Pular para o playerIr para o conteúdo principal
O governo antecipou para 2027 a cobrança total de 35% de imposto sobre elétricos e híbridos importados, atendendo à Anfavea. O presidente Igor Calvet explica os impactos na indústria, que já investiu R$ 180 bilhões na cadeia automotiva nacional. A medida visa proteger empregos e atrair novos investimentos.

🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!

Siga o Times Brasil nas redes sociais: @otimesbrasil

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

#CNBCNoBrasil
#JornalismoDeNegócios
#TimesBrasil

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00O setor automotivo repercute a decisão do governo de antecipar em um ano e meio
00:05o fim do cronograma de elevação tarifária para veículos elétricos e híbridos importados,
00:11atendendo parcialmente ao pleito apresentado pela Anfávia,
00:15a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.
00:19Com isso, veículos híbridos ou elétricos, sejam montados ou desmontados,
00:23passarão a recolher imposto de importação de 35% a partir de janeiro de 2027,
00:30e não mais em julho de 2028, como estava previsto anteriormente.
00:35Para entender o impacto dessa mudança para o setor, eu falo agora com o Igor Calvé, presidente da Anfávia.
00:42Igor, boa tarde para você, obrigado pela gentileza aqui, pela disponibilidade em conversar com a gente.
00:47Igor, primeira pergunta é essa então, que impacto essa medida do governo tem
00:52para a indústria automobilística instalada aqui no Brasil?
00:55Olá, Tucci, a todos que nos assistem, é um prazer estar aqui com vocês.
01:01A nossa indústria automotiva no Brasil, que está aqui, é centenária no Brasil,
01:07viu com satisfação a decisão do governo, afinal de contas,
01:12essa decisão poderia impactar grandemente os investimentos que nós fizemos.
01:17Para você ter uma ideia, Tucci, nós investimos, desde 2024 para cá,
01:23nós anunciamos investimentos da ordem de 180 bilhões de reais em toda a cadeia automotiva.
01:31E nos angustiava bastante pensar que o governo mudaria as regras do jogo.
01:37Esses investimentos, eles dizem respeito a novos tipos de veículos,
01:42a tecnologias novas que as empresas instaladas aqui no Brasil trarão para o país.
01:48Novas formas de propulsão, os híbridos plug-in, os híbridos, os elétricos,
01:54tudo isso viria com essa mudança que o governo fez,
01:58na medida correta, o máximo, aceitável, que nós conversávamos com o governo,
02:03nós acreditamos que esses investimentos continuarão.
02:06Essas alterações vão, de certa forma, se dificultar a entrada no país
02:14de kits desmontados, aquilo que o pedido era para que os carros
02:20viessem completamente desmontados ou semidesmontados
02:23e viessem para o Brasil apenas passar por um processo industrial muito simples,
02:30que, em outras palavras, poderia gerar o desinvestimento das indústrias já instaladas,
02:35que anunciaram investimentos ou que poderiam até mesmo causar demissões
02:40e acabar com a rede, com a cadeia de fornecimento no país.
02:45Com a decisão, o governo, na verdade, faz algo que é atrair novos investimentos,
02:51mas sem descuidar daqueles que já estavam aqui fabricando tudo isso.
02:54Que nível de impacto, Igor, poderia ter a manutenção do estado anterior
03:03de prazos em relação à taxação desses itens chineses,
03:09da montagem dos veículos chineses aqui?
03:11Você falou de desinvestimento.
03:13Isso estava já de uma forma concreta no radar da indústria brasileira?
03:17Olha, isso nunca é concreto, até que as mudanças de regras
03:25sejam efetivamente não só anunciadas, mas publicadas.
03:30Os cálculos, as contas, precisam ser feitos,
03:34porque os investimentos são feitos dentro de um quadro jurídico,
