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Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé, explicou ao Money Times Brasil os impactos das tarifas norte-americanas sobre o café brasileiro e como o plano Brasil Soberano pode auxiliar os produtores. Ele detalhou desafios de reintegra, contratos e negociação bilateral.

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Transcrição
00:00Agora a gente fala do setor de café brasileiro, que é um dos mais afetados pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos.
00:07De acordo com dados do Ccafé, o país norte-americano segue como o maior comprador dos cafés do Brasil no acumulado dos sete primeiros meses de 2025.
00:17Estamos falando da importação de 3,7 milhões de sacas, o que corresponde a 16,8% dos embarques totais.
00:25A expectativa é que esse segmento seja beneficiado pelo plano de contingência anunciado nesta quarta-feira pelo governo federal.
00:33E a gente vai conversar agora ao vivo com o diretor-geral do Ccafé, o Marcos Matos, que já está ao vivo aqui com a gente no Money Times,
00:40para falar sobre como esse plano Brasil Soberano vai ajudar o setor, se só ele é suficiente para minimizar os danos.
00:50Marcos, boa tarde, bem-vindo de volta ao Money Times.
00:53Olá, Natália. Olá, Felipe. É uma satisfação estar com vocês.
00:58A gente que agradece a sua disponibilidade.
01:01Bom, Marcos, já adiantei aqui, o Brasil é, continua sendo, por enquanto, o principal fornecedor de café para os Estados Unidos,
01:07lidera o ranking das exportações em 2025.
01:12Qual é a expectativa daqui para frente?
01:15E qual a percepção de vocês do plano, como que ele pode beneficiar os produtores de café?
01:24Bom, para nós é muito importante poder falar sobre esse assunto,
01:28até porque como são países insubstituíveis, Brasil do ponto de vista da produção e da exportação,
01:33e Estados Unidos como o maior consumidor do mundo,
01:36no momento em que os níveis de estoques de café são os mais baixos da nossa série histórica,
01:40principalmente de café arábica, que representa praticamente 80% das nossas vendas para os Estados Unidos.
01:46Então, é uma relação que impacta muito o Brasil, 50% da taxação tira a nossa competitividade,
01:52mas prejudica principalmente o consumidor norte-americano, porque ele não tem para onde buscar esse café.
01:57Então, para nós, a agenda prioritária é sempre a negociação, abrir os caminhos, seguir negociando,
02:04temos agenda com o Departamento de Estado dos Estados Unidos, como o C-Café, como o setor privado,
02:09nossos parceiros estão fazendo seus trabalhos de advocacy em Washington,
02:13mostrando a importância econômica do café e porque nós temos que estar na lista de exceção.
02:18Então, posto isso, que é o primordial e o que realmente impacta e vai trazer benefícios,
02:22é a relação bilateral, é o acordo, é a lista de exceção.
02:27Considerando que esse é um cenário incerto, nós acompanhamos a publicação das medidas mitigadoras,
02:34esse plano de contenção.
02:36Para nós, avaliando tanto o Diário Oficial, publicado de forma extraordinária ontem,
02:42e o projeto de lei publicado hoje sobre o reintegra, o que nós compreendemos?
02:47Bom, primeiro, a gente precisa de mais informações,
02:50porque programas de crédito e uso de recursos e créditos tributários,
02:55para isso a gente precisa saber, bom, no caso de financiamento, qual é o limite por empresa?
02:59Quais serão as taxas de juros associado a esse financiamento para ajuda de socorro?
03:04Então, tudo isso precisa ser melhor explicado e tem muitas mais dúvidas
03:08do que direcionamentos claros até o momento.
03:10Outro ponto que para nós é fundamental é o reintegra,
03:13que está nesse projeto de lei que foi enviado hoje e está no prazo de emendas.
03:16Então, a gente está junto com o Instituto Pensar Agro,
03:19diversos parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária,
03:21como o deputado Arnaldo Jardim, o deputado Ivair de Mello,
03:24estamos construindo as emendas.
03:26Porque o reintegra hoje, ele só engloba café torrado e moído e solúvel.
03:31Só que 90% das exportações para os Estados Unidos,
03:3480% de arábica e mais 10% de conilão,
03:37são cafés verdes beneficiados,
03:39que a indústria está pronta para usar,
03:41para industrializar e comercializar com todos os consumidores.
03:45Então, o nosso café verde não está no reintegra,
03:49que é de 3% a 6% daqueles resíduos tributários.
03:52Então, a gente tem que fazer uma movimentação
03:54para sequer fazer parte desse benefício.
03:57Então, veja que para nós a situação é bem complexa.
04:01Nossa, é muito complexa.
04:02Felipe, sua pergunta agora.
04:03Legal. Marcos, boa tarde.
04:04Legal falar com você de novo.
04:06Marcos, eu acho que foi uma surpresa para todo mundo.
04:08O café não está incluído naquela lista de produtos isentos,
04:11assim como a laranja,
04:12porque a gente sempre falou que principalmente suco de laranja e café
04:15eram os dois produtos que os Estados Unidos não poderiam abrir mão
04:17da produção brasileira.
04:19Você falou bem do arábica.
04:20A gente sabe que, por exemplo, outros países como o Vietnã,
04:24que poderiam talvez substituir o Brasil,
04:26produzem robusta, que não está no blend,
04:29que os americanos gostam tanto.
04:30E outros produtores de arábica, como a Colômbia,
04:32também não têm o tamanho da produção que o Brasil tem.
04:35Te surpreendeu também não estar nessa lista?
04:38E vocês estão em contato, por exemplo, com a National Coffee Association
04:41para tentar ainda ver se consegue ser incluído nessa lista
04:46ou tentar baixar um pouquinho essas tarifas para o café brasileiro?
04:52Com certeza.
04:53Bom, Felipe, para nós a satisfação é toda nossa estar com vocês.
04:57Foi uma decepção muito grande não estarmos nessa lista de exceção.
05:02Tudo indicava que estaríamos pela importância econômica do café.
05:05E pelo momento que o mundo atravessa debaixo dos estoques.
05:08O que a gente sabe é que questões econômicas,
05:12principalmente políticas, pesaram nesse momento.
05:15As tensões políticas nesse momento.
05:17E no caso do café, embora o Brasil seja importante,
05:20o próprio Departamento de Estado, o USDA,
05:24ele mostra dados em que o mercado entende que nos próximos anos
05:28vamos ter superávit de produção.
05:30Então, o problema dessa estatística dá uma sensação
05:34de que no futuro mais próximo o cenário vai estar mais folgado
05:38para os Estados Unidos terem mais referências ou onde buscar o café.
05:42E a gente sabe que não é bem assim porque a safra que acabou de ser colhida no Brasil
05:46ela é mais baixa que a safra anterior.
05:48E o rendimento do beneficiamento que está acontecendo nesse momento
05:51ele é ainda mais baixo.
05:53Então, veja, as estatísticas enganam numa análise realmente realista.
05:59Então, posto isso, a gente entende que a relação bilateral é importante
06:03porque nós somos 32% do mercado norte-americano.
06:05No caso da Laranja é muito mais, 70%.
06:07Mas 32% é muito importante.
06:10Agora, as autoridades falaram.
06:12Os nossos concorrentes fizeram negociações bilaterais.
06:15Então, nessa semana ou na próxima, é esperado que o café vietnamita da Indonésia
06:20tenham isenções porque eles já estão em relações bilaterais.
06:24A Colômbia existe um acordo comercial, também está avançado.
06:27Então, veja, para o café, como todo mundo está passando por algum tipo de acordo,
06:32o Brasil também precisa passar.
06:34E cada um tem uma situação.
06:36A Vietnã está com 20% hoje, a Colômbia está com 10%, a Indonésia está com 19%.
06:40Então, a gente precisa achar maneiras para baixar ou estar na lista de exceção.
06:44Então, o contato com a National Coffee Association aconteceu essa semana, ontem.
06:49Todas as semanas acontecem e a gente vê que a variável política interfere e muito.
06:55Infelizmente, reuniões importantes foram canceladas essa semana.
06:59Estamos trabalhando ao máximo naquilo que a gente tem alguma gestão
07:03para que as negociações aconteçam.
07:05Então, essa aproximação do CKF, com todo o apoio de parlamentares,
07:10na embaixada, com o Departamento de Estado, com o Departamento Econômico,
07:13isso é importante.
07:14E quem saiba, quem sabe, isso seja uma luz no fim do túnel.
07:18O Marcos, ainda sobre os dados, a gente começou essa conversa falando de números
07:24dos sete primeiros meses do ano.
07:26Me corrija se eu estiver errada, mas a receita cambial em julho atingiu um recorde,
07:30mesmo com menor volume exportado.
07:33Foi isso mesmo?
07:34E o que explica esse aparente paradoxo?
07:37Menos café embarcado, mais dinheiro entrando.
07:40Essa é a estrutura de mercado.
07:44Nós estamos tendo o recorde da nossa série histórica,
07:46mesmo com embarques da ordem de 20% mais baixos.
07:49O que acontece?
07:50O Brasil é um produtor global.
07:51O Brasil tem dificuldades em produzir.
07:53E isso afeta os níveis de produção do mundo.
07:56E não é só o Brasil que passa por anomalias climáticas.
07:58Hoje, há indicativos de que, inclusive, países latino-americanos
08:02também terão safras menores daquilo que tinha sido estimado inicialmente.
08:06Quando a gente produz menos, o preço sobe.
08:10E tem diversos indicativos que mostram que nós estamos já no quarto ano
08:13em que o consumo é superior à produção.
08:16Então, os estoques vão sendo consumidos.
08:18Há uma estimativa de mercado muito incerta
08:21para que, em 2026, a produção supere o consumo.
08:24Mas, até lá, a gente tem todo um verão, 25 barra 26 pela frente.
08:29Nós temos inúmeras variáveis climáticas que podem mudar em questão de horas.
08:33O que diz, imagina, meses e anos à frente.
08:36Então, essa estrutura de mercado faz os preços subirem.
08:40E, nesse momento, essa semana, com a realidade da safra brasileira
08:44que está terminando de ser colhida agora,
08:47é, novamente, pressões altistas.
08:50Já estamos indicando aí a bater novamente os recordes
08:53que a gente viu entre janeiro e maio.
08:55Por quê?
08:56Porque, realmente, a produção passa por muitos desafios e apertos.
09:00Entendi.
09:01Obrigada pela explicação, Felipe.
09:03Legal.
09:03Marcos, eu queria saber, assim, para a nossa audiência também saber,
09:06em que pé está a produção de café hoje no Brasil?
09:09Quer dizer, a produção que iria para os Estados Unidos,
09:11ela está no porto, está no estoque, está ainda para ser colhida,
09:16ela já está sendo enviada para outros mercados.
09:19Fala um pouquinho como é que está, assim, nesse momento,
09:22o que vocês têm, que estava preparado para ir para os Estados Unidos,
09:26está onde isso?
09:26Bom, isso é muito bom, Felipe.
09:30Do que foi mostrado nos nossos relatórios, que é até julho,
09:33isso está tudo certo, foi para os Estados Unidos, 16,8%,
09:36até um pouquinho acima da média histórica,
09:38então, não tem efeito qualquer do tarifácio.
09:40A discussão agora são os contratos de curtíssimo prazo,
09:44porque, primeiramente, a gente não sabia se ia ter ou não a tarifa,
09:48ou quanto tempo a tarifa ia ficar.
09:49Bom, sabemos que tem a tarifa e alguns pedem para esperar postegar o contrato,
09:56e isso acontece pontualmente, mas tende a aumentar nas nossas discussões.
10:00A gente fez uma reunião de conselho para debater isso,
10:02e esse problema está acontecendo.
10:03Qual que é a gravidade disso, Felipe?
10:05O mercado está invertido.
10:07Já tem há bastante tempo que o mercado está invertido.
10:09O que significa o mercado invertido?
10:11O futuro é mais barato que o presente.
10:14Então, a operação já se torna custosa para o nosso exportador,
10:18por ter que esperar mais, porque, no futuro, o preço é mais baixo.
10:21E, segundo, os juros são muito altos.
10:23Então, é por isso que o setor precisa ser contemplado nas medidas mitigadoras.
10:28E, além do reintegra, o setor ainda discutiu os contratos de ACC,
10:32que é o direito de um descontrato de câmbio.
10:33Porque, se tem algum problema entre as partes,
10:35rompimento de contrato e coisas mais graves,
10:37isso se transforma uma dívida em reais de altos juros
10:40e de curto prazo para o exportador.
10:41Então, a gente precisa de mais medidas, uma coisa mais ampla.
10:45E só vamos ter esse problema solucionado
10:47quando a gente conseguir fazer com que os governos sentem e negociem.
10:52Tá certo.
10:53Marcos Mato, diretor-geral do Secafé,
10:55muitíssimo obrigada pela entrevista,
10:58pela participação ao vivo com a gente.
11:00Estamos na torcida, né, junto com você aqui.
11:03Tendo qualquer novidade, por favor,
11:04volta para compartilhar com a gente, tá bom?
11:07Muito obrigado pela atenção de vocês.
11:09O Secafé segue à disposição
11:11e eu tenho certeza que iremos compartilhar notícias
11:13muito mais positivas à frente.
11:14Obrigada, bom trabalho, boa tarde.
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