julho desse ano.
02:23Então a gente dá espaços para aqueles.
02:25O Lupion tem feito um trabalho muito forte a favor do setor,
02:29Tereza Cristina.
02:30Então assim, a gente tem que reconhecer os esforços.
02:33Aí ali não olhar para a questão partidária.
02:35Porque a gente viu, por exemplo, o Café na Cesta Básica,
02:38nas discussões da reforma tributária,
02:39a gente conseguiu colocar todos os tipos de cafés dentro da cesta básica.
02:43O café verde, os cafés industrializados e os cafés que exportam.
02:47E por que isso foi importante?
02:48Porque a cesta básica, no conceito novo da cesta básica,
02:51é produtos prontos para consumo.
02:52E o café verde, ele não é pronto para consumo.
02:55Só que se ele não estivesse na cesta básica,
02:56ia ter incidência de BS e CBS,
02:58ia ter acúmulo de todos esses créditos.
03:00Por quê?
03:01Industrializado está na cesta básica, exportado está no...
03:03Então seria zero na saída, de todas as formas.
03:05Então a gente teria um acúmulo enorme de créditos.
03:07Foi o Reginaldo Lopes, que é relator na Câmara,
03:10que nos ajudou a colocar.
03:12E ele é partido do atual governo.
03:16Então a gente tem que achar quem realmente está comprometido com a pauta.
03:19Está comprometido com a pauta, tem desenvolvido um bom trabalho.
03:22É isso que a gente tem que, com os nossos associados,
03:24nos seus respectivos eventos,
03:26dar algum apoio em termos de exposição das ideias.
03:31Alex?
03:32Marcos, a gente tem um problema aqui que não só está relacionado ao café, ao agro,
03:39a Brasil.
03:40A gente está comentando aqui sobre eleições e aí eu entro no aspecto econômico.
03:44Nós estamos aí nos juros altíssimos,
03:46nos maiores patamares dos últimos 20 anos,
03:48uma Selic a 15%.
03:49A inflação, embora esteja caindo nas últimas semanas,
03:52continua um patamar muito alto.
03:54Tudo isso, eu quero voltar àquela pergunta que eu fiz anteriormente para o senhor,
03:59em relação à capacidade de crédito,
04:02não só para esse programa que o governo Lula está construindo,
04:04mas a capacidade de crédito atual.
04:06Como estão, de fato, a situação financeira dos produtores?
04:10Não colocando, de fato, a questão do tarifácio,
04:13que ainda, como você comentou, está em xeque, tem dúvida,
04:15mas a situação atual é dificultosa,
04:18é uma situação em relação aos preços que você tem colocado,
04:21praticados no mercado internacional,
04:22eles ganharam, de fato, dinheiro com isso.
04:25Como que está a relação de alavancagem, dívida,
04:28não só a operação que você comentou muito bem,
04:30industrialização,
04:31mas agora focando especificamente no lado financeiro, Marcos?
04:34Perfeito, Elias.
04:35A gente tem visto que, nesses patamares de preços das últimas safras,
04:38o produtor conseguiu se capitalizar.
04:40Claro que não pode generalizar,
04:42porque aquele produtor que foi afetado pela geada,
04:44ele teve prejuízos econômicos,
04:46das ondas de temperatura altas,
04:47ele teve prejuízos econômicos,
04:49mas, em geral, ele conseguiu se capitalizar.
04:52Tanto que um dos motivos da comercialização esse ano
04:54ter sido tão lenta é porque o produtor estava capitalizado.
04:58Ainda mais quando a gente olha os cafés Conilon e Robusta,
05:01que tem uma produtividade muito mais alta aqui do Arábica.
05:04É uma outra dinâmica, um custo mais baixo
05:06e uma produtividade mais alta.
05:07Então, a gente viu isso.
05:09Eu até me recordo,
05:10tem uns quatro anos,
05:13antes foi feita uma audiência pública uma vez
05:14para saber a saúde dos cafeicultores,
05:17lá na Câmara Federal.
05:19E, na ocasião, o Banco Central tinha levantado os números
05:21sobre o endividamento da cafeicultura
05:23e apresentaram um número de 1%.
05:25Mesmo que esse número tenha modificado
05:27para os produtores que foram afetados,
05:29pelas anomalias climáticas,
05:30os patamares de preços
05:31são acima e bem acima
05:33daqueles praticados para se produzir o custo,
05:35para se produzir o café.
05:36Então, o custo é bem mais baixo dos preços praticados.
05:39Então, a gente entende que o produtor está capitalizado,
05:42apesar de todas as dificuldades,
05:44de todos os problemas que ele enfrentou.
05:46Então, isso também é uma fortaleza que ele tem hoje
05:49em poder fazer novos investimentos.
05:51Os juros extremamente altos,
05:54isso machuca.
05:54No caso do café,
05:57a gente pode dizer o seguinte,
05:59quem passa por maior dificuldade,
06:01obviamente, o produtor sempre é o sustentáculo
06:04da sustentabilidade, de tudo,
06:05mas a gente tem que olhar tanto a indústria,
06:08porque muitas vezes o preço subia da matéria-prima,
06:10em vez de estar subindo novamente na bolsa,
06:12a gente falou dos R$ 3,20,
06:13mas ele não pode repassar no supermercado.
