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O presidente da Be8 e comentarista do Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC, Erasmo Battistella, celebrou no Real Time a estreia do B15 no Brasil e destacou a força estratégica dos biocombustíveis, mesmo com tensões comerciais. A medida reduz importações e impulsiona a produção nacional.

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Transcrição
00:00E amanhã entra em vigor a mistura 15% de biodiesel ao diesel, chamada de B15, que nós demos em primeira mão aqui no Real Time com o nosso notável Erasmo Batistela.
00:12E ele está aqui online para nos atualizar sobre isso e também para comentar sobre o decreto de Donald Trump de 50% de taxas sobre nossos produtos.
00:22Oi Batistela, muito bom dia para você, tudo bem?
00:26Bom dia, Eric, muito bom estar aqui contigo novamente.
00:29É um prazer nosso recebê-lo aqui mais uma vez.
00:32Batistela, com o B15, com essa adição de 15% de biodiesel no diesel, a gente fica menos dependente do petróleo e é bom para o meio ambiente, não é isso?
00:44Com certeza, amanhã é um dia histórico para o Brasil, porque pela primeira vez na história do Brasil nós vamos estar com 15% de mistura de biodiesel ao diesel.
00:53Como você falou, vai ajudar a diminuição da importação de diesel, porque o Brasil ainda importa 20% do diesel que consome e também tem um impacto ambiental muito importante.
01:05Nós estimamos que este ano, no último quadrimestre que vamos utilizar o B15, nós devemos aumentar a produção e o consumo entre 250 e 300 milhões de litros.
01:18E também, Eric, vai ser um dia importante amanhã porque, pela primeira vez na história do Brasil, também nós vamos chegar a 30% de mistura de etanol.
01:27Vai subir de 27% para 30%.
01:29Essas medidas, essa composição e o aumento da composição, ajuda com certeza o meio ambiente.
01:37Agora, Batistela, diante dessa taxação de Donald Trump, em que contexto de oportunidades você coloca o setor de biocombustível neste momento?
01:47Olha, o setor de biocombustíveis, ele é um setor que tem um trabalho muito semelhante ao que acontece nos Estados Unidos.
01:55Eu, particularmente, não é de hoje que tenho defendido que, primeiro, como empresário, acho que as tarifas são prejudiciais aos negócios, independente do percentual que ela é e para qual país é.
02:10Mas, obviamente, é direito de cada governante defender a economia do seu país.
02:14Porém, no caso dos biocombustíveis, especificamente falando, para os Estados Unidos e para o Brasil, eles são uma grande oportunidade.
02:22Em especial para o Brasil hoje, que é o segundo maior produtor e consumidor de biocombustíveis, estando somente atrás dos Estados Unidos,
02:31eu vejo que há, sem sombra de dúvida, um movimento geopolítico importante.
02:37O Brasil pode, sim, através da tecnologia de produção de biocombustíveis, etanol, biodiesel, SAF de aviação,
02:45se tornar um grande player global e, mais do que isso, levar a nossa tecnologia para outros países, como a tecnologia do caro flex,
02:55que hoje, na minha opinião, o caro flex junto com o híbrido é a melhor opção para a descarbonização.
03:02Mas um ponto importante, Eric, é que Brasil e Estados Unidos sempre foram parceiros no desenvolvimento dos biocombustíveis.
03:09Eu cito, por exemplo, o fornecimento de tecnologia.
03:14Hoje, os Estados Unidos é o grande fornecedor de tecnologia para o Brasil.
03:18Nós mesmos, aqui na BH, utilizamos tecnologia americana para a produção de biodiesel,
03:23estamos agora utilizando tecnologia para a produção de etanol,
03:27temos licenciamento de tecnologia para a produção de SAF,
03:31tem também muito fornecimento de catalisadores, que é muita tecnologia embarcada.
03:36Ou seja, eu vejo que nós deveríamos atuar de forma estratégica e conjunta, os dois países,
03:44para disseminar a produção e o consumo de biocombustível no mundo,
03:48porque somos os dois maiores produtores e consumidores.
03:54Batistela, essa guerra comercial iniciada por Trump em relação ao Brasil,
03:59pode quebrar um pouquinho ou causar algum ruído nessa relação,
04:03nessa troca de tecnologia ou nessa parceria nessa área de biocombustível entre o Brasil e Estados Unidos?
