Saúde pode ser afetada pela crise em Brasília? Alexandre Padilha comenta | SÓ VALE A VERDADE - Vídeo Dailymotion

Jovem Pan News

No Só Vale a Verdade, Marco Antonio Villa recebe o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para aprofundar como a atual crise entre o Governo Federal e o Congresso Nacional pode afetar o setor da saúde. Padilha aborda a necessidade de uma melhor utilização dos valores das emendas parlamentares, essencial para garantir um sistema de saúde eficiente.  Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/UlPobs69nBI  Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S  Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/  Inscreva-se no nosso canal: https://www.youtube.com/c/jovempannews  Entre no nosso site: http://jovempan.com.br/  Facebook: https://www.facebook.com/jovempannews  Siga no Twitter: https://twitter.com/JovemPanNews  Instagram: https://www.instagram.com/jovempannews/  TikTok:  https://www.tiktok.com/@jovempannews  Kwai: https://www.kwai.com/@jovempannews  #JovemPan  #SoValeaVerdade

Transcript

00:00Inevitável o ministro falar de política.

00:05O ministro é político, é toda uma história política,

00:09e é essencial, não dá para ter diversar.

00:13E recentemente estava lá no coração do governo, no Palácio do Planalto,

00:16que não deve ser algo muito agradável, 24 horas, 110 dias por semana,

00:21é uma pressão enorme, mas aprende também muita coisa.

00:24E deve ter satisfação em resolver uma série de problemas.

00:26A questão que eu coloco é a seguinte,

00:28o governo, ultimamente, nesse primeiro semestre desse ano,

00:33teve uma série de derrotas no Parlamento.

00:35Algumas, não sei se é muito duro falar que foram derrotas humilhantes,

00:40mas a última derrota, quase que 400 votos contrários do governo,

00:45entre 513 na Câmara dos Deputados.

00:48A pergunta que eu faço ao senhor, com a sua larga experiência política,

00:51o que está acontecendo no relacionamento executivo e legislativo?

00:54Ó, Vila, eu sempre falava que a gente precisava fazer um programa de reabilitação

01:01das relações institucionais no país, não só do Congresso, do Judiciário, né?

01:06E é um programa que você tem que ter uma agenda.

01:09Nos dois primeiros anos de governo, eu estava lá na coordenação política,

01:13foi pactuada uma certa agenda de recuperação econômica do país,

01:18de reconstrução de várias políticas sociais,

01:20de aprovação de coisas importantes, foi a reforma tributária, o marco fiscal.

01:26Agora o governo está fazendo algo que é muito importante,

01:29que é fazer a isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais.

01:34É algo que eu considero muito justo.

01:36Você fazer com quem ganha até 5 mil reais, não precisa pagar imposto de renda.

01:40Já fez uma coisa que foi nos dois primeiros anos,

01:43é que até quem ganha 2 mil reais,

01:45até 2 salários mínimos não pagar imposto de renda.

01:50Então avançar isso para 5 mil reais,

01:51que era um compromisso exclusivo do presidente Lula.

01:54Se você fazer isso, vai ter que compensar de alguma forma.

01:57E a proposta do governo é compensar isso no alto padrão,

02:01nos multibilionários, tá certo?

02:04Ali que vai fazer essa compensação.

02:06Eu acho que tem um processo ali de construção,

02:10eu acredito sempre que é possível se ajustar,

02:14sentar para discutir, construir uma solução para isso,

02:17porque também o Congresso perde muito quando vai contra uma posição dessa.

02:22Acho que ninguém ganha, o Brasil não ganha quando tem estabilidade política,

02:26a economia não ganha,

02:28quem está no Congresso Nacional também não ganha.

02:30Acho que ninguém ganha quando acontece isso.

02:32Então eu acredito que vai ser possível sentar de novo e construir uma solução,

02:40mas acho muito importante a posição do governo de que é justo.

02:44Quem ganha até 5 mil reais não precisa pagar imposto de renda,

02:47alguém tem que pagar isso.

02:47Não tem que cobrar da classe média,

02:49não tem que cobrar do trabalhador,

02:51não tem que cobrar do pequeno, do médio empresário,

02:54nem do grande empresário.

02:56Tem que cobrar daqueles multimilionários,

02:58que podem contribuir muito mais.

03:00Os dados apresentados pelo ministro da Fazenda,

03:04até para justificar a questão do IOF,

03:06mostravam uma situação preocupante.

03:09E pelos últimos acontecimentos, com a rejeição,

03:14dizendo o ministro da Fazenda, falando,

03:16olha, é necessário fazer uma série de cortes,

03:18ou os recursos não vão ser liberados como se esperava,

03:22isso é uma linguagem, não vou falar contingencialmente

03:24essas coisas que ninguém entende,

03:25vou falar a linguagem que as pessoas possam compreender.

03:28E como é que fica isso?

03:31Porque o dado apresentado pelo ministro da Fazenda é preocupante.

03:34Olha, nós precisamos aumentar a arrecadação,

03:37porque os gastos, e são gastos, é bom lembrar, obrigatórios.

03:42O senhor mesmo lembrou a questão da saúde.

03:44Você tem gastos carimbados, que são obrigatórios.

03:47Quer dizer, como resolver?

03:48Porque na medida em que o parlamento diz,

03:50não, não queremos mais tributos, em geral.

03:53E cada parlamentar hoje tem um poder que não tinha há 10 anos atrás,

03:58por exemplo.

03:58Acho que na sua primeira passagem no Ministério da Saúde era diferente.

04:02Hoje o parlamentar tem um valor de emendas fabuloso.

04:05Hoje ele não precisa do prefeito, do governador, do presidente.

04:09Muitas vezes a emenda parlamentar é uma espécie de fundo eleitoral

04:14que ele recebe todo ano, em valores estratosféricos.

04:19Como é que fica?

04:20A relação está azedada.

04:22A gente percebe que teve um encontro chamado de histórico

04:25entre o presidente da Câmara, o presidente do Senado,

04:28equipe econômica, no domingo à noite.

04:31Numa segunda-feira, aquele encontro chamado histórico,

04:35o encontro histórico, estava tudo ao contrário.

04:37E depois foi derrubado.

04:39Não é uma questão muito complicada.

04:42Nós já estamos em 2026 e não nos avisaram.

04:45Vila, se as pessoas começarem a botar 2026 na frente,

04:48eu acho que é a pior coisa mesmo.

04:50Eu acho que nós precisamos tratar dos problemas hoje do nosso país.

04:56Inclusive eu que sou do governo e acho que é natural,

04:59o governo vai disputar as eleições de 2026.

05:02Nós estamos muito conscientes,

05:03é a orientação sempre do presidente Lula,

05:06que antes de mais nada a gente precisa resolver hoje

05:08os problemas do nosso país.

05:09Pensando aqui na área da saúde, como que eu tenho feito isso,

05:13porque eu brinco, eu virei a chave desde quando assumi o Ministério da Saúde,

05:17estou concentrado aqui.

05:18O que nós fizemos?

05:19A gente fez um regramento,

05:22uma portaria para fazer com que o parlamentar,

05:26esse recurso das emendas,

05:27seja investido na redução do tempo de espera,

05:31reforçar, o agora tem especialistas,

05:33reforçar nossas campanhas vacinais,

05:36ir atrás no rastreamento do câncer,

05:39para a gente fazer o diagnóstico cada vez mais precoce.

05:42E eu tenho ouvido dos parlamentares uma concordância com isso,

05:46porque ele também é pressionado.

05:48Eu sou deputado,

05:49eu conheço mais da cidade de Tiradentes,

05:52por exemplo, na zona leste de São Paulo,

05:55do que às vezes um técnico em Brasília.

05:57Então o parlamentar também é muito procurado pela população,

06:00sobretudo na área da saúde,

06:01eu quero mais atendimento,

06:02eu quero que isso se resolva.

06:04A gente tem buscado,

06:05através desse regramento,

06:07fazer com que esse recurso das emendas

06:09seja destinado e ajude a desenvolver

06:14aquilo que são prioridades da população.

06:16Então eu acho que tem que ter esse esforço,

06:18a nossa parte estamos muito concentrados nisso.

06:20E acho que é muito importante o debate

06:22que o ministro Fernando está fazendo na sociedade,

06:24que é esse,

06:25para garantir que a gente possa ter mais atendimento à saúde,

06:29mais atendimento à educação.

06:31Lógico que precisa sempre melhorar a gestão,

06:32mas precisa garantir que os recursos existam.

06:35E não é justo,

06:37porque uma pequena parcela da população,

06:40menos de 1% da população,

06:42que vai pagar essa conta,

06:45que quem vem a pagar a conta,

06:46seja 99% da população.

06:48Então eu acho que o governo tem que continuar insistindo

06:52no diálogo com o Congresso Nacional,

06:53com a sociedade,

06:54da importância da aprovação dessas medidas.

06:56É necessário,

06:58eu entendi que o ministro disse,

07:00olha, eu virei a chave,

07:02essas questões não são mais minhas agora,

07:05eu tenho outros problemas a tratar,

07:07mas é inevitável,

07:08não tem jeito de eu colocar

07:10a seguinte questão,

07:12uma delas muito rápida,

07:14o que o ministro fez referência lá atrás,

07:17o ministro é a favor ou contra a reeleição?

07:19Porque tem uma PEC que está discutindo.

07:21Eu acho, Vila,

07:22você pega as principais democracias do mundo,

07:24todas elas têm o mecanismo da reeleição,

07:27eu acho que é um avanço,

07:29acabou sendo um avanço o debate da reeleição,

07:31quando o Brasil adotou isso.

07:34Mas o PT votou contra, hein?

07:36Na época sim.

07:37Em 1997.

07:38É, não, não,

07:38mas ali quando o Fernando Henrique quis mudar,

07:41ele quis mudar no meio do jogo,

07:43aí o PT foi votando,

07:44porque ali,

07:44mesmo essa PEC não está mudando a regra

07:48para o presidente atual,

07:50nem para o eleito,

07:51é lá para frente.

07:53Então o PT foi contra ali

07:55porque o presidente Fernando Henrique Cardoso,

07:57na época,

07:58mudou a regra,

07:59ele se beneficiou da regra

08:01que ele próprio mudou

08:01quando ele estava como presidente da República.

08:03Então por isso que o PT votou contra ali.

08:04Mas eu acho que a reeleição foi uma penalizada.

08:08Se precisa ter mecanismo para coibir excesso,

08:10eu acho que tem que ter.

08:12Tem que ter mecanismo para coibir excesso,

08:14tem que ter transparência,

08:16regramento para um presidente.

08:19Vai lembrar o que o Bolsonaro fez

08:21no ano da eleição em 2022.

08:24Foi uma operação eleitoral de boca de unha

08:28com recursos,

08:29acabou com o teto de gasto na época,

08:31rompeu qualquer questão

08:33sobre responsabilidade fiscal

08:35para garantir a sua eleição.

08:36Você tem que ter regras

08:37para impedir abusos como esse.

08:40Mas eu acho que você pega

08:40pela experiência das maiores democracias do mundo,

08:43tirando o México,

08:44o México não tem a reeleição,

08:47tem um mandato mais longo.

08:48Seis anos.

08:49Mas você conhece muito bem o México.

08:51Tirando o México,

08:53as grandes democracias do mundo

08:55têm reeleição.

08:56Então eu não sou contra

08:57o mecanismo da reeleição, não.

08:58O que eu acho

08:59é que você precisa ter regras

09:01para não permitir

09:02que tenha abuso político

09:03de quem está lá no governo.

09:05É a última pergunta política

09:06e aí eu vou voltar para a saúde

09:07para a gente fechar

09:08a nossa conversa de hoje.

09:11Muitos dizem que nós estamos mudando

09:13o regime,

09:14o sistema de governo,

09:16sem que fosse comunicado

09:18à população.

09:18Porque o Congresso passa a ter um poder

09:20do que sobra de 4% do orçamento,

09:23fica com um quarto disso

09:25e por aí vai.

09:26Bem, o ministro é a favor

09:29de um semipresidencialismo

09:31ou como, por exemplo,

09:32tem na França,

09:34em Portugal,

09:34com a eleição direta

09:35do presidente da República

09:36e o chefe de governo

09:37é o primeiro-ministro,

09:38eleito pela Câmara Baixa,

09:41ou acha que nós devemos manter

09:42a mesma estrutura

09:43que temos hoje?

09:44Ó, Vila,

09:45teve um plebiscito no país.

09:47Além da Constituição,

09:48a Constituição estabeleceu

09:49um plebiscito

09:50para decidir qual regime

09:51o Brasil teria que ter.

09:53presidencialismo

09:54ou parlamentarismo?

09:55O povo votou

09:57pelo presidencialismo.

09:58Se alguém quiser mudar,

10:00que chame outro plebiscito

10:01e vai convencer

10:02a população disso.

10:03Eu acho que tem que seguir

10:04aquilo que a população

10:05estabeleceu e falou.

10:09O Brasil é presidencialista,

10:11tem regras

10:12para o presidencialismo,

10:13tem parâmetros,

10:15tem que ter o equilíbrio

10:15entre os poderes,

10:17tem o parlamento,

10:19tem o judiciário,

10:19todo mundo tem que se respeitar.

10:21Como está falando,

10:22a gente tem que ter

10:22um programa permanente

10:23de reabilitação

10:25das relações institucionais

10:26no nosso país,

10:28mas eu defendo.

10:29A população votou sobre isso,

10:31defendeu que o regime

10:34seja presidencialista,

10:35acho que tem que ter,

10:36tem que se manter

10:37o presidencialismo no país.

10:38Se alguém quiser mudar

10:38ou querer criar qualquer

10:41mecanismo que reduz

10:43o poder do presidente

10:45da república,

10:46o papel que o parlamento tem,

10:48o poder e o papel

10:49que o judiciário tem que ter,

10:50então faça outro plebiscito.

10:52discuta a Constituição,

10:54agora,

10:54nós temos que seguir

10:55o que está na Constituição

10:56e o plebiscito

10:57que o povo brasileiro

10:58estabeleceu.

10:58o que o povo brasileiro

11:04também está na Constituição,

11:05o que está na Constituição,

11:05o que está na Constituição?

Saúde pode ser afetada pela crise em Brasília? Alexandre Padilha comenta | SÓ VALE A VERDADE

Categoria

Transcrição

Recomendado