06:16Ele já tem a política de estoque,
06:17a questão da inflação,
06:19então, o próprio supermercado tem as suas resistências
06:24de aumentar, é mais gradual.
06:26Então, muitas vezes, fica em apuros.
06:28No caso do exportador, também é sério,
06:30porque volatilidade é alta
06:32e o mercado faz muitos anos ele está invertido.
06:35Ou seja, o futuro é mais barato do que o presente.
06:40Então, aquela fórmula de fazer a operação futura,
06:43de você vender, porque o futuro vai estar mais caro
06:45e você faz aquele abre trágica,
06:47está tudo em cheque.
06:48Você tem que ter outros mecanismos
06:50para uma trade ganhar recursos,
06:52ganhar dinheiro na sua operação.
06:53Juros altos combinado com o mercado invertido.
06:56Então, é uma fórmula que desafia o modelo clássico
07:00de uma trading.
07:01Mas, obviamente, aí eu faço uma consideração
07:06que o setor evoluiu muito.
07:08Quando nós tivemos a geada em 2021,
07:11o setor tinha uma certa exposição
07:13em contratos futuros em aberto.
07:15Então, nós, como setor,
07:16nós criamos uma plataforma de gestão de risco
07:19dos contratos futuros lá em 2021.
07:21Uma plataforma que tem até hoje.
07:23E os nossos membros, eles compartilham seus contratos
07:27numa plataforma segura, anti-hacker,
07:29com todos os sistemas,
07:30com um provedor de soluções.
07:32E esse sistema, ele te dá indicadores.
07:35Porque no passado, a gente não sabia
07:36quanto o produtor vendia.
07:38Era muito fácil comercializar com um e com as empresas todas.
07:41Hoje, o mercado sabe.
07:42Se o produtor produz 5 mil sacos, ele não pode vender 7 mil.
07:45Ele tem que estar dentro de uma lógica do que ele produz.
07:48Então, ele mede a eficiência.
07:50E se o produtor deixou de entregar,
07:52o mercado também fica sabendo.
07:53Se ele deixou de entregar porque ele perdeu
07:55por uma questão climática,
07:56aí é outra história, força maior.
07:58Você faz um novo contrato.
08:00Isso aconteceu e muito na geada.
08:02Faz um novo contrato.
08:03Não é culpa dele.
08:03Agora, se ele produziu só porque o preço caiu,
08:06ou o preço subiu,
08:07isso não é motivo de quebra de contrato.
08:09Porque se você fez um contrato,
08:11a indústria está esperando.
08:12Você tem toda uma cadeia montada.
08:14E se tem uma coisa que o Brasil tem
08:16à frente dos nossos concorrentes,
08:19é o Brasil entrega a qualidade que foi contratada
08:23no tempo certo,
08:25no tempo e na qualidade correta.
08:28Então, assim, a gente tem credibilidade na exportação.
08:30A gente não tem quebra de contrato.
08:32É muito pontual.
08:33Então, a gente achou que naquele momento, 2021,
08:35a gente precisava fazer algo a mais
08:37para que o Brasil não perdesse esse parâmetro de credibilidade.
08:41Então, a gente criou essa plataforma
08:42e hoje o setor é menos exposto do que ele foi em 2021,
08:47porque ele tem mais parâmetros para fazer gestão de risco.
08:49E o setor financeiro gosta de dizer,
08:51poxa, a cadeia do café faz gestão de riscos.
08:53Então, até ouvimos falar de ACCs com juros mais baixos,
08:57porque essa cadeia faz gestão de risco.
09:00Então, no fim das contas, é muito bom para o produtor,
09:02porque se a estrutura financeira é mais barata,
09:04porque existem informações que ajudam na tomada de decisão,
09:08o produtor também pode ter uma condição melhor
09:10para negociar o seu café.
09:12Então, você veja, às vezes pode parecer que é algo
09:14que o produtor pode reclamar,
09:15fazer uma plataforma para ficar mexendo com os indicadores,
09:19mas é bom.
09:20Quanto mais cadastro positivo a gente tiver,
09:22quanto mais gestão de risco a gente tiver,
09:25mais profissionalismo para a cadeia.
09:26Então, todo esse cenário que você coloca nos preocupa,
09:29porque além dos juros serem altos,
09:31a expectativa de contas públicas não melhora.
09:35Pelo contrário, a gente vê informações,
09:38o próprio tarifácio impacta para que as contas públicas
09:41sejam uma ameaça maior do que ela já é.
09:43Por exemplo, a gente viu no mês passado,
09:46o investimento estrangeiro direto foi menos da metade do projetado.
09:50E quem fala e faz investimento estrangeiro direto
09:52são os Estados Unidos,
09:53são os mais importantes nessa conta,
09:56de entrada de recurso para investimento.
09:58Então, se esse número que a gente viu se consolida
10:02e passa a ser a regra,
10:04com o menor recurso entrando,
10:06a gente vai ter um problema fiscal antecipado.
10:08E se o problema fiscal se antecipa,
10:10os juros futuros também vão subir.
10:13Então, a gente tem muitas variáveis que pesam
10:16e que nos preocupam, sem dúvida nenhuma.
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