"Tapa na cara de Haddad", diz líder do governo, sobre taxa Selic em 13,75%

O Antagonista

há 4 meses

O deputado José Guimarães (PT-CE, foto), líder do governo Lula na Câmara, disse nesta quinta-feira (23) que a manutenção da Selic em 13,75% ao ano foi um “tapa na cara” do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, registra o Estadão.

O Copom, Comitê de Política Monetária do Banco Central, decidiu na última quarta (22) manter a Selic pela quinta vez seguida. Na ata da reunião, o comitê apontou incerteza sobre o arcabouço fiscal e disse que pode voltar a subir os juros se a inflação não for contida.

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00:00O deputado federal José Guimarães, líder do governo na Câmara dos Deputados,

00:05disse nessa quinta-feira que a manutenção da taxa Selic do patamar de 13,75% ao ano

00:12foi um tapa na cara do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

00:16O COPOM, que é o Comitê de Política Monetária do Banco Central,

00:19decidiu na última quarta-feira manter a taxa Selic pela quinta vez consecutiva

00:24na alta da reunião no valor no percentual de 13,75%.

00:29O comitê, obviamente, apontou incerteza sobre o arcabouço fiscal

00:33e disse que pode voltar a subir os juros se a inflação não for contida.

00:39Guimarães alegou que a medida não inviabiliza o novo arcabouço fiscal

00:43que Lula prometeu apresentar só em abril,

00:46depois dele e Haddad voltarem da China nessa viagem que está prevista para o próximo domingo.

00:51Inclusive, a gente tem um vídeo do José Guimarães que comentou esse assunto

00:54e falou sobre essa alta taxa de juros da Selic.

00:59Inclusive, essa informação foi uma entrevista exclusiva ao Metrópolis.

01:04A gente tem para vocês.

01:05Eu penso que...

01:07Eu vi a declaração do ministro Haddad mostrando a sua contrariedade

01:13e a minha, como dia do governo, eu acho que foi muito ruim para o país.

01:19O Brasil não suporta isso.

01:21E o que me espanta é que o ministro Haddad tem feito todos os esforços.

01:25Reforma tributária está caminhando em passos largos, está bem caminhado, grupo de trabalho.

01:34Já fizemos quatro reuniões com todos os Liras, reuniões com Arthur Lira.

01:39O caminho está pavimentado.

01:40E mais do que isso, o Haddad preparou, só não está oficializado ainda,

01:46o novo arcabouço fiscal do país, que era para vir lá para o final do semestre,

01:51que era o compromisso do Haddad quando aprovamos a PEC da transição.

01:54Eu lembro que está lá, até agosto, me parece.

01:58Está dito lá, até o final do semestre, está dito na PEC da transição.

02:02Tem um artigo lá, uma clausa, que diz que até o Haddad,

02:07se o ministro se compromete a mandar um arcabouço fiscal, está antecipando o sinal.

02:13A gente acompanhou aí trecho dessa entrevista concedida pelo deputado federal José Guimarães

02:18sobre esse arcabouço fiscal, que é a grande pedra no sapato do Lula,

02:22na verdade, sobre a taxa Selic.

02:24O Lula tem feito duras críticas ao Banco Central,

02:27tem feito duras críticas ao Campos Neto em relação a essa alta taxa de juros.

02:31Tem feito pressão, inclusive, a gente acompanhou durante essa semana,

02:35uma pressão muito grande feita por entidades de classe, pela CUT,

02:39aqui em Brasília, próximo ao Banco Central e também na Avenida Paulista, em São Paulo,

02:44para pressionar o Banco Central a baixar na canetada ou na protestada

02:49ou na bandeirada a taxa de juros.

02:52Mas, obviamente, a gente sabe que o Banco Central tem agido de forma técnica,

02:55tem feito sucessivas reuniões do comitê, do COPOM, para tentar avaliar isso

03:01e eles ainda não sentem segurança para baixar essa taxa de juros,

03:05dessa forma artificial.

03:08A expectativa deles é, sim, a apresentação do arcabouço fiscal

03:11que estava previsto para essa semana,

03:13que foi adiado desde a semana passada,

03:16seria apresentada essa semana, Lula adiou mais uma vez para abril,

03:19então, enquanto não tiver um arcabouço fiscal apresentado,

03:22que o COPOM, que o Banco Central se sinta confortável de baixar a taxa de juros,

03:26não há movimentação, não há mobilização,

03:28não há bandeiraço, canetada, gritos,

03:31que vai fazer o Banco Central baixar.

03:33Eu acho que nada mais justo do que o Banco Central ter independência nesse momento

03:36para conseguir baixar a taxa de juros,

03:39quando, de fato, a economia do país estiver consolidada.

03:42Por um lado, o governo aponta, obviamente,

03:45esse esforço que o governo tem feito para tentar melhorar a economia,

03:51mas nada muito concreto e nada visto, visivelmente, pelos economistas,

03:54a ponto de baixar a taxa de juros.

03:58Isso, obviamente, impacta o país, é uma taxa alta,

04:01já foi levantada que é a segunda maior taxa de juros no mundo,

04:05mas o governo tem que ter, sim, a sua parcela de contribuição,

04:09primeiro, na apresentação do arcabouço fiscal,

04:12para que o Banco Central se sinta confortável de baixar a taxa de juros,

04:15sabendo que, sim, há um arcabouço coerente, condizente,

04:20com o que o país pode gastar,

04:22e, do outro lado, gastar menos, não adianta baixar a taxa de juros na canetada,

04:27enquanto, do outro lado, o governo segue gastando

04:30como se nada tivesse acontecido.

04:32Então, a gente segue acompanhando aí, obviamente,

04:34trazendo para vocês os desdobramentos, os fatos,

04:37mas o que acontece é isso, o governo segue pressionando,

04:40Glaze Hoffman, Fernando Haddad e o próprio Lula

04:42têm feito uma pressão em cima do Campos Neto,

04:45CUT e entidades de classe também têm feito a pressão,

04:47queimado bandeiras e queimado itens na Avenida Paulista

04:52para tentar baixar isso na bandeirada,

04:55mas a gente sabe que isso precisa ser baixado

04:57quando, de fato, o governo se responsabilizar

04:59e apresentar o arcabouço fiscal,

05:02que é o que a economia espera e precisa,

05:04um arcabouço que, de fato, mostre.

05:06Derrubou o teto?

05:08Ok, apresente o arcabouço,

05:10que seja um arcabouço coerente com aquilo que o Brasil espera.

05:13Legenda Adriana Zanotto

05:18Legenda Adriana Zanotto

05:23Legenda Adriana Zanotto

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