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Transcrição
00:00Graebi, inclusive Graebi, a gente vai girar então agora com o noticiário para falar um pouco mais de uma votação que foi feita ontem,
00:11uma votação relâmpago que foi feita ontem na Câmara dos Deputados.
00:15Pessoal, numa votação a toque de caixa mesmo, os deputados então aprovaram na noite de ontem um projeto de lei que torna crime a discriminação financeira contra políticos.
00:27Esse texto é da deputada Daniela Cunha, do União Brasil do Rio de Janeiro, que é filha do deputado cassado Eduardo Cunha.
00:36Essa proposta que foi aprovada diz o seguinte, que políticos, magistrados, parentes e até pessoas ligadas às autoridades não podem ser discriminados
00:50porque respondem a processo ou investigação, seja por corrupção, improbidade ou demais apurações.
00:58A proteção é concedida às chamadas pessoas politicamente expostas, segundo o projeto que agora vai ao Senado Federal.
01:08E ele vale por cinco anos após a autoridade deixar o posto também.
01:12Vale quando a autoridade está no posto também, cinco anos após essa autoridade deixar o posto.
01:18Foi retirado do texto pelos deputados o artigo que tornava crime injuriar a autoridade investigada, ou seja, insultar o político processado por corrupção seria crime.
01:30Mas isso foi retirado, foi suprimido do texto.
01:33O projeto acabou também listando como crime a conduta de representantes de bancos, corretoras ou outras empresas do sistema financeiro
01:42que se recusarem a oferecer serviços financeiros a políticos e parentes sob investigação.
01:48A votação uniu aliados tanto do presidente da Câmara, Arthur Lira, quanto também do governo Lula.
01:56Aliado de Lira, o relator, o Cláudio Cajado, do PP da Bahia, só entregou o relatório final com texto substitutivo,
02:05desculpa, depois que essa proposta entrou em votação por volta das oito e meia da noite de ontem.
02:13Então, o texto dele foi aprovado por 252 votos a favor e 163 votos contrários.
02:21A gente vai mostrar para vocês agora o momento final dessa votação, quando o presidente da Câmara, Arthur Lira,
02:26anuncia o resultado desse PL que foi aprovado. Vamos ver.
02:31252 sim, 163 não, total 415, 1 no artigo 17.
02:49Está aprovado o projeto. Está prejudicada a proposição inicial.
02:52Em votação e redação final, aqueles que foram pela aprovação permaneçam como se acham aprovada contra os votos do PSOL.
03:02A matéria vai ao Senado Federal. Nós temos mais uma matéria que é um...
03:06Tá aí, Greb? Quero te ouvir sobre essa aprovação, a toque de caixa que aconteceu ali dentro da Câmara dos Deputados.
03:16Todas essas coisas acontecem na calada da noite, boa coisa não é, né, Kenzo?
03:20Os caras fizeram no escondidinho, no escurinho do Congresso, né?
03:25Votaram urgência e logo em seguida, minutos depois, já votaram o projeto e aprovaram e vamos em frente, né?
03:34Bom, você mencionou aí que o pior que poderia ter acontecido foi evitado,
03:40que foi a criminalização de opiniões contra políticos,
03:46inclusive aqueles que estejam sendo processados por corrupção e tudo mais.
03:50Então, o endurecimento do crime de calúnia, injúria contra políticos acabou caindo fora do projeto.
04:00Menomale, certo?
04:04Eu quero fazer uma observação.
04:06O Brasil tem 5.500 prefeituras, tem milhares de pessoas que trabalham nessas prefeituras,
04:16todos eles são pessoas politicamente expostas.
04:20A gente, às vezes, confunde a política só com o Congresso e com Brasília.
04:24Não, tem milhares, dezenas de milhares de pessoas ligadas à política.
04:30E quando você pensa abstratamente,
04:34só porque uma pessoa está ligada à política
04:36e, de repente, passou a ser alvo de uma sindicância,
04:39ser penalizada no banco da sua cidade
04:43porque o gerente não gosta de outro partido e tal,
04:48é uma injustiça, pode ser uma injustiça.