03:39que necessita de segurança jurídica ao longo do tempo.
03:42Como os anúncios dos investimentos foram feitos nos últimos dois anos,
03:46partiram de medidas provisórias, de portarias, de decretos,
03:51que sustentavam esses investimentos.
03:53Quando acontece um pedido que muda a regra, nós avisamos,
03:57olha, há risco de revisão desses investimentos.
04:01Isso é verdade, há um risco sempre de revisão.
04:04Afinal de contas, nós trabalhamos todos por uma indústria automotiva forte no país,
04:09mas essa indústria é global, é uma indústria que está em todos os países,
04:14em que os fluxos de investimentos, eles acontecem entre regiões,
04:20a depender das condições de mercado, das condições de investimento,
04:24das condições regulatórias.
04:26Como estava previsto, Tucci, era um pedido para três anos,
04:30para que houvesse a redução das alíquotas,
04:33para trazer esses kits desmontados ou completamente desmontados.
04:36Isso, nós estimamos, geraria sobretudo um impacto na cadeia,
04:41nos fornecedores de autopeças, que conosco anunciaram,
04:44nós anunciamos 130 e 50 bilhões,
04:48por isso que nós somamos na cadeia automotiva 180 bilhões de investimento.
04:52Como esses itens entrariam no Brasil de maneira muito facilitada,
04:57praticamente sem pagar imposto,
05:00não haveria compra aqui no Brasil das montadoras desses insumos.
05:04E, ao não haver a compra desses insumos, dessas partes,
05:08a nossa indústria já estabelecida aqui de autopeças teria bastante problema,
05:14e não só isso.
05:16Nós estimamos, Tucci, que um processo produtivo no setor automotivo,
05:21aquele processo que é completo, que envolve a pintura do automóvel,
05:25a estamparia, a soldagem, tem prensa aqui também no Brasil,
05:30esse processo envolva a cada funcionário de uma fábrica,
05:3510 outros trabalhadores indiretos.
05:37Nesse processo mais simples, que é apenas uma montagem simplória,
05:42nós imaginamos que a cada emprego,
05:44esse é um estudo, gera apenas 3 ou 4.
05:48Então, isso daria uma redução de algo em torno de 40,
05:52até podendo chegar a 70% no nível de emprego.
05:55Então, eu imagino que essa decisão tenha sido,
05:58no limite do possível, aquilo que poderá ser feito,
06:03ou poderia ser feito sem influenciar os investimentos, Tucci.
06:08Igor, essa concorrência dos chineses,
06:11vem acelerando a busca da indústria brasileira,
06:16tanto por mais produtividade,
06:18quanto por mais investimentos em veículos elétricos e híbridos?
06:21Sem dúvida nenhuma, acho que a concorrência,
06:26independente de ser de origem chinesa ou não,
06:30ela sempre ocasiona,
06:32essa competição sempre ocasiona mais inovação,
06:36busca por maior produtividade.
06:39Nós somos favoráveis a isso,
06:41os veículos, as empresas chinesas que vêm ao Brasil,
06:46são empresas muito bem-vindas.
06:47Aliás, o Sinós, do setor automotivo brasileiro,
06:51como mencionei,
06:51somos majoritariamente empresas de capital estrangeiro,
06:55mas que atuam no Brasil há décadas,
06:57algumas são centenárias.
06:59Essas empresas, elas têm um compromisso com o país,
07:02não só de vender os seus veículos,
07:05vender o veículo é uma parte pequena
07:07de toda a cadeia envolvida.
07:10E nós achamos que a competição, ela é fundamental.
07:14O Brasil não é um país fechado à competição do setor automotivo,
07:18pelo contrário,
07:20há dezenas e dezenas de marcas atuando no Brasil,
07:24em nichos específicos ou não em nichos específicos,
07:27com grande volume ou com baixo volume.
07:30A competição, ela é fundamental.
07:33As montadoras chinesas, elas estão chegando,
07:35não é só no Brasil,
07:36no mundo inteiro, elas estão começando a competir.
07:40E majoritariamente,
07:42elas entram no nicho de mercado,