04:09Eu vejo que, no primeiro momento, vai ter um impacto mais no setor sucro-alcooler,
04:15principalmente no etanol e no açúcar,
04:18mas é importante que se diga que o Brasil exporta no aumento em torno de 300 milhões de litros de etanol,
04:26300 a 350 milhões.
04:29E somente o aumento do E27 para o E30 vai ter uma demanda adicional no Brasil
04:35de 1,2 a 1,3 bilhões de litros.
04:40E o Brasil tem, na Lei Combustível do Futuro, o aumento para 35% de mistura.
04:46Então, o Brasil se resolve, digamos assim, no que diz respeito ao etanol no mercado interno.
04:50E, mais de uma vez, eu digo, eu acho que o Brasil tem que atuar de forma geopolítica,
04:56principalmente no que diz respeito ao Mercosul e países que nós temos parcerias,
05:03como África e Sudeste Asiático, Índia, por exemplo,
05:07para desenvolver ainda mais o mercado de etanol.
05:11O setor de açúcar é um setor que, hoje, para exportar para os Estados Unidos,
05:15já usa cotas e o volume exportado é menos de 1% de todo o volume que nós exportamos.
05:22Então, tem um impacto, sim, mas não é muito grande.
05:24Agora, no sentido de trocas tecnológicas, eu vejo que não deveria afetar.
05:31Mas o que vai acontecer?
05:33Se, efetivamente, essas tarifas atingirem isso também,
05:37o Brasil, obviamente, vai estar mais próximo da Europa,
05:40que é um concorrente americano de fornecimento de tecnologia e catalisadores,
05:44e também da Ásia, que vem despontando como um fornecedor de tecnologia.
05:48Então, temos rotas alternativas se, efetivamente,
05:52essas taxas implicarem em maiores custos para as tecnologias americanas.
05:58Erasmo, olha, o Brasil virou uma potência em produção de biocombustíveis
06:02e se fala muito em problemas energéticos, principalmente na Europa,
06:07que a gente vê em determinados momentos a questão da energia.
06:11A gente teve um apagão recentemente lá que atingiu a Europa, a Espanha, enfim.
06:16O biocombustível pode ser uma alternativa, por exemplo, ao gás, o carvão,
06:20que justamente está nesse centro aí de polêmico,
06:24de problemas, por exemplo, de energia na Europa?
06:27Olha, ele já é uma grande alternativa.
06:31E no nosso caso, no Brasil, da forma como nós produzimos,
06:34com o nosso agronegócio que produz a nossa matéria-prima
06:38e que respeita o meio ambiente, nós hoje somos uma potência
06:42e temos muito potencial para aumentar a produção de biocombustível no Brasil.
06:48E sempre que nós, no Brasil, estamos aumentando a produção,
06:51nós estamos diminuindo o custo.
06:53Isso é um outro ponto muito importante.
06:56A transição energética precisa vir, mas ela não pode vir a qualquer custo.
07:00Ela precisa cuidar também dessa questão econômica.
07:04Outro ponto muito importante, Eric, que o biocombustível,
07:09ele gera mais de 10 vezes PIB a mais do que a produção de combustíveis fósseis no Brasil.
07:15Então, os biocombustíveis são muito importantes para a nossa economia
07:19e têm atraído grandes investimentos.
07:22Eu não tenho dúvida que nós podemos ser um grande fornecedor
07:27de energia limpa para a Europa, por exemplo.
07:29E esse é um outro quesito que deveríamos estar trabalhando de forma estratégica,
07:35Brasil e Estados Unidos, para que a gente possa tirar algumas semânticas do meio do caminho.
07:42Por exemplo, a Europa coloca para a produção de biocombustível
07:48alguns temas que dificultam a exportação, como o uso da terra.
07:54E nós precisamos que isso seja melhor debatido,
07:58porque o Brasil hoje tem a capacidade de produção
08:02com praticamente sem emissão a produção de matéria-prima.
08:07Dependendo da forma como a gente utiliza a terra aqui,
08:10com duas safras, a gente tem, inclusive, uma agricultura de carbono negativo.
08:15Então, nós temos muitas discussões que podem abrir novos mercados para o Brasil
08:21e, consequentemente, para os Estados Unidos,
08:24porque a forma como nós produzimos biocombustíveis no Brasil e nos Estados Unidos
08:29estão muito semelhantes, utilizando, inclusive, as mesmas rotas tecnológicas.
08:34E um ponto muito importante, né, Eric?
08:37O SAF para aviação.
08:39Nós temos como país, na minha opinião, o maior potencial de sermos, no futuro,
08:45daqui a 10, 15 anos, o grande produtor de SAF para o mundo,
08:49que, neste momento, é a única alternativa para a descarbonização do setor aéreo.
08:55O Batistela, mas o Donald Trump, ele é muito favorável à energia limpa, né?
09:00A gente fica observando ele incentivando cada vez mais produção de petróleo,
09:06saiu do Acordo de Paris, deve esvaziar a COP30 aí com uma comitiva um pouco menor,
09:11menos representativa aqui no Brasil.
09:13E aí fica difícil, né, essa parceria cada vez maior para essa transição energética
09:18e para a energia limpa, que hoje o mundo está demandando, né?
09:23Essa pergunta sua é muito importante, Eric.
09:25Porque, nesse momento, os Estados Unidos reforçou a atuação dos biocombustíveis
09:31na matriz energética americana.
09:34Por exemplo, eu vou pegar o volume de biodiesel e de diesel verde.
09:39A meta para o próximo ano dos Estados Unidos, ela quase que duplicou.
09:44O governo Trump está repetindo o que fez no seu primeiro governo.
09:48Ele apoiou e muitos biocombustíveis e está apoiando novamente.
09:53Por quê?
09:53Porque os biocombustíveis, eles são oriundos do agronegócio,
09:58que é a base de apoio do presidente Trump nos Estados Unidos.
10:03Ele beneficia a cadeia do agronegócio.
10:05E tem um outro ponto muito importante que acabei de mencionar.
10:08Os biocombustíveis, tanto aqui quanto lá nos Estados Unidos,
10:12eles são muito bons para a economia.
10:15Eles geram emprego, eles geram mais PIB.
10:18Obviamente, o presidente americano, de forma muito pragmática,
10:22compreende que os biocombustíveis, eles são muito bons
10:26e trabalham alinhado com a indústria, por exemplo, do petróleo,
10:29porque é energia líquida.
10:32Hoje, você tem nos Estados Unidos, por exemplo, a mistura de 10% de etanol.
10:38Se eles aumentarem 2% ou 3% a mistura,
10:41que seria um aumento insignificativo,
10:44pode até faltar etanol, dado o tamanho do mercado americano.
10:50Então, os biocombustíveis têm, sim, o apoio do governo americano
10:55em função das resoluções que foram colocadas em práticas no último mês.
11:02Aliás, durante esse mês de julho, porque o mês não acabou.
11:06Então, por isso eu insisto no ponto,
11:09que os biocombustíveis têm uma relação umbilical com o agronegócio,
11:14com os Estados Unidos, com o intercâmbio de tecnologia,
11:18com a forma como nós atuamos olhando o mundo.
11:22Os Estados Unidos, assim como o Brasil, são agnósticos à tecnologia,
11:27são agnósticos à matéria-prima.
11:29Por isso que a gente tem trabalhado como setor
11:32para desplugar a pauta dos biocombustíveis de outras pautas,
11:37porque essa eu acho que a gente deve trabalhar alinhados
11:41para aumentar o mercado global.
11:43Agora, o Brasil tem feito sua parte.
11:45Tem aumentado o mercado interno,
11:48diminuído a dependência de petróleo,
11:51e, através das suas ações,
11:53como a política combustível do futuro,
11:55também diminuído as emissões de gás de efeito estufa,
11:59que é um compromisso real que o Brasil tem e mantém.
12:02É uma lástima que os Estados Unidos,
12:05como a maior potência global,
12:08não esteja participando da COP30,
12:10e também tenha saído do Acordo de Paris.
12:13Mas, no quesito biocombustíveis,
12:15eles continuam firmes e fortes
12:17e são o maior mercado produtor e consumidor.
12:20Olha que boa notícia que você nos traz,
12:22viu, Erasmo Batistela,
12:23porque as medidas e as narrativas de Trump,
12:27ultimamente, vão no caminho contrário da energia limpa.
12:31Então, é uma boa notícia que você traz,
12:32que ainda o governo norte-americano está engajado
12:34em ampliar o setor, a produção de biocombustível.
12:39Erasmo Batistela, obrigado, viu,
12:41pela sua presença aqui no Real Time.
12:43Sempre bom tê-lo aqui com a gente no Times Brasil,
12:45licenciado exclusivo CNBC.
12:48Obrigado, bom dia.
12:49Bom dia, um abraço.
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