- há 4 meses
--
Cadastre-se para receber nossa newsletter:
https://bit.ly/2Gl9AdL
Confira mais notícias em nosso site:
https://www.oantagonista.com
Acompanhe nossas redes sociais:
https://www.fb.com/oantagonista
https://www.twitter.com/o_antagonista
https://www.instagram.com/o_antagonista
https://www.tiktok.com/@oantagonista_oficial
Cadastre-se para receber nossa newsletter:
https://bit.ly/2Gl9AdL
Confira mais notícias em nosso site:
https://www.oantagonista.com
Acompanhe nossas redes sociais:
https://www.fb.com/oantagonista
https://www.twitter.com/o_antagonista
https://www.instagram.com/o_antagonista
https://www.tiktok.com/@oantagonista_oficial
Categoria
🗞
NotíciasTranscrição
00:00E vamos começar esse debate do dia falando sobre o julgamento que está parado no STF,
00:06que pode ser decisivo para saber se os patrões terão que apresentar justificativas para demitir empresários.
00:14A corte deve analisar ainda esse semestre uma ação apresentada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura
00:23que vai contra um decreto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que veta a demissão de funcionários
00:30sem apresentar uma causa, uma justificativa relacionada à sua capacidade ou comportamento.
00:36E para entender o que está por trás desse julgamento e se de fato vai ser proibido demitir no Brasil sem justa causa,
00:45nós trouxemos ao meio de em Brasília o advogado especialista em Direito do Trabalho, Gabriel Santoro,
00:52que já está aqui com a gente no estúdio para explicar os detalhes desse julgamento para vocês.
00:57Tudo bem, doutor Gabriel?
00:59Tudo bem, boa tarde. Boa desejada, feliz ano novo também a todos que estamos assistindo.
01:03É um prazer estar aqui, que estou à disposição para a gente tentar esclarecer.
01:08Parece que nos últimos dias esse tema bombou muito nas mídias sociais, na imprensa.
01:14E meu objetivo é de alguma forma tentar esclarecer, tentar pontuar aquilo que pode acontecer,
01:19aquilo que é terrorismo de alguns e o que de fato, quais são as perspectivas que nós temos
01:24para esse primeiro semestre de 23, quando, como você mencionou, o julgamento deve ser pautado.
01:30Perfeito. Doutor Gabriel, antes de antemão, muito obrigada por vir ao meio de em Brasília.
01:35Feliz ano novo, um 2023 repleto de coisas boas para a gente e muitas notícias positivas.
01:40É isso que a gente espera.
01:41E eu começo perguntando justamente isso.
01:44Esse julgamento voltou à tona depois de 25 anos, muito tempo parado,
01:48e parece que agora as coisas começaram a voltar às especulações.
01:52O julgamento começou a ser pautado de novo no STF.
01:56E o meu questionamento é, é de fato para isso?
02:00Para proibir a demissão sem justa causa?
02:03Bem, vamos lá.
02:04Eu vou tentar fazer curto uma história que é bem longa.
02:07Tanto é que temos há 25 anos com esse julgamento no Supremo.
02:10E, finalmente, ao que tudo indica, ele vai ser pautado este ano.
02:14E por que eu digo que ele deve ser pautado este ano?
02:17Porque o Supremo mudou o seu regimento interno no finalzinho do ano passado, de 22,
02:22e a publicação oficial dessa mudança deve acontecer agora, a partir do dia 6 de janeiro,
02:27quando o judiciário volta do recesso.
02:29Então a gente deve ter aí a publicação oficial do novo regimento nos próximos dias.
02:34E o que esse novo regimento diz?
02:35Que os pedidos de vista, que é quando o ministro tira o processo de pauta,
02:40para analisar melhor, ele tem um prazo máximo agora de 90 dias.
02:44Antes a gente tinha um prazo de 30 dias.
02:47Só que não havia penalidade.
02:48Então os ministros, por vezes, se arrastavam com esse processo,
02:52por anos a fio no gabinete, e não devolviam o processo para a pauta.
02:57Às vezes por estratégia jurídica, para retardar o julgamento,
03:00às vezes por questões político-jurídicas,
03:02que a gente sabe que o Supremo, por vezes, acaba envolvido.
03:06E a gente não tinha uma solução do caso.
03:08E não tinha uma solução por questão de opinião jurídica,
03:12mas por falta de julgamento.
03:14E agora o regimento diz o seguinte,
03:16se em 90 dias o ministro que pediu vista não devolver o processo,
03:20o processo vai seguir sem o julgamento, sem o voto daquele ministro.
03:24Então a gente imagina que se esse regimento for colocado em prática,
03:28essa questão da Convenção 5.8, que se arrasta por longos 25 anos,
03:34por bem ou por mal vai ser julgada.
03:36E o que diz a tal Convenção 5.8 da OIT,
03:39que está aí em todos os portais agora?
03:42Ela diz o seguinte, que os países que são signatários da Convenção,
03:46aqueles países que concordam com a Convenção,
03:48eles só podem dispensar o empregado se houver um justo motivo.
03:55Ah, Gabriel, o que é um justo motivo?
03:57A gente tem a justa causa tradicional,
03:59que nós já aplicamos aqui no Brasil, a CLT.
04:01Você vai lá no artigo 482 da CLT,
04:03tem um rol de motivos que o empregado pode ser dispensado
04:06por justa causa.
04:08Insubordinação, desídia, faltas reiteradas,
04:12que é uma espécie de desídia,
04:14agredir o superior hierárquico e assim por diante.
04:16Ou, de acordo com a Convenção,
04:20quando o empregador comprovar
04:22que ele tem um justo motivo para dispensar aquele empregado.
04:26E o que seria esse justo motivo do empregador?
04:29A Convenção mesmo fala,
04:31ah, quando o empresário passar por uma dificuldade financeira,
04:35por uma questão de reestruturação interna,
04:38então, antes de dispensar o empregado,
04:40o empregador passará a ter a obrigação de justificar.
04:44Ah, então quer dizer que nunca mais o empregado
04:46vai ser mandado embora?
04:47Não, não é isso.
04:48Mas é que agora, para que haja a dispensa,
04:52haverá uma justificativa por parte da empresa.
04:56Ficará, se for aprovada a Convenção,
04:58muito mais burocrático e muito mais custoso
05:01para a empresa dispensar o empregado.
05:03E por que eu digo isso?
05:04Porque agora a empresa vai ter que passar
05:06por um departamento jurídico,
05:07pelo setor de recursos humanos,
05:09vai ter que realmente redigir uma justificativa.
05:14A Convenção fala que essa justificativa
05:16tem que ser apreciada por uma organização independente,
05:19que pode ser o Poder Judiciário,
05:21que pode ser uma comissão de sindicatos,
05:22a gente não sabe ainda o que vai acontecer
05:25se for aprovada.
05:26Mas o fato é,
05:27se o Supremo chancelar a Convenção 5.8,
05:30a famosa dispensa sem justa causa
05:33que a gente conhece aqui no Brasil,
05:34que é quando o empregado é mandado embora
05:36sem nenhum motivo,
05:37bastando para tanto que receba as revas recisórias,
05:40ela já não vai mais existir da forma como ela é hoje.
05:44A gente vai ter uma mudança significativa
05:45na relação de empregado e empregador.
05:49Perfeito.
05:50Então, só para contextualizar,
05:52quem entrou aqui agora,
05:53quem já está assistindo a gente,
05:54de fato, vai ser mais custoso
05:57para quem está empregando,
05:59para o empresário,
06:00demitir caso o STF julgue favoravelmente
06:04a essa questão da Convenção 158, correto?
06:09158 da OIT, exatamente.
06:11Se essa convenção for aprovada pelo Supremo,
06:14poderia te dizer aí que fatalmente
06:17a gente vai ter,
06:18além da questão custosa da empresa
06:20de dispensar o empregado,
06:21a gente vai ter um aumento de demanda do judiciário.
06:24Porque todos aqueles empregados
06:25que forem dispensados,
06:27ainda que haja uma justificativa da empresa,
06:29poderão questionar a justificativa.
06:31Falar, olha, não, juiz,
06:32juiz trabalha,
06:32eu não concordo com essa justificativa.
06:34Na minha visão,
06:35a empresa não está passando por uma crise
06:36ou por uma reestruturação interna.
06:38E o judiciário que já é
06:41assoberbado de processos,
06:43já tem muitos processos para julgar,
06:46possivelmente,
06:47se essa convenção for implementada no Brasil,
06:50ela vai trazer maiores demandas
06:52para o judiciário trabalhista.
06:54Isso não há dúvida também.
06:56Perfeito.
06:57Doutor Gabriel,
06:58só para entender também aqui
06:59como sociedade,
07:01como contribuinte,
07:02como trabalhadora,
07:03existia uma lei,
07:06o Fernando Henrique Cardoso,
07:08à época,
07:08em 1997,
07:09se não me engano,
07:11ele derrubou essa lei,
07:13então essa lei passou a não vigorar mais,
07:15mas pelo que eu estou entendendo,
07:16ainda vai precisar de alguns decretos
07:18ou regulamentação
07:20para fazer com que ela vá
07:21entre em vigor,
07:22correto?
07:23porque alguns pontos ainda estão escuros.
07:26Essa justificativa vai ser apresentada a quem?
07:28Sob quais circunstâncias?
07:31Tem já isso definido
07:32ou isso ainda está meio obscuro,
07:35nublado,
07:35e as pessoas não têm ainda noção do que era?
07:36Essa dúvida é bem interessante,
07:38uma convenção internacional,
07:39que é o caso da Convenção 58 da OIT,
07:42como que ela entra no nosso sistema jurídico?
07:45O presidente,
07:46na época,
07:46Fernando Henrique Cardoso,
07:48participa da convenção internacional
07:50por meio dos seus ministros,
07:52e verifica se aquela convenção
07:54faz sentido para aquele país.
07:56Vamos assinar aquela convenção internacional
07:58junto com outros países?
08:00Ah, vamos.
08:01Então tá bom.
08:02A Convenção 58,
08:03lá atrás,
08:04estamos falando aqui de 96,
08:06foi chancelada pelo Executivo.
08:09O Executivo falou,
08:09acho que eu quero essa convenção no meu país.
08:12O Executivo manda para o Legislativo,
08:15o Congresso Nacional.
08:17O Congresso Nacional,
08:18em abril de 96,
08:21chancelou,
08:22falou,
08:22não, eu concordo com essa convenção,
08:24acho que ela faz sentido também
08:25para o nosso ordenamento.
08:26Então o Congresso faz um decreto legislativo
08:29e ratifica a opinião do Executivo.
08:35Depois da chancela do Executivo,
08:37volta para o presidente
08:39e ele edita um decreto
08:41para que essa convenção
08:44ganhe corpo no nosso ordenamento jurídico.
08:46Foi isso que aconteceu.
08:47Fernando Henrique Cardoso assinou a convenção,
08:50o Congresso chancelou a convenção
08:52e ela foi publicada.
08:54Ocorre que,
08:55passados seis meses
08:56dessa publicação,
08:58eu imagino que o presidente,
09:00à época,
09:00foi alertado por algum assessor
09:02e falou,
09:03olha, presidente,
09:03o senhor chancelou uma convenção
09:05que ela traz um certo problema
09:07de ordem interna.
09:09porque aqui no Brasil
09:10a gente permite
09:12a dispensa sem justa causa
09:14desde que o empregador
09:16pague verbas decisórias
09:17para os seus empregados.
09:18Obviamente que nós temos exceções,
09:20as empregadas grávidas,
09:21por exemplo,
09:22empregados que estão doentes,
09:24empregados sindicalistas,
09:26esses possuem
09:27o que a gente chama
09:27de garantia provisória de emprego.
09:29Mas tirando as exceções,
09:31a gente pode mandar embora
09:32um empregado sem justa causa,
09:34bastando, repito,
09:35que o empregador pague
09:37as verbas decisórias.
09:38O presidente, então,
09:40imagino, repito,
09:41que alertado por algum assessor,
09:42voltou atrás
09:43e denunciou
09:45a convenção 158.
09:47Esse é o termo jurídico
09:48para revogar.
09:50Então ele revogou
09:50aquela chancela
09:52que ele tinha feito.
09:53E qual é o problema
09:54que foi posto
09:55para o Supremo Tribunal Federal
09:56apreciar?
09:58O presidente pode revogar
10:00o decreto 158
10:01sem a chancela
10:02do legislativo?
10:04Porque foi o que ele fez.
10:05Ele falou, olha,
10:06não quero mais,
10:07rasgo essa convenção
10:08e não aplico mais no Brasil.
10:11Só que o Congresso Nacional
10:12não ratificou
10:13essa revogação.
10:16Portanto,
10:17na visão de alguns juristas,
10:20inclusive da confederação
10:22que ingressou no Supremo,
10:23esse ato de denúncia,
10:25esse ato revogatório
10:26do presidente Fernando Henrique
10:27não produz efeitos jurídicos
10:30até que o Congresso
10:33chancele a denúncia.
10:35Então, já respondendo
10:36uma possível dúvida
10:37do pessoal
10:38que está nos assistindo,
10:39ah, então tem solução,
10:40Gabriel?
10:41Lógico que tem.
10:42Basta o Congresso Nacional,
10:44se for o desejo do Congresso,
10:46ratificar a denúncia
10:48que o presidente fez lá atrás
10:49e acabou o problema.
10:51A convenção sai
10:52do nosso ordenamento jurídico.
10:55Ok?
10:55Uma outra solução
10:56seria o Supremo Tribunal Federal
10:58terminar o julgamento
11:00que foi iniciado em 97
11:01e decidir
11:04que o presidente
11:05pode fazer
11:06esse ato de denúncia
11:08sem a chancela
11:09do Congresso Nacional.
11:11Nós já temos
11:12vários votos
11:13proferidos nesse processo,
11:15muitos de ministros
11:16que já se aposentaram,
11:17ministros que já faleceram,
11:19e dando aí
11:20o cenário
11:22bem atual
11:23de como está
11:24essa votação,
11:25nós já temos aqui
11:26cinco ministros
11:27do Supremo Tribunal Federal
11:28inclusive, repito,
11:30ministros que já saíram
11:31da corte,
11:32que entendem
11:33que o presidente
11:33não pode denunciar
11:36a convenção
11:37sem a chancela
11:38do executivo,
11:39do legislativo.
11:41Então,
11:41cinco ministros
11:42já votaram
11:42e falaram
11:44não,
11:45essa convenção
11:46continua válida
11:47até que o Congresso
11:50ratifique o ato
11:51de denúncia.
11:52Nós temos
11:52outros
11:53três ministros
11:55que votaram
11:55contrários,
11:57falando não, não,
11:57o presidente pode
11:58à vontade
11:59revogar
12:00o tratado
12:02internacional
12:03sem a chancela
12:04do executivo,
12:05do legislativo,
12:06tá?
12:07Só que desses
12:07três ministros
12:08que votaram
12:09falando que o presidente
12:10pode fazer isso,
12:13dois deles,
12:14que é o ministro
12:15Dias Toffoli
12:15e o ministro
12:16Teori Zavascki,
12:17já falecido,
12:18entendem
12:19que,
12:21na verdade,
12:22o presidente
12:22tinha que pedir
12:24a chancela,
12:24mas para esse
12:26caso específico
12:27da convenção
12:27158,
12:29o Supremo
12:29faria vistas
12:30grossas.
12:31Quando eu chamo
12:31de vistas
12:32grossas aqui
12:33é para não usar
12:33o termo certo,
12:34que é o termo
12:35de modulação
12:35de efeito.
12:36Então,
12:37para alguns ministros,
12:38e eu cito aqui
12:39o Toffoli
12:39e o ministro
12:40Teori,
12:42o executivo
12:44tem que pedir
12:44a chancela
12:45do legislativo,
12:46sim,
12:47porém,
12:48para este
12:48caso específico
12:50da convenção
12:50158,
12:51isso não se aplicaria,
12:52que é o que nós
12:53chamamos de modulação
12:54de efeito.
12:55Para não criar
12:56um impacto
12:56muito grande
12:57na sociedade,
12:58o judiciário
12:59pode,
13:00e eu acho até
13:01que pode ser
13:01uma saída boa
13:02para este caso,
13:03modular os efeitos.
13:05A gente pode definir
13:06daqui para diante,
13:08de 2023 para frente,
13:10sempre que acontecer
13:11uma denúncia
13:12por parte do executivo,
13:14o Congresso Nacional
13:15tem que chancelar.
13:16Daqui para trás,
13:18ficam válidos
13:19os atos
13:19que foram feitos
13:20sem essa regra.
13:22Não sei se eu fui claro
13:23que estentei
13:23a se mostrar
13:24de uma forma
13:25menos juridiquês,
13:27a situação jurídica
13:29desse processo
13:30atualmente.
13:32Foi sim,
13:33doutor Gabriel,
13:33deu para entender
13:34esse embrólio,
13:37que é uma confusão.
13:38Faltam três votos,
13:40o do Gilmar,
13:40o Gilmar Mendes,
13:41que foi o que pediu vista
13:42agora em outubro
13:42do ano passado,
13:43e os dois ministros
13:44que foram indicados
13:45pelo presidente Bolsonaro,
13:47que é o Cássio Nunes
13:48e o André Mendonça.
13:50Então,
13:50esses três ministros
13:51faltam votar ainda
13:53nessa matéria.
13:55Como o senhor avalia
13:56que eles devem votar?
13:58Olha,
13:58essa é a pergunta
13:59do milhão.
14:00Até
14:01estava conversando
14:02com alguns alunos,
14:03algumas pessoas
14:03que me perguntaram,
14:04olha,
14:05como é que seria
14:05o voto do Gilmar?
14:06O Gilmar
14:07é um constitucionalista
14:09muito reconhecido,
14:12doutrinador
14:13na parte constitucional.
14:14e é possível
14:16que se ele analisar
14:20friamente o texto
14:21da Constituição,
14:22a gente imagina
14:23que ele vai partir
14:25para seguir a maioria,
14:28ou seja,
14:29que o Congresso Nacional
14:30precisa ratificar
14:31o ato de denúncia
14:33do Executivo,
14:35porque é a consequência lógica,
14:37é o raciocínio meio lógico,
14:39se para entrar
14:39no sistema jurídico
14:41a lei e a Constituição
14:43exigem duas passagens,
14:44o Executivo
14:45e o Congresso,
14:47para que essa convenção
14:47saia do sistema,
14:49é razoável imaginar
14:51que a convenção
14:52siga o mesmo caminho.
14:54O presidente denuncia
14:55e o Congresso ratifica.
14:58Se a gente pensar
14:59de forma diferente,
15:01a gente tem que pensar
15:01que para todas
15:02as convenções internacionais,
15:04não só para essa,
15:05para todas,
15:07o presidente
15:08que está empossado
15:09poderia sair revolucionado,
15:11advogando ao seu bel prazer,
15:13convenções internacionais
15:15que já estão em vigor
15:15há muito tempo,
15:16não só na área trabalhista,
15:17em todas as áreas.
15:18Então isso pode dar
15:20um superpoder
15:21para o presidente
15:22que talvez
15:23o constituinte
15:24não tenha desejado.
15:26E isso me parece
15:27fazer algum sentido.
15:28Então se nós formos
15:29analisar do ponto de vista
15:30estritamente jurídico
15:32e constitucional,
15:33os votos
15:34que já estão proferidos
15:35da maioria dos ministros
15:36aí
15:37parecem ser os mais corretos.
15:39Olha,
15:39para que a convenção
15:40saia do sistema,
15:42o Congresso
15:43tem que ratificar.
15:45E aí vai competir
15:46agora o Executivo
15:47fazer um trabalho
15:48de bastidor,
15:49um trabalho político
15:49para convencer
15:51o Congresso
15:51a ratificar
15:52aquela denúncia
15:53que foi feita lá atrás.
15:55A situação
15:56que se coloca
15:57agora interessante
15:58é que o governo
15:59que assumiu agora
16:00no dia 1 de janeiro
16:01é um governo
16:01mais de esquerda,
16:03mais afeto
16:05aos trabalhadores
16:06e ele teria
16:08que fazer um lobby
16:09junto ao Congresso
16:10Nacional
16:11pedindo para o Congresso
16:12tirar um direito
16:13dos trabalhadores.
16:14Então assim,
16:15é uma situação
16:15bem sui gêneris,
16:16bem interessante
16:18de se apreciar.
16:20O cenário mudou
16:20em 25 anos,
16:21então era o presidente
16:22do PSDB,
16:24tivemos outros tantos
16:25e hoje
16:25essa bomba
16:26vai cair no colo
16:27do PT.
16:28O presidente Lula
16:29vai ter que,
16:30junto com seus ministros,
16:31se quiser
16:32trabalhar no Congresso
16:33essa matéria,
16:34vai ter que convencê-los
16:35a ratificar ou não
16:36o Congresso,
16:37o tratado.
16:38Ou o Supremo
16:39faz
16:39essa
16:41modulação
16:43que eu mencionei
16:44há pouco para vocês.
16:44O Supremo
16:45pode entender
16:45que deveria
16:47ter sido feita
16:47a ratificação
16:48pelo Congresso,
16:49mas
16:49para não criar
16:50um cenário
16:51de incertezas
16:52absurdas no país,
16:54a gente vai fazer
16:55isso daqui para adiante
16:56e a gente manteria
16:58a denúncia
16:58do presidente
16:59FNR Cardoso
17:00válida,
17:01embora
17:02com um erro
17:02de procedimento.
17:04Isso a lei
17:04permite
17:05que o Supremo
17:05Tribunal
17:06faça.
17:07E eu imagino
17:07que se o Congresso
17:08não sair
17:09por essa linha,
17:11o Supremo
17:11vai acabar,
17:13entre aspas,
17:14legislando de novo.
17:15Eu digo entre aspas
17:16porque a lei
17:17permite que o Supremo
17:18faça essa modulação
17:19de efeitos
17:20se ele verificar
17:21que a decisão dele
17:23pode causar
17:23um impacto
17:24severo,
17:25um impacto muito grande
17:26nas relações
17:27socioeconômicas
17:28do país.
17:30Agora,
17:31doutor Gabriel,
17:31o senhor apontou
17:32uma questão
17:32que eu acho
17:32que é bem interessante
17:33a gente ressaltar
17:34aqui,
17:35essa ação
17:36foi proposta
17:37pela CUNTAG
17:38em parceria
17:38com a CUT,
17:39correto?
17:40A CUT
17:40é uma condição
17:41de Amigos
17:41Puri.
17:43Exatamente.
17:44Agora,
17:45nesse momento,
17:46a ação
17:46volta no governo
17:48petista.
17:49Na sua avaliação,
17:51há chance
17:51do Executivo
17:52atuar
17:54junto ao Congresso
17:55Nacional
17:55para manter
17:56tudo do jeito
17:56que está?
17:57Ou você acha
17:58que,
17:58nesse caso,
17:58o Executivo
17:59vai tirar o corpo
18:00fora
18:00e tentar
18:01que o Judiciário
18:02faça o trabalho
18:03pesado?
18:03Eu estava
18:04na matéria
18:05hoje cedo,
18:05hoje pela manhã
18:06eu estava
18:06na matéria
18:07do ministro
18:07do trabalho
18:08Luiz Marinho
18:09recém-impossado
18:10em que ele
18:11declarou
18:11para a imprensa
18:12que ele não
18:13sabia
18:14do que se tratava
18:15esse julgamento
18:15ainda.
18:16Que ele ia
18:17tomar pé
18:17do julgamento
18:18para tentar
18:19entender o cenário
18:20jurídico
18:22e fático
18:22para que aí sim
18:24o governo
18:24pudesse se posicionar
18:25do ponto de vista
18:26institucional.
18:28Acredito
18:28que nesse momento,
18:29meio dia e pouco,
18:30o ministro já tenha
18:30tomado pé
18:31da situação.
18:32Essa conversa
18:32que nós estamos
18:33tendo aqui
18:34com os ouvintes,
18:35com os espectadores,
18:36alguém já teve
18:37com o ministro também
18:38para colocar ali
18:39e falar,
18:39olha,
18:39é isso.
18:40Se o Supremo
18:41entender
18:42que a convenção
18:43é válida,
18:44a nossa saída
18:45é ou trabalhar
18:46com o Congresso
18:47para o Congresso
18:48ratificar a saída
18:49desse tratado
18:50do país,
18:51ou trabalhar
18:52com esse novo cenário
18:53de que a convenção
18:545.8 passaria
18:55a integrar
18:56o nosso sistema
18:57jurídico
18:57e, portanto,
18:59as demissões
19:00só poderiam ser
19:01feitas no país
19:02com justificativa,
19:03a partir do momento
19:04que tem um justo motivo.
19:06Existem alguns
19:07colegas advogados,
19:08professores,
19:09que entendem,
19:11e aí é uma opinião
19:11que, por hora,
19:13é minoritária,
19:13mas há quem defenda,
19:15que ainda
19:16que a convenção
19:17seja válida
19:18no país,
19:19a gente poderia
19:20continuar dispensando
19:22sem justa causa
19:23desde que fizesse
19:24o pagamento
19:25da indenização
19:26ao empregado.
19:28Eu respeito
19:29essas opiniões,
19:30mas entendo
19:30que não há margem
19:32na Convenção
19:345.8 para isso.
19:35A convenção
19:35me parece bem clara.
19:37Ela só permite
19:39que haja
19:39uma dispensa
19:40se houver
19:41um motivo,
19:42um motivo determinante.
19:44Obviamente
19:44que isso vai gerar
19:45debates,
19:46se for aprovado,
19:47se,
19:48estou botando aqui
19:48uma condicionante,
19:50vai sempre ter,
19:51começar a abrir
19:51aquelas interpretações
19:52do que é algo relevante.
19:54Isso vai ficar
19:55a cargo do judiciário
19:56depois desse dia.
19:57Quais são os motivos
19:58que são, de fato,
19:58lícitos para uma dispensa
20:00e quais motivos não são?
20:02A gente estaria inaugurando,
20:03sem sombra de dúvidas,
20:05uma nova fase
20:05da jurisprudência trabalhista.
20:07Seria uma mudança
20:07muito grande
20:10nas relações
20:10de emprego no Brasil.
20:12Por isso,
20:13até por esse cenário
20:14ser muito brusco,
20:16uma mudança de chave
20:16muito grande,
20:18eu imagino
20:18que vai ser feita
20:20uma saída
20:20ou jurídica
20:21ou política
20:22para esse tema.
20:23Eu não acredito
20:24que a gente vai acordar
20:25amanhã no Brasil
20:26e agora todo mundo
20:28tem garantia provisória
20:29até que o empregador
20:30justifique a minha saída.
20:32Acho que é perigoso
20:33a gente sair por esse lado.
20:35Porque,
20:35ainda que o Supremo
20:36tenha votos
20:37já quase que suficientes
20:39para entender
20:40que o Fernando Henrique
20:42fez errado lá atrás,
20:44eu imagino
20:44que os ministros
20:45que estão na corte hoje
20:46vão entender assim,
20:48mas vão modular os efeitos.
20:49Vão falar,
20:50olha,
20:50ele errou,
20:51tudo bem,
20:52foi um equívoco lá atrás,
20:53mas isso não pode
20:54retroagir.
20:55Isso vai ser de agora
20:56para outras convenções.
20:58A minha opinião pessoal
20:59é essa,
21:00e porque também acho
21:01que o Partido dos Trabalhadores
21:02não vai se expor
21:03junto às centrais sindicais,
21:05junto aos sindicatos,
21:07para fazer um lobby
21:08para que o Congresso
21:09ratifique a retirada
21:11de uma convenção
21:12que é tão cara
21:13para os trabalhadores.
21:14é uma situação interessante,
21:16nós vamos ver isso,
21:17porque essa bomba
21:18vai estourar realmente,
21:20imagino,
21:21nesse primeiro semestre
21:22de 2023 ainda.
21:24É o que a gente
21:25está vendo aí.
21:27E até essa questão
21:28do novo ministro do Trabalho
21:30ter ficado aí cauteloso,
21:32informar que não estava
21:34sabendo muito
21:35sobre o assunto,
21:36talvez ele soubesse,
21:37mas nesse primeiro momento
21:38não fosse estratégico
21:39para ele informar
21:40a opinião,
21:41até porque o Marinho,
21:43inclusive veio desse meio sindical,
21:45então acho que para ele
21:46seria pouco estratégico
21:49nesse momento
21:49se posicionar
21:51sobre um assunto
21:51que de fato
21:52é um assunto polêmico.
21:54Com certeza o ministro
21:55sabe a Convenção 58
21:56porque ela é muito,
21:57ela é bandeira realmente
21:59das entidades sindicais,
22:00desde que ela foi aprovada
22:02no Brasil 96,
22:03ela é uma das pautas
22:05que os sindicatos defendem,
22:06que a gente realmente
22:07coloque em vigor
22:09essa convenção no Brasil.
22:10E obviamente
22:10que a parte empresarial,
22:11as entidades que defendem
22:13os empresários,
22:14elas são contrárias
22:15a essa convenção
22:17por uma questão óbvia,
22:18para o empregado
22:18é muito burocrático
22:20a gente passar
22:21a aplicar essa convenção
22:22e ter essa dificuldade
22:24para dispensar alguém
22:25que o empresário julga
22:26não ter mais valia
22:28na sua empresa.
22:30Perfeito.
22:31Eu sou o Gabriel,
22:32voltando aqui para o tema
22:33inclusive da enquete,
22:34que a gente está com a enquete
22:35aqui já na tela
22:36para vocês,
22:37que é justamente
22:38os impactos
22:39desse julgamento
22:40desse julgamento
22:41para os empresários
22:42caso seja julgado
22:43pela manutenção
22:44da Convenção 158
22:45e também
22:47para os trabalhadores,
22:48uma vez que
22:48já está sendo
22:50amplamente divulgado
22:51vários empresários
22:53inclusive
22:53evitando contratar,
22:55eu tenho visto aí
22:57muitas pessoas comentando
22:58que empresários
22:59estão evitando
22:59contratar
23:00com receio
23:01de não ter como demitir.
23:03isso vai estimular
23:05de alguma forma
23:06a pejotização
23:06caso, obviamente, gente,
23:08a gente não está afirmando
23:09que vai ser aprovado,
23:11tem um processo
23:12ainda vai ser julgado,
23:13mas caso essa convenção
23:15seja ratificada,
23:17se há esse risco aí
23:18de aumento
23:19do número de pessoas
23:21contratadas por CNPJ.
23:23É, quiser o seguinte,
23:24eu estou vendo aqui,
23:24ainda tudo muito superficial,
23:26eu vejo pelos grupos
23:27de WhatsApp que eu estou,
23:28que envolvem clientes,
23:30que têm empresários,
23:31o grupo dos professores,
23:32o grupo dos advogados,
23:33a gente tem vários grupinhos,
23:34a gente vai sentindo
23:35o termômetro dele
23:36que foi aumentando,
23:38aumentando
23:38desde o início da semana
23:39até hoje.
23:40A gente já vê, sim,
23:42empresários,
23:43clientes receosos
23:44com relação
23:45à possibilidade
23:46dessa convenção
23:46ser aprovada
23:47e que seguraram o pé,
23:49não custa,
23:50se eu queria fazer
23:50um investimento
23:51de ampliação
23:52da minha empresa
23:53ou um investimento
23:53novo no país,
23:55obviamente,
23:56é mais razoável
23:57que eu espere
23:58três, quatro meses
23:59para ver qual vai ser
24:00a decisão
24:00do Supremo Tribunal,
24:01Federal,
24:02qual vai ser eventual,
24:03se vai ter modulação
24:04de efeito,
24:04se não vai,
24:05para que eu possa
24:06me planejar.
24:07Então,
24:07nesse primeiro momento,
24:09é evidente
24:10que empresários
24:12mais cautelosos
24:13vão aguardar.
24:15Se for aprovada
24:16a Convenção 5.8,
24:18se ela for chancelada,
24:19se ela for incorporada
24:20ao nosso sistema,
24:22eu continuo achando
24:23que num primeiro momento,
24:25assim como foi
24:25com a Reforma Trabalhista
24:26em 2017,
24:27os empresários
24:28continuarão cautelosos
24:29para tentar entender
24:30como que vai ser
24:31o posicionamento
24:32do judiciário,
24:33como que vai ser
24:34o posicionamento
24:34do legislativo,
24:36se haverá alguma
24:37regulamentação
24:38da Convenção 5.8
24:39no ponto de vista
24:40interno do país.
24:42Então,
24:42haverá meio que um
24:44travamento
24:44se a Convenção
24:46for aprovada
24:47no Brasil,
24:48de investimento,
24:49eu quero dizer.
24:50E isso me parece óbvio,
24:51a gente já sente isso
24:52pelos,
24:53repito,
24:54pelos clientes,
24:55pelos empresários,
24:56pelos advogados
24:57que já estão se manifestando,
24:58pelas manifestações
24:59oficiais
25:00que algumas federações
25:01de indústria
25:01já estão colocando
25:03nas redes sociais
25:04e que já vêm saindo
25:05na imprensa.
25:06Em relação
25:07à pejotização,
25:09ela pode ser,
25:11num primeiro momento,
25:14uma saída rápida,
25:15uma saída fácil,
25:18então o empresário
25:19passa a contratar
25:20por pejotização,
25:22então eu passo a exigir
25:23que o meu empregado
25:24tenha uma PJ
25:25para que eu o contrate,
25:27mas ela encontra
25:28dois óbvices
25:29para mim.
25:30O primeiro é o óbvio
25:31que ela já encontra hoje.
25:33Se essa pejotização
25:34foi feita
25:36para fraudar
25:37a lei trabalhista,
25:38o judiciário
25:39já entende,
25:40a CLT também
25:41no seu artigo 9,
25:42que essa pejotização
25:43seria falsa,
25:44fake.
25:45Então o judiciário
25:46trabalhista
25:48iria passar
25:48uma borracha
25:49nessa pejotização,
25:51caso, obviamente,
25:52o empregado
25:52entre com uma demanda
25:53e iria reconhecer
25:55o vínculo de emprego
25:56normalmente.
25:57Então tentar
25:57pejotizar
25:58só para maquiar
25:59a relação
26:00acho complicado,
26:02porque,
26:02repito,
26:03isso se o trabalhador
26:05movimentar o judiciário
26:06ele vai conseguir
26:06o vínculo de emprego
26:07dele.
26:08E,
26:09dois,
26:09existem custos
26:11para você abrir
26:11uma PJ
26:12e manter uma PJ.
26:13Ainda que a gente
26:14tenha desburocratizado
26:15essa questão
26:16nos últimos anos,
26:17ainda é custoso
26:18você ter uma pessoa
26:19jurídica.
26:19Então quando eu falo
26:20de altos cargos
26:22numa empresa,
26:23é até comum
26:23a gente se deparar
26:24com pejotização.
26:25Mas quando a gente
26:26fala de cargos
26:27mais baixos
26:28em que os trabalhadores
26:29talvez não tenham
26:30ensino superior,
26:32que tem maior dificuldade
26:33de compreender
26:34o que é uma PJ
26:35e temos uma massa
26:36de trabalhadores
26:37que se enquadra aí,
26:39é complicado,
26:40não é simples
26:41para esse trabalhador
26:42abrir uma PJ.
26:43Ele tem que estar
26:44com o nome limpo,
26:45ele tem que ter eventualmente
26:46um contador
26:46para auxiliar,
26:47tem que ter uma conta
26:48em banco.
26:49Então mesmo assim,
26:50mesmo que a gente julgue
26:51que essa pejotização
26:52teria facilidade
26:54no judiciário,
26:55acho que na vida prática
26:56a gente não encontraria
26:58um facilitador
27:00na PJ.
27:03Perfeito.
27:04Teve um comentário aqui,
27:05eu não sei se vocês
27:05nos conseguem resgatar,
27:07um dos nossos leitores
27:09aqui comentou
27:10que muitas pessoas
27:12já estão sendo demitidas,
27:14inclusive pelo receio
27:15dos empregadores
27:17dessa convenção
27:19a ser ratificada
27:20no Brasil,
27:20ser chancelada
27:21no Brasil.
27:22Você vê.
27:22E que de fato
27:23é uma coisa
27:24que pode vir a acontecer,
27:26não há informações
27:27muito claras,
27:28esse debate aqui
27:28inclusive é para isso,
27:30para talvez
27:31acalmar os ânimos,
27:32talvez explicar
27:33ao certo
27:33o que vai acontecer,
27:35mas há muita gente
27:36já receosa
27:37das consequências
27:38aí dessa convenção
27:40no país
27:41e já está começando
27:42a demitir.
27:44É, você vê,
27:44porque a pior decisão
27:46é a não decisão.
27:48A pior coisa
27:49que o Supremo faz
27:50para o país
27:51na minha análise
27:51é não pautar,
27:52é não julgar
27:53esse caso.
27:55Ainda bem
27:55que o regimento
27:56foi alterado,
27:57então mesmo que seja
27:58contra a vontade
28:00dos ministros,
28:01vai ter que ser feito
28:01esse julgamento.
28:02É um tema delicado,
28:03é óbvio que é,
28:04porque do ponto de vista
28:05legal,
28:07constitucional,
28:08jurídico,
28:08estritamente,
28:10me parece que a saída
28:10seria muito fácil,
28:11fosse uma prova,
28:12né, poxa,
28:13não,
28:13tem que ter
28:14a chancela
28:15do legislativo.
28:18Me parece simples
28:19a resposta,
28:20só que a implicação
28:21prática que isso vai ter,
28:23ela é muito perigosa.
28:24Então o Supremo
28:25tem que ter as cautelas
28:26de fato
28:27para julgar,
28:28só que 25 anos,
28:29indo para o 26º ano,
28:31é algo completamente
28:32desarrasoado.
28:34Então,
28:34me parece que
28:35o Supremo
28:36tem que ter
28:37essa sensibilidade
28:38de colocar esse tema
28:39de uma vez por todas
28:40para julgamento.
28:42Fazendo aqui os cálculos,
28:43a gente já teria
28:44votos suficientes,
28:45porque mesmo,
28:46repito,
28:46os ministros que julgaram
28:47contrário à convenção,
28:49eles entendem
28:50que o Congresso
28:53tem que chancelar,
28:54então eles concluem
28:56de um jeito,
28:57mas o meio do voto
28:59diz outra coisa.
29:01Então o Supremo
29:01tem que encarar,
29:02olha,
29:03o Fernando Henrique
29:04errou lá atrás,
29:05tudo bem,
29:06mas vamos modular
29:06o efeito?
29:07Então vamos modular,
29:08vamos modular,
29:09a partir de agora
29:09é daqui para frente,
29:11até para dar um norte
29:11para os próximos atos
29:13do Executivo,
29:14ou não,
29:15vamos então encarar
29:16aqui a maioria,
29:17o presidente errou,
29:18vamos encarar
29:18as consequências do erro,
29:20deixa o Executivo
29:21trabalhar com o Legislativo
29:23se for o caso,
29:25eles se entendam lá
29:26para resolver essa questão,
29:28mas vamos resolver,
29:29o que não pode,
29:30até por uma questão
29:31aí de medo,
29:32como você mencionou,
29:32algumas pessoas já falam,
29:33olha,
29:34estão demitindo
29:34porque não sabem
29:35como é que vai ser,
29:35melhor demitir agora.
29:37Então,
29:38esse é o pior cenário
29:39que a gente pode ter,
29:40uma não decisão.
29:41Então,
29:42tomara que o Supremo
29:43aí,
29:44vendo os apelos
29:44que a mídia está colocando agora,
29:46essa matéria vem saindo
29:47em vários portais,
29:48tenho certeza
29:49que os ministros
29:50estão cientes
29:51da gravidade
29:52desse tema
29:53e vão pautar,
29:54e vão pautar
29:55e vão decidir.
29:56Na minha opinião pessoal,
29:58como eu já disse aqui,
29:59eu imagino que vai ser decidido
30:01a favor
30:01da chancela
30:03do Legislativo,
30:04porém,
30:05eu aposto
30:06que com a modulação
30:07de efeitos,
30:08com a decisão
30:10sendo daqui para frente.
30:11Seria bastante temerário
30:13do ponto de vista
30:14político,
30:15jurídico,
30:16a gente aplicar
30:17a Convenção 5.8
30:18mudando a chave
30:19tão rápido
30:20no país.
30:22Professor Gabriel,
30:23tem uma expectativa
30:24de prazo
30:25para o STF
30:26julgar essa questão?
30:28É que o prazo
30:29para o ministro Gilmar
30:30devolver o processo
30:31vai começar a contar
30:32do final do recesso
30:33quando foi publicado
30:34o novo regimento.
30:35Salvo engano,
30:36o regimento fala
30:37em 90 dias úteis.
30:38Salvo engano,
30:39essa é a redação
30:39que ela não foi publicada ainda,
30:41mas são 90 dias úteis.
30:42O ministro pode usar
30:44menos tempo,
30:44até porque ele está
30:45com o processo
30:45desde outubro já,
30:47então ele já pode
30:47devolver o processo
30:48para a presidência
30:50no comecinho
30:51de janeiro e fevereiro,
30:52e aí vamos depender
30:53da ministra Rosa Weber,
30:55que é a presidente atual,
30:56pautar o processo,
30:57porque não basta
30:57o ministro devolver,
30:59existem diversos processos
31:01no Supremo Tribunal
31:02Federal aguardando
31:03o julgamento,
31:04então esse processo
31:04vai ter que ser pautado,
31:05e nenhum dos ministros
31:07que faltam,
31:08nem o ministro André Mendonça,
31:09nem o ministro Cássio Nunes,
31:11poderiam pedir vista
31:12de novo,
31:13porque se eles pedirem vista,
31:15abre-se novo prazo
31:16de 90 dias para cada um,
31:17e esse processo
31:18ficaria mais para frente ainda.
31:20O ministro Ricardo Lewandowski,
31:22pelo que consta
31:23na página do Supremo,
31:25já adiantou o voto,
31:26e ele julgaria depois,
31:27mas ele já adiantou
31:27o voto dele,
31:28e ele é um dos entusiastas
31:30da aplicação da convenção,
31:33até que o Congresso
31:35ratifique a saída do Brasil,
31:38ratifique a denúncia
31:39feita pelo Fernando Henrique.
31:41Então assim,
31:41nós já temos realmente,
31:42repito,
31:43votos indicando
31:44pela aplicação,
31:46mas,
31:47repito mais uma vez
31:47para não ter dúvidas,
31:49eu imagino que o Supremo,
31:51mesmo decidindo
31:51contra o ato
31:53de denúncia
31:54do Fernando Henrique,
31:55ele vai modular os efeitos
31:56para não criar um impacto
31:57muito grande.
31:58E paralelamente a isso,
32:00nada impede
32:01do Executivo
32:02já trabalhar nos bastidores,
32:04já tentar pautar
32:05esse tema do Legislativo,
32:07e,
32:08se for a vontade do governo,
32:10ratificar a denúncia,
32:12e acabou o problema,
32:14ele vai acabar.
32:15Já saiu,
32:16olha,
32:16o Brasil denunciou,
32:17o Congresso ratifica
32:18que essa convenção
32:20não vale mais no Brasil,
32:23e este problema
32:24morre.
32:25obviamente que o Supremo
32:26vai continuar decidindo
32:27se é necessário
32:29a chancela
32:30do desativo
32:32para atos
32:33de denúncia
32:33do presidente,
32:34porque existem outros temas,
32:35além do direito do trabalho,
32:37que chegam ao Supremo
32:38e que envolvem
32:39o direito internacional,
32:40mas essa questão específica
32:41da Convenção 58
32:42seria resolvida.
32:45Perfeito.
32:46Doutor Gabriel,
32:46obrigada pela sua gentileza,
32:48obrigada por vir ao meio dia
32:49em Brasília,
32:49explicar essa situação,
32:50explicar esse cenário
32:51que está, sim,
32:53tirando o sono
32:53dos empresários
32:54e também está alertando
32:56aos trabalhadores
32:56que sabem
32:57dos impactos,
32:58inclusive,
32:58para a geração
32:59de empregos no país.
33:00Obrigada pela gentileza.
33:02Eu fico à disposição,
33:03qualquer outra questão
33:05trabalhista que no futuro
33:06surge,
33:07eu fico à disposição
33:08de vocês
33:08para tentar esclarecer,
33:10espero que eu tenha ajudado
33:10de alguma forma,
33:11tentei falar
33:12o menos juridiquês possível,
33:14mas às vezes
33:14isso é difícil,
33:15até porque o tema
33:16nos obriga
33:17a ser um pouco técnico,
33:19e qualquer dúvida
33:20eu estou à disposição,
33:21seja de vocês,
33:22seja dos ouvintes,
33:23as minhas redes sociais,
33:24fácil de achar aí,
33:25se você jogar meu nome
33:26você vai achar
33:27e qualquer dúvida
33:27que tenha ficado,
33:29é só me conectar,
33:30só me contactar
33:30que a gente tenta esclarecer.
33:32Muito obrigado,
33:32viu gente?
33:33Tenha um bom dia.
33:33Obrigada, Gabriel.
33:34Obrigada, Gabriel.
33:49Obrigada, Gabriel.
Recomendado
47:21
|
A Seguir
2:28
25:41
1:01:17
14:49
8:33
27:27
7:29
24:06
9:22
12:14
15:49
20:07
Seja a primeira pessoa a comentar