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Transcrição
00:00A nossa edição de hoje do Papo Antagonista traz um convidado muito especial, é com muita honra que eu chamo agora aqui
00:06para compor nosso Papo Antagonista, o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal e ex-presidente da Suprema Corte,
00:15ministro Ayres Brito. Muito boa noite, ministro. Seja muito bem-vindo ao Papo Antagonista comigo agora,
00:23aqui trazendo para vocês essa entrevista importante. Participam comigo dessa entrevista.
00:28Já vou chamar meus colegas para cá, para você que acompanha a gente sempre no Papo Antagonista,
00:33sabe que a nossa conversa é muito franca, muito direta, com todo o nosso time também.
00:38O Wilson Lima chega junto para essa conversa com o ministro Ayres Brito e também meu amigo Carlos Graieb,
00:45direto de São Paulo, trazendo para vocês essa entrevista super importante, repercutindo então
00:51a sucessão de Ricardo Lewandowski no Supremo Tribunal Federal.
00:55Ministro, muito boa noite, seja muito bem-vindo ao Papo Antagonista.
01:01Pois é, meus cumprimentos respeitosos, carinhosos a você, quem nos ouve, ao Wilson Lima, a Carlos Graieb,
01:08a todos que nos veem e todas nos veem e ouvem.
01:12Ministro, eu quero muito começar essa entrevista com o senhor,
01:19que o senhor faça uma avaliação sobre essa questão desse processo.
01:24Hoje, que é o processo de sucessão de um ministro da Suprema Corte.
01:28Como é que o senhor avalia esse processo de sucessão,
01:32que já se configura ao longo de muitos anos no Brasil,
01:36que é uma prerrogativa de indicação do presidente da República,
01:40então, um nome para suceder essa vaga que é deixada após a aposentadoria, então, de um ministro.
01:48Como é que o senhor avalia esse processo de sucessão?
01:51Bem, é um processo intrinsecamente, inatamente relevante.
01:57Afinal, de que se trata?
02:00De, da investidura, da indicação pelo presidente da República,
02:06da arguição pública da pessoa indicada pelo presidente da República
02:11para ministro da Suprema Corte do país,
02:14e se for o caso, da nomeação, subsequentemente, da posse do nomeado
02:21para o cargo de ministro da Suprema Corte.
02:23É intrinsecamente relevante porque se trata de ocupar, em última análise,
02:27se for o caso, um dos 11 cargos de ministro do Supremo Tribunal Federal,
02:35que é a instância estatal decisória máxima que decide em determinadas matérias,
02:43por último, não que o Supremo seja infalível,
02:46mas é a embocadura, é a foz da vontade decisória do Estado.
02:52E as grandes questões do país terminam desembolcando no Supremo.
02:57Bastando lembrar que ele é, o Supremo Tribunal Federal do nosso país,
03:02o guardião maior da suprema lei do país, a Constituição.
03:08E no âmbito da suprema lei do país,
03:11ele é o guardião do supremo princípio constitucional do país,
03:16substantivamente, que é a democracia.
03:18Olha, estamos tratando com matéria da maior relevância, da maior importância.
03:25E o processo que agora se abre é, por definição, de importância ímpar.
03:33Todos devem acompanhar esse processo, na medida do possível,
03:37opinar, se inteirar dele,
03:40porque não é um momento qualquer, não.
03:42É um momento decisivo na vida da República.
03:44Ministro, participou comigo, como eu disse, dessa entrevista,
03:51o Wilson Lima e o Carlos Graebi.
03:54Wilson, entrevistado é nosso, por favor.
03:57Ministro, antes de entrar nas questões técnicas,
04:00eu queria explorar com o senhor justamente esse momento.
04:03Eu lembro, e até, enfim, eu lembro justamente no momento em que o senhor
04:10apresentou a sua aposentadoria, lá em 2013.
04:14Eu acompanhei esse processo, naquela época.
04:17Inclusive, até que eu estava contando essa história aqui nos bastidores, né?
04:21A minha primeira entrevista, quando eu vim para Brasília,
04:23foi o senhor, inclusive, que concedeu essa entrevista para mim.
04:26Até agradeço.
04:27Até hoje, as pessoas repercutem.
04:28Eu queria que o senhor falasse para a gente, ministro,
04:34sobre esse momento da aposentadoria de um ministro supremo.
04:39É difícil ter aquela cadeira?
04:43O que passa na cabeça de um ministro no momento...
04:47Olha, cheguei aos 75 anos, não sei o que foi aos 70, né?
04:50Mas, quando chega aos 75 anos, é hora de entregar o cargo,
04:55é hora de passar a bola para frente.
04:58E ainda mais no seu caso, porque o senhor passou a bola para frente
05:01no início do julgamento da AP 470,
05:05que foi o julgamento do Minha Salão,
05:06que é considerado hoje um dos marcos da história recente republicana.
05:11Conta para a gente como é que foi esse momento,
05:13e como é que é, justamente, esse momento até de desprendimento.
05:17De falar, olha, já não tem mais como contribuir a partir deste momento.
05:23Ótima pergunta.
05:24É preciso encarar esse momento da despedida,
05:27da desinvestidura do cargo de ministro superior tribunal federal,
05:32com naturalidade.
05:34Eu, até aquela época, não sei se eu disse para você,
05:37o Wilson, uma metáfora talvez um pouquinho pesada,
05:40mas foi o que me ocorreu.
05:42Eu disse, olha, numa república,
05:43a rotatividade, a alternância no exercício do cargo é natural.
05:48Não é monarquia, é república.
05:49E chega um tempo, eu fiz uma brincadeira séria,
05:53chega um tempo, numa república,
05:55chega um tempo que o cargo tem o direito de ver o seu ocupante pelas costas.
06:00Mas chega um tempo que é isso mesmo.
06:03É sair com a consciência tranquila
06:06de que contribuiu para o funcionamento regular daquela corte de justiça
06:13e para o aperfeiçoamento do sistema de justiça do Brasil.
06:17O poder judiciário como um todo.
06:18Eu encaro com absoluta naturalidade esse momento.
06:22Até porque eu só me entrei no Supremo
06:24porque alguém saiu,
06:26porque alguém se aposentou
06:28e possibilitou a vaga no cargo
06:31para que eu, na oportunidade,
06:33preenchesse essa mesma vaga.
06:36Então, eu me carei,
06:37como acho que o ministro Lewandowski está encarando,
06:39com absoluta naturalidade.
06:42Carlos Graier.
06:44Ah, eu queria fazer uma ressalva,
06:45se me permite.
06:47Claro, por favor.
06:48A ressalva é o seguinte,
06:49eu fiquei até o fim do julgamento, praticamente.
06:52Eu pautei a ação penal 470,
06:56coloquialmente chamada de mensalão,
06:59presidi as sessões durante quatro meses,
07:01de julho até o dia da minha aposentadoria,
07:0418 de novembro,
07:05com sessões plenária das segundas às sextas-feiras,
07:11e com as penalidades já aplicadas,
07:16a dosimetria das penas.
07:18Eu fiquei praticamente até o fim do julgamento.
07:20Do começo ao fim.
07:21É, ficou aquela discussão dos embargos infringentes
07:25já para frente.
07:27É que ficou ali para a gente,
07:30só para a gente relembrar um pouco,
07:31um momento de história,
07:32para você que,
07:33se você não lembra,
07:352012 começou o julgamento,
07:38ele foi concluir em 2013,
07:39com a questão dos embargos infringentes,
07:42que foi uma questão super polêmica na época,
07:44que eu lembro que, inclusive,
07:45quem deu o voto de Minerva,
07:46nesse caso foi o ministro Celso de Mello,
07:49que também, enfim,
07:51está aposentando isso em frente.
07:52Estou certo, ministro?
07:53Ou eu cometi algum erro?
07:54Não, está certo.
07:56Até tem outra particularidade.
07:57Quando eu pautei
07:59uma aprovação dos demais colegas,
08:04com os pares todos,
08:05quando pautei para julgamento
08:08a ação penal 4770,
08:09os autos do processo vinham com o nome,
08:12em letras garrafais,
08:13Mensalão.
08:15O que foi que eu fiz?
08:15Mandei colocar uma taja preta
08:18de cima do nome Mensalão,
08:19porque senão já teria um pré-julgamento,
08:21o que interessava era a ação penal
08:24para 170.
08:25Me lembro bem disso.
08:28Boa, ministro.
08:30Carlos Graebi, por favor, Carlos.
08:33Ministro, boa noite, tudo bem?
08:35Boa noite, Carlos.
08:36Bom revelo.
08:37Bom revelo.
08:39Ministro,
08:40vamos deixar de lado
08:42a questão de ser justa ou não.
08:44a situação.
08:46Mas é fato que o Supremo,
08:48hoje,
08:49passa por uma espécie de crise
08:50de legitimidade.
08:52Tem muita gente no Brasil
08:54que questiona a corte,
08:57que questiona o perfil
08:59dos indicados,
09:01dos ocupantes das cadeiras da corte.
09:03acham que são ministros com um perfil excessivamente político,
09:10associam o ministro ao presidente que o indicou.
09:15é uma situação complicada.
09:19Nesse contexto,
09:22caso o Lula decida indicar o seu ex-advogado,
09:26a corte sobrevive a uma indicação desse tipo,
09:31que de forma tão clara,
09:35cria um vínculo entre o novo ocupante da cadeira
09:39e o presidente que o indicou,
09:41ainda mais advogado e réu no máximo penal, né?
09:48Bem, na hora da indicação
09:50de um candidato a ministro do Supremo
09:55e da entrega desse nome indicado ao CRIVO,
09:59a interrogatório de inquirição,
10:05de avaliação do Senado Federal,
10:09nesse momento é preciso que um princípio
10:12constitucional da impessoalidade,
10:16que está especificamente, literalmente,
10:18na cabeça do artigo 37 da Constituição,
10:21seja observado.
10:22Não se paga um favor,
10:24não se é grato funcionalmente.
10:26esse grato no plano pessoal.
10:30E, seja quem for nomeado,
10:33é dever do nomeado,
10:35uma vez encostado no cargo,
10:37fazer o quê?
10:38Cortar, rente, cesse,
10:40o cordão milical com quem o nomeou.
10:43E com os membros também do Senado Federal,
10:46porque esses membros são os que aprovam
10:48o nome do indicado pelo presidente da República.
10:51À luz da Constituição, em tese,
10:53é tudo perfeito.
10:53O problema, CRIVO, é na prática.
10:57Ou seja,
10:58nós não padecemos de déficit,
11:01de qualidade normativa.
11:03A Constituição é boa,
11:05é de boa qualidade,
11:06nessa matéria como em tantas outras.
11:08O déficit é de efetividade da Constituição,
11:11de interpretação da Constituição,
11:13de aplicação da Constituição.
11:15Mas, você falou de crise do Supremo,
11:21é preciso lembrar...
11:22De imagem, sobretudo, de imagem.
11:24De imagem.
11:25É preciso lembrar, Carlos Gareb,
11:28e todos que nos acompanham,
11:31que veem, todos e todas,
11:34que o Supremo de hoje trabalha
11:36em condições mais adversas,
11:38bem mais adversas do que o Supremo de outras épocas.
11:41Porque nós estamos numa era de comunicação
11:44internetizada, digital, eletrônico digital,
11:50em que tudo é instantâneo,
11:52não há limite no tempo.
11:53em que as comunicações massivamente feitas,
11:59as mensagens postadas,
12:02internetizadamente,
12:04são tão instantâneas quanto planetárias,
12:07ou seja, sem limite geográfico,
12:09e sem limite numérico,
12:10de destino de dados,
12:12e sem limite de matéria.
12:14Qualquer matéria pode ser objeto
12:15desse tipo de comunicação,
12:17assim, tão massiva,
12:19quanto instantânea,
12:21quanto inumerável
12:23quanto aos seus destinatários
12:25e planetárias geograficamente.
12:27E o Supremo tem que decidir o mais das vezes
12:29com imediatidade,
12:31pela gravidade das coisas,
12:33com pouco tempo para refletir,
12:35para fundamentar mais consistentemente
12:37as suas decisões.
12:38Então, é diferente de outras épocas.
12:43Ministro, eu só estou com uma culpa...
12:45Perdão, Gareb, desculpa.
12:47Achei que você...
12:48Pois não, Gareb.
12:49Deixa eu só reformular,
12:52refazer o finalzinho da minha pergunta.
12:54O senhor acha que,
12:55nesse contexto,
12:56o Supremo sobrevive,
12:58vamos dizer assim,
13:00à indicação de alguém tão colado
13:02ao presidente da República?
13:05Olha, tem que sobreviver,
13:06sobretudo se ele preencher
13:08as outras condições
13:09de que fala o Supremo.
13:10As condições...
13:13Por exemplo, tem que ser brasileiro nato,
13:14isso é fácil de preencher.
13:16Tem que estar na idade mínima,
13:18de 35 anos
13:21e máximo de 70 anos.
13:22Não é a idade cronológica,
13:25de nascimento.
13:26É fácil de preencher.
13:28Agora,
13:29tem que ser dotado
13:30de reputação ilibada,
13:32que é mais do que
13:33a idoneidade moral.
13:34A idoneidade moral
13:36precisa ser comprovada
13:37com certas dúvidas cartorais.
13:39A reputação ilibada, não.
13:41Está acima de qualquer discussão,
13:43de qualquer dúvida,
13:44ninguém precisa provar nada.
13:46Precisa da notabilidade
13:47do saber jurídico.
13:49O saber notável
13:51é mais do que o saber notório.
13:53A notoriedade do saber
13:55é apenas um saber,
13:57digamos,
13:57que o indicado,
13:58e afinal nomeado e impostado,
14:00seja conhecido.
14:01Mas não é isso.
14:02A Constituição existe,
14:03seja notável.
14:05O notável tem que ser
14:06um expoente,
14:07um primos interpares,
14:09uma referência científica
14:11e profissional.
14:12A gente precisa saber
14:12se ele preenche,
14:13seja quem for.
14:15E tem que ser também,
14:17além de brasileiro nato,
14:20um versado na Constituição.
14:22Porque o Supremo
14:23é o Supremo guardião
14:24da Constituição.
14:26A Constituição é a lei maior
14:27do país,
14:27é a lei das leis.
14:29É a única lei
14:30que não tem número,
14:31estava a sua relevância.
14:33Vocês já perceberam isso.
14:34Se há uma lei
14:34que não tem número,
14:36é a lei maior,
14:36porque é número único.
14:38É a única lei
14:39que não é elaborada
14:40pelo Estado.
14:41É elaborada pela nação.
14:43O Estado é criatura
14:44da Constituição.
14:46E a seu turno
14:48é criatura de quem?
14:49Dela, nação.
14:50Essa realidade anterior
14:51ao Estado,
14:52exterior ao Estado,
14:53superior ao Estado.
14:55E é preciso que seja
14:56um democrata
14:57de raiz,
15:00de calma e de fronde.
15:02Um democrata convicto,
15:04testado.
15:06Por quê?
15:06Porque, substantivamente,
15:08o princípio continente
15:09da Constituição
15:10e que todos os outros
15:11princípios constitucionais
15:13são conteúdos,
15:13inclusive liberdade de imprensa,
15:15separação dos poderes,
15:17o princípio dos princípios
15:18é uma democracia.
15:20Então, é preciso preencher
15:21todos esses requisitos.
15:26Ministro,
15:27o senhor falou aí
15:28bastante sobre
15:29essa questão
15:30do critério
15:30da impessoalidade,
15:32dessa indicação
15:33de um ministro
15:34para a Suprema Corte,
15:36que isso precisa
15:36estar muito observado.
15:38E é dever,
15:39inclusive,
15:39desse nomeado,
15:40cortar,
15:41o senhor falou muito claramente
15:43isso,
15:43esse cordão umbilical.
15:45E, durante a sua resposta,
15:46o senhor também falou
15:47sobre o grande problema
15:49que é
15:49colocar isso
15:50na prática.
15:52Queria que o senhor detalhasse
15:53um pouco mais isso,
15:54desse desafio,
15:55de fato,
15:57desses indicados
15:58a Suprema Corte.
15:59é que uma coisa
16:03é a teoria,
16:04outra é a prática.
16:06Uma coisa
16:06é a vida pensada,
16:07outra é a vida vivida.
16:09A Constituição
16:10é teoria,
16:12é vida pensada
16:13pelo legislador
16:14constituinte.
16:16Outra coisa
16:17é o cotidiano,
16:18é a vida em concreto,
16:19a vida vivida
16:20efetivamente
16:21pelos destinatários
16:22da Constituição.
16:24Por mais das vezes,
16:26a Constituição
16:27não padece
16:27de defeitos
16:29qualitativos
16:30de normatividade.
16:31Não,
16:31a Constituição
16:32é tida lá fora,
16:34essa é a nossa Constituição
16:35de 1988,
16:36como de primeira grandeza,
16:38como de excelência
16:39qualitativa,
16:40no plano qualitativo.
16:42Essa Constituição
16:43lá fora
16:43projeta do Brasil
16:45a melhor imagem.
16:46O Brasil é tido
16:47lá fora
16:47como o primeiro mundista,
16:49não é só no futebol
16:50e na música, não.
16:51É juridicamente.
16:53Nós somos um país
16:54juridicamente
16:55primeiro mundista
16:56graças a essa Constituição.
16:57Agora,
16:58se ela está sendo
16:59bem interpretada
17:00e bem aplicada,
17:00é outra coisa.
17:03No conceber
17:04o processo
17:06de investidura
17:07de alguém
17:08no cargo
17:08de ministro
17:09do Supremo,
17:10a Constituição
17:11é muito boa.
17:12Agora,
17:12se ela vai ser
17:13concretamente,
17:14empiricamente observada,
17:16filha dignamente observada,
17:17é outra coisa.
17:19Compete a sociedade
17:20acompanhada de perto,
17:22compete,
17:22por exemplo,
17:24ao Senado Federal
17:25pelas suas duas instâncias
17:27deliberativas,
17:28inicialmente a Comissão
17:30de Constituição e Justiça
17:32e depois o próprio
17:33plenário
17:33do Senado,
17:36plenário que tanto
17:37quanto a primeira
17:38comissão,
17:38vai avaliar
17:40a qualidade
17:41do indicado
17:42pelo presidente
17:43da República,
17:43vai aferir
17:44do preenchimento
17:46das condições
17:46todas
17:47da Constituição.
17:48Nesse momento,
17:49a sociedade
17:49deve chegar
17:50junta,
17:51ali nos calcanhares
17:53do poder,
17:54tanto do presidente
17:55da República
17:55quanto do Senado Federal,
17:58para que a Constituição
17:59seja fidedignamente
18:01observada
18:01nas suas exigências.
18:03Ministro,
18:04eu só queria fazer
18:04um último,
18:05talvez na minha parte,
18:06eu só queria fazer
18:07um último questionamento,
18:09eu não sei se o senhor
18:11vai responder,
18:12mas enfim,
18:13cabe a nossa função
18:15fazer esse questionamento.
18:18O senhor conhece
18:19tanto o Zanin,
18:21na sua atuação
18:22como advogado,
18:23quanto o Manuel,
18:25o Manuel Carlos
18:27de Almeida Neto,
18:28pela atuação
18:28do Supremo Tribunal Federal,
18:30é bom lembrar
18:30que na época
18:31do julgamento
18:31do Mensalão,
18:32ele trabalhou diretamente
18:33no gabinete
18:34do agora ex-ministro
18:36Ricardo Lewandowski.
18:38Se o senhor
18:39estivesse no lugar
18:40do Lula
18:40e estivesse
18:41com esses dois currículos,
18:43qual você ficaria?
18:45Essa aqui é uma pergunta
18:47difícil de responder.
18:49eu aprofundaria
18:51o diálogo
18:52com a própria sociedade
18:53civil,
18:54com outras instituições,
18:55com o próprio,
18:55quem sabe,
18:56com alguns ministros
18:57do Supremo também,
18:58para saber
18:59como o próprio Supremo
19:00receberia a indicação
19:02desses nomes.
19:03Não é que o Supremo
19:03pudesse vetar,
19:04não tem veto nenhum.
19:05Quem tem o poder de veto
19:06é o Senado Federal.
19:08Para saber
19:09se eles preenchem
19:09as condições todas.
19:11A partir da notabilidade
19:13do saber jurídico,
19:15eu já expliquei,
19:16notabilidade
19:17é mais do que notório,
19:18notório e conhecido,
19:19notabilidade
19:20é excelência.
19:22E o domínio
19:23da Constituição,
19:24porque é um fenômeno
19:25hoje que é preciso
19:26levar em conta,
19:27que é universal.
19:29É o fenômeno
19:30da constitucionalização
19:32de todo direito.
19:34Não basta ser um penalista,
19:36é preciso ser um
19:37constitucionalista penalista.
19:39Não basta ser um civilista,
19:41um comercialista,
19:43um administrativista.
19:44Antes é preciso saber
19:45se é um constitucionalista,
19:47porque a Constituição
19:48é a lei das leis.
19:50É a única lei
19:51que o Estado não faz
19:52na redação originária.
19:54E, no entanto,
19:55é a lei de todas as leis
19:57que o Estado faz.
19:59E na Constituição
20:00estão os princípios
20:02que conferem
20:02identidade jurídica
20:04ao nosso país.
20:06É preciso que o ministro
20:07do Supremo
20:07seja muito bom
20:08de Constituição,
20:09antes de tudo.
20:11Ela é chamada
20:12de Constituição,
20:13não é à toa,
20:15porque tudo tem
20:16sua estrutura identitária,
20:18tem o seu modo
20:19peculiar de ser
20:20inconfundível,
20:22irrepetível,
20:23insimilar.
20:25Tudo é absolutamente
20:26original,
20:27não há nada
20:27igual a nada.
20:29Ela é chamada
20:30de Constituição
20:31porque constitui
20:32a identidade jurídica
20:33do país.
20:35O Brasil tem
20:35uma identidade jurídica
20:37e quem plasma,
20:39quem funda,
20:40constrói,
20:42estrutura essa identidade
20:43é a Constituição.
20:46E, na Constituição,
20:47estão os princípios
20:48mais civilizados,
20:49mais humanistas.
20:51A partir do quê?
20:52Do maior deles,
20:54a democracia.
20:56Esse governo
20:56lindonialmente definido
20:58como governo
20:59para o povo,
21:00pelo povo,
21:00para o povo.
21:01O ministro do Supremo,
21:02hoje,
21:03deve ser,
21:03como nos outros países,
21:05já se observa,
21:06um versado em Constituição.
21:08No mundo inteiro,
21:09hoje,
21:09contemporaneamente,
21:10há esse fenômeno
21:11da constitucionalização
21:13de todo o direito.
21:14A Constituição
21:15passou a ser
21:16princípio,
21:17meio e fim.
21:18Tudo começa
21:18com a Constituição,
21:19passa pela Constituição
21:21e se reconduz
21:22à Constituição.
21:23Se o indicado
21:24não for
21:25um constitucionalista,
21:26antes de tudo,
21:27não tem condições
21:28de ser ministro
21:29do Supremo Tribunal Federal.
21:37a Constituição.
21:39A Constituição do Supremo Tribunal Federal.
21:41A Constituição do Supremo Tribunal Federal.
21:42A Constituição do Supremo Tribunal Federal.
21:44A Constituição do Supremo Tribunal Federal.
21:46a Constituição do Supremo Tribunal Federal.
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