07:44que são os veículos elétricos.
07:47Os veículos a combustão,
07:48antes de muito mais história no mundo,
07:50e agora nós estamos passando por um momento
07:52de transição tecnológica desse setor,
07:54que é natural,
07:55esse momento de transição tecnológica.
07:57Sim, então a competição é muito bem-vinda,
08:00as empresas chinesas são super bem-vindas no país.
08:02A nossa preocupação,
08:04a indústria nacional é que as empresas que vêm para cá
08:07possam competir com os que aqui estão,
08:10de maneira justa, equilibrada,
08:12sem privilégios.
08:14Isso, essa é uma competição mais harmônica.
08:16Então, nesse sentido,
08:17todo investimento no Brasil é super bem-vindo.
08:20Igor, só para a gente encerrar,
08:22não poderia deixar de aproveitar a oportunidade
08:25de falar contigo para fazer uma pergunta
08:26sobre o tarifácio também.
08:28E a gente vê que a indústria automobilística
08:31tem estado muito no radar da Casa Branca,
08:33de Donald Trump,
08:35claro que especialmente ali em relação aos mercados
08:37que vendem muito veículo para os Estados Unidos,
08:39notadamente o México e a União Europeia, por exemplo.
08:42O Brasil não se enquadra nessa categoria.
08:45Agora, de qualquer forma,
08:46esse tarifácio todo,
08:47os impactos que isso tem nas indústrias,
08:50que são as matrizes dessas marcas
08:52que temos representadas aqui no Brasil,
08:55como é que o tarifácio,
08:56no ponto em que ele está,
08:57inclusive com os anúncios de ontem relativos ao Brasil,
09:00como é que ele mexe com a indústria automobilística
09:03baseada aqui no Brasil?
09:06Olha, excelente pergunta, Tô,
09:08se a nossa indústria automotiva no Brasil
09:11ela é baseada em três segmentos.
09:15Um são os automóveis de passageiros.
09:17Nesse segmento, Tô,
09:18nós exportamos muito pouco para os Estados Unidos.
09:21Afinal de contas,
09:22o mercado americano e o mercado brasileiro
09:24têm perfis de consumo muito diferentes.
09:26Os consumidores brasileiros
09:27consomem determinado tipo de veículo,
09:29de automóvel,
09:30e os consumidores americanos,
09:32outro.
09:32O outro segmento é o de veículos pesados,
09:35os caminhões e ônibus.
09:36Esse também nós não exportamos aos Estados Unidos.
09:39Mas tem um segmento da indústria automotiva nacional
09:42que vai ser bastante afetado,
09:45que é a nossa indústria de máquinas autopropulsadas,
09:48as máquinas agrícolas,
09:50as máquinas rodoviárias.
09:51Salvo o melhor juízo,
09:53nós temos um mercado de exportação para eles
09:55até meio do ano
09:57de 1,7 bilhão de dólares.
09:59É um valor muito alto
10:00e que será atingido
10:03por essa sobretaxa
10:05que vai chegar a 50%.
10:08Isso nos preocupa em demasia.
10:11As notícias que saíram ontem,
10:13Tô,
10:13se elas não retiraram,
10:15não deram exceções
10:17a essas máquinas.
10:18Isso ainda nós estamos trabalhando,
10:20avalendo os impactos,
10:22trabalhando com as empresas.
10:23Então,
10:24inclusive essa indústria
10:26está no estado de São Paulo,
10:28majoritariamente,
10:29e nós entendemos
10:30que é super importante
10:31que haja uma mobilização,
10:33inclusive do governo.
10:35As empresas estão fazendo gestões em Washington,
10:38mas que haja uma gestão importante também do governo
10:41para ajudar essas empresas.
10:43Afinal de contas,
10:43é um mercado muito importante
10:45e um mercado muito sofisticado,
10:47do qual nós não podemos perder
10:49em hipótese alguma.
10:52Igor Calvé,
10:53presidente da Anfávia.
10:54Igor, mais uma vez,
10:55muito obrigado pela gentileza da entrevista
10:57e uma boa noite para você.
11:00Boa noite a todos
11:00e boa noite a todos que nos assistem.
11:02E aí
11:03E aí
11:07E aí
11:09E aí
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado

0:26