04:52Então, assim, de maneira muito ampla, de maneira muito genérica,
04:56a causa do projeto não é completamente desprovida de sentido.
05:05O que dá bode, o que dá bode é você ver a justificativa do processo, do projeto.
05:15Vamos lá, rapidinho, só para a gente ver o comecinho ali da justificativa.
05:21Olha aqui.
05:22É um projeto que trata políticos como trata negros,
05:29como trata minorias, outras minorias raciais,
05:34como trata mulheres,
05:36como trata as pessoas que, de fato,
05:38ao longo da história do Brasil,
05:41sofreram discriminação.
05:43Certo?
05:44Ou seja, os políticos estão se pondo na posição
05:48de gente tão injustiçada
05:52quanto os pretos brasileiros.
05:56Isso não faz sentido.
05:58Até porque os políticos podem legislar em causa própria,
06:03como fizeram ontem à noite.
06:06Coisa que os pretos brasileiros jamais puderam fazer
06:09e outras minorias discriminadas jamais puderam fazer.
06:13Vou lembrar, inclusive, enquanto eu falava aqui.
06:20Esses políticos que estão se dizendo discriminados
06:24estão querendo anistiar os partidos políticos
06:27que não gastaram o dinheiro necessário,
06:33legalmente necessário,
06:34com candidaturas de mulheres e de negros.
06:38Certo?
06:38Partidos que continuam
06:42perpetuando as injustiças com minorias discriminadas
06:49querem passar por uma anistia
06:52que eles mesmos vão se dar.
06:54Então, dizer que político que tem poder para legislar,
06:57poder para se anistiar,
06:59poder para se beneficiar,
07:00tem que ser tratado
07:02como uma categoria discriminada no Brasil?
07:07Faça meu favor.
07:08Acha em outra palavra.
07:10Acha em outra palavra.
07:13Discriminação, não.
07:15Isso é um escárnio.
07:17Isso é um escárnio.
07:18É como eu disse,
07:19tem um coraçãozinho até de lógica no processo.
07:24protege, inclusive, familiares,
07:27que às vezes...
07:28Pô!
07:30Desde faz 1.200 anos
07:32que a gente parou de tratar o familiar
07:34como igualmente culpado pelos crimes do pai.
07:39O filho não é mais culpado pelo crime do pai, né?
07:42Então,
07:43tem um nódulo de verdade ali no projeto.
07:48Agora,
07:48quando os políticos de Brasília
07:50resolvem usar a linguagem da discriminação
07:55para se proteger,
07:57aí é inevitável.
07:58Dá arrepio, dá dor de dente.
08:01Você tenta se indignar.
08:02Não pode.
08:03Não pode fazer essa maldade com a língua portuguesa.
08:08Não pode usar a discriminação
08:09para falar do político
08:11e para falar
08:13dos negros,
08:15dos homossexuais,
08:17das pessoas que são violentadas
08:19sem razão
08:20cotidianamente na sociedade brasileira.
08:24Aí dá raiva, gente.
08:27É por isso.
08:29Os políticos,
08:29mesmo quando eles enxergam ali
08:31uma causa que se fala
08:33pode até fazer sentido,
08:36é batata.
08:38Eles vão dar um jeito
08:40de transformar a causa
08:42que parecia fazer algum sentido
08:44em uma porcaria.
08:46usando, por exemplo,
08:48a linguagem da discriminação.
08:50Não.
08:51Político não é injustamente
08:52discriminado no Brasil.
08:53Para com isso.
08:55Troquem a palavra no Senado
08:57se vocês querem manter
08:58a lógica da lei.
09:00Troquem.
09:01É inadmissível
09:02usar discriminação
09:03para falar de político
09:05ainda mais
09:06às excelências de Brasil.
09:08não é?
09:08Legenda Adriana Zanotto
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