Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • ontem
O governo terá que bloquear R$ 41 bilhões em despesas na primeira revisão do ano, para cumprir o objetivo de chegar à meta de déficit zero, prometido por Fernando Haddad.
-
Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp.
Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo... e muito mais.
Link do canal:

https://whatsapp.com/channel/0029Va2SurQHLHQbI5yJN344

Apoie o jornalismo independente, torne-se um assinante do combo O Antagonista | Crusoé e fique por dentro dos principais acontecimentos da política e economia nacional:

https://assine.oantagonista.com.br/planos

Ouça O Antagonista | Crusoé quando quiser nos principais aplicativos de podcast.

Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Estudo feito pela Construtoria de Orçamento da Câmara indica que o governo terá que bloquear 41 bilhões em despesas públicas na primeira revisão do ano, em 22 de março, para manter o objetivo de chegar a tal meta do déficit zero.
00:17Rodrigo Oliveira, já cantávamos essa pedra há muito tempo. Déficit zero só na cabeça do ministro da Economia.
00:25E a gente já fala e a gente já canta pedra aqui. É muito provável que o governo seja obrigado a revisar essa meta fiscal, ter que enviar um projeto de lei complementar para o Congresso, mostrando que a gente não vai conseguir cumprir essa meta de déficit zero.
00:41Boa tarde, Rodrigo.
00:43Boa tarde, Wilson. Boa tarde, pessoal do chat. Exatamente isso. A gente falou isso várias vezes aqui, que essa meta de déficit zero realmente é uma coisa da cabeça do nosso querido e amado ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
00:55E que não tem condição, a não ser que você corte muitas despesas, de conseguir isso neste ano de 2024.
01:04O que o Haddad está fazendo é aquele ilusionismo básico, né? Ele que é um grande matemático, como eu falava ontem, ele está empurrando isso um pouquinho mais para frente, um pouquinho mais para lá.
01:15A Simone Tebet, que é ajudante de palco do nosso querido matemático, chegou a dizer que não, o contingenciamento vai ser muito menor do que 20 bi.
01:23Os caras na Câmara fizeram um estudo a pedido do vice-líder do governo, de um dos vice-líderes do governo, o deputado Pedro Paulo, e apontaram, olha, para déficit zero, já nesta primeira avaliação,
01:38o contingenciamento tem que ser 41 bilhões de reais.
01:43Aí, amigo, é o seguinte, vocês vão lembrar que o Lula, lá atrás, falou, olha, se tiver que cortar muito, esquece essa história de déficit zero.
01:55Meta fiscal vai para o beleléu, ninguém está preocupado com esse negócio, porque, afinal de contas, nas palavras do nosso mentor e líder nacional, Luiz Inácio Lula da Silva,
02:07que diferença faz um déficitzinho de 0,25%, 0,50% ou 1%, né?
02:11Então, o que o Lula não está vendo, obviamente, ou não quer ver, ou faz de conta, que não vê, é que isso tudo vai impactar a inflação, os juros e, no fim das contas, a qualidade de vida do trabalhador e da sociedade brasileira como um todo.
02:26Esse número, obviamente, vai ser contestado pela equipe econômica, não deve vir um corte, um contingenciamento, um bloqueio de despesas tão alto assim, o governo vai manobrar para isso.
02:44Uma das coisas, por exemplo, que o governo continua contando é o que a gente ia falar com o Felipe Carreiras, com o deputado Felipe Carreiras,
02:51que é o PERS, que é esse programa de auxílio ao setor de eventos, programa de recursos emergenciais para o setor de eventos, algo parecido, não consigo lembrar agora exatamente o nome,
03:04mas é um programa que dá benefício fiscal para o setor de eventos, que sofreu muito na pandemia e que está se recuperando, na opinião da equipe econômica, já se recuperou,
03:15e então esse setor não precisaria mais de tanto gasto fiscal, que é quando você abre mão de receita nas contas do governo novamente,
03:25aí por volta de 10 a 14 bilhões de reais ano.
03:31Então o governo está contando como se todo esse dinheiro do PERS estivesse virando receita, que a gente já sabe que não vai acontecer.
03:38E isso nem está na conta que o pessoal lá da consultoria de orçamento da Câmara fez para chegar nos 41 bi de contingenciamento já agora em março.
03:49É claro que isso acende uma luz amarela por aí nas tesourarias de bancos e corretoras e casas de análise,
03:58porque isso pode indicar que a meta fiscal pode ser alterada já agora em março,
04:04que é algo que o governo não está querendo, não gostaria que acontecesse, e nem o Congresso, hein, gente?
04:10Vamos lembrar que tem essa história do Congresso, Congresso Liberal, na economia, etc. e tal, é uma meia-verdade, né?
04:18Todo mundo quer dinheirinho para gastar, afinal de contas é um ano de eleição municipal, ninguém está afim de fazer economia nenhuma.
04:26Agora, ô, Rodrigão, dentro desse contexto do governo federal, o que você percebe hoje na Câmara e no Congresso,
04:39é que, assim, aí vou trazer um pouco para a minha sardinha para a gente poder fazer uma projeção para os próximos meses.
04:46Essas escolhas das comissões ontem, elas mostram também uma fraqueza política do governo federal.
04:51E governo fraco, a gente sabe, tem dificuldades para apresentar, para conseguir fazer andar a sua agenda,
05:00principalmente a de caráter econômico, que, como você falou, Rodrigo, é uma agenda que ela não é popular.
05:06Assim, vamos falar de forma clara, a agenda econômica, ela não é uma agenda popular,
05:10porque, às vezes, você precisa fazer um corte, precisa fazer um ajuste,
05:14e político não gosta de fazer ajuste.
05:16O político gosta de botar a mão no bolso e gastar e torrar o dinheiro, principalmente o dinheiro que não tem.
05:24Eu ia te perguntar o seguinte, Rodrigo, dá para a gente já ter uma ideia do impacto dessa fraqueza do governo
05:30para as próximas pautas?
05:32Porque já há uma fissura em relação ao PES, que vai ter que ser alvo de um projeto de lei.
05:42O deputado Felipe Carreiras, inclusive, deve falar com a gente amanhã ou nas próximas edições do meio-dia.
05:49O Haddad precisa recompor caixa.
05:51Me parece que não tem muita alternativa nesse momento, pelo menos na primeira visão.
05:56E até a própria regulamentação da reforma tributária, ela vai ter que ser resolvida em três meses.
06:03Só que é um assunto muito complexo para você resolver em três vezes.
06:06Me parece que o ministro da Fazenda, ele, de fato, está no mato sem cachorro.
06:11Ou eu estou equivocado, Rodrigo?
06:13Não, você está coberto de razão.
06:15E você vê, é o PERS que vai ser renegociado.
06:18É aquela contribuição previdenciária para as prefeituras,
06:21dos servidores municipais, que também tem um desconto lá para os municípios que têm até 142 mil habitantes.
06:31A desoneração da Folha já teve que voltar atrás integralmente.
06:35A única coisa que está passando, e o governo tem se agarrado nisso também,
06:39é o teto para a utilização de crédito tributário.
06:43Que é o quanto as empresas podem utilizar de crédito agora, por ano,
06:48para que o impacto não seja tão forte anualmente.
06:51O governo tem tentado se mexer aí para melhorar isso,
06:55mas o que acontece?
06:56O governo fraco, como você bem falou, ele acaba ficando mais caro para a sociedade,
07:01porque os parlamentares aproveitam, se aproveitam da fraqueza do governo
07:06para pedir mais coisas, para emplacar também as ideologias,
07:11aquelas coisas que eles querem que aconteçam.
07:14Cargos, às vezes emendas, e às vezes só planos,
07:17sentar à mesa para discutir um projeto, etc.
07:19E isso tudo vai ficando mais caro.
07:22Então, o capital político vai sendo gasto, e é o saldo do capital político.
07:27Tem a ver com aprovação, e você vê a aprovação do Lula piorando bastante,
07:31porque mete o pé pelas mãos, o Duda fala melhor aqui sobre isso do que eu,
07:35mete o pé pelas mãos ali na história de Israel e Gaza,
07:38Ucrânia e Rússia, perdeu muito apoio do eleitorado evangélico,
07:43e tudo isso, voto é o dinheiro na política.
07:48Então, quanto mais voto você tem, quanto mais aprovação você tem,
07:51que é uma espécie de sinônimo de voto, mais força você tem.
07:56Quando você não tem isso, você tem que gastar mais,
07:59porque quem tem menos dinheiro paga mais juros para pegar emprestado.
08:02É basicamente isso.
08:04E só para fechar, Rodrigo, eu quero trazer para a roda,
08:07para obter um comentário lúcido da tua parte,
08:11mais uma declaração do presidente Lula em relação à Vale.
08:16Eu acabei de ver.
08:17Um assunto que eu até prometi tocar aqui no meio-dia em Brasília,
08:20porque o presidente Lula, de fato, ele encampou,
08:22ele começou um processo de ataque à Vale.
08:26Ele está tentando criar uma crise,
08:28criar uma dificuldade para vender uma facilidade.
08:30a facilidade dele seria tentar emplacar alguém do governo Lula
08:33na diretoria da Vale.
08:35Solta, por gentileza, aí, Matheus,
08:36a nova declaração do presidente Lula sobre a Vale.
08:39É uma coisa que eu que carrego,
08:43eu já carreguei carro verde em Brasília do Barto
08:45para o mundo inteiro,
08:46divulgando a necessidade de fazer carro verde, carro verde.
08:50Isso em 2007.
08:52E agora essas coisas estão acontecendo.
08:55Portanto, Casa Grande, você pode ter certeza,
08:58pode ter certeza que a conta vai ser tão boa
09:03que até nós vamos conseguir, logo, logo,
09:06fazer um acordo com a Vale
09:07para ela poder pagar o que ela deve ao Espírito Santo,
09:11à Minas Gerais, ao povo de Brumladinho
09:13e ao povo de Mariano.
09:15Vamos forçar a Vale a fazer aquele acordo.
09:20É o segundo, né?
09:21Porque essa semana, segunda-feira,
09:23o Lula falou do iFood, né,
09:24que queria obrigar o iFood a negociar
09:26e agora o Lula querendo obrigar a Vale
09:28a negociar um acordo
09:29sobre as vítimas lá de Brumladinho, né, Rodrigo?
09:33É a veia autoritária, né?
09:35Quando o Estado quer se impor aos negócios, né?
09:39Existe um processo na Justiça,
09:42existe uma multa que a Vale está pagando.
09:44Se acha que isso está errado, vá à Justiça,
09:47use os meios corretos para fazer isso.
09:50Não é via achaque do Estado
09:52que é o jeito certo de fazer isso.
09:55Elegemos, né, o Brasil elegeu
09:57um presidente da República
09:59e não um ditador,
10:02não um rei,
10:03como é que a gente chamava antigamente,
10:06absolutista, né?
10:08Então, eu acho que o Lula tem que lembrar disso
10:10e parar de vender essa história de futuro, né, amigo?
10:13Como assim, né?
10:16Décimo ano já de governo
10:19e ainda está esperando o futuro chegar?
10:22Alguma coisa está dando errado.
10:24Não é possível que a gente não tenha se mancado até agora.
10:28É, isso é pra...
10:29Eu me lembrei agora da pesquisa, Rodrigo, né?
10:30Porque a pesquisa de ontem,
10:32que nós trouxemos aqui no meio de Brasília,
10:34mostra justamente isso, né?
10:35Mostra que o cidadão brasileiro
10:36já está de saco cheio
10:37dessa coisa de projeção do futuro.
10:39O presidente Lula prometeu picanha
10:41na vida do brasileiro,
10:42prometeu cervejinha no final de semana
10:44na mesa do brasileiro,
10:46mas não está conseguindo entregar.
10:48O que ele está entregando,
10:49e aí eu vou até parafrasear
10:52um comentário do Gabeira ontem na Globo News,
10:54porque eu também sou desse da turma,
10:56eu vou para a feira todo final de semana
10:57aqui em Brasília.
10:59Se você quiser me...
11:00Se você está aí em Brasília e quer me encontrar,
11:02você me encontra aqui na feira do Guaral,
11:04feira da Ceilândia,
11:05que é onde eu consigo encontrar
11:06algumas coisas com preço relativamente baixo,
11:09custo-benefício baixo.
11:10Mas eu vou lá comprar o meu alface
11:12todo final de semana,
11:12o alface está caro,
11:13o tomate está caro, sabe?
11:15A batatinha está cara, rapaz.
11:17Eu estou toda semana,
11:18preciso mudar o meu cardápio
11:20para poder adequar esse cardápio ao orçamento.
11:22Então, imagina a situação do brasileiro.
11:24Então, não adianta ficar prometendo picanha
11:26e não entregar.
11:26Tem que entregar.
11:27E as pesquisas mostram que,
11:29juntando o fato de você não entregar
11:31uma política econômica,
11:32você não conseguir entregar para o brasileiro
11:34aquilo que você prometeu na campanha,
11:36aliado a tanta asneira dita
11:38nas últimas semanas,
11:41isso, no final das contas,
11:42tem como resultado aí
11:43um impacto na avaliação negativa
11:45do presidente da República.
11:47O Lula precisa entender
11:48que em 2024,
11:50ele não está em 2010.
11:52Não existe mais aquele efeito teflon,
11:55como a gente falava naquela época,
11:56que o Lula poderia falar qualquer asneira
11:58e isso não teria impacto na sua popularidade.
12:01Não, esse cenário mudou.
12:03O brasileiro está mais consciente,
12:04o brasileiro está mais vivo,
12:06está fiscalizando mais,
12:07principalmente, o que os políticos fazem
12:09e o principal,
12:10a economia não está reagindo
12:12como o PT imaginava.
12:13Rodrigo.
12:14É isso.
12:16Ainda está amarrado a ideias velhas,
12:19a gente viu, inclusive,
12:20com essa história do PL e dos aplicativos,
12:23tentando sindicalizar todo mundo,
12:26quer dizer,
12:27sempre a gente está parado
12:29nessa ideologia lá dos anos 50, 60,
12:32isso não tem a ver com esquerda e direito,
12:34isso tem a ver com atraso,
12:36atraso ideológico,
12:38atraso de pensamento,
12:39atraso intelectual,
12:40e é isso que atrasa o nosso país.
12:44Então, assim,
12:45é parar um pouco,
12:47parar de falar
12:48e começar a trabalhar,
12:50está na hora,
12:50já que já parece que vai parar de viajar,
12:52pelo menos,
12:53agora é parar de falar
12:54e começar a trabalhar.
12:56Vamos fazer alguma coisa
12:57para que esse país
12:58finalmente alcance esse futuro
13:00que toda eleição,
13:01estamos no décimo ano já
13:02de governo Lula
13:03e continua essa história
13:05de que no futuro vai ser ótimo.
13:07O futuro, amigo, já passou,
13:09chega, né?
13:10Está bom demais esse negócio.
13:12Obrigado.

Recomendado