No Só Vale a Verdade, Marco Antonio Villa recebe o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para uma análise aprofundada das parcerias público-privadas (PPPs) no setor de saúde. Padilha discute como essas colaborações podem modernizar o SUS.
Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/UlPobs69nBI
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00:00As casas, me lembrei até agora, que tem um papel histórico, que vem desde a colônia, algumas delas,
00:06sempre reclamam, eu vejo os seus dirigentes, que a tabela SUS é insuficiente para o atendimento que eles fornecem.
00:14E daí a situação difícil que elas vivem. É verdade?
00:18Ó, Vila, nós estamos enterrando a tabela SUS. Nós vamos superar de vez a tabela SUS.
00:23Não precisa superar, já estamos fazendo isso, o Ministério da Saúde já está fazendo isso e agora tem especialistas que criam uma nova forma de remuneração.
00:32Isso é muito importante porque a tabela SUS tem dois problemas.
00:36Um, os valores. E o outro é que ela paga de forma fragmentada.
00:41Ou seja, você precisa fechar um diagnóstico para um problema de coração.
00:45Você vai precisar fazer um eletrocardiograma, um arrocardiograma, consulta especializada com um cardiologista.
00:50Às vezes tem que fazer uma cintilografia, um exame de sangue.
00:54A lógica da tabela SUS paga cada um desses procedimentos de forma separada.
00:58Então a pessoa às vezes faz um exame e não consegue fazer o outro, tem que ir em um outro hospital, em um outro serviço.
01:04O que nós estamos criando, agora tem especialistas dando volume para isso.
01:09Você cria um combo, como se fosse um pacote completo, onde fecha o seu diagnóstico para o coração.
01:16Garante que você tenha todo o diagnóstico fechado.
01:21E num prazo específico, até 30 dias para fazer, até 40 dias, até 60 dias para fazer, dependendo do procedimento.
01:27Então com isso você estimula o serviço a se organizar para atender melhor o paciente e num prazo definido.
01:34Então começou a superar de vez a tabela SUS.
01:36Nós vamos superar a tabela SUS e adotar esse combo de cuidado da saúde como forma de remuneração.
01:42No caso, acho que na pergunta anterior, ministro, não sei se se encaixaria a questão da parceria público-privada.
01:49Isso que é um certo preconceito durante o período.
01:52É, a gente precisa avançar.
01:54O farmácia popular, você?
01:56Sim, eu uso.
01:58É uma parceria público-privada. O que é isso?
02:00O ministério abre um credenciamento e fala o seguinte, se você entregar esse medicamento para hipertensão,
02:06eu te pago X reais para esse medicamento. Entregar diabetes, eu te pago X reais.
02:12A gente está usando a estrutura de farmácias privadas, que tem capilaridade, estão em todo o país,
02:20tem seus profissionais já contratados, tudo.
02:23E o ministério usa essa estrutura para garantir o medicamento de graça pelo SUS para quem entrar lá.
02:28Então, nós estamos indo aonde estão os especialistas, aonde estão os exames,
02:32ou então os equipamentos de imagem, que estão mais concentrados nos hospitais privados e filantrópicos,
02:39e usando, inclusive, a dívida que eles têm, que nunca seriam pagas,
02:43trocando essa dívida com mais cirurgias, mais exames.
02:47Então, essa é uma iniciativa inovadora.
02:49É só isso que nós estamos fazendo? Não, gente.
02:50Também está aumentando a capacidade do setor público.
02:54Um exemplo, nesse sábado, dia 5 de julho, amanhã, 5 de julho,
02:59os mais de 40 hospitais universitários públicos do país,
03:05os hospitais universitários das universidades federais,
03:08vão estar o sábado inteiro fazendo mutirão de cirurgia,
03:11atendimento em saúde da mulher, problemas ortopédicos,
03:16cirurgias da visão, problema de audição, exames necessários para fechar o diagnóstico do câncer,
03:24vão estar ampliando a sua estrutura, usando ao máximo a sua estrutura num sábado,
03:29que normalmente só fazia atendimento de urgência e emergência,
03:32para a gente reduzir o tempo de espera, através do agora tem especialistas.
03:36Eu vou estar no Rio de Janeiro amanhã, acompanhando lá o hospital,
03:39na Universidade Federal do Rio de Janeiro, acompanhando esse procedimento.
03:43Então, estamos também ampliando a capacidade do setor público em atendimento,
03:48mas buscando onde está o setor privado, onde estão os especialistas,
03:51ter uma nova parceria público-privada para garantir o atendimento.
03:55O ministro fez referência à farmácia popular, aquela história,
04:01eu vou lá com a receita do médico, ela tem um tempo de validade,
04:05e sobre hipertensão, por exemplo, então tem aqueles remédios tradicionais,
04:10que acaba no fim sendo a economia para o governo,
04:12ele não vai demandar esse cidadão serviço,
04:16porque já está recebendo o devido tratamento.
04:19Mas uma coisa que me chama a atenção, ministro,
04:21quando eu ando na Europa e ando na cidade de São Paulo, por exemplo,
04:25o número de farmácias, por que tem tanta...
04:28Eu gosto das farmácias, inclusive, algumas vezes eu vou até demais,
04:32estou viciado para comprar algumas coisas de remédios.
04:35Mas por que nós temos tantas farmácias?
04:38Nas outros países, as farmácias são, por exemplo,
04:41de 3 por 4 e tem um farmacêutico e pronto.
04:45E no Brasil, em São Paulo em particular, que é a maior cidade do Brasil,
04:49é um verdadeiro supermercado, a farmácia tem tudo,
04:52porque em um quarteirão, muitas vezes, perto de casa, tem 4.
04:57Antigamente, bem, é chato ser historiador e já ter uma certa idade também,
05:02as farmácias ficavam fechadas, ou sábado e domingo,
05:05e algumas ficavam de plantão, então se olhava, olhava uma placa e tal.
05:09O que acontece? Será que a saúde no Brasil tem problemas,
05:12por isso que temos tantas farmácias?
05:14Eu acho que tem um pouco de tradição no nosso país,
05:16é um setor que cresceu muito, não vende só medicamento,
05:20vende outras coisas, outros produtos, parte cosmética, tudo, e cresceu.
05:27E você pega pequenas cidades também, você ainda tem,
05:30além das grandes redes de farmácia, tem pequenas cidades que tem,
05:34às vezes é o farmacêutico que está lá há muito tempo,
05:37tem cidades que o farmacêutico era o único profissional de saúde que tinha na cidade.
05:40Tem um pouco de uma certa tradição e o povo brasileiro foi se organizando dessa forma,
05:47tem grandes redes que se organizaram com muita qualidade, muito cuidado,
05:53e a gente busca aproveitar.
05:56Você até pega países que as pessoas usam mais medicação do que o Brasil per capita,
06:03mas você tem estruturas, às vezes está dentro do supermercado,
06:06então o pessoal nem vê direito que é uma farmácia,
06:10então é uma forma como que é organização no nosso país.
06:13Agora, uma coisa muito importante, as pessoas não se automedicarem,
06:17e só ali uma prescrição feita pelos profissionais de saúde, pelo médico,
06:23é muito importante isso,
06:24ninguém fica achando que você pode sair tomando remédio à toa aí,
06:28e pode até adquirir uma intoxicação por conta disso.