Pular para o playerIr para o conteúdo principal
  • há 4 meses
--
Cadastre-se para receber nossa newsletter:
https://bit.ly/2Gl9AdL​

Confira mais notícias em nosso site:
https://www.oantagonista.com​

Acompanhe nossas redes sociais:
https://www.fb.com/oantagonista​
https://www.twitter.com/o_antagonista​
https://www.instagram.com/o_antagonista
https://www.tiktok.com/@oantagonista_oficial

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00A gente segue aqui com a informação, como eu falei,
00:02hoje é o Dia Internacional da Mulher,
00:04e obviamente esse programa tinha que ser um programa voltado para as mulheres,
00:08voltado para as nossas leitoras,
00:11nossas espectadoras, que estão sempre aqui com a gente,
00:13comentando, trazendo ponto de vista.
00:15E eu quero fazer uma pergunta,
00:16você já ouviu falar em carga mental?
00:19Talvez não, mas possivelmente você, mulher do gênero feminino,
00:24que trabalha, estuda, cuida dos filhos, da casa,
00:27e da carreira, e das amigas, e do marido,
00:31possivelmente já ouviu falar sobre isso.
00:33É um tema muito comum entre as mulheres, a sobrecarga mental,
00:37especialmente no que diz respeito a essa conciliação dos diversos papéis,
00:43e também a pressão social que é feita em cima das mulheres.
00:47E para conversar sobre esse assunto,
00:49e lançar luz sobre esse tema, que é muito importante,
00:51que é uma condição presente no universo feminino,
00:55trouxemos ao meio-dia em Brasília.
00:57a psicóloga e neuropsicóloga também,
01:01a Luciana, que já está aqui com a gente no meio-dia em Brasília,
01:04para trazer, lançar luz sobre esse tema.
01:07Luciana Garcia, tudo bem?
01:08Seja bem-vinda ao meio-dia em Brasília.
01:11Obrigada, Kila.
01:12Tudo bem?
01:14Tudo jóia.
01:16Luciana, é um prazer ter você aqui,
01:18obrigada por aceitar nosso convite.
01:19Hoje é um dia especial, é um dia de luta, obviamente,
01:23mas também é um dia que a gente tem que refletir
01:24refletir sobre alguns papéis das mulheres.
01:28E, Luciana, como é que está hoje,
01:30você que atende mulheres, possivelmente,
01:32você que trabalha nessa área,
01:34como é que está a saúde mental das mulheres?
01:36As mulheres sofrem pressão,
01:38e especialmente têm que conciliar diversos papéis.
01:41Como é que você avalia que as mulheres têm conseguido
01:44administrar isso aí, essa carga mental?
01:46A questão é justamente essa.
01:50As mulheres não têm conseguido administrar toda essa carga.
01:54Então, a gente, especialmente aí depois da pandemia,
01:58com o trabalho em casa, junto com as crianças,
02:02a gente tem visto cada vez mais mulheres chegarem na clínica
02:06com queixas de transtornos de humor,
02:10ansiedade, depressão, síndrome de burnout,
02:13porque, de fato, elas têm acumulado cada vez mais
02:18essas funções, esses papéis,
02:20e a mulher se cobra muito perfeição.
02:23Aí é que está a grande questão.
02:26A mulher se cobra fazer tudo muito perfeito,
02:30a mulher quer dar conta de tudo,
02:32até por conta do histórico que a gente tem,
02:35de todas essas conquistas que a mulher tem hoje,
02:38de não querer parecer fraca,
02:40de não querer parecer o sexo frágil,
02:43e muitas vezes essa mulher, por não pedir ajuda,
02:46por não aceitar que ela tem o limite,
02:48ela acaba passando desses limites
02:51e muitas vezes afetando gravemente a saúde mental delas.
02:58Doutora Luciana,
03:00a senhora tocou num ponto que eu acho que é bem relevante,
03:03que foi justamente as mulheres durante a pandemia.
03:06A gente sentiu que houve também uma sobrecarga.
03:08Teve até uns vídeos que a gente viu na internet,
03:11porque muitas mulheres voltaram seus trabalhos
03:13para o home office,
03:15e a princípio parecia um mar de rosas,
03:17mas, no fim das contas,
03:18a gente viu que não foi nada disso.
03:20A carga de trabalho aumentou,
03:23e a carga mental também aumentou,
03:24já que tem alguns papéis ainda,
03:26que são exercidos hoje,
03:28que são considerados tipicamente femininos,
03:30que é o cuidado com o lar,
03:32o cuidado com os filhos,
03:34o cuidado com o próprio marido,
03:36que a sociedade ainda impõe a mulher.
03:39Como é que a mulher pode, talvez,
03:42se atuar para focar na carreira
03:45e talvez se desvencilhar um pouco
03:47dessa pressão que é feita
03:49para esses papéis tipicamente femininos?
03:53Eu acho que durante a pandemia,
03:55o que aconteceu foi que a gente
03:57deixou de ter o limite
03:59entre o trabalho e o nosso lar.
04:02Ficou tudo misturado.
04:04Então, a gente não tinha mais hora
04:05para nada.
04:06O trabalho invadiu a nossa vida pessoal,
04:09e isso se mantém até os dias de hoje.
04:12Porque funcionou,
04:14pensando na produtividade,
04:16funcionou.
04:18O que eu penso é que a mulher
04:20precisa colocar, de fato,
04:22esse limite.
04:23Então, olha, até tal hora,
04:25eu sou a profissional.
04:26A partir daqui,
04:27eu preciso cuidar de casa,
04:28de filho,
04:29e se eu não tiver filho,
04:30eu preciso cuidar de mim.
04:32As mulheres se sentem muito
04:33culpadas por isso.
04:35Parece que elas estão,
04:37como eu tinha falado,
04:38sendo fracas.
04:39E a gente sabe que a gente
04:40precisa se cuidar
04:42se a gente quer fazer
04:42qualquer outra coisa bem feita.
04:45Então, houve realmente
04:47um acúmulo de funções
04:49e ninguém aguenta.
04:53E a mulher é mais vulnerável
04:56do que o homem
04:57por todo o histórico,
04:58por toda a cobrança
04:59que vem da sociedade,
05:01das próprias mulheres.
05:03Eu falo que,
05:04hoje em dia,
05:04tem se falado muito
05:05de empoderamento,
05:07de sororidade,
05:08porque a pessoa mais cruel
05:11com a mulher
05:12é a outra mulher.
05:14É uma competição
05:15entre elas
05:16de quem vai dar conta
05:17de fazer mais coisa,
05:18de quem vai fazer bem feito,
05:20de quem vai estar linda,
05:21maravilhosa
05:22na hora que o marido chegar.
05:23E a gente precisa
05:24parar um pouco
05:25com essas cobranças.
05:26A gente precisa cuidar
05:28da nossa saúde mental,
05:29senão a gente não vai ter
05:30nada disso que a gente
05:30está se cobrando.
05:33Doutora Luciana,
05:34mais um ponto
05:35que eu acho que você falou
05:36sobre essa questão
05:37da competitividade feminina.
05:40É um tema
05:41que eu acho interessante
05:43a gente mencionar,
05:44já que, de fato,
05:45ainda existe
05:46essa questão
05:47da comparação
05:48entre as mulheres.
05:49As mulheres se comparam
05:50umas entre as outras,
05:52nós nos comparamos,
05:53e também há
05:54uma certa cobrança
05:55mútua,
05:56já que quando
05:58uma não faz
05:59aquilo que a outra espera
06:00ou o papel socialmente
06:01imposto,
06:02há aquela tendência
06:03ao julgamento.
06:05O que as mulheres
06:05podem fazer
06:06umas com as outras
06:07para melhorar
06:09essa ligação
06:11e aumentar
06:12a sororidade,
06:13como você mesmo
06:14mencionou,
06:14para evitar
06:15esse tipo de julgamento
06:16e essa pressão social
06:17que é exercida
06:18entre as mulheres?
06:20Eu acho que,
06:22principalmente,
06:22ouvir a outra mulher.
06:25A gente,
06:27as mulheres,
06:28principalmente,
06:29sofrem com muitas
06:30crenças limitantes
06:31que vêm lá da infância
06:32com toda essa cobrança
06:33que o papel da mulher
06:35tem de ser profissional,
06:37de ser mãe,
06:38de estudar,
06:38de trabalhar,
06:39de dar conta de tudo.
06:41E a gente
06:42acaba cobrando
06:43da outra mulher
06:44aquilo que a gente
06:45pensa que é bom
06:46para a gente.
06:47E a gente não ouve.
06:49E eu penso que
06:50o que as pessoas
06:51mais precisam
06:52hoje em dia
06:53é serem escutadas.
06:54Cada um tem
06:55uma necessidade
06:56diferente.
06:57Porque é bom
06:57para mim,
06:58não necessariamente
06:59é bom
06:59para outra pessoa.
07:01E quando eu escuto,
07:02eu entendo
07:03qual é a necessidade
07:04dessa mulher
07:04e eu consigo,
07:06de repente,
07:07ajudar,
07:07de repente,
07:08ser uma rede de apoio.
07:10Eu acho que
07:10o mais importante
07:11hoje
07:12é que essas mulheres
07:13não pensem
07:15que elas são fracas
07:16por pedir ajuda.
07:17eu acho que
07:18todo mundo
07:19precisa de ajuda
07:20em vários momentos
07:21da vida.
07:22E a gente
07:23precisa solicitar
07:24isso muitas vezes
07:25porque as pessoas
07:26não têm obrigação
07:27também de perceber.
07:29Então,
07:30acho que falta
07:30muito escutar
07:31verdadeiramente
07:34a outra pessoa.
07:35A gente está falando
07:36aqui de mulheres,
07:36mas acho que serve
07:37para todo mundo.
07:39A gente,
07:39de fato,
07:40perguntar
07:40o que você
07:41está precisando,
07:42o que eu posso
07:43fazer por você,
07:44ao invés
07:45de cobrar.
07:46eu acho que
07:47aí a gente consegue
07:48estreitar
07:48esses laços
07:49de amizade,
07:50a gente consegue
07:51dar para essas
07:51mulheres que estão
07:52precisando
07:53uma rede de apoio
07:54maior e que a gente
07:55sabe que essa
07:56rede de apoio
07:57é um fator
07:57de proteção
07:58para todo esse
07:59estresse,
08:00para síndrome
08:00de burnout,
08:01para transtornos
08:02mentais,
08:03enfim.
08:04Então,
08:04eu acredito
08:05muito na escuta.
08:09Perfeito,
08:09doutora Luciana.
08:10E para a gente
08:10encerrar,
08:11que aqui os homens,
08:13já que há muitos
08:14homens aqui
08:14no nosso chat,
08:15muita gente
08:15comentando,
08:17o Flashback Games,
08:19ele comentou aqui,
08:19empoderamento
08:20é um discurso
08:21perigoso.
08:22Depois fala
08:23para a gente,
08:23Flashback,
08:24por que você
08:25acha que empoderamento
08:26é um discurso
08:26de fato perigoso?
08:28O Zé Sérgio
08:29está comentando
08:30aqui também
08:30no chat,
08:31e aí,
08:31mulheres,
08:31advogadas,
08:32juízes,
08:33promotoras,
08:33deputadas,
08:34entidades de direitos
08:35humanos,
08:35nenhuma palavra?
08:37Imagino que ele
08:38esteja falando aí
08:38sobre a decisão
08:40do Moraes,
08:41é isso?
08:41me conta
08:43aqui no chat
08:44também,
08:44então,
08:44muita gente.
08:45A Nina comentou
08:46aqui,
08:46no meu caso,
08:47não tem essa rivalidade,
08:48trabalho como motorista
08:50de carreta
08:50em uma profissão
08:52onde a maioria
08:53são homens.
08:54Muito legal,
08:54Nina,
08:55parabéns,
08:56e feliz por ter
08:57uma mulher
08:57representando
08:58esse tema
08:59aí,
09:00nesses espaços.
09:03Mas,
09:03doutora Luciana,
09:04como os homens
09:05também podem
09:06auxiliar
09:06a mulher
09:07a não ter
09:08essa sobrecarga
09:08mental aí,
09:09nessa divisão
09:10de diversos papéis
09:11de mãe,
09:12profissional,
09:13dona de casa,
09:13esposa,
09:14amiga,
09:15filha,
09:16enfim,
09:17como ajudar
09:17as mulheres?
09:20Oferecendo ajuda,
09:21não esperando
09:22a mulher pedir,
09:23porque muitas vezes
09:24a mulher não vai pedir.
09:25Então,
09:26se oferece
09:26para ajudar,
09:27ninguém vai ficar
09:28menos homem
09:29por lavar a louça,
09:30por ajudar a cuidar
09:30de filho,
09:31eu acho que se todo mundo
09:32conseguir dividir
09:34toda essa carga,
09:35e às vezes até
09:37de conversar
09:37sobre o trabalho
09:38da esposa,
09:38ajudar com alguma
09:40opinião,
09:40enfim,
09:41é dividir,
09:42não sobrecarrega
09:44ninguém,
09:45acho que fica
09:45mais tranquilo
09:46para todo mundo.
09:50Perfeito.
09:51Doutora Luciana,
09:51obrigada por sua gentileza,
09:53obrigada pela gentileza
09:54de vir ao meio-dia em Brasília,
09:55conversar com a gente
09:55sobre esse tema,
09:56é um tema amplo,
09:57merece a gente explorar
09:58um pouquinho mais,
09:59mas hoje a gente está
10:00no giro aqui,
10:01trazendo mulheres incríveis
10:02como você,
10:03para lançar a luz
10:03sobre temas importantes,
10:05como esse aí,
10:05da carga mental.
10:06Obrigada,
10:07a gente se espera
10:08em outra oportunidade.
10:10Eu que agradeço,
10:11muito obrigada,
10:12boa tarde para vocês.
10:14Tchau, tchau,
10:14boa tarde.
10:15Tchau, tchau